REDIP
Revista Digital de Investigación y Postgrado
Volume 6, número 12 (julho-dezembro), 2025
Redip
ISSN: 2665-038X
Depósito Legal: TA2019000041
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FUNDO EDITORIAL DO INSTITUTO DE ESTUDOS
SUPERIORES DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Instituto de Estudos Superiores de
Pesquisa e Pós-Graduação
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12)
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Revista Digital de Investigación y Postgrado
Coordenação editorial: Dr. Omar Escalona Vivas
© 2021, Creative Commons Foundation.
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REDIP, Revista Digital de Investigação e Pós-Graduação, publicação semestral, Vol. 6 Nº 12, Julho-Dezembro 2025.
Editor responsável: Omar Escalona Vivas. Domicílio da publicação: Instituto de Estudos Superiores de Pesquisa e
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O objetivo da REDIP é divulgar pesquisas, ensaios, artigos científicos e experiências inovadoras
realizadas por estudantes de pós-graduação em temas como ciências sociais, educação e epis-
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importante referir-se aos destinatários de todo o processo, que não são outros senão os leito-
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TA2019000041 foi atribuído em 4 de setembro de 2019 pelo Instituto Autônomo Biblioteca Na-
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Objetivo e alcance da REDIP
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Dra. Danny Soledad Méndez Márquez
Email: danny.mendez@iesip.edu.ve
Coordenador Geral Acadêmico
Marco José Roa Méndez
Email: danny.mendez@iesip.edu.ve
Secretário Geral
Dr. Oscar Enrique Cárdenas Duarte
Email: oscar.duarte@iesip.edu.ve
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Volume 6, número 12 (julho-dezembro), 2025
Comitê Editorial
Editor Chefe
Omar Escalona Vivas. Dr. em Ciências da Educação. Instituto de Estudos Superiores de Pes-
quisa e Pós-Graduação: San Cristóbal-Venezuela. Email: omar.escalona@iesip.edu.ve
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para la Gestión del Conocimiento Corpcigec, Quito-Equador. Email: ronald.cigec@gmail.com
Yan Carlos Ureña Villamizar. Dr. em Ciências, Menção Gerência. Universidad Privada Dr. Rafael
Belloso Chacín. Dr. em Gestão da Tecnologia e Inovação. Pós-doutorado em Ciências Humanas,
Universidad del Zulia. Tecnológico de Antioquia, Antioquia – Colômbia. E-mail:
yan.ureña@tdea.edu.co
Wit Jay Vanegas. Dr. em MSc Gerência de Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Universidade
Nacional Aberta e a Distância. Barranquilla – Colômbia. E-mail: wittjayvanegas001@gmail.com
Conselho Científico
David Gerardo Colina Gómez. Dr. em Ciências Gerenciais. Instituto de Estudos Superiores de
Pesquisa e Pós-Graduação, San Cristóbal-Venezuela. E-mail: dagercol@gmail.com
Jonathan de Jesús Pernía Pérez. Dr. em Ciências Sociais. Universidad Nacional Experimental
Simón Rodríguez, Venezuela, La Grita – Venezuela. E-mail: perniaperezjonathanjesus@gamil.com
Dilka Consuelo Chacón Hernández. Dra. em Ciências da Educação. Instituto de Estudos Supe-
riores de Pesquisa e Pós-Graduação, San Cristóbal-Venezuela. E-mail: chacondilka113@gmail. com
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Comitê Editorial
Marco José Roa Méndez. Dr. em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Instituto de Estudos Su-
periores de Pesquisa e Pós-Graduação, Venezuela. E-mail: mendezmarcosjose@gmail.com
Lidiz Thamaira Pérez Meneses. Dra. em Ciências da Educação. Instituto de Estudos Superiores
de Pesquisa e Pós-Graduação, San Cristóbal-Venezuela. E-mail: tamyperezmeneses@hotmail.com
Iraima Zoraida Pérez Meneses. Dra. em Ciências da Educação. Universidade Pedagógica Ex-
perimental Libertador, Rubio - Venezuela. E-mail: iraimaperez@hotmail.com
Lesbia Ferrer Cayama. Dra. em Ciências da Educação. Universidade Nacional Experimental dos
Llanos Ocidentais Ezequiel Zamora. Santa Bárbara, Barinas - Venezuela. E-mail: lesbiafe-
rrer68@gmail.com
Álvaro Sánchez Romero. MSc. em Gestão das Tecnologias Educativas. Colégio Carlos Vicente
Rey. Piedecuesta - Colômbia. E-mail: grupo.investigacion.cavirey@gmail.com
Damian Islas Mondragón. Dr. em Filosofia da Ciência. Instituto de Ciências Sociais – Universi-
dade Juárez do Estado de Durango. México. E-mail: damianislas@ujed.mx
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Diego Fernando Coral Coral. Dr. em Física, Pós-doutorado em Nanotecnologia. Universidade
do Cauca: Popayán, Cauca, Colômbia. E-mail: dfcoral@unicauca.edu.co
Fermín Aceves de la Cruz. Dr. em Ciências Físicas. Universidade de Guadalajara: Guadalajara,
México. E-mail: fermin.adelacruz@academicos.udg.mx
Mauricio Gerardo Duque Villalba. Dr. em Ciências da Educação. Instituição Educativa Distrital
Nicolás Buenaventura. Santa Marta, Colômbia. E-mail: mageduvi@hotmail.com
Cristóbal E. Vega G. Dr. em Estatística e Pesquisa Operacional. Universidade de Carabobo: Va-
lencia, Carabobo - Venezuela. E-mail: cvega@uc.edu.ve
Gerardo Fabian Goya. Dr. em Física. Universidade de Zaragoza. Instituto de Nanociência de
Aragão: Zaragoza - Espanha. E-mail: goya@unizar.es
Gerson José Márquez. Dr. em Física da Matéria Condensada. Universidade Tecnológica do
Peru: Arequipa - Peru. E-mail: gmarquez@@utp.edu.pe
José Rafael Prado Pérez. Dr. em Educação com Menção em Currículo. Universidade dos Andes:
Mérida - Venezuela. E-mail: jrpp@ula.ve
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Comitê Editorial
Otilio Arturo Acevedo Sandoval. Dr. em Ciências Biológicas e Doutor em Ciências Químicas.
Universidad Autónoma del Estado de Hidalgo: Pachuca de Soto, Hidalgo, México. E-mail: ace-
vedo@uaeh.edu.mx
Rosmary Guillén Guillén. Mestre em Física e Tecnologias Físicas. Universidad Tecnológica del
Perú. Arequipa, Peru. E-mail: c21372@utp.edu.pe
José Armando Santiago Rivera. Dr. em Ciências da Educação. Universidad de Los Andes: San
Cristóbal, Táchira-Venezuela. E-mail: asantia@ula.ve
Juan José Milón Guzman. Dr. em Engenharia Mecânica. Universidad Tecnológica del Perú: Are-
quipa, Peru. E-mail: jmilon@utp.edu.pe
Jesús Tanori Quintana. Dr. em Ciências Sociais. Instituto Tecnológico de Sonora: Obregón, So-
nora, México. E-mail: jesus.tanori@itson.edu.mx
Conselho Editorial Institucional IESIP
Coordenação
Oscar Enrique Cárdenas Duarte. Dr. em Ciências da Educação. Instituto de Estudos Superiores
de Pesquisa e Pós-Graduação, Venezuela. E-mail: oscarduarte@iesip.edu.ve
Conselho Técnico
Marcos José Roa Méndez. Dr. em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Instituto de Estudos Su-
periores de Pesquisa e Pós-Graduação, Venezuela. E-mail: mendezmarcosjose@gmail.com
Lira Soledad Roa Méndez. Dra. em Ciências Sociais. Instituto de Estudos Superiores de Pesquisa
e Pós-Graduação, Venezuela. E-mail: lyrasoledad@gmail.com
Tradutor
Ronald Humberto Ordoñez Silva. Dr. em Ciências da Educação. Corporación Internacional
para la Gestión del Conocimiento Corpcigec, Quito-Equador. E-mail: ronald.cigec@gmail.com
Gestão Técnica
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Ysabel Sánchez. Engenheira de Sistemas. Email: ysabel.sanchez@iesip.edu.ve
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Editorial
Editorial
El objeto de estudio: Núcleo epistemológico de toda investigación científica
No coração de toda empreitada investigativa encontra-se um elemento essencial que determina
seu rumo, profundidade e pertinência: o objeto de estudo. Defini-lo não é um ato trivial; pelo
contrário, representa uma operação epistemológica decisiva, pois constitui a delimitação do
fragmento da realidade que se deseja conhecer (Tamayo y Tamayo, 2006). Este elemento arti-
cula as perguntas, objetivos, categorias teóricas e métodos de uma investigação, e sua formu-
lação adequada impacta diretamente na validade do conhecimento produzido.
Desde o pensamento clássico até as epistemologias contemporâneas, o objeto de estudo tem
sido concebido de múltiplas maneiras. Segundo Bunge (2000), toda investigação científica deve
partir da identificação precisa do problema ou fenômeno a estudar, com base em um marco
conceitual rigoroso e coerente. Essa precisão exige distinguir entre o empírico-observável e o
teórico-explicável, e requer uma atitude crítica que evite assumir os objetos como dados.
Na prática científica atual, especialmente nas ciências sociais e humanas, o objeto de estudo
não só é construído, como também é constantemente reinterpretado em função de contextos
dinâmicos. Morin (1990) sustenta que todo objeto de conhecimento é em si mesmo complexo,
entrelaçado com múltiplas dimensões da realidade, e não pode ser reduzido a uma única va-
riável ou causa. Essa visão complexa exige que o pesquisador supere visões reducionistas e
adote uma lógica transdisciplinar.
De Sousa Santos (2009) propõe que a ciência deve reaprender a escutar os objetos a partir de
uma perspectiva plural, reconhecendo as múltiplas formas de saber que dialogam com as re-
alidades sociais. Assim, o objeto de estudo não é simplesmente um fenômeno a ser investigado,
mas uma construção teórica com implicações éticas, políticas e culturais.
As perspectivas hermenêuticas e críticas complementam essa visão. Gadamer (1997) destaca o
caráter interpretativo do conhecimento, ancorado em horizontes históricos e linguísticos do
pesquisador e da realidade estudada. Na mesma linha, Habermas (1987) adverte sobre a ne-
cessidade de situar os objetos de estudo nos contextos de ação comunicativa, reconhecendo
as relações de poder, dominação e consenso que atravessam toda prática científica.
Metodologicamente, Hernández, Fernández e Baptista (2014) recomendam que o objeto de
estudo seja definido de maneira clara, delimitando variáveis ou dimensões específicas que pos-
sam ser observadas, medidas ou interpretadas, segundo a abordagem adotada. Essa clareza
não implica rigidez, mas deve coexistir com a flexibilidade interpretativa que requer todo pro-
cesso investigativo autêntico. Guba & Lincoln (1994) argumentam que os objetos de estudo
nas ciências sociais são construídos intersubjetivamente, e sua compreensão demanda diálogo
e negociação entre os atores implicados na investigação.
Por fim, Lakatos (1978) e Kuhn (1962) coincidem em que a ciência progride a partir de redefi-
nições dos objetos de estudo, condicionadas por mudanças paradigmáticas, programas de in-
vestigação e contextos sociais. Nesse sentido, as revistas científicas, como espaços de circulação
do saber, cumprem um papel fundamental ao promover reflexões atualizadas sobre os objetos
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Editorial
de investigação, entendendo-os como construções dinâmicas onde se cifram não só o quê,
mas também o para quê e o como da ciência. Dussel (1994) adverte que o objeto de estudo
também reflete as prioridades ético-políticas da sociedade, e Popper (1972) lembra que todo
objeto é revisável e aperfeiçoável à luz de novas evidências.
Esse propósito adquire especial relevância no contexto contemporâneo, caracterizado pela
aceleração tecnológica, pela complexidade dos fenômenos sociais e pela crescente interde-
pendência global. As revistas científicas não apenas documentam e disseminam o conheci-
mento produzido, como também contribuem para a construção de comunidades epistêmicas
que dialogam sobre os grandes desafios atuais. Em particular, as revistas interdisciplinares têm
a responsabilidade de visibilizar a diversidade de enfoques, métodos e objetos de estudo, pro-
piciando espaços onde os diferentes olhares possam se complementar e enriquecer o debate.
A formação de pesquisadores críticos e comprometidos depende em grande medida da dis-
ponibilidade de publicações que ofereçam marcos conceituais atualizados e estudos de caso
que ilustrem as tensões e potencialidades dos processos investigativos.
Nesse sentido, a presente edição da nossa revista busca contribuir para essa tarefa coletiva, ao
reunir uma série de investigações que evidenciam a riqueza e complexidade dos objetos de
estudo abordados por docentes, pesquisadores e profissionais de distintas áreas. Cada contri-
buição reflete o compromisso de repensar os processos formativos, científicos e sociais a partir
de um olhar interdisciplinar, contextualizado e crítico.
Os temas que se apresentam nesta edição são:
Competências científicas e investigativas estudantis a partir de uma perspectiva interdis-
ciplinar no ensino médio geral, por Carmen Eloísa Sánchez Molina.
Dizeres e fazeres: compreensibilidade da significação dos saberes nos docentes em relação
à leitura e à escrita na educação rural colombiana, por Adrián Filiberto Contreras Col-
menares e Alba Lucía Barajas Lizcano.
Dimensão material e normativa do sistema e do direito internacional (SI-DI), por Iván
Agustín Cevallos Zambrano.
Educomunicação: enfoque dialógico para inovar a prática docente, por Delmy Janeth
Andrade Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero.
Educação a distância: plataformas digitais e autonomia do aluno do século XXI, por Cus-
tódio Cazenga Francisco.
Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino superior, por Juan Acacio Rosales
Vivas.
Influência das tecnologias da informação e comunicação no processo de formação pro-
fissional universitária, por Ezequiel Landinez Blanco.
Revisão curricular no ensino superior e suas implicações na qualidade docente: desafios
21
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 19-21
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Editorial
para o ensino universitário, por Mário Adelino Miranda Guedes.
Implementação da inteligência artificial: uma estratégia para o planejamento e avaliação
da aprendizagem, por Sergio Alberto Mejía Rivera.
Evasão escolar, estratégias de acesso e permanência nas instituições educacionais oficiais
de Tunja, por Jorge Fernando Vargas Cruz.
Sistema de indicadores de qualidade: avaliação da formação investigativa no ensino su-
perior da Nicarágua, 2021-2023, por Jossarys Gazo Robles.
Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas em saberes distintos de
sua especialidade, por Mayra Daniella Escobar Rivas.
Cada um desses trabalhos nos lembra que o objeto de estudo não é uma entidade estática,
mas uma construção que deve ser problematizada e redefinida em função das transformações
sociais, tecnológicas e educacionais do nosso tempo. Convidamos nossos leitores a percorrerem
estas páginas com um olhar crítico e reflexivo, certos de que encontrarão nelas valiosas con-
tribuições para a construção coletiva de saberes pertinentes, rigorosos e comprometidos.
Referencias
Bunge, M. (2000). La investigación científica: su estrategia y su filosofía. Siglo XXI Editores.
De Sousa Santos, B. (2009). Una epistemología del sur. CLACSO.
Dussel, E. (1994). El encubrimiento del Otro: hacia el origen del mito de la modernidad. Nueva
Visión.
Gadamer, H.-G. (1997). Verdad y método. Sígueme.
Guba, E., & Lincoln, Y. (1994). Competing paradigms in qualitative research. Sage.
Habermas, J. (1987). Teoría de la acción comunicativa. Taurus.
Hernández, R., Fernández, C., y Baptista, P. (2014). Metodología de la investigación (6.ª ed.).
McGraw-Hill.
Kuhn, T. (1962). La estructura de las revoluciones científicas. Fondo de Cultura Económica.
Lakatos, I. (1978). La metodología de los programas de investigación científica. Alianza Editorial.
Morin, E. (1990). Introducción al pensamiento complejo. Gedisa.
Popper, K. (1972). La lógica del descubrimiento científico. Tecnos.
Tamayo y Tamayo, M. (2006). El proceso de la investigación científica. Limusa.
Dr. Omar Escalona Vivas
https://orcid.org/0000-0003-2560-0339
Conteúdo
Comitê editorial...........................................................................................................................................9-11
Indexações...................................................................................................................................................13-17
Editorial........................................................................................................................................................19-21
Artigos de pesquisa................................................................................................. 27-191
Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir de uma perspectiva
interdisciplinar no ensino médio geral.............................................................................................................27-48
Competencias científicas e investigativas estudiantiles desde una perspectiva interdisciplinaria
en la educación media general
Carmen Eloísa Sánchez Molina
Dizeres e fazeres: compreensibilidade da significação dos saberes dos docentes em
relação à leitura e à escrita na educação rural colombiana múltipla................................................49-65
Decires y quehaceres: comprensibilidad de la significación de los saberes en los
docentes respecto de la lectura y la escritura en la educación rural colombiana
Adrián Filiberto Contreras Colmenares e Alba Lucía Barajas Lizcano
Dimensão material e regulatória do sistema e do direito internacional (SI-DI)..............67-86
Dimensión material y normativa del sistema y el derecho internacional (SI-DI)
Iván Agustín Cevallos Zambrano
Educomunicação: uma abordagem dialógica para inovar a prática docente..................87-107
Educomunicación: enfoque dialógico para innovar la práctica docente
Delmy Janeth Andadre Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero
Educação a distância: Plataformas digitais e autonomia discente do século XXI........109-117
Educación a distancia: plataformas digitales y autonomía del alumnado del siglo XXI
Custódio Cazenga Francisco
Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário...................................................119-130
Integración de TIC en la enseñanza transdisciplinaria en Educación universitaria
Juan Acacio Rosales Vivas
Influência das tecnologias de informação e comunicação no processo de
formação profissional universitária..............................................................................................131-140
Influencia de las tecnologías de información y comunicación en el proceso de
formación profesional universitaria
Ezequiel Landinez Blanco
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 23-24
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Conteúdo
Revisão curricular no Ensino Superior e suas implicações na qualidade docente:
Desafios para o ensino universitário......................................................................................................141-147
Revisión curricular en la Educación Superior y sus implicaciones en la calidad docente:
Desafíos para la enseñanza universitaria.
Mário Adelino Miranda Guedes
Implementação da Inteligência Artificial: Uma estratégia para o planejamento e
avaliação da aprendizagem.............................................................................................................149-161
Implementación de la inteligencia artificial: Una estrategia para la planificación y
evaluación del aprendizaje
Sergio Alberto Mejía Rivera
Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas Instituições Educacionais
Oficiais de Tunja..............................................................................................................................................163-180
Deserción escolar, estrategias de acceso y permanencia en las Instituciones Educativas Oficiales
de Tunja
Jorge Fernando Vargas Cruz
Sistema de Indicadores de Qualidade: Avaliação da Formação Investigativa no
Ensino Superior da Nicarágua, 2021-2023...............................................................................181-191
Sistema de Indicadores de Calidad: Evaluación de la Formación Investigativa en la
Educación Superior de Nicaragua, 2021-2023
Jossarys Gazo Roblesilia Padrón
Ensaios.....................................................................................................195-195
Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas em saberes
distintos à sua especialidade..........................................................................................................195-203
Retos del profesorado al guiar aprendizajes competitivos en saberes distintos a su especialidad
Mayra Daniella Escobar Rivas
Política editorial da revista......................................................................204-205
Procedimento seguido na recepção, seleção e avaliação de originais....................206-207
24
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
Artigos de Pesquisa
Artículos de investigación
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 27-191
ISSN Eletrônico: 2665-038X
25
Competências científicas e investigativas
dos estudantes a partir de uma
perspectiva interdisciplinar no
ensino médio geral
Competencias científicas e investigativas estudiantiles
desde una perspectiva interdisciplinaria en
la educación media general
27
Carmen Eloísa Sánchez Molina
https://orcid.org/0000-0001-9564-2768
Santa Bárbara, estado Barinas / Venezuela
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 27-48
ISSN eletrônico: 2665-038X
Como citar: Sánchez, M. C. E. (2025). Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir
de uma perspectiva interdisciplinar no ensino médio geral. Revista Digital de Investigación y Postgrado,
6(12), 27-44. https://doi.org/10.59654/tgpqg354
* Doutora em Educação, Mestre em Docência Universitária com menção em Educação, Universidad Nacional Expe-
rimental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora. Barinas, Barinas – Venezuela. Docente efetiva, categoria as-
sistente. Universidad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora. Santa Bárbara de Barinas
– Venezuela. Email: carmenisajose@gmail.com
Recebido: maio / 5 / 2025 Aceito: maio / 20 / 2025
https://doi.org/10.59654/tgpqg354
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
28
Carmen Eloísa Sánchez Molina
Resumo
Este artigo analisa o desenvolvimento de competências científicas e investigativas em estudantes
do Ensino Médio Geral a partir de uma perspectiva interdisciplinar, com o objetivo de construir
uma abordagem teórica voltada ao desenvolvimento integral do aluno. A pesquisa é qualitativa,
fundamentada no método hermenêutico e na teoria fundamentada, e baseia-se em entrevistas
em profundidade com professores de ciências naturais de instituições em Santa Bárbara de Ba-
rinas. Os resultados indicam que abordagens interdisciplinares promovem habilidades críticas nos
estudantes. A análise dos dados gerou 44 códigos emergentes e duas categorias axiais, permi-
tindo a formulação de novos conceitos teóricos. As conclusões destacam a importância de for-
talecer essas competências no contexto educacional venezuelano, em conformidade com as
políticas nacionais. Este estudo representa uma contribuição inovadora para o avanço educacional
e científico, visando melhorar a qualidade do ensino e promover a independência científica e tec-
nológica do país.
Palavras-chave: Competências científicas, Ensino Médio Geral, Ciências Naturais, Venezuela.
Resumen
El documento examina el desarrollo de competencias científicas e investigativas estudiantiles en
la Educación Media General desde una perspectiva interdisciplinaria. Su propósito es construir
una aproximación teórica a estas competencias, orientada hacia el desarrollo integral de los es-
tudiantes. La investigación sigue un enfoque cualitativo, aplicando el método hermenéutico y la
teoría fundamentada, y se basa en entrevistas en profundidad con docentes experimentados en
ciencias naturales de instituciones de Santa Bárbara de Barinas. Los resultados muestran que la
integración de enfoques interdisciplinarios fomenta habilidades críticas en los estudiantes. El aná-
lisis de datos reveló 44 códigos emergentes y dos categorías axiales, lo que permitió una teori-
zación que culmina en la construcción de nuevos conceptos teóricos. Finalmente, las conclusiones
subrayan la importancia de fortalecer las competencias científicas en el contexto venezolano, ali-
neando la educación con las políticas nacionales. Este estudio se presenta como un aporte inno-
vador para el avance educativo y científico en Venezuela, con el objetivo de mejorar la calidad
de la enseñanza y promover la independencia científica y tecnológica del país..
Palabras clave: Competencias científicas, Educación Media General, Ciencias Naturales, Venezuela.
Introdução
No cenário educacional contemporâneo, marcado por rápidas transformações científicas, tec-
nológicas e sociais, torna-se imperativo repensar os modelos de ensino-aprendizagem na área
das ciências naturais. A educação científica enfrenta o desafio histórico de formar cidadãos ca-
pazes de compreender a complexidade do mundo atual e participar ativamente na resolução
de problemas socioambientais e científicos relevantes (Pozo e Gómez, 2010). Esse desafio ad-
quire especial relevância no nível do Ensino Médio Geral, onde se estabelecem as bases para
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 27-48
ISSN eletrônico: 2665-038X
Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir de uma
perspectiva interdisciplinar no ensino médio geral
o desenvolvimento do pensamento científico e se configuram atitudes fundamentais em relação
à ciência e ao seu método (Ministerio del Poder Popular para la Educación, MPPE 2017).
O conceito de competências científicas e investigativas emergiu como eixo central nesse debate
educacional. Segundo Gamboa et al. (2020), tais competências representam um conjunto in-
tegrado de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que permitem aos estudantes en-
frentar problemas científicos com rigor metodológico, criatividade e senso crítico. No entanto,
como demonstram os estudos de Arias (2017) no contexto venezuelano, existe uma distância
significativa entre esse ideal educacional e as práticas pedagógicas predominantes nas salas
de aula, que frequentemente reduzem o ensino de ciências à simples transmissão de conteúdos
conceituais descontextualizados.
A situação descrita reflete o que Freire (2012) denominou como “educação bancária”, um mo-
delo que concebe o estudante como mero receptor passivo de informação, em vez de prota-
gonista ativo de seu processo de aprendizagem. Essa crítica adquire especial relevância quando
se analisa, como fizeram Sánchez e Herrera (2019), as condições reais nas quais se desenvolve
o ensino de ciências em muitas instituições venezuelanas: laboratórios insuficientemente equi-
pados, docentes com oportunidades limitadas de atualização pedagógica e avaliações que
priorizam a reprodução mecânica em detrimento da compreensão profunda e da aplicação
do conhecimento.
O currículo venezuelano de Ciências Naturais para o Ensino Médio (MPPE, 2017) estabelece
formalmente a necessidade de uma abordagem interdisciplinar que integre as perspectivas da
Biologia, Química, Física e Ciências da Terra. No entanto, como revelam as investigações de
Arias (2017), essa interdisciplinaridade raramente se concretiza nas práticas em sala de aula,
onde persiste uma organização fragmentada do conhecimento e uma escassa articulação entre
as diferentes áreas científicas. Essa dissociação curricular tem consequências significativas na
formação dos estudantes, limitando sua capacidade de abordar problemas complexos que,
por sua natureza, requerem aproximações integradoras de múltiplas disciplinas.
Diante desse panorama, o desenvolvimento de competências científicas e investigativas a partir
de uma perspectiva interdisciplinar apresenta-se como uma alternativa pedagógica promissora.
Como argumentam Gamboa et al. (2020), essa abordagem permite superar a divisão artificial
entre disciplinas científicas e conectar a aprendizagem escolar com problemas reais do contexto
social e ambiental. Nessa mesma linha, os trabalhos de Herrera (2016) na Espanha demonstra-
ram como estratégias didáticas baseadas na investigação científica podem transformar signifi-
cativamente as práticas educativas, promovendo nos estudantes habilidades de pensamento
crítico, trabalho colaborativo e resolução criativa de problemas.
A experiência internacional oferece lições valiosas para o contexto venezuelano. Os estudos
de Figueroa (2017) no Peru evidenciaram o impacto positivo de metodologias ativas no desen-
volvimento de competências investigativas, enquanto as pesquisas de Lupión e Martín (2016)
destacam a importância de vincular a aprendizagem científica com desafios globais como a
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30 Carmen Eloísa Sánchez Molina
mudança climática ou a sustentabilidade ambiental. Essas contribuições coincidem em apontar
a necessidade de transcender os modelos tradicionais de ensino, promovendo, em seu lugar,
pedagogias que estimulem a curiosidade científica, o questionamento fundamentado e a cons-
trução colaborativa do conhecimento.
No âmbito regional, investigações como as de Veloza e Hernández (2018) na Colômbia e Barón
(2019) no Panamá trouxeram evidências significativas sobre os fatores que favorecem ou difi-
cultam o desenvolvimento de competências científicas em estudantes do ensino médio. Esses
estudos coincidem em destacar o papel crucial da formação docente, da disponibilidade de
recursos adequados e da implementação de estratégias avaliativas coerentes com os objetivos
da educação científica contemporânea.
Nesse sentido, o presente estudo propõe-se a contribuir para esse debate educacional a partir de
uma perspectiva teórico-prática, articulando os fundamentos conceituais sobre competências cien-
tíficas (Gamboa et al., 2020; Pozo e Gómez, 2010) com a análise crítica de experiências pedagógicas
relevantes no contexto ibero-americano (Herrera, 2016; Figueroa, 2017; Sánchez e Herrera, 2019).
Metodologicamente, a pesquisa combina: (a) Uma análise documental exaustiva dos marcos
curriculares venezuelanos (MPPE, 2017) em diálogo com as propostas teóricas mais avançadas
em didática das ciências. (b) A revisão sistemática de experiências pedagógicas inovadoras de-
senvolvidas em contextos semelhantes ao venezuelano. (c) Um estudo de campo em instituições
educacionais do município Ezequiel Zamora, que permite contrastar os referenciais teóricos
com as realidades da sala de aula.
Os resultados desta investigação buscam oferecer elementos concretos para superar as limita-
ções identificadas por Arias (2017) e Sánchez e Herrera (2019). A relevância deste estudo trans-
cende o âmbito acadêmico, pois, como afirma Freire (2012), a educação científica de qualidade
é um direito fundamental e uma condição necessária para o pleno desenvolvimento da cida-
dania em sociedades democráticas.
Fundamentos teóricos
A formação em competências científicas e investigativas no Ensino Médio Geral requer um só-
lido marco teórico que integre perspectivas psicológicas, pedagógicas e socioculturais. Os au-
tores citados neste artigo fornecem fundamentos essenciais para compreender como essas
competências são construídas e como podem ser promovidas a partir de uma abordagem in-
terdisciplinar. A seguir, são apresentados os principais referenciais teóricos organizados em três
eixos indicados a seguir:
Bases conceituais das competencias
O conceito de competência é polissêmico e tem sido abordado a partir de diversas disciplinas.
Desde a psicologia cultural, Vigotsky (1985) enfatiza que as competências são ações situadas,
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Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir de uma
perspectiva interdisciplinar no ensino médio geral
mediadas pela interação social e pelo contexto. Essa visão destaca o caráter social da apren-
dizagem, onde o conhecimento é construído coletivamente. Complementarmente, Chomsky
(1970) introduz a noção de competência linguística como uma estrutura mental inata, enquanto
Hymes (1996) amplia essa perspectiva ao incorporar a competência comunicativa, que considera
o uso da linguagem em contextos sociais específicos.
No âmbito educacional, autores como Tobón (2006a, 2006b) e Perrenoud (1999) contribuíram
para definir as competências como capacidades integradas que combinam conhecimentos,
habilidades e atitudes para resolver problemas em contextos reais. Essas ideias influenciaram
reformas curriculares na América Latina, como na Colômbia (Ley 30 de 1992) e no Peru (Currí-
culo Nacional da Educação Básica), onde as competências foram incorporadas como eixo cen-
tral da formação estudantil.
Modelos de ensino-aprendizagem em ciências naturais
A didática das ciências evoluiu de modelos tradicionais para abordagens mais ativas e cons-
trutivistas. Freire (2012) critica o modelo "bancário", onde o estudante é um mero receptor pas-
sivo de conhecimento, e defende uma educação libertadora que promova o pensamento
crítico. Em contraste, o modelo por descoberta (Bruner, 1968) e o modelo de investigação (Gil,
1993) promovem que os estudantes construam conhecimento por meio da exploração e da
resolução de problemas autênticos.
Ausubel (1983) destaca a importância da aprendizagem significativa, onde os novos conheci-
mentos são integrados aos prévios, enquanto Piaget (1968a, 1968b) e Vigotsky (2009) oferecem
contribuições a partir do construtivismo. Piaget enfatiza o desenvolvimento cognitivo por es-
tágios (especialmente as operações formais nos adolescentes), enquanto Vigotsky introduz a
Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), onde o docente atua como mediador para poten-
cializar habilidades em formação.
Perspectiva interdisciplinar e competências científicas
A interdisciplinaridade emerge como uma abordagem chave para o desenvolvimento de com-
petências científicas e investigativas. Gamboa et al. (2020) definem essas competências como
a capacidade de observar, questionar, desenhar experimentos e comunicar descobertas, vin-
culando o conhecimento científico a problemas socioambientais relevantes. Essa visão está alin-
hada com experiências bem-sucedidas documentadas por Herrera (2016) na Espanha e
Figueroa (2017) no Peru, onde estratégias como a aprendizagem baseada em projetos e a in-
vestigação guiada demonstraram ser eficazes.
O currículo venezuelano (MPPE, 2017) promove teoricamente essa abordagem, embora sua
implementação enfrente desafios, como metodologias passivas e falta de recursos (Arias,
2017; Sánchez e Herrera, 2019). Para superar essas limitações, propõe-se integrar estratégias
didáticas como: (a) Pré-instrucionais: Ativação de conhecimentos prévios (Díaz e Hernández,
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32 Carmen Eloísa Sánchez Molina
2004). (b) Coinstrucionais: Aprendizagem cooperativa e resolução de problemas (Frola e Ve-
lásquez, 2011). (c) Pós-instrucionais: Portfólios e autoavaliação para consolidar as aprendiza-
gens.
Metodologia
O estudo adotou uma abordagem qualitativa (também denominada fenomenológica, in-
terpretativa ou naturalista), centrada na compreensão das perspectivas e experiências dos
docentes do Ensino Médio Geral na área de Ciências Naturais (Rojas de Escalona, 2010; Ga-
leano, 2020). Essa abordagem permitiu analisar as realidades subjetivas e intersubjetivas dos
participantes, enfatizando a descrição e a interpretação do fenômeno em seu contexto na-
tural.
Utilizou-se o método hermenêutico, que facilita a interpretação profunda dos discursos do-
centes mediante o círculo hermenêutico (Martínez, 2012; Gadamer, 1984). Esse processo implica
um diálogo constante entre as partes (entrevistas) e o todo (contexto educacional), permitindo
uma compreensão holística das competências científicas e investigativas.
Adicionalmente, integrou-se a teoria fundamentada (Charmaz, 2013) para analisar ações e
significados mediante: (a) Codificação aberta: Identificação de categorias emergentes a partir
dos dados. (b) Codificação axial: Relação entre categorias para construir um quadro interpre-
tativo. (c) Amostragem teórica: Seleção iterativa de participantes até alcançar saturação teó-
rica.
Quanto ao cenário e aos participantes, a pesquisa foi desenvolvida em cinco instituições edu-
cacionais de Santa Bárbara de Barinas (Venezuela), selecionadas por acessibilidade e diversidade
(públicas/privadas). Os informantes-chave foram cinco docentes de Ciências Naturais com: (a)
Formação em Biologia, Química ou áreas afins. (b) Mínimo de cinco anos de experiência do-
cente. (c) Graus acadêmicos de especialização ou mestrado.
A técnica de coleta de dados foi a entrevista em profundidade (Hurtado de Barrera, 2012),
sendo essa a principal técnica, por meio de um roteiro temático flexível que determinou: (a)
Percepções sobre as competências científicas. (b) Estratégias didáticas aplicadas. (c) Desafios
no ensino interdisciplinar. Nas entrevistas foram registradas não apenas respostas verbais, mas
também elementos não verbais (tom, gestos), enriquecendo a análise.
Cabe destacar que, em relação às técnicas de análise de dados, foram consideradas as indica-
ções de Martínez (2007) e Strauss e Corbin (2002), tendo sido implementado: (a) Categorização:
Codificação de atos de fala em temas. (b) Estruturação: Organização de dados mediante tabelas
e redes semânticas. (c) Confrontação: Comparação de achados com marcos teóricos. (d) Teo-
rização: Construção de um modelo interpretativo sobre as competências científicas a partir da
interdisciplinaridade.
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Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir de uma
perspectiva interdisciplinar no ensino médio geral
Para seguir um rigor metodológico e garantir validade e confiabilidade, aplicou-se: (a) Trian-
gulação contrastando dados das entrevistas com literatura científica. (b) Saturação teórica, ve-
rificando que os novos dados não gerassem categorias adicionais. (c) Reflexividade, com uma
explicitação por parte da pesquisadora de sua posição como intérprete para minimizar vieses.
Cabe destacar que, como considerações éticas, foram levados em conta: (a) Consentimento
informado dos participantes. (b) Anonimato no uso dos dados.
Resultados e discussão
Neste contexto, a unidade hermenêutica correspondente aos dados constou de cinco (5) do-
cumentos que contêm as informações de análise. Os dados foram distribuídos em um total de
41 códigos, atribuídos da seguinte forma: (a) 27 Códigos no documento primário 1. (b) 29 Có-
digos no documento primário 2. (c) 32 Códigos no documento primário 3. (d) 27 códigos no
documento primário 4. (d) 29 códigos no documento primário 5.
As categorias de análise dinâmicas surgiram à medida que se avançava na análise das entre-
vistas, o que permitiu que cada código fosse cuidadosamente examinado, dando lugar à criação
de duas categorias axiais (ver figuras seguintes).
Figura 1
Rede semântica de modelos ou enfoques de ensino.
Fonte: Sánchez (2025). Elaboração a partir da análise dos resultados das entrevistas.
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Figura 2
Rede semântica de competências científicas e investigativas
Fonte: Sánchez (2025). Elaboração a partir da análise dos resultados das entrevistas.
A triangulação metodológica aplicada neste estudo foi integrada em três dimensões-chave para
validar os achados: (a) Dados empíricos (entrevistas com docentes). (b) Referencial teórico (autores
especializados). (c) Interpretação da pesquisadora. A seguir, apresenta-se uma breve síntese da
análise comparativa das categorias emergentes, exemplificada com os códigos abertos mais re-
levantes. Na pesquisa original, esse aspecto compreende quase uma centena de páginas.
1. Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)
Docentes: "Os projetos baseados em problemas permitem ver aplicações reais da ciên-
cia" (Inf. 1). "Os estudantes resolvem problemas comunitários, como contaminação da
água" (Inf. 2).
Teoria: "Metodologia ativa centrada em problemas autênticos que integra disciplinas"
(Marra et al., 2014, p.221). "Desenvolve competências como argumentação e trabalho
em equipe" (Rivera de Parada, 2007, p.105).
Pesquisadora: A ABP demonstra alta efetividade ao vincular aprendizagem com pro-
blemas sociais relevantes, embora requeira mais recursos e formação docente para sua
plena implementação.
2. Aprendizagem colaborativa
Docentes: "As atividades em grupo são essenciais para projetos científicos" (Inf. 1). "O
N
Evaluacin formativa Evaluacin del aprendizaje
es parte de
5:9
6:19
Evaluacin procesual y de
resultados
es parte de
Evaluacin formativa
es parte de
4:8 2:24
5:10
es parte de
Registro y diarios
descriptivos
TØcnica de
brainstrorming
6:17
5:12
6:18
Praxis educativa Modelos de enfoques
de enseæanza
Aprendizaje
significativo
esta
asociado
con
esta a
sociado
con
Es
parte
Rol de mediador
Rol del docente
Esta asociado con
es parte de
6:3
TØcnicas
didÆcticas Simulaciones
TØcnica del
conversatorio
TØcnica de la
discucin
Tecnologas
emergentes
TØcnica de
exposicin
4:6
2:26
TØcnica de
observacin
es
parte
de
es
parte
de
esta asociado con
TØcnica del
debate
es parte de es parte de
6:25
2:25
5:11
4:5
4:9
4:7
5:22
5:20
TØcnica de resolucin
de problemas
6:29
5:31
5:22
4:28
4:25
es parte de
4:21
TØcnica de la
pregunta
es parte de
es parte de
6:26 6:20
Es
parte
de
6:23
5:21
es
Parte
de
4:23
Aprendizaje
experencial
Aprendizaje
transmisivo
Aprendizaje
sociocultural
Aprendizaje
cooperativo
Aprendizaje
basado en problemas
3:28
4:2
3:15 2:9
3:20
4:10
2:7
35
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Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir de uma
perspectiva interdisciplinar no ensino médio geral
trabalho em equipe melhora a capacidade investigativa" (Inf. 4).
Teoria: Processo coletivo com interdependência positiva (Johnson et al., 1994). "Gera
mecanismos de aprendizagem significativa" (Vaillant e Manso, 2019, p.23).
Pesquisadora: A colaboração replica o trabalho científico real, mas é necessário orien-
tação docente para evitar desigualdade nas contribuições.
3. Aprendizagem experiencial
Docentes: "Os jogos didáticos criam aprendizagens memoráveis" (Inf. 3). "As práticas
de campo são insubstituíveis" (Inf. 4).
Teoria: O conhecimento é criado mediante a transformação de experiências (Instituto
Tecnológico de Monterrey, 2010b). Vincula contextos reais com a aprendizagem (Samper
e Ramírez, 2014).
Pesquisadora: Embora custosa, a aprendizagem experiencial oferece os resultados mais
duradouros em competências científicas.
4. Aprendizagem significativa
Docentes: "Conectamos teoria com fenômenos cotidianos" (Inf. 1). "Partimos do con-
hecido para explorar o novo" (Inf. 3).
Teoria: "Requer relacionar novos conhecimentos com a estrutura cognitiva existente"
(Moreira, 2017, p.2). Processo de atribuição de significados (Latorre, 2017).
Pesquisadora: "A conexão com vivências pessoais é a ponte mais eficaz para a apren-
dizagem científica".
5. Construtivismo
Docentes: "Os estudantes constroem conhecimento mediante projetos" (Inf. 1, 2, 3).
Teoria: "Reconstrução ativa de significados" (Coll et al., 1999, p.9). "Processo de elabo-
ração pessoal" (Porlán, 2002, p.19).
Pesquisadora: O construtivismo requer docentes altamente capacitados para guiar ade-
quadamente o processo.
6. Compreensão profunda
Docentes: "Buscamos que apliquem conceitos em novos contextos" (Inf. 1). "As demons-
trações práticas melhoram a compreensão" (Inf. 2).
Teoria: "Capacidade de usar conhecimentos criativamente" (Otálora, 2009, p.123). "Trans-
feribilidade do conhecimento" (Gardner, 2000).
Pesquisadora: A verdadeira compreensão se evidencia na aplicação inovadora de con-
ceitos.
7. Desenvolvimento da curiosidade e pensamento crítico
Docentes: "As perguntas investigáveis são nosso ponto de partida" (Inf. 1). "O laboratório
fomenta o questionamento" (Inf. 2).
Teoria: Curiosidade como motor da aprendizagem (Nacioness Unidas). Pensamento crí-
tico como antídoto contra a desinformação (Thrive Teaching, 2024).
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Pesquisadora: Essas competências são a base para formar cientistas autênticos e cida-
dãos informados.
8. Avaliação da aprendizagem
Docentes: "Avaliamos processos, não apenas resultados" (Inf. 3). "A retroalimentação
contínua é chave" (Inf. 5).
Teoria: "Enfoque regulador da aprendizagem" (Amengual, 1989, p.31). Integrada ao pro-
cesso educativo (Alves e Acevedo, 1999, p.23).
Pesquisadora: A avaliação formativa democratiza a aprendizagem, mas requer mais
tempo docente.
9. Experimentação
Docentes: "O laboratório é nossa melhor sala de aula" (Inf.1). "Os experimentos desen-
volvem habilidades analíticas" (Inf. 2).
Teoria: Base do método científico (Canizales et al., 2004, p.26). Supera a mera obser-
vação (Carvajal, 2011, p.46).
Pesquisadora: A carência de laboratórios bem equipados é a maior limitação para de-
senvolver competências investigativas.
10. Formulação de hipóteses
Docentes: "Ensinamos a formular previsões verificáveis" (Inf. 3). "Os projetos incluem
verificação de hipóteses" (Inf. 4).
Teoria: Explicações tentativas (Vélez, 2001, p.18). Previsões verificáveis (Espinoza, 2018,
p.126).
Pesquisadora: Esta competência distingue o pensamento científico do senso comum.
11. Interpretação crítica de dados
Docentes: "Analisamos dados de pesquisas escolares" (Inf. 3). "Usamos estatística básica
em projetos" (Inf. 5).
Teoria: Avaliação da informação com critério (Paul e Elder, 2003, p.4). Aplicação prática
de conhecimentos (Educación Gratuita, 2024).
Pesquisadora: Habilidade essencial na era da infodemia e dos dados massivos.
12. Interdisciplinaridade
Docentes: "Integramos biologia, física e química" (Inf. 1). "Os projetos abordam proble-
mas a partir de múltiplas disciplinas" (Inf. 5).
Teoria: Visão integradora do conhecimento (Morin, 1995). “Necessária para problemas
complexos" (Araya et al., 2006, p.407).
Pesquisadora: Romper barreiras disciplinares é o maior desafio curricular atual.
13. Investigação e uso de evidências
Docentes: "Os estudantes coletam e analisam dados" (Inf. 2). "Usamos tecnologia para
pesquisas" (Inf. 5).
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Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir de uma
perspectiva interdisciplinar no ensino médio geral
Teoria: Base da prática científica (Ministerio de Educación, 2019a). Requer rigor meto-
dológico (Secretaría de Educación Pública, s.f).
Pesquisadora: Falta desenvolver mais essa competência no currículo venezuelano.
14. Conhecimentos prévios
Docentes: "Partimos das ideias prévias dos estudantes" (Inf. 3). "Conectamos com ex-
periências cotidianas" (Inf. 3).
Teoria: Estrutura cognitiva de partida (Sulmont, 2022). “Âncora para novas aprendiza-
gens” (López, 2009, p.5).
Pesquisadora: Ignorar os conhecimentos prévios é o erro mais comum no ensino tra-
dicional.
15. Pensamento crítico
Docentes: "Promovemos o questionamento fundamentado" (Inf. 1). "Debates baseados
em evidências" (Inf. 5).
Teoria: “Estratégias e representações mentais que as pessoas utilizam para resolver pro-
blemas, tomar decisões e aprender novos conceitos” (Shaw, 2014, p.66). "Competência
cidadã essencial" (Benzanilla et al., 2018, p.90).
Pesquisadora: Habilidade-chave para enfrentar os desafios do século XXI.
16. Avaliação da aprendizagem
Docentes: "Combinamos avaliações formativas e somativas" (Inf. 4). "Valorizamos pro-
cessos, não apenas produtos" (Inf. 3).
Teoria: "Enfoque integral do currículo" (Amengual, 1989, p.31). "Orientada para a mel-
horia" (González, 1999, p.36).
Pesquisadora: A avaliação tradicional não mede competências científicas autênticas.
Depois de analisadas as categorias anteriores, chegou-se à teorização na qual se propôs que
a formação de competências científicas e investigativas no Ensino Médio Geral requer uma
práxis educativa fundamentada em modelos pedagógicos ativos que transcendam a aborda-
gem transmissiva tradicional (Flórez, 1999).
Nesse sentido, os professores de ciências naturais utilizam a ABP como estratégia central para
desenvolver competências científicas e investigativas. Essa abordagem, caracterizada pelo tra-
balho com problemas reais, fomenta a participação dos estudantes, o desenvolvimento do
pensamento crítico e a colaboração em equipe (Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores
de Monterrey, 2010). Segundo Marra et al. (2014), a ABP permite aos estudantes aplicar con-
hecimentos científicos a situações autênticas, reforçando sua motivação e capacidade de trans-
ferência para contextos cotidianos.
Além disso, é complementada por atividades lúdicas, como jogos didáticos, que criam um am-
biente de aprendizagem dinâmico e favorecem o desenvolvimento cognitivo, emocional e so-
cial (Mazabuel, 2016). No entanto, para uma compreensão profunda das competências, são
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incorporadas técnicas de argumentação científica, essenciais para o raciocínio crítico e a cons-
trução colaborativa do conhecimento (Ribera de Parada, 2007; Eggen e Kauchak, 2015).
Os professores implementam a aprendizagem colaborativa para desenvolver competências
científicas, baseada em interações "face a face" (Johnson et al. 1994). Essa metodologia fomenta
a troca de conhecimentos, habilidades sociais e trabalho em equipe, essenciais para a ciência
como prática coletiva (Bunge, 2014). Segundo Roselli (2016), a colaboração promove respon-
sabilidade compartilhada e construção conjunta de soluções. Os projetos colaborativos pre-
param os estudantes para resolver problemas reais (Rivera de Parada, 2004), desenvolvendo
pensamento crítico e competências investigativas por meio do trabalho interdisciplinar (Vaillant
e Manso, 2019).
A aprendizagem experiencial promove competências científicas por meio de atividades práticas
como dissecações em laboratório, onde os estudantes "observam diretamente a anatomia ce-
rebral" (Inf. 2). Segundo a Universidad del Desarrollo (2021), essa abordagem implica aplicar
conhecimentos em contextos reais, fortalecendo o pensamento crítico e a autonomia. Kolb
(1984) destaca seu ciclo de observação-reflexão-experimentação, que facilita a compreensão
profunda e aplicação prática de conceitos científicos. Os professores relatam maior motivação
estudantil e desenvolvimento de habilidades investigativas quando os alunos são protagonistas
ativos da própria aprendizagem (Inf. 5).
A aprendizagem significativa fundamenta-se em conectar conhecimentos prévios com novos
(Tekman, 2021), permitindo aos estudantes compreender e aplicar conceitos científicos em con-
textos reais. Professores utilizam estratégias como projetos e debates para fomentar o pensa-
mento crítico (Inf. 2). Essa abordagem desenvolve competências investigativas e consciência
socioambiental (Inf. 4). Complementarmente, o construtivismo (Le Moigne em Perraudeau, 2001)
promove aprendizagem ativa por meio da ABP e de projetos interdisciplinares (Inf. 5), nos quais
os estudantes constroem conhecimento colaborativamente (Rosillo, 2018; Mamani, 2017).
Alguns professores utilizam estratégias lúdicas a partir da abordagem sociocultural (Vygotsky,
2009), fomentando a interação e a aprendizagem colaborativa em ciências naturais (Inf. 4). No
entanto, persiste um modelo transmissivo tradicional, centrado no professor e nos conteúdos
(Flórez, 1999). Outros professores, sem formação na área, priorizam avaliações quantitativas,
negligenciando o aspecto didático. Os modelos baseados em competências científicas buscam
desenvolver habilidades investigativas por meio da exploração e da prática (Inf. 2), enquanto o
construtivismo promove experimentação direta para estimular a curiosidade e a autonomia (Inf.
3).
Por outro lado, o professor deve assumir um "papel de mediador" (Vygotsky, 2009; Tebar 2009),
fomentando a autonomia e a aprendizagem significativa por meio de atividades práticas (Inf.
3). Enquanto alguns adotam uma abordagem tradicional baseada na memorização e na ava-
liação comportamental (Flórez 1999, Novak e Gowin 1988), outros promovem o construtivismo,
facilitando experiências investigativas (laboratórios, projetos) que desenvolvem habilidades cien-
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Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir de uma
perspectiva interdisciplinar no ensino médio geral
tíficas (Dewey, 1960). A aprendizagem por descoberta exige que o estudante selecione e analise
informações ativamente (Novak e Gowin, 1988), enquanto o professor orienta por meio de ava-
liação formativa e perguntas-chave para uma aprendizagem significativa.
O uso de estratégias pedagógicas inovadoras, como a inteligência artificial (IA), promove ha-
bilidades científicas e investigativas por meio da aprendizagem ativa e personalizada (Inf. 4). A
IA permite simulações e análise de dados, promovendo o pensamento crítico e a interdiscipli-
naridade. Outras técnicas incluem: (a) Brainstorming (Cirigliano e Villaverde, 1981; Pimienta,
2008), que estimula a criatividade por meio de ideias livres e estruturadas. (b) Apresentações
orais (Castro, 2017), nas quais os estudantes organizam e comunicam conhecimentos científicos.
(c) Discussão em grupo (Cirigliano e Villaverde, 1981), facilitando a troca de ideias em um am-
biente colaborativo. (d) Formulação de perguntas (Inf. 6), essencial para desenvolver o pensa-
mento crítico e a investigação científica. (e) Resolução de problemas (Inf. 4), aplicando
conhecimentos teóricos em contextos reais. (f) Conversatórios (Centro de Investigaciones y Ser-
vicios Educativos, s.f), promovendo o diálogo reflexivo. (g) Debates (Cirigliano e Villaverde, 1981;
Pimienta, 2008), incentivando a argumentação e a participação (Inf. 4, 5 e 6).
Quanto à categoria axial avaliação da aprendizagem em ciências naturais, esta adota um caráter
formativo e processual, permitindo aos docentes identificar desvios e ajustar estratégias peda-
gógicas (Flórez, 1999; Amengual, 1989). A avaliação formativa, destacada nos testemunhos do-
centes (Inf. 5 e 6), proporciona feedback em tempo real, facilitando a melhoria contínua.
Stefflebeam (1987) enfatiza seu papel como guia para a tomada de decisões, enquanto a ava-
liação somativa (Camilloni, 1998) certifica aprendizagens e competências científicas, integrando
hipóteses, experimentação e análise (Inf. 5).
A avaliação processual (Alves e Acevedo, 1999) valoriza desempenho, atitude e rendimento (Es-
tévez, 2000), transcendendo os resultados finais. Técnicas como a observação (registros ane-
dóticos, escalas de estimativa) permitem avaliar habilidades práticas e colaborativas (Inf. 2, 4 e
6), embora exijam cuidado para evitar vieses subjetivos. Instrumentos como diários descritivos
(Inf. 5) e listas de verificação otimizam a objetividade.
Por outro lado, a partir de uma perspectiva integradora e como síntese, propõe-se que as com-
petências científicas e investigativas constituem um pilar fundamental na formação educacional
contemporânea, integrando dimensões cognitivas, procedimentais e atitudinais. A partir de
uma perspectiva construtivista (Vygotsky, 1978; Piaget, 1968), essas competências transcendem
a mera aquisição de conhecimentos, promovendo habilidades essenciais para a análise crítica
e a resolução de problemas complexos. As competências cognitivas envolvem a capacidade de
analisar, compreender, interpretar e explicar conceitos ou fenômenos científicos. Estas com-
preendem:
Argumentação científica. A capacidade de estruturar raciocínios baseados em evidências,
fundamental na comunicação de descobertas e na refutação de ideias. “É quando se
propõe um argumento que se dá uma razão para pensar que sua conclusão é verda-
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40 Carmen Eloísa Sánchez Molina
deira” (Iacona, 2018 p. 65). “É a capacidade de formular perguntas, experimentar e co-
municar suas descobertas de maneira eficaz" (Inf. 5); é uma competência central no pro-
cesso científico, pois fomenta uma comunicação estruturada que sustenta as conclusões
com evidências sólidas.
Compreensão de conceitos científicos. É uma habilidade essencial na formação e no de-
senvolvimento de competências investigativas, pois implica não apenas a memorização
de informações, mas também a capacidade de entender e relacionar diferentes concei-
tos entre si. De acordo com Pérez (2008, p. 76), é uma “construção teórica que tem
como objetivo prever a ocorrência de acontecimentos ou resultados experimentais e
explicar fatos que já aconteceram”.
Explicar fenômenos ou fatos cientificamente. “O fato existe ou está à disposição do pes-
quisador antes da construção da teoria que pretende explicá-los” (Díaz et al., 2005, p.
101), o que implica que a realidade observável deve ser interpretada mediante a inte-
gração de diferentes enfoques e teorias.
Hipóteses. Isto implica a capacidade de fazer previsões fundamentadas, baseadas no
conhecimento científico e na observação de padrões, ou seja, aprender a planejar “os
problemas que surgem por meio da análise da relação entre o conhecimento teórico e
o empírico” (Díaz et al., 2005, p. 100).
Pensamento crítico. É a capacidade de responder aos problemas do entorno (Guzmán
et al., 2019).
Interpretar dados e evidências de maneira crítica. Consiste em avaliar as informações ob-
tidas para extrair conclusões válidas e fundamentadas.
Por outro lado, têm-se as competências procedimentais que integram habilidades práticas es-
senciais para a investigação científica, como a indagação. Essas competências fomentam a apli-
cação do método científico em contextos reais, desenvolvendo observação, análise crítica e
resolução de problemas (Inf. 2). A experimentação ativa — como o estudo de arcos reflexos
em anfíbios (Inf. 6) — consolida aprendizagens significativas ao vincular teoria e prática (Inf. 2),
preparando os estudantes para os desafios científicos contemporâneos.
Essas competências constituem: (a) Construir e avaliar projetos ou protótipos: implica aplicar
conhecimentos científicos para criar e melhorar modelos ou dispositivos experimentais. Através
dessas atividades, oferece-se a oportunidade de "projetar soluções criativas e eficazes" (Inf. 4)
que respondem a problemas contemporâneos. (b) Investigação: é um pilar fundamental na
educação científica, pois impulsiona os estudantes a explorar, questionar e descobrir o mundo
que os rodeia.
Em relação às competências atitudinais, este grupo inclui as competências que promovem o
desenvolvimento de atitudes fundamentais para o trabalho científico. Entre elas, destacam-se:
(a) Desenvolver a curiosidade e o pensamento crítico: “fomentar a curiosidade e o pensamento
crítico é essencial para que os estudantes compreendam e interiorizem as competências cien-
tíficas e investigativas” (Inf. 2). (b) Investigar, avaliar e utilizar informações científicas: implica a
atitude de busca constante por conhecimento, bem como a capacidade de discernir entre fon-
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Competências científicas e investigativas dos estudantes a partir de uma
perspectiva interdisciplinar no ensino médio geral
tes de informação válidas e inválidas. “É necessário identificar e resolver problemas no contexto
real para enfrentar problemáticas reais” (Inf. 3).
Cabe destacar que o desenvolvimento de competências científicas transcende a mera aquisição
de conhecimentos, integrando dimensões cognitivas, procedimentais e atitudinais. A partir de
uma abordagem construtivista, fomenta-se o pensamento crítico (análise, avaliação e síntese
de informações), a argumentação científica (estruturação de ideias com base em evidências) e
a investigação (formulação de hipóteses e design experimental). Essas competências promovem
habilidades metacognitivas e a resolução de problemas complexos mediante uma abordagem
interdisciplinar. Além disso, atitudes como a curiosidade, o compromisso ético e a criatividade
são essenciais para aplicar o conhecimento científico em contextos reais, reforçando a conexão
entre teoria e prática. A comunicação eficaz (oral, escrita e digital) completa este perfil, asse-
gurando a transferibilidade do saber.
Conclusões
Ao término deste artigo, conclui-se que os referenciais teóricos analisados ressaltam a ne-
cessidade de transitar de um modelo educacional tradicional para um modelo interdisciplinar,
centrado no desenvolvimento de competências científicas e investigativas. As teorias cons-
trutivistas (Piaget, Vigotsky, Ausubel) e os modelos ativos (investigação, descoberta) fornecem
ferramentas para projetar práticas pedagógicas que promovam a curiosidade, o pensamento
crítico e a aplicação do conhecimento em contextos reais. A integração dessas perspectivas,
juntamente com estratégias didáticas inovadoras, pode transformar as salas de aula em es-
paços onde os estudantes não apenas aprendem ciência, mas pensam e agem como cien-
tistas.
Do mesmo modo, conclui-se que a práxis educativa em competências científicas e investiga-
tivas se sustenta em modelos pedagógicos ativos, como a aprendizagem baseada em pro-
blemas e por projetos, que promovem a aplicação do conhecimento em contextos reais.
Essas metodologias, juntamente com estratégias como o debate e a discussão em grupo,
promovem o pensamento crítico e a construção colaborativa do saber. A avaliação formativa,
com feedback contínuo e critérios claros, assegura uma aprendizagem significativa e adap-
tativa. A integração dessas abordagens no ensino — centrado no estudante — enriquece o
processo educativo, preparando os alunos para desafios acadêmicos e profissionais com fe-
rramentas analíticas, criativas e colaborativas.
Finalmente, conclui-se que as competências científicas e investigativas se articulam em três
dimensões-chave: (a) Cognitiva (pensamento crítico, argumentação baseada em evidências
e compreensão interdisciplinar de fenômenos, fundamentada em teorias como as de Piaget
e Vygotsky). (b) Procedimental (investigação, interpretação de dados e construção de protó-
tipos, sob a abordagem "aprender fazendo" de Bruner e Dewey). (c) Atitudinal (curiosidade
como motor da aprendizagem e ética científica).
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42 Carmen Eloísa Sánchez Molina
Essas competências, integradas ao Ensino Médio Geral, formam cidadãos capazes de resolver
problemas complexos, inovar e assumir responsabilidades em um mundo interconectado,
combinando rigor científico com criatividade e consciência social.
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Dizeres e fazeres: compreensibilidade da
significação dos saberes dos docentes
em relação à leitura e à escrita na
educação rural colombiana múltipla
Decires y quehaceres: comprensibilidad de la
significación de los saberes en los docentes
respecto de la lectura y la escritura
en la educación rural colombiana
Alba Lucía Barajas Lizcano
https://orcid.org/0000-0002-1157-2907
Bucaramanga, Santander / Colombia
Como citar: Contreras, C. A. F. y Barajas, L. A. L. (2025). Dizeres e fazeres: compreensibilidade da signi-
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* Artigo que se apresenta como um primeiro avanço da pesquisa: Estratégias didáticas de leitura e escrita: um es-
tudo interpretativo das práticas de ensino dos professores do ensino fundamental nas instituições escolares da
zona rural do município de Rionegro (Santander-Colômbia). Pesquisa que faz parte da tese de doutorado.
**Professor Emérito da Universidad de Los Andes-Táchira. Categoria Titular. Aposentado. Especialista em Gerência
Pública, Menção Descentralização dos Serviços Educativos. Especialista em Planejamento para o Desenvolvimento
Rural. Especialista em Direito Administrativo. Magíster em Educação, Menção Administração Educativa. Doutor em
Educação, Advogado. Pesquisador PEI. ULA. Programa Promoção do Pesquisador (PPI) Nº 6263. Professor convi-
dado nos Programas de Mestrado e Doutorado de várias Universidades. Ex-coordenador de Assessoria Jurídica,
da Dirección de Cultura del Estado Táchira. E-mail: adrianfilidi@gmail.com e adriancontreras@ula.ve
***Licenciada em Educação Infantil com ênfase em Arte e Ludicidade. Especialista em Educação Matemática. Magíster
em Educação pela Universidad Industrial de Santander. Doutora em Educação pela Universidad Nacional de Rosario
(Argentina). Atualmente professora do ensino fundamental na Institución Aguada de Ceferino, município de Girón
(Santander). E-mail: albalucia0369@yahoo.es
Recebido: maio / 7 / 2025 Aceito: maio / 21 / 2025
Adrián Filiberto Contreras Colmenares
https://orcid.org/0000-0001-6711-3649
San Cristóbal, estado Táchira / Venezuela
https://doi.org/10.59654/2ptecf78
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
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Resumo
Discorrer sobre os dizeres e fazeres busca estabelecer a relação entre o que as pessoas fazem
e dizem. Neste ato escritural, desde o teórico, fundamenta-se na ação social de Goffman (1959).
Herrera e Soriano (2004: 71) indicam: “O mundo das relações face a face também se rege por
um sistema articulado e persistente de regras, normas e rituais”. A compreensibilidade dos sa-
beres nos docentes conecta o fazer e o dizer, no que se refere à leitura e à escrita. O paradigma
interpretativo permitiu compreender a realidade, por meio da etnografia. Foram tomados 3
docentes com formação própria e 4 com formação por Bolsas de Excelência do MEN. Foram
realizadas entrevistas semiestruturadas com ambos os grupos, bem como análise das guias de
aprendizagem, diretrizes curriculares e Padrões de Língua Castelhana. Tudo isso permitiu de-
terminar a importância de promover uma formação contínua para os docentes.
Palavras-chave: dizeres, fazeres, ação social, leitura, escrita, saberes, docentes.
Resumen
Discurrir sobre los decires y haceres busca establecer la relación entre lo que las personas hacen
y dicen. En este acto escritural, desde lo teorético, se fundamenta en la acción social de Goffman
(1959). Herrera y Soriano (2004: 71) indican: “El mundo de las relaciones cara a cara también se
rige por un sistema articulado y persistente de reglas, normas y rituales”. La comprensibilidad
de los saberes en los docentes conexiona el hacer y el decir, respecto de la lectura y la escritura.
El paradigma interpretativo permitió comprender la realidad, mediante la etnografía. Se tomó
a 3 docentes con formación propia y 4 con formación de Becas de la Excelencia del MEN. Se
realizaron entrevistas semi-estructuradas a ambos grupos; así como análisis de las guías de
aprendizaje, lineamientos curriculares y Estándares de Lengua Castellana. Todo permitió de-
terminar la importancia de promover una formación continua para los docentes.
Palabras clave: decires, quehaceres, acción social, lectura, escritura, saberes, docentes.
Introdução
Um aspecto central, que se desenvolve neste discorrer escritural, está relacionado com a com-
preensão do nível de conhecimento proposto pelo docente com relação à aprendizagem e
desenvolvimento da leitura e da escrita dos alunos da educação rural na Colômbia. Assim, no
encontro com o fazer dos docentes evidenciam-se as marcas de sua formação profissional,
tanto nos pré-conceitos que possuem quanto nos conhecimentos procedimentais que aplicam
e com os quais interagem na realização dos processos de ensino e aprendizagem. É conve-
niente indicar que, com frequência, surgem contradições entre os saberes, suas crenças, seus
dizeres e o fazer pedagógico. Do mesmo modo, é pertinente considerar que o docente que
atua no setor rural é enviado para educar com pouco conhecimento acerca das exigências di-
dáticas no ensino em uma sala multisseriada. As universidades não contemplam em seu currí-
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culo de estudos e em seu processo formativo a alfabetização sobre esta metodologia.
Assim, para enfrentar uma estratégia diante desses desafios, o docente deve ser criativo e ino-
vador na transposição didática, de modo que possa adaptar o saber teórico que possui às
novas realidades do contexto rural. É necessário referir com García (2012: 1) que “…o saber teó-
rico é um tipo de conhecimento que se baseia em conceitos e teorias para compreender a re-
alidade”.
E sob essa premissa, então, em primeiro lugar, foi necessário identificar as carências dos estu-
dantes para poder planejar estratégias que se ajustassem a diversos ambientes. Em segundo
lugar, propôs-se uma didática que não se centrasse apenas na alfabetização tradicional, mas
que também integrasse uma leitura cultural e social, entendendo a alfabetização como um
processo mais amplo que vai além de conhecer o alfabeto. Do mesmo modo, consideraram-
se os diferentes ritmos de aprendizagem dos estudantes, concedendo tempos e experiências
ativas que favorecessem o desenvolvimento de seus conhecimentos.
Portanto, realizar uma mudança com ações didáticas inovadoras, baseadas nas abordagens
pedagógicas contemporâneas, no fazer pedagógico, vai se converter em uma influência posi-
tiva para a aprendizagem dos alunos. Mas isso é possível se forem considerados os processos
de ensino com uma diversidade de situações dadas no meio rural, levando em conta a exis-
tência de vários graus na sala de aula. Além disso, os dispositivos ou cartilhas de aprendizagem
existentes, da Escola Nova, são usados pelo docente sem compreender a metodologia. Aqui,
seria possível formar o professor para o desenvolvimento adequado destas em sala. Além disso,
é necessário oferecer conhecimento —em seu domínio conceitual e procedimental— mediante
um processo de atualização das cartilhas para uma linguagem dinâmica e coerente com o
meio.
Com o exposto acima, pode-se dizer que há pouca preparação para o docente rural no que
diz respeito ao ensino da leitura e da escrita em salas multisseriadas. Por isso, este trabalho
atende particularmente, por um lado, às práticas e dizeres de alguns docentes que participaram
do programa de Bolsas para a Excelência oferecido pelo Ministerio de Educación Nacional
(MEN), concedidas em 2018 e 2022; por outro lado, contrasta com as práticas e os dizeres dos
docentes que têm formação por conta própria. Além disso, é pertinente considerar que o do-
cente que atua no setor rural é enviado para formar e educar com pouco conhecimento sobre
as exigências didáticas de uma sala multisseriada. É bem sabido que as universidades não con-
templam em seu currículo de estudos e menos ainda em sua formação a alfabetização sobre
essa metodologia multidisciplinar e multiníveis educativos.
Diante disso, o docente —muitas vezes também sem formação docente, menos ainda peda-
gógica, pois têm outras profissões: advogados, economistas, engenheiros— assume o desafio
de buscar e encontrar estratégias que lhe permitam desenvolver as diretrizes curriculares es-
tabelecidas pelo Ministerio de Educación Nacional (MEN, 1998), especificamente as que dizem
respeito ao campo de linguagem (em suas áreas de leitura e escrita), pontos focais desta dis-
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sertação. Aqui, seria possível formar o professor para o desenvolvimento adequado destas em
sala de aula. Com o exposto acima, pode-se dizer que há pouca preparação para o docente
rural. Por isso, este trabalho atende particularmente às práticas de alguns docentes que parti-
ciparam do programa de Bolsas para a Excelência oferecido pelo Ministério da Educação Na-
cional e dos docentes que têm formação por conta própria.
Fundamentação
No ensino da leitura e da escrita, o professor deve ter conhecimento de como a criança constrói
a leitura e a escrita a partir dos pré-saberes. Em resposta ao questionamento: observa-se que
quando a criança chega à escola, já possui conhecimentos prévios de leitura e escrita. Portanto,
os pré-saberes são o fundamento para criar o novo conhecimento. Como diz Piaget (2017:
840): “…a aprendizagem é a construção que o sujeito faz no desenvolvimento de novos con-
teúdos que assimila e acomoda”. Assim, o educando ao ter uma ampla cultura em leitura terá
significados diversos que lhe permitem ampliar a comunicação. Em correspondência com este
aspecto comunicacional, Jan Servaes, Everet Rogers, Daniel Lerner, Mattelart, Paulo Freire, entre
outros (citados por Callou, 2005: 13) manifestam:
…nos mostram a importância de aplicar a comunicação para desenvolver aspectos da
comunidade, como saúde, tecnologia, cultura, problemas de comunicação, dificuldades
de relacionamento com os imigrantes, falta de emprego, etc. E os projetos, na medida
em que são implantados, devem proporcionar à comunidade os conhecimentos neces-
sários para que, após a sua intervenção, ela possa “caminhar sozinha”; ou seja, que ela
mesma encontre a solução para seus problemas, por meio da comunicação para o de-
senvolvimento, e que consiga seguir se desenvolvendo cada vez mais..
Como pode ser observado, a comunicação, independentemente do contexto em que se realize,
tem o potencial de fortalecer diferentes áreas e aspectos em uma comunidade. No contexto
da educação no meio rural, a comunicação permitirá potencializar a aprendizagem significativa
dos estudantes, com o apoio dos docentes, por meio da incorporação de estratégias que for-
taleçam o encontro com a leitura e a escrita.
Pois bem, o ensino deve fomentar ambientes de aprendizagem com uma linguagem acessível
e estratégias diversas que potencializem o desenvolvimento dos estudantes. Nesse sentido, é
oportuno assinalar que, ainda hoje, o educador realiza suas práticas com paradigmas conven-
cionais; como a palavra dividida, a repetição da escrita e o ativismo de tarefas sem nenhum
sentido; tudo isso desmotiva o educando. Nesse caso, é necessário transformar o planejamento
com diretrizes didáticas voltadas para ações que motivem a formação de estudantes críticos
nessas competências.
Ou seja, o desenvolvimento de um ambiente alfabetizador orienta a interação do estudante
com materiais e atos de leitura e/ou escrita significativos, ou seja, coloca em cena seus saberes
prévios, bem como as novas problematizações e conhecimentos que formula sobre a leitura e
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a escrita. É falar do processo de construção e reconstrução da linguagem escrita. Entende-se
que o educando realiza hipóteses que expressam modos de interpretação e de saber, proce-
dimentos que evoluem para o domínio da escrita convencional. Nesse processo, o estudante
recebe orientações com o convite para refletir sobre suas produções e interpretações, e igual-
mente revisar e avaliar suas próprias produções.
Pois bem, surge a pergunta: como se dá o avanço da leitura e da escrita? Sobre isso, propõe
Ferreiro (1982) que o processo de leitura e escrita seja orientado a partir de duas premissas:
em primeiro lugar, a criança pensa sobre a escrita e procura reconstruir a natureza alfabética
dela ao fazer suas escritas e as comparar com a escrita convencional, desde que tenha opor-
tunidades de participar de atos de leitura e escrita significativos. Assim, tenta entender seu en-
torno letrado, desenvolvendo hipóteses próprias que vai reformulando até alcançar o domínio
convencional do sistema de escrita. Em consonância com isso, Fusca (2016: 1) afirma:
“Uma das primeiras ideias que as crianças elaboram ao começar sua investigação sobre
o que se pode dizer em um texto escrito, é que as letras representam o nome dos ob-
jetos” (Ferreiro, 1987). [E] Isso foi denominado “hipótese do nome” (Ferreiro e Teberosky).
Em segundo lugar, seus esquemas vão mudando e se confrontam com a língua escrita con-
vencional à medida que são dadas oportunidades de interagir com uma diversidade de textos.
Nessa perspectiva, nas palavras de Ferreiro (2011: 31):
saber como” é conhecer os processos de construção da hipótese desenvolvida pela
criança para aproximar-se da escrita, é compreender que a criança passa à representa-
ção da escrita silábica em sua busca por aproximar-se das letras, é compreender que a
sílaba é parte de um todo e essa forma a palavra.
Em suma, conhecer como o educando constrói a escrita ajuda o docente a fornecer modelos
que contribuam para a construção da leitura e da escrita. No entanto, no desenvolvimento das
estratégias educativas, a escola nos contextos rurais tem pontos nevrálgicos em relação à edu-
cação popular. Por um lado, o docente, talvez por seu afã em cumprir o currículo, termina por
educar segundo uma herança cultural, o que dificulta aprofundar um ensino de qualidade.
Como resultado, recorre-se a uma pedagogia pouco mutável na educação. Por outro lado, as
comunidades educativas se opõem a transformar o ensino em um processo baseado na cons-
trução de saberes, o que poderia ajudar o educando a entender as razões da leitura e da
escrita. Frequentemente, é considerado bom educador aquele que ensina com exercícios me-
cânicos (cópias) e cartilhas da palavra geradora (cartilha do Nacho).
No ensino da leitura e da escrita, faz-se necessário revisar as três abordagens propostas por
Vernon (2013: 1), pois: …as três remetem a teorias explicativas bastante diferentes do que são a
leitura e a escrita”. Essas abordagens são: (a) o ensino direto; (b) a linguagem integral; (c) abor-
dagem construtivista. No que diz respeito ao ensino direto, como aponta Vernon (2013: 1): “…
é talvez o mais difundido mundialmente; derivou de uma série de pesquisas agrupadas sob o
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nome de consciência fonológica”.
Enquanto na abordagem de linguagem integral, Vernon (2013:1) afirma que a escrita: “É uma
aprendizagem ‘natural’, já que a criança está rodeada de pessoas; portanto, ela aprende a se
comunicar. O professor é um guia, a compreensão da leitura é uma transação entre o leitor e
o texto. Sob essa visão, a aprendizagem ocorre de forma “natural”, à medida que desenvolve
a habilidade comunicativa.
Essa abordagem da linguagem integral foi proposta por Goodman (2003: 77), que afirma:
Qualquer criança aprende a falar sem que lhe ensinem explicitamente, porque está ro-
deada de pessoas que usam sua língua para se comunicar. Da mesma forma, a criança
que vive em um meio social que usa a escrita como meio de comunicação aprenderá
a ler e [a] escrever porque quer e precisa participar das convenções de seu meio, porque
precisa se comunicar.
Além disso, Vernon (2013: 3), em relação à abordagem fundante sobre a aprendizagem da lei-
tura e da escrita, situada numa perspectiva integral, também coloca que:
…a abordagem construtivista compartilha alguns pontos com a linguagem integral, em
especial, a ideia de ler e escrever como atividades comunicativas, e as crianças devem
ter contato com diferentes tipos de textos desde o início. Ambas [as abordagens] com-
partilham a noção de que ler não é decodificar, mas buscar significado.
Em síntese, ensinar o ato construtivo do processo leitor e escritor supõe, por parte do do-
cente, conhecer muito mais do que o sistema de escrita. Trata-se de compreender a natureza
da linguagem escrita que atravessa as práticas sociais de leitura e de escrita dos aprendi-
zes.
Assim, em relação ao ato escritural, Ferreiro (2006: 5) indica: “A escrita é um processo de cons-
trução interativa que a criança desenvolve para representar suas vivências da língua”. Além
disso, deve-se conceber a escrita como uma habilidade que também é complexa, multirrefe-
rencial e multiprocessual, pois integra vários subprocessos. E, sua realização, da mesma forma,
requer que o escritor elabore conteúdos e os organize adequadamente no que diz respeito à
sua apresentação. Dessa forma, poderá estabelecer uma verdadeira harmonização entre o que
escrever e como fazê-lo.
Isso implica que a criança desenvolva seu processo progressivamente, que se consolida pau-
latinamente, à medida que enfrenta cada vez mais esses processos e vai adquirindo maior do-
mínio sobre eles. No entanto, ainda que se considere a emergência desde a interioridade,
requer o apoio de adultos ou pares mediadores para que, dia após dia, haja mais contato com
textos que sejam atrativos, interessantes e significativos, de modo a gerar interesse na criança
para compreender o texto que enfrenta.
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Então, funda-se o ensino da leitura e da escrita nesse processo alfabetizador, por ser uma ação
humana e social, a qual se converte em apoio para o aprendiz, promovida pela ação do do-
cente, que atua como um dos mediadores significativos no processo de aprendizagem. Por
conseguinte, o ensino da leitura e da escrita é uma ação complexa pela multiplicidade de ele-
mentos que integram o processo em si.
É por isso que, como afirma Sobrino (2016: 4):
...estar alfabetizado, pois, ainda que implique dispor de um continuum de habilidades
de leitura e escrita, cálculo e numeração aplicados aos contextos sociais que as requei-
ram -entre outros, a saúde e a justiça, o trabalho e a educação-, nas atuais condições
de mudança não se poderia considerar que se trata de um estado acabado, mas de
um processo que se retroalimenta constantemente...
Como se pode interpretar, o processo de ensino é multifatorial; não está apenas vinculado à
leitura e à escrita. Vai muito além. Integra variados domínios do conhecimento, tanto conceituais
quanto procedimentais. Ora, o aspecto relacionado à leitura e à escrita, no que diz respeito
aos dizeres e fazeres do docente, é apenas uma perspectiva, que se torna o ponto focal desta
dissertação escritural, a partir do que foi a aproximação a esse objeto por meio de um processo
de pesquisa. Por conseguinte, a partir desta elaboração se propõe o que diz respeito ao de-
senvolvimento dessa habilidade nos aprendizes. Sobretudo, os estudantes do primeiro ano do
meio rural.
No que diz respeito a organizar a tarefa, no panorama construtivista propõe-se que o ensino
da leitura e da escrita, na visão de Piaget (citado por Arias et al, 2017: 837): “…os seres humanos
aprendem internamente a construir, organizar seus esquemas mentais em dependência das
diferentes etapas de desenvolvimento pelas quais atravessam, desde a infância até a vida
adulta”. Portanto, orientar a leitura e a escrita funda-se em como o estudante organiza os es-
quemas (compreender, construir e comunicar). Por isso, Piaget (em Arias Arroyo et al. 2017)
propõe, nesse sentido, que haja uma aprendizagem ativa por descoberta. Assim, surge a per-
gunta: como ensinar leitura e escrita? A resposta parte de considerar os processos integrados
que devem ser refletidos.
Além disso, o Ministerio de Educación Nacional (1998), nos lineamentos curriculares de Língua
Castelhana, a partir das propostas de Ferreiro, Teberosky, Rincón e Villegas, propõe a leitura e
a escrita; ou seja, propende para um ensino que leve em conta os esquemas cognitivos do es-
tudante, para que ele investigue em cada processo de construção da leitura e da escrita, e o
alfabeto seja o ponto de chegada. Assim, uma educação reflexiva em que o sujeito constrói os
saberes desde sua autonomia.
Essa perspectiva de intencionalidade do docente, para propor estratégias que impulsionem
esse ânimo interno do aluno orientado à aprendizagem, tem vinculação com o exposto por
Contreras (2004: 18), quanto ao ensino, o qual é concebido como: “Um processo intencional
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propiciado pelo docente para alcançar um objeto de conhecimento por parte do aprendiz em
um contexto de mediação...; dessa forma, ajuda-se o neocognoscente a ampliar sua aproxi-
mação ao desenvolvimento do processo leitor e escritor, a partir de sua própria habilidade e
interesse pela aprendizagem. Assim, nessa intencionalidade se insere a incorporação do ensino
da alfabetização, com a visão de:
…envolver a criança no processo leitor, comprometendo-a a realizar atos comunicativos
por meio da leitura e da escrita. No processo de alfabetização emergente, leitura e es-
crita estão fortemente inter-relacionadas, de modo que é difícil para a criança separá-
las diferenciando-as. (Sulzby, 1989, em Navarro, 2000: 120).
Como se pode ler, há uma interdependência entre os processos importantes para a compreen-
são das realidades que cercam o ser humano. Esses processos são a leitura e a escrita e, por-
tanto, é necessário organizar diversas opções e oportunidades com as quais o docente apoia
o desenvolvimento emergente no aprendiz.
Nesse sentido, Litwin (2012: 32) assinala: “…o ofício de ensinar está dotado de um saber teórico.
Portanto, o ensino da leitura e da escrita é concebido a partir do conhecimento da teoria, para
analisar, planejar e propor ações com sentido epistemológico do saber que fundamenta a trans-
formação do conhecimento. Com relação ao saber teórico, Aristóteles (como citado por Na-
varro e Pardo, 2009: 1) indica: “O saber teórico, referido ao modo de ser das coisas mesmas (e
não ao agente que fabrica com elas algo ou que empreende a partir delas alguma ação)”. De
maneira que, em consonância com isso, Ferreiro (2006) refere que o ensino na educação da
leitura e da escrita precisa levar em conta os esquemas conscientes propostos pela criança,
pois, essa -leitura e essa escrita- são vistas como um processo de criação.
Daí que, esses se interpretam a partir de uma comunicação entre o professor e o estudante.
Para isso, as instruções em classe se estruturam com elementos assim: emissor ou docente dá
as orientações no ensino; o canal e conteúdo se articulam no currículo e o receptor ou aprendiz
realiza a aprendizagem. Assim, as interações coincidem na situação educativa. Por isso, se or-
ganiza para coincidir na situação educativa. No que diz respeito, trata-se de atos interativos,
para os efeitos desse processo de ensino, a interação se vincula com a teoria da comunicação
de Shannon e Weaver (1949).
Nesse sentido, a responsabilidade de um ensino consciente orienta processos cognitivos. Por
isso, se reconhece na alfabetização uma prática que integra a linguagem com a cultura escrita.
Em relação a isso Sanjurjo e Foresi (2016: 20) oferecem orientações para realizar o processo de
ensino: “…formação teórica, conceitual, filosófica, cultural e política”. Por essa razão, o docente
se apoia em sua formação para tomar decisões na transformação dos saberes dos estudantes.
Além disso, propiciará espaços para a criação e o intercâmbio da escrita entre seus pares. Da
mesma forma, valorizará cada criação, pois são insumos para a preparação de novos conteú-
dos. Finalmente, harmonizará a prática pedagógica com os conhecimentos teóricos para ser
assertivo na construção da aprendizagem dos conteúdos previstos.
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A alfabetização nas populações dispersas da Colômbia
Para adentrar no ensino da leitura e da escrita na educação multisseriada, é necessário conhecer
o que precisa ser fortalecido na educação rural. Em consonância com isso, afirma Parra (1990:
26) que “…é necessário transformar a formação educativa, por uma que seja inclusiva nos pro-
cessos de trabalho que as comunidades realizam”. Isso leva a realizar uma análise da realidade
do objeto cognoscente que trata esta investigação. Embora seja certo que o Ministerio de Edu-
cación Nacional (2011) implementou programas focados na leitura e na escrita para os meios
rurais (Plano Nacional de Leitura e Escrita), não é menos certo que ainda persistem dificuldades
nos estudantes para desenvolver essas competências.
E, nesse sentido: “É necessário insistir, evidencia-se que esses programas são implementa-
dos sem levar em conta o desenvolvimento social e cultural da escola rural” (Parra, 1990:
96).
Este tema é coerente com o que assinala Ferreiro (citado por Causa, 1967: 1):
Na realidade, os objetivos, de fato, apesar do que diziam os programas, que a Escola
Rural traçou, ou que a Escola Rural perseguia eram os mesmos da Escola Urbana. E,
naturalmente, o fracasso esteve na escolha dos objetivos e não na consecução dos ob-
jetivos.
Nesse sentido, evidencia-se a falta de um controle dinâmico nos processos que se desenvolvem
no contexto rural. De maneira que, o resultado parece não ser tão promissor. A esse respeito,
Ferreiro (citado em Causa, 1977: 1), pergunta:
Mas o que acontece com a criança da escola rural? [Sua afirmação é clara] Depois que
sai da Escola não lê mais, nem tem mais interesse. Voltamos ao de hoje. Pode continuar
lendo se houver apetite por ler, não por imposição do meio. A realidade é que a quan-
tidade de analfabetos funcionais que transita pelo nosso campo é enorme, ou seja,
gente que soube ler, que aprendeu a ler e que agora não sabe.
Portanto, transformar a intencionalidade do ensino é fazer uma reflexão crítica de como con-
tribuir no desenvolvimento do processo de leitura e escrita. Para isso, é necessário assumir os
compromissos que impõem o Ministério da Educação Nacional, por meio da secretaria de edu-
cação, os diretores e os próprios docentes, que têm a responsabilidade de impulsionar, apoiar
e fortalecer esses processos nos estudantes do meio rural.
Teoria da ação social: ponto enfático dos dizeres e dos fazeres
A teoria de Goffman Erving, desenvolvida em 1955, foi denominada teoria da ação social, ba-
seada fundamentalmente na interação social. Sua obra inicial foi On Face-Work: An Analysis of
Ritual Elements in Social Interaction. De maneira que, surge em situações sociais, nas quais o
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relação à leitura e à escrita na educação rural colombiana múltipla
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ser humano interage. E explica o indivíduo como um autor que, em diferentes momentos da
vida com suas representações, constrói uma imagem de si mesmo, -sua identidade- com base
nos elementos com que os outros indivíduos formam sua própria identidade. Em consonância
com isso, (Capuano et al, 2004: 128) indicam:
Para Goffman, a identidade do eu é, em primeiro lugar, uma questão subjetiva, reflexiva,
que deve ser experimentada pelo indivíduo, e é evidente que esse indivíduo constrói
uma imagem de si a partir dos mesmos elementos com que os demais constroem sua
identificação pessoal e social.
Nesse sentido, o professor, como ator no âmbito do ensino da leitura e da escrita, tem sua pró-
pria identidade, mas está aparelhada com as identidades dos aprendizes. Portanto, deve levar
a representação em duas perspectivas: em primeiro lugar, ele é um sujeito que educa de acordo
com a cultura do educando em correspondência com o identitário deles. Em segundo lugar, o
docente possui um domínio da disciplina, o qual isto coloca em cena mediante atos diversos
que orientam a aprendizagem do objeto de estudo. Só requer incorporar estratégias significa-
tivas que apoiem a aprendizagem leitora e escritora, em um contexto multidimensional, como
é a sala de aula multisseriada.
A esse respeito, Herrera e Soriano (2004: 61) expressam que:
É precisamente essa dupla diferenciação normativa a que não advertimos ao dar por
descontada nossa forma de agir nas relações sociais e ignorando a complexidade desse
comportamento. [Portanto] O esforço de Goffman [com respeito à ordem da interação]
tem sido tentar levantar o véu das aparências para lançar luz sobre as regras e os me-
canismos.
Esse processo de interação social permite que se fortaleçam os diferentes processos que se
desenvolvem na sala de aula. Assim, no processo da leitura e da escrita, fundados nessa inte-
ração, o docente deve incorporar recursos diversos que sejam atrativos, legíveis e significativos
para os aprendizes. Recursos que também devem estar vinculados com o contexto. Então, no
início da alfabetização, o docente mantém a correta performance em seu fazer; o que quer
dizer que a atuação do docente está plenamente relacionada com seus dizeres. Vale argumen-
tar, o docente em seu papel de facilitador cria uma correlação no fazer para otimizar o processo
da aprendizagem.
Então, no ensino da leitura e da escrita na alfabetização do setor rural, fundamentada na pro-
posta de Goffman (em Ribes, 2019: 285):
[Na qual] encontramos um espaço central, as situações habituais da vida cotidiana, e
quatro espaços que se relacionam com esse espaço principal e também entre si: as si-
tuações sociais frouxas, as situações de monitoramento extremo, as situações à margem
e as situações sociais totais.
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Nessas situações diversas, tanto habituais como as demais, influenciam de maneira importante
no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, pelo qual o professor deve estar con-
substanciado com o que ocorre ao seu redor e no ambiente próprio do conglomerado societal
no qual se desenvolve o aprendiz. De modo que, o professor deve ter conhecimento de como
o estudante interage com os diferentes domínios do saber, quais são as preferências de apren-
dizagem, qual é o apoio parental, quem são os adultos significativos. Da mesma forma, a ca-
rência de textos, famílias pouco alfabetizadas, entre outros aspectos vinculados ao ensino e à
aprendizagem da leitura e da escrita. Portanto, o docente investiga sobre seu fazer, sobre sua
prática pedagógica. Por isso, no âmbito de alfabetizar, dá-se importância ao significado que o
estudante tem na construção de suas grafias com livros trazidos do âmbito do educando. Em
conclusão, o docente deve proporcionar ao estudante meios de interesse que permitam uma
aprendizagem ativa e significativa.
Metodologia
O processo investigativo foi realizado mediante a orientação qualitativa com um olhar dinâmico,
para entender a realidade social e cultural, em seu contexto natural e, por suposto, na cotidia-
nidade. Assim como compreender o que dizem e fazem os docentes com respeito à leitura e
à escrita. Ou seja, investigou-se no contexto, para compreender as opiniões, emoções e expe-
riências, mediante a significação que atribuem aqueles que fornecem a informação, a esses
dois processos da linguagem. Tudo isso foi realizado mediante a descrição ou caracterização
e a emergência de categorias, através das palavras.
Utilizou-se a análise qualitativa, de modo que, desde o ontológico, buscou-se aproximar-se do
objeto de conhecimento, para compreender o que caracteriza sua existência, baseada em ideias
e teorias claras. A esse respeito, Hernández Sampieri et al. (2014: 40) sustentam: “…a pesquisa
qualitativa é um processo dinâmico com uma análise contínua em torno da pergunta dada em
três momentos: antes, durante e depois”. Também, Denzin e Lincoln (2011: 47) expressam: “…a
pesquisa qualitativa constitui um campo que entrecruza disciplinas, áreas, objetos”. Assim, a
orientação qualitativa da investigação facilitou a descrição das qualidades e características de
um fenômeno da realidade atual, com vigência constante e de preocupação tanto para o órgão
gestor da educação, como para os próprios docentes.
Mediante a aproximação à realidade, a informação foi coletada com métodos que continham
processos eficazes em relação ao objeto que se investigou; por isso, buscou-se informação
certa e sólida. Com base no anterior, aprofundou-se com as perguntas acionadas e direcionadas
aos objetivos que propunham estratégias; isso implicou uma teoria com afinidade ao tema de
estudo (os dois grupos de professores).
No que concerne ao fundamento epistemológico, assumiu-se desde o paradigma interpreta-
tivo. Através deste paradigma, segundo Ricoy (2006: 17):
[Se] Tenta compreender a realidade, [pois] considera que o conhecimento não é neutro.
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É relativo aos significados dos sujeitos em interação mútua e tem pleno sentido na cul-
tura e nas peculiaridades da cotidianidade do fenômeno educativo.
E vinculado a essa visão, como expressa Weber (citado em: Burgardt, 2004: 5), com o paradigma
interpretativo “…compreende-se o entorno e o contexto em suas diferentes expressões”. Então,
no contexto educativo no município de Rionegro (Santander). A pesquisa foi desenvolvida na
vereda El Pórtico e Honduras com as diferenças ou semelhanças dos dois grupos de professores
com formações diferentes, no que respeita ao seu fazer pedagógico relacionado ao ensino na
alfabetização da leitura e da escrita. Isto é, com uma postura holística para revisar as caracte-
rísticas dos dizeres e fazeres dos professores refletidos no planejamento de cada um deles.
Quanto à metodologia, optou-se pela etnografia. Esta, segundo Peralta (2009: 37): “…é consi-
derada um ramo da antropologia que se dedica à observação e descrição dos diferentes as-
pectos de uma cultura, comunidade ou povo determinado, como o idioma, a população, os
costumes e os meios de vida”. De modo que, através da etnografia, em correspondência com
o paradigma interpretativo, por um lado, conseguiu-se descrever as características do ensino
da leitura e da escrita nos processos de conhecimento com os dois grupos de docentes. Por
outro lado, buscou-se conhecer as particularidades do discurso. Ou seja, executaram-se téc-
nicas como a leitura dos referenciais de qualidade do Ministério da Educação Nacional: como
os lineamentos curriculares e os Padrões de Qualidade de Linguagem. Da mesma forma, em
entrevista, entender o discurso do professor sobre o ensino da leitura e da escrita e entender
como é a dinâmica no desenvolvimento da guia de aprendizagem.
Por fim, utilizou-se uma abordagem narrativa como ação interpretativa do expresso pelo in-
terlocutor; tudo isso está associado a um saber e a um conhecer, elaborado a partir da expe-
riência. E essa interpretação conduz a compreender melhor o fenômeno inscrito a uma
realidade fenomênica, na qual intervêm e atuam os docentes que foram participantes da pes-
quisa. A isso se une a visão própria de quem investiga, que traduz, por assim dizer, mediante
o processo narrativo, toda a informação que lhe foi revelada, com suas dificuldades e acertos.
Achados e sua interpretação
O estudo dos dizeres e fazeres dos dois grupos de professores multisseriados realiza a leitura
do discurso do dizer confrontado com o “fazere manifesta contradições e incongruências
que os participantes não puderam tematizar. Nas situações didáticas não se manifesta ter em
conta os conhecimentos e ideias que a criança pode dispor, assim como persiste a simplificação
da escrita a um código de transcrição da oralidade. No que concerne aos dizeres do professor,
estes têm um desencontro ou distância com a guia de aprendizagem e a realidade das neces-
sidades do estudante; além disso, sublinha um ensino descontextualizado do espaço rural.
Por conseguinte, os dizeres e os fazeres, em palavras de Ferreiro (2018: 12) “Devemos recon-
hecer a presença de duas dificuldades incontornáveis: admitir que as crianças pensam e que
esse pensamento nos diz respeito porque, longe de ser aleatório, mostra regularidades”. Nisso,
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o fazer educativo (ensino – aprendizagem) nos dois grupos de professores rurais pôde-se de-
notar a presença de estratégias tradicionais no desenvolvimento da aprendizagem. Em consi-
deração ao anterior, reflete-se sobre a mediação do ensino da leitura e da escrita, nas salas
multisseriadas do meio rural. Nesse sentido, para este exercício escritural, desenvolvem-se os
aspectos singulares de: auto-interpretação, produção e manifestação das ideias, a partir dos
dizeres e vinculados aos fazeres do docente.
A autointerpretação do fazer confere significado à prática pedagógica; assim, passa por ações
por parte do docente tais como: ação autorreflexiva, processos de representação, processo
formativo e um processo de transformação, os quais são os pontos estruturantes para alcançar
um significado que transcenda os cânones convencionais. Esses pontos se sobressaem ainda
mais quando se trata da prática de ensino orientada a promover a leitura e a escrita dos estu-
dantes do meio rural.
Sobre isso, Gámez (s.f.: 331) afirma: “…o despertar da alma está intimamente vinculado, não
apenas com a experiência da verdade, mas com uma transformação de si”. É importante es-
clarecer que o professor multisseriado orienta todas as áreas e a competência da leitura e da
escrita se integra com outras disciplinas. Portanto, deve aplicar a interdisciplinaridade e a trans-
versalidade nos diferentes anos que atende. De fato, autointerpretar a prática é oferecer ao
educando a possibilidade de autonomia em sua aprendizagem; isso ajuda a formar-se como
ser crítico e a direcionar-se para a busca de estratégias inovadoras e significativas.
Em relação a isso, em diálogo com a professora GO.1 S, revela-se o seguinte: Aí, eu percebi
que ele tem sua opinião e ela é válida, é válida. Porque ele opina”; este factum ela o relacionou
com o fazer do aluno e, sobre esse fato, a partir da reflexão, compreendeu a importância do
agir do estudante. Assim, considerou a necessidade de abrir espaços para mudanças no ensino
da leitura e da escrita. Ou seja, ela autointerpreta seu fazer com base nas informações da prática
de ensino. Daí que, em seu diálogo interno, realizou uma autocrítica do agir em sua mediação
da leitura e da escrita. Indicou que, de certa forma, a reflexão lhe permitiu conhecer como o
educando aprende.
Por outro lado, os fragmentos dos diálogos das professoras MV.2 S e MJ.3 S, no que diz respeito
à autointerpretação, permitiram questionar-se sobre o que implica ensinar a ler e escrever; o
que as motiva a ensinar. Tudo isso as leva a reconhecer quais estratégias ajudam a ensinar essa
competência — como diz a professora — é “…deixar de lado as metodologias rotineiras” (MV.2
S), e outro aspecto é levar para a sala de aula “…uma paixão, esse amor pela leitura e pela es-
crita” (MJ.3 S); naturalmente, são apenas alguns trechos da prolixa informação a respeito do
que elas expõem sobre os processos de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita. São
novas considerações, diferentes visões que conduzem a essas novas posturas diante do próprio
fazer, diante da prática [é uma interpretação a partir de como os educandos aprendem].
Desse modo, a autointerpretação de seus fazeres, para expressá-la em seus dizeres, é positiva
e gera um compromisso transformador. Assim sendo, essas ações precisam ser conhecidas e
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assimiladas pelos educadores da educação rural. Só assim poderão compreender as exigências
imperativas para a realização de um ensino adequado, eficaz e significativo, que conduza a
uma aprendizagem sem traumas, fruto de vivências satisfatórias para os estudantes.
A produção dessa significação diferente vai estar consubstanciada com uma ação ou ato
consciente de autorreflexão que lhe permitirá desenvolver um processo de representação que
implica o desenvolvimento de guias de aprendizagem. Umas guias que contenham estratégias
lógicas, simples, adaptadas e adaptáveis aos interesses dos aprendizes. Dessa forma, poderá
ser promovido o ensino da leitura e da escrita de um modo diferente que supere os métodos
convencionais: alfabético-silábico ou silábico-alfabético, que são a constante nesses atos.
Derivado do anterior, pode-se interpretar que, no ensino no que se refere aos “dizeres e fazeres”,
é preciso levar em conta que: “Para ensinar bem, é indispensável ter claro o que vamos ensinar,
ou seja, qual é nosso objeto de ensino” (Kaufman, 2007: 17). É assim, como se pôde valorizar
que a docente GO1S, para a inclusão das estratégias, buscou a informação orientadora que
proporciona o programa (PTA) do MEN para a produção [guia de aprendizagem]. Além disso,
relaciona essa guia com a planificação. Com esse critério orientador, incorpora: “…textos que
são atrativos que ajudam na aprendizagem. [No entanto, comenta] …que busca aqui e ali”
(GO1S). Tudo isso, com a finalidade de encontrar as melhores opções que apoiem a aprendi-
zagem da leitura e da escrita. Ou seja, evidencia certo conhecimento da orientação que pro-
porciona a didática, para oferecer uma variedade de estratégias com uma linguagem de acordo
com o setor rural, ainda que esteja distante do verdadeiro fazer pedagógico nesse sentido,
apesar de sua intenção de apoio à promoção da construção do processo leitor e escritor dos
aprendizes. Aspira-se que haja a incorporação de estratégias didáticas significativas, sob as
novas teorias de aprendizagem da leitura e da escrita favoráveis aos neocognoscentes. Dessa
maneira, o docente poderá apresentar opções variadas e interessantes ao educando, de acordo
com sua idade, seu interesse por esses dois processos e vinculado ao progresso individual de
cada aprendiz na construção da leitura convencional e da escrita convencional.
A manifestação das ideias é reconhecer a criança presente na construção da leitura e da escrita.
A propósito disso, a docente MJ.3S estabelece a relação com a formação didática que possui;
por isso, não pensa apenas na guia de aprendizagem; pelo contrário, propôs vídeos com ex-
plicações e chama os educandos para estarem em contato permanente. Em concordância com
isso, propõe Perrenoud (1920: 3) que o docente deve ter “…o domínio pessoal da cultura que
ensina e avalia, e quer dizer também que os professores devem tanto à sua escolaridade geral
quanto à sua formação pedagógica”. Daí que, em congruência com isso, percebeu-se que o
educador desenvolveu competências derivadas de sua formação, o que se notou quando apre-
sentou ideias com coesão no vocabulário em relação às práticas, as quais foram valoradas
como adequadas. Nessa perspectiva, então, propôs situações de ensino tendo em mente a
necessidade do educando para aproximar o conhecimento; por isso, usa (simbolismos) como
os vídeos de explicação, que sustentam os processos da aprendizagem da leitura e da escrita.
Sem dúvida, a docente prepara seu trabalho em relação aos dizeres e ações para que o edu-
cando alcance suas competências.
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Verdades provisórias
Com respeito aos dizeres e fazeres — uma simbiose expressiva —, pode-se dizer que os edu-
cadores transmitem o saber, relacionado à leitura e à escrita, aos educandos, por meio de si-
tuações didáticas pensadas e refletidas em torno da alfabetização acadêmica; assim, nos
docentes com formação própria e em alguns docentes que são bolsistas pela excelência, pôde-
se evidenciar certa distância entre o dizer e o fazer. Isto é: uma coisa é o que se diz e outra o
que se faz. Tal situação pôde ser analisada da seguinte maneira: desenvolvem seu fazer, sem a
reflexão que se requer para vinculá-la à teoria, para promover a leitura e a escrita. Pelo con-
trário, alguns docentes bolsistas do MEN proporcionam a aproximação ao saber com diversi-
dade de estratégias ativas em coerência com os interesses do educando.
Desde esse ponto de vista da formação, o docente rural precisa saber como propor estratégias
de leitura e escrita com texto que seja do meio onde vive. E, também, como acompanhar com
uma pedagogia que convide o estudante a problematizar seus esquemas. Por tal motivo, a
formação do docente rural deve enfatizar o desenvolvimento de intervenções didáticas vincu-
ladas ao entorno e mediadas por pares dentro da sala de aula. Isso porque o acompanhamento
que recebe de seus cuidadores (responsáveis) é pouco. E, em ocasiões, os adultos significativos
têm pouco contato com a alfabetização. São pessoas pouco letradas.
Por tal motivo, os professores da educação rural precisam formar-se em uma pedagogia que
transforme a didática no ensino. Por um lado, em palavras de Freire e Faúndez (2018: 49), deve-
se “…saber como ensinar desde a cotidianidade com ambientes rurais. Por outro lado, na sala
de aula, [valorizar] como fazer intervenções didáticas com um diálogo” reflexivo entre pares
que ajude a confrontar os esquemas e, por conseguinte, construir o saber.
Com respeito à teoria da ação social, pode-se assinalar que ela fundamenta e explica as situa-
ções que emergem da própria realidade social. Em função dela, trabalha-se e desenvolve-se a
partir das interações humanas, que se situam no âmbito de uma atividade com certa indepen-
dência ou autonomia. Tal perspectiva relaciona-se com o interacionismo social. Assim, quando
os docentes convergem em suas informações no que se refere ao seu fazer — entendido como
prática pedagógica —, vinculado ao que dizem que fazem, sempre se encontrará um ponto
de interação a partir da conexão que se dá em uma realidade. Esta é a sala de aula na qual in-
teragem aprendizes e docentes. E, da mesma forma, apontar para a congruência entre os di-
zeres e os fazeres do docente.
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Dizeres e fazeres: compreensibilidade da significação dos saberes dos docentes em
relação à leitura e à escrita na educação rural colombiana múltipla
Dimensão material e regulatória do
sistema e do direito internacional (SI-DI)
Dimensión material y normativa del sistema
y el derecho internacional (SI-DI)
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Iván Agustín Cevallos Zambrano
https://orcid.org/0000-0001-6647-0257
Quito, Ecuador
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 67-86
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Cevallos, Z. I. A. (2025). Dimensão material e regulatória do sistema e do direito internacional
(SI-DI). Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 67-86. https://doi.org/10.59654/yxsmas32
* Doutor em Jurisprudência. Candidato a doutorado em Direito Econômico e da Empresa. Especialista e Magister
em Direito Constitucional e Processual. Especialista em Direito Tributário. Advogado dos Tribunais da República.
Juiz Distrital do Contencioso Tributário, sede Quito, desde 2013. Legislação Tributária / Direito Financeiro, Universidad
Regional Autónoma de Los Andes: Ambato, Sierra Centro, Equador. Email de contato: ivancevallosz@hotmail.com
Recebido: junho / 3 / 2025 Aceito: junho/ 19 / 2025
https://doi.org/10.59654/yxsmas32
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
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Resumo
O presente estudo tem como propósito analisar a dimensão material e normativa do Sistema
Internacional, do Direito Internacional e das Organizações Internacionais, por meio de uma
pesquisa de caráter bibliográfico-documental. O objetivo principal é identificar a origem e a
evolução do direito internacional, bem como suas características, elementos, fontes, conceitos
e princípios fundamentais. Além disso, aborda-se o desenvolvimento histórico do direito inter-
nacional desde seus primórdios, com a regulamentação de fronteiras e a assinatura de tratados
de paz, destacando o papel dos Estados em virtude de sua soberania, consentimento e von-
tade. Também são examinadas as organizações internacionais, seus elementos constitutivos,
fontes e princípios que as regem, para, por fim, descrever diversos problemas geopolíticos con-
temporâneos, como as tensões decorrentes da diversidade cultural, os conflitos armados, os
deslocamentos forçados, a migração e o papel dos organismos internacionais no âmbito jurí-
dico..
Keywords: Sistema Internacional, Direito Internacional Público, Direito Internacional Privado, Organizações
Internacionais.
Resumen
Este estudio tiene por objeto un análisis sobre la dimensión material y normativa del Sistema In-
ternacional, el Derecho Internacional y las Organizaciones Internacionales, a través de la investi-
gación bibliográfica-documental. El objetivo se centra en identificar el origen y evolución, sus
características, elementos, fuentes, conceptos y principios básicos del derecho internacional. Tam-
bién aborda el derecho internacional, desde sus inicios, con la regulación de fronteras, los tratados
de paz. El papel de los Estado con su soberanía, consentimiento y voluntad. Las organizaciones
internacionales, elementos, fuentes y principios que les rigen, y arriba a la descripción de los di-
ferentes problemas geopolíticos, como las tensiones de la diversidad cultural, conflicto de guerra,
desplazamiento y migración, y el papel de los organismos en el ámbito jurídico.
Palabras clave: Sistema Internacional, Derecho Internacional Público, Derecho Internacional Pri-
vado, Organizaciones internacionales.
Introdução
O presente estudo tem por objeto uma síntese sobre o Sistema Internacional (SI), o Direito In-
ternacional Público e Privado (DIP-P), as organizações que integram esse sistema (OOII) e sobre
os temas relevantes na geopolítica atual. De modo geral, incorpora seus antecedentes, con-
ceituação, caracterização, fontes, evolução e funções do direito internacional, os elementos
formais e materiais, a estrutura das organizações do sistema, considerando as linhas de atuação
dos Estados partes conforme o tipo de organizações. Também aborda os conceitos ou princí-
pios fundamentais.
No que diz respeito ao Sistema Internacional, analisa-se sua dimensão material e normativa,
Iván Agustín Cevallos Zambrano
69
que inclui uma análise sócio-histórica do sistema, baseada na globalização, permitindo eviden-
ciar a fragmentação da sociedade pelas desigualdades econômicas e políticas e a hegemonia
das grandes potências nas organizações.
Quanto ao Direito Internacional, aborda-se seu antecedente desde a regulamentação das fron-
teiras, os tratados de paz, o surgimento do Estado soberano, distinto do Estado do pacto social
de Hobbes, e os momentos gerados pelas mudanças sociais, as tensões pela diversidade cul-
tural e os pilares da paz, frente à soberania dos Estados e à estrutura das diferentes organiza-
ções internacionais, bem como o fim da cooperação entre os Estados nos diversos campos.
Também aborda a soberania do Estado como o consentimento ou voluntarismo na criação e
aplicação das normas internacionais e o jus cogens, e a restrição de competências como prin-
cípio de incompetência, permitindo identificar sua caracterização de neutralidade e não inter-
venção, incluindo a ausência de hierarquia das normas, sua especificidade e validade antes e
depois.
No que diz respeito ao desenvolvimento normativo, permite conhecer as linhas que sustentam
o direito internacional, tais como: a primazia do direito internacional, cujos preceitos são in-
corporados ao direito interno; a criação do direito comunitário ou supranacional, o que signi-
ficou limitações à soberania estatal; o direito internacional dos direitos humanos, cujas normas
de hierarquia superior são consagradas por preceitos constitucionais e cuja interpretação deve
estar de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e os tratados e acordos ra-
tificados pelos países.
Quanto à criação das normas, investiga-se a criação desde o Direito Internacional Público e Pri-
vado, entre eles, o conteúdo e os fatores que devem ser considerados, denominados fontes ma-
teriais; enquanto em relação às fontes formais, aborda os métodos e processos de criação com
base no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, do que se observa sua aplicação segundo as
convenções, o costume internacional, os princípios gerais, as decisões judiciais e doutrinas, sem
prejuízo de atender casos ex aequo et bono ou de ponto de vista justo e bom; e a jurisprudência
como forma de interpretação e determinação da norma, mas não como criação, que leva implícito
seu caráter erga omnes e o jus cogens como normas superiores às convencionais.
Da mesma forma, é realizada uma análise comparativa do direito internacional e do direito in-
terno no que diz respeito à criação, estrutura das normas, os sujeitos e beneficiários dos direitos
e o âmbito de aplicação, considerando as doutrinas voluntarista e objetivista, exemplificando
a existência de fatores de fato e a coexistência do Estado com legislações diversas, sob princí-
pios de igualdade, territorialidade das leis, personalidade das normas, direitos adquiridos e
ordem pública.
Quanto à interpretação do direito internacional, sua análise compreende o antecedente sobre
a compreensão dos problemas no direito natural, com uma interpretação na época do Estado
moderno, na governança dos direitos e deveres jurídicos dos Estados, chegando aos dias atuais
com um sistema jurídico de princípios e regras, o que depende dos tipos de organizações do
Direito Internacional, caracterizado pela ausência de órgão legislativo, jurisdição obrigatória e
órgão sancionador.
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ISSN Eletrônico: 2665-038X
Dimensão material e regulatória do sistema e do direito internacional (SI-DI)
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Também se revisa a perspectiva jurídica das organizações internacionais, com base nos elementos
(convenção, costume e doutrina); organismos de justiça com alcance internacional, como a Corte
Internacional de Justiça, que resolve disputas entre Estados membros da ONU, emitindo pareceres
consultivos; o Tribunal Penal Internacional, que julga crimes de guerra, ainda que nem sempre
consiga executar suas sentenças. Também se aborda a criação, elementos e organismos da ONU
e OEA, como os de maior relevância, como espaços de debate entre as nações e para resolver
disputas por meio da diplomacia, para evitar a guerra, com organismos especializados como OIT
(trabalho), BM e FMI (financiamento econômico), UNESCO (educação), OMS (saúde e combate
a doenças), OMC (comércio internacional justo). Inclui-se a OEA como organismo regional, com
capacidade diplomática e financeira, direitos humanos e apego à democracia, e a CAN, organismo
regional da Comunidade Andina, para controle de tarifas comuns.
Conclui-se com uma visão da situação geopolítica, como os conflitos armados, que colocam as
nações em risco, gerando deslocamentos, sofrimentos em larga escala e mortes de populações
militares e civis; por isso, o SI e o DI coletam dados para construir modelos de arquétipos que
ajudem a compreender melhor essa realidade, com base na relação de coexistência e cooperação
em um sistema universal, reforçado pelas disposições do Estatuto da CIJ e a jurisprudência da
Corte, com uma interpretação consensual ao reconhecer as regras do DI.
I. O sistema internacional
O Sistema Internacional é definido como um conjunto de relações entre um determinado nú-
mero de atores, que são os Estados, as Organizações Internacionais (OOII) e as forças trans-
nacionais; as quais se desenvolvem, organizam e se submetem a determinadas
regulamentações. Por isso, o Direito Internacional Público (DIP) constitui o modo de regulação
próprio desse sistema internacional (Merle, 1991). Por isso, não se deve perder de vista a relação
deste sistema com o seu entorno ou meio material.
Estrutura do sistema internacional, sua dimensão material
Assim, a estrutura do sistema internacional em sua dimensão material, segundo (Jiménez, 2010),
é integrada pelo Direito Internacional Público (DIP), o qual compreende uma parte do sistema
internacional global ou universal; por isso seu estudo não deve se limitar ao aspecto formal ou
normativo, mas também à dimensão material ou sócio-histórica do sistema, e dessa forma
compreender suas instituições jurídicas com base na realidade social em cada etapa histórica.
Também não se pode esquecer que o direito é um produto da vida social e um fator regulador
desta. De tal modo que o estudo de todo ordenamento jurídico, assim como do direito inter-
nacional, como produto social, regula o sistema internacional, o que significa a combinação
das normas com a realidade social existente (Jiménez, 2010).
No sistema internacional contemporâneo, é importante diferenciar a dimensão sócio-histórica
ou material da dimensão formal ou normativa, consideradas duas faces da mesma moeda, mas
que devem ser entendidas como um todo.
Nesse contexto, os elementos da dimensão material da Sociedade Internacional, em seu nível
mais representativo, são de âmbito planetário, baseados na globalização, na interdependência
Iván Agustín Cevallos Zambrano
71
econômica criada pela mundialização dos mercados, cujo efeito é a liberalização e o aumento
das transações comerciais, o fluxo de capitais e as comunicações, assim como a difusão da in-
formação em todo o planeta. Em síntese, a Sociedade Internacional (SI) contemporânea é pla-
netária, complexa, heterogênea, fragmentada, pouco integrada e interdependente.
Na SI, seu caráter planetário e universal também se dá porque seus elementos materiais prin-
cipais são os grandes problemas comuns que a afligem por serem de caráter planetário, seja
pelo crime organizado, o terrorismo internacional, a degradação do meio ambiente, as crises
econômicas, a miséria em muitos países, a migração em massa e os conflitos bélicos. O mesmo
ocorre com a mundialização das comunicações, o desenvolvimento tecnológico como a co-
nexão entre os mercados de ações, assim como o progresso acelerado das redes sociais e dos
meios na Internet, que exerceram um papel no desencadeamento e na multiplicação de gran-
des revoltas e sublevações populares no mundo árabe em 2011, provocando a queda dos re-
gimes autocráticos.
Essa complexidade da SI se dá pela lista de problemas diversos pendentes de resolução. No
âmbito político, ocorre a desintegração do Bloco Socialista da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), desmembrando-se em doze repúblicas independentes, formalizando a dis-
solução da União Soviética (Barbe, 2007).
Entre outros aspectos, encontra-se a fragmentação da SI pelas desigualdades econômicas e
políticas, os nacionalismos e a redução do papel do Estado dentro do sistema devido à globa-
lização e à participação de outros atores ou forças transnacionais, apesar do aumento das or-
ganizações internacionais de âmbito universal e regional, com a cooperação entre Estados nos
campos econômico, social e técnico, e pela imposição das diferenças econômicas, políticas e
culturais no seio do sistema.
Estrutura do sistema internacional, sua dimensão normativa
Do ponto de vista jurídico, a hegemonia das grandes potências se percebe no papel destacado
no processo de criação e mudança das normas, sobretudo em domínios como o Direito do
Espaço Ultraterrestre, tanto no consuetudinário quanto no convencional, assim como na posi-
ção privilegiada que possuem as OOII.
No plano normativo, a noção de Estados interessados em participar do processo de criação
ou mudança de uma norma, contribuindo para a formação de determinadas práticas, é in-
fluenciada pela situação geográfica, econômica ou tecnológica, para a determinação de pro-
cessos normativos; e, por outro lado, a condição de uma prática suficiente, como elemento
material do costume internacional, mas apenas para os Estados interessados (Sorensen, 2010).
Nesse contexto, a hegemonia normativa convencional é percebida no fracasso dos antigos Es-
tados socialistas e dos Estados em desenvolvimento, com base no Direito dos Tratados, ao pre-
tenderem introduzir no artigo 52 a proibição e nulidade dos tratados obtidos por meio da
ameaça ou uso da força e por qualquer outro meio de pressão política, econômica ou militar
por parte dos Estados ou grupos de Estados mais poderosos (Barile, 1978).
Assim, nas OOII, a hegemonia se dá pela posição privilegiada que possuem as grandes potên-
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cias, como no caso da ONU, o direito de veto (Carta ONU, 1948 citado em Jiménez, 2010) art.
27.3, que concede aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Uni-
dos, França, Reino Unido, China e Rússia), impedindo a adoção de resolução contra a qual
tenha votado qualquer um dos cinco membros, e o direito de veto sobre qualquer reforma da
Carta da ONU (arts. 180 e 109.2), que se concede na Assembleia Geral.
Em contrapartida, na União Europeia (UE), a hegemonia é percebida no número de represen-
tantes no Parlamento Europeu (PE) eleitos em cada Estado-membro ou no voto ponderado
dos Estados quando o Conselho adota um acordo por maioria qualificada; os Estados grandes
colocam mais representantes e têm mais votos que os Estados médios e pequenos.
Nascimento, evolução e funções do ordenamento internacional
O Direito Internacional (DI), também conhecido como Direito das Gentes (ius gentium), tem
como antecedente o tratado de regulação de fronteiras entre Mesopotâmia e Umma (3100
a.C.); outro antecedente foi o tratado de paz de Westfália, de 1648, que pôs fim à Guerra dos
30 Anos. No entanto, para outros, considera-se que ele germina nos séculos XVI e XVII, na
Idade Moderna, na Europa, com o surgimento do Estado soberano ou moderno, convertendo-
se em um estado de natureza entre os Estados (teoria hobbesiana), contrária à ideia do pacto
social como base dessa comunidade (Del Arecal, 1994).
Assim, durante os séculos XIX e XX, o direito internacional é produto de três momentos: o pós-
Segunda Guerra Mundial, o pós-Guerra Fria e a era Pós-colonial, nos quais se buscavam mu-
danças sociais, políticas, culturais e os diversos fenômenos e suas consequências. Isso gerou
tensões como o enfraquecimento da soberania, a diversidade cultural e o perigo de cada si-
tuação, levando em conta os pilares da paz, o desenvolvimento dos direitos humanos em suas
regulamentações e intervenções, pelo que sua finalidade era a de um direito liberal-pluralista
e de bem-estar (Tourme, 2013).
A partir do século XIX, os tratados internacionais passam a ser fonte do direito internacional,
pela elaboração e fixação de códigos, razões pelas quais se multiplicaram os tratados e manuais
que uniformizaram esse direito.
Entre os elementos formais principais, o Direito Internacional continua sendo interestatal, con-
tinuando a se fundar no pressuposto da soberania e na distribuição individual do poder político
entre os Estados, frente aos avanços da estrutura institucional ou organizacional, baseada na
existência de numerosas OOII com a função de auspiciar e gerir a cooperação entre os Estados
nos mais diversos campos. Isso, frente aos elementos sócio-históricos do mundo contemporâ-
neo, nos coloca diante de uma das principais tensões do ordenamento jurídico internacional
dos nossos dias, pela existência de um lado da soberania e independência dos Estados e, de
outro, da necessidade da cooperação pacífica entre os Estados (Chaumont, 1970 citado en Ji-
ménez, 2010).
Funções do ordenamento internacional
Neste contexto, a soberania do Estado como princípio constitucional do Direito Internacional
tem dois traços deste ordenamento, seu voluntarismo e relativismo, ou seja, a extraordinária
Iván Agustín Cevallos Zambrano
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relevância do consentimento do Estado soberano tanto na criação como na aplicação das nor-
mas internacionais, no contexto de um ordenamento jurídico eminentemente descentralizado
(Carrillo, 1996 citado em Jiménez, 2010). Normas que são interpretadas pela Corte Internacional
de Justiça, com uma concepção voluntarista do processo de criação de normas, no DI as de-
clarações de captação de jurisdição obrigatória por parte dos Estados restringem tanto sua
competência que quase está se convertendo em princípio sua própria incompetência, com
base na Sentença de 4 de dezembro de 1998, no Caso da competência em matéria de pescarias
(Espanha c. Canadá).
Nesse caso, cabia à Corte esclarecer a prevalência do direito aplicável e presumidamente vio-
lado, considerando a aceitação de sua competência obrigatória por parte do Canadá, ou ba-
seada na declaração ou no âmbito da controvérsia sob a reserva canadense, ante o que se
opta por respeitar o princípio do caráter voluntário da competência da Corte ou ater-se ao
consentimento do Estado que formula a declaração.
Nesse contexto, a Corte fazendo uso do poder que lhe confere o art. 36.6 de seu Estatuto,
que tem relação com a aceitação de sua reserva que exclui de seu conhecimento a controvérsia,
caso em que o próprio Estado define e limita a competência da Corte, devendo aplicar os prin-
cípios e normas do Direito Internacional que a Corte poderá usar se não tiver sido excluída de
sua competência.
Por isso, o voluntarismo e o relativismo são consequência, entre outras causas, da distinção
que existe no DI entre a existência de uma norma costumeira geral e a objeção persistente,
que permite salvaguardar em princípio a posição do Estado que objeta de forma expressa, ine-
quívoca e permanente um costume em formação antes que ele se cristalize formalmente.
No plano da aplicação das normas, o protagonismo do Estado se manifesta na autotutela atra-
vés de medidas de retorsão e de represália ou contramedidas, pelo que é o Estado por si
mesmo que decide a valoração jurídica em uma situação concreta, Estado que vive inserido
em um processo de institucionalização graças à pressão das OOII, que são as que impõem li-
mites ao Estado soberano de maneira unilateral e discricionária, tanto das normas como do
alcance de suas obrigações e da condição de utilizar os procedimentos descentralizados de
aplicação de normas de maneira discricionária pelos Estados (Jiménez, 2010).
Neste contexto, os antecedentes descritos constituíram a base para manter a justiça e o respeito
das obrigações derivadas das fontes do direito internacional para uma melhor convivência
entre as nações.
Características do direito internacional
Ora bem, o direito internacional se caracteriza pelo princípio de neutralidade ou de tolerância,
autorizando e garantindo o pluralismo dos regimes políticos. É por isso que a soberania se sus-
tenta no princípio de não intervenção nos assuntos internos do Estado. Cabe, neste ponto, de-
finir: “O Estado é a sociedade política e juridicamente organizada, com autoridade suficiente
para impor uma ordem jurídica dentro de seu próprio território e para fazer respeitar sua per-
sonalidade jurídica perante o concerto internacional” (Younes, 2014).
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Pode-se concluir que o direito internacional, como se entende hoje em dia, não existiu na An-
tiguidade ou na Idade Média, mas foi produto da civilização cristã a partir da segunda etapa
da Idade Média, como indica Oppenheim (Monroy, 1995).
Cabe, neste ponto, recordar (Hart, 2012, p. 124), que define: “direito internacional é um conjunto
de regras primárias de obrigação separadas, que não estão unidas dessa maneira”, às quais se
considera regras costumeiras regidas por certos princípios que as obrigam entre si.
Como sistema jurídico, o direito internacional não é uma compilação aleatória dessas normas.
Assim, podem existir normas de grau superior ou inferior, sua formulação pode ter maior ou
menor generalidade ou especificidade e sua validade pode remontar a períodos anteriores ou
posteriores (Jiménez, 2010).
Quanto à relação do Direito Internacional com o Direito Interno, depois da Segunda Guerra
Mundial, surgiu um movimento para levar ao âmbito do direito internacional a tutela dos direitos
humanos, que teve seu início na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, as-
sinada em Bogotá em maio de 1948, seguida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos,
expedida em Paris em 10 de dezembro de 1948 (Fix, 1992).
É a partir do nascimento desses dois instrumentos que surgem vários convênios e pactos in-
ternacionais sobre direitos humanos, entre eles: os Pactos das Nações Unidas sobre Direitos
Civis e Políticos e sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de dezembro de 1966, e a
Convenção Americana sobre Direitos Humanos de San José da Costa Rica, novembro de 1969,
os quais entraram em vigor com a ratificação dos países signatários, especialmente latino-ame-
ricanos, por terem superado as ditaduras militares e recuperado a constitucionalidade demo-
crática.
Esse desenvolvimento normativo do direito internacional se dá em três direções: (a) Reconhe-
cimento da primazia do direito internacional geral. (b) Criação do direito comunitário ou su-
pranacional. (c) O direito internacional dos direitos humanos.
Sobre a primazia do direito internacional, não se pode desconhecer que, nos últimos tempos,
se incorporaram as normas dos tratados internacionais ao direito interno, gerando conflitos
com os preceitos internacionais e as normas do direito interno de nível constitucional, ou seja,
os Estados têm dado primazia a certas normas de direito internacional.
Quanto às normas comunitárias ou supranacionais, isso tem significado limitações à soberania
estatal, as quais se percebem com maior clareza nas normas supranacionais conhecidas como
direito comunitário, que ocupariam um lugar intermediário entre o direito interno e o inter-
nacional.
Sobre o direito relativo aos direitos humanos, seu reconhecimento como normas de maior
hierarquia é recente, mas tem-se ampliado consideravelmente nos últimos anos, por meio de
normas constitucionais expressas, ao contemplar que a interpretação dessas normas relativas
aos direitos humanos será de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos de
1948 e com os tratados-acordos tradicionais e ratificados pelos respectivos governos (Fix,
1992).
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II. Fontes do direito internacional
De forma geral, o direito internacional é o conjunto de normas que regula as relações entre os
Estados no processo de seus conflitos e cooperação, o qual busca uma salvaguarda de coexis-
tência pacífica, segundo Korovin em (Monroy, 1995).
Para vários autores, as fontes do Direito Internacional são as que determinam o meio do qual
provêm ou podem provir as normas jurídicas, as quais se dividem em materiais e formais. Ma-
teriais, compreendem o conteúdo de uma norma jurídica, na qual se determina como se ela-
bora a norma, levando em conta fatores sociológicos, econômicos, psicológicos e culturais,
que se formalizam como fonte do direito internacional. Enquanto as fontes formais são os mé-
todos e processos de criação das normas jurídicas conforme o previsto no artigo 38 do Estatuto
da Corte Internacional de Justiça.
Entre as fontes do direito internacional privado, podem-se identificar dois grupos: fontes nacio-
nais, que correspondem ao ordenamento de uma só nação, suas leis internas, jurisprudência e
costumes; e as fontes internacionais, que são próprias da comunidade internacional, como tra-
tados e convenções internacionais. Embora possa haver uma mescla na aplicação das normas
nacionais e internacionais.
Quanto às características: o direito internacional privado dá-se por ter caráter nacional, pois
cada país dita suas próprias normas e aproximações ao direito internacional; tem um caráter
positivo, porque se inscreve nos textos legais de cada país e nos de caráter bilateral entre paí-
ses.
Enquanto o direito internacional público sustenta-se no fato de que as relações entre as nações
serão de benefício mútuo e não de guerra, pelo que as relações devem reger-se por tratados
voluntários, mas os Estados signatários devem submeter-se independentemente de quem
exerça o governo.
Hierarquia das fontes do direito internacional
A esse respeito, a Corte, cuja função é decidir conforme o direito internacional as controvérsias
que lhe sejam submetidas, deverá aplicar: (a) as convenções internacionais, sejam gerais ou
particulares, que estabelecem regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; (b)
o costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito; (c) os
princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas; (d) as decisões judiciais e as
doutrinas dos publicistas de maior competência das distintas nações, como meio auxiliar para
a determinação das regras de direito, sem prejuízo do disposto no Artigo 59. Tal disposição
não restringe a faculdade da Corte para decidir um litígio ex aequo et bono, se as partes assim
o convierem (ECI Estatuto da Corte Internacional).
Para maior compreensão, cabe indicar que as fontes do direito internacional não estabelecem
uma hierarquia entre as fontes, as quais compreendem: Jurisprudência, como a forma de in-
terpretação do direito realizada pelos tribunais ao determinar uma norma, sem que dela nasça
uma norma mas como meio auxiliar. Doutrina dos publicistas, versados sobre direito público,
sua interpretação também pode ser considerada meio auxiliar. Analogia e equidade: a primeira
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nasce por falta de norma jurídica para um caso, tendo por objeto gerar uma decisão mais justa
ante os conflitos; enquanto a equidade se dá quando não há padrão legal capaz de cobrir o
caso determinado. Erga omnes, obrigação para todos, sua finalidade é preservar os valores
fundamentais internacionais, independentemente de sua aceitação. Ius cogens, conjunto de
normas que se sobrepõem à autonomia da vontade, são normas superiores às convencionais
(Homa - Instituto de Direitos Humanos e Empresas, 2020).
Âmbito de validade das normas jurídicas
Com base no estabelecido no artigo 24, inciso 1, da Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados (CVDT), os tratados internacionais entram em vigor no momento em que os Estados
partes assim o acordaram; caso contrário, entram em vigor quando todos os Estados os tiverem
aprovado. Nos tratados de livre comércio, o tratado entra em vigor em diferentes datas suces-
sivas. Assim, o Estado em que entra em vigor obriga os Estados e deve ser cumprido de acordo
com os princípios de verdade sabida e de boa-fé graduada – princípio do pacta sunt servanda
– sem que os Estados partes possam alegar a existência de normas de direito interno que se
oponham às disposições do tratado para deixarem de cumpri-lo.
Assim também, o âmbito de validade dos tratados, segundo o artigo 29 da CVDT, no que se
refere ao espaço, estende-se a todo o território do Estado, isto é, aos espaços marítimos, te-
rrestres e aéreos onde os Estados signatários exercem seu poder soberano. Por isso, ao se al-
terar a fronteira de um Estado, altera-se também o âmbito de validade espacial do tratado.
Não obstante o indicado, os Estados partes podem restringir a aplicação do tratado a deter-
minada ou determinadas partes de seu território, como no caso dos tratados para estabelecer
zonas de livre comércio. Também pode ser fixado um âmbito de validade temporal, conforme
disposto pelo artigo 28 da CVDT, que só se estende ao futuro a partir do momento em que
entrou em vigor, salvo disposição em contrário pelas partes (Cordova, 2008).
III. O que são e quais são os conceitos fundamentais do Direito Internacional
Entre os conceitos fundamentais do DI a doutrina estabeleceu: Soberania dos Estados, porque
os Estados são soberanos e não podem ser submetidos a nenhuma condição. Igualdade dos
Estados, os Estados têm os mesmos direitos e obrigações. Boa-fé, os Estados em suas relações
mútuas devem agir com honestidade e sinceridade. Pacta sunt servanda, princípio que exige
que os tratados e acordos internacionais sejam cumpridos. Não intervenção, nenhum Estado
deve intrometer-se nos assuntos internos de outro Estado. Solução pacífica de controvérsias,
exige que as disputas entre Estados sejam resolvidas por meios pacíficos. Proibição de ameaça
ou uso da força, veta a possibilidade de ameaça ou uso da força nas relações internacionais.
O antecedente histórico do DIP remonta à Grécia Antiga ou ao Império Romano, pois deles
nascem muitas disposições jurídicas. No entanto, considera-se que esta área se desenvolve na
França, no século XIII, quando se introduziu pela primeira vez o princípio da extraterritorialidade
do Estado.
Na América Latina, sua codificação é considerada uma atividade jurídica permanente dos Es-
tados, a qual assumiu diferentes formas, sendo realizada por meio de conferências, sendo atri-
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buída às Conferências Especializadas Interamericanas sobre Direito Internacional Privado
(CIDIP); razão pela qual foram adotados tratados como o de Montevidéu de 1889 e o Código
Bustamante de 1928, que estabeleceu a base para o estabelecimento do direito internacional
privado no hemisfério.
Daí que, para a consolidação do direito internacional público latino-americano, foram adotados
dois critérios: (a) Com uma abordagem global, consistente em um corpo de normas para abran-
ger toda a normativa desta disciplina. (b) Prevê um processo gradual e progressivo, para a for-
mulação de instrumentos internacionais sobre temas jurídicos específicos, que buscava
estabelecer um código único de direito internacional privado, o que não foi aprovado pelos
Estados, motivo pelo qual os mecanismos de tratamento foram regulados pelo CIDIP, o que
hoje conhecemos como a Carta da OEA (Organização dos Estados Americanos, 1940), na qual
descreve as Conferências Especializadas como reuniões intergovernamentais para tratar de as-
suntos técnicos especiais ou para desenvolver determinados aspectos da cooperação interna-
cional.
Em outras palavras, pode-se dizer que o direito internacional ocupa-se da resolução de conflitos
de competência internacional, conflitos de leis internacionais, a cooperação processual inter-
nacional e a condição jurídica dos estrangeiros, ou seja, atua no âmbito onde existam interesses
privados entre privados, ao qual se denomina Direito Civil Internacional. No entanto, sua inter-
venção, longe de resolver a disputa entre os privados, o que faz é determinar qual ordem ju-
rídica entre os dois países envolvidos prevalece, razão pela qual seu papel é mais normativista.
Contudo, pela globalização, geram-se novos estudos dessas relações, motivo pelo qual se
adota uma postura substancialista.
Princípios do direito internacional privado
Entre os princípios do direito internacional privado, observam-se: O lugar rege os atos (Locus
regit actum), isto é, as ações serão legais ou não dependendo de onde se realizam. A lei do
lugar onde as coisas se encontram (Lex loci rei sitae), isto é, que os bens serão transferidos de
acordo com a lei do local onde se encontram. As coisas seguem as pessoas (Mobilia sequuntur
personam), equivale a que as coisas que sejam propriedade de uma pessoa se regem pela lei
que rege essa pessoa. Lei do foro (lex fori), significa que, em caso de conflito, aplica-se a lei do
juiz competente do Estado correspondente. Tudo isso possibilita o comércio internacional.
IV. Ramos do Direito Internacional e Universal do Direito Internacional
O direito internacional se divide em dois grandes ramos: o direito internacional público, que é
o conjunto de princípios que regulam as relações jurídicas entre Estados; e o direito interna-
cional privado, que regula as relações entre indivíduos no contexto internacional.
O Direito Internacional Público, são muitas as definições dadas na doutrina, assim para (Mon-
roy, 1995, p. 13) “O direito internacional público é o ramo do direito público que estuda as re-
lações entre Estados e entre estes e os demais sujeitos de direito internacional, assim como a
organização e funcionamento da comunidade internacional”. Ou seja, o direito das gentes ou
direito internacional público ocupa-se “essencialmente de regular as relações entre os Estados
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e, melhor ainda, as relações entre os sujeitos de direito internacional” (Rousseau, 1966, p. 1).
Cabe indicar que o Direito Internacional Público, suas normas jurídicas internacionais são criadas
pelos Estados por meio de tratados ou convenções, cujos destinatários são os Estados e outros
sujeitos, normas que regem ambos os sujeitos.
O Direito Internacional Privado é o ramo do direito que se ocupa dos assuntos legais inter-
nacionais diferentes da relação entre os distintos países. Por isso, pode-se dizer que é o instru-
mento que regula as relações entre as sociedades, facilitando o movimento de pessoas e a
troca de bens e serviços, fomentando a integração e combatendo as atividades ilícitas.
Comparação da classificação do DI e interno e quem o regula
Para abordar a distinção do direito interno e o direito internacional, deve-se identificar: (a)
Quem, e como se criam as normas e a estrutura do direito internacional, (b) Qual é o sujeito
beneficiário ou obrigado desse direito, e, (c) Qual é o âmbito de aplicação desses direitos (in-
terno e internacional público), assim pode-se dizer que:
1) Sobre a criação das normas do Direito interno e do Direito internacional. No direito in-
terno suas normas são criadas por um órgão legislativo central encarregado de criar ou
formular as leis e regem dentro das fronteiras e no território de cada Estado, ou seja, é
criado por vontade de um só Estado. Enquanto o direito internacional, é criado com a
colaboração de dois ou mais Estados, suas normas transpõem as fronteiras, porque nor-
matizam as relações mútuas nesses estados.
2) Em quanto aos sujeitos beneficiários ou obrigados. No direito interno, seu ordenamento
jurídico está integrado por um conjunto de normas jurídicas que regem dentro do te-
rritório nacional e se aplica aos indivíduos (pessoas naturais e/ou jurídicas) sejam nacio-
nais ou estrangeiros e é de cumprimento obrigatório, incluindo as sociedades estatais,
ou seja, cada Estado tem seu próprio ordenamento jurídico. Em troca, no direito inter-
nacional, as normas jurídicas normatizam as relações entre os Estados, e são úteis à co-
munidade ou sociedade internacionais, e os sujeitos não só são os estados mas outros
sujeitos como organizações. É um direito de subordinação e o direito internacional de
coordenação.
3) Em quanto aos sujeitos do direito internacional público são: Os Estados nacionais, aqueles
reconhecidos por seus pares e a comunidade internacional. As Organizações Interna-
cionais, seja de mediação e acordo internacional, ONU, Organização das Nações Unidas,
a OIT, Organização Internacional do Trabalho, OEA, Organização dos Estados America-
nos, a UE, a União Europeia. A comunidade beligerante, como os movimentos de liber-
tação nacional, nos casos de terem sido reconhecidos como atores políticos e não
criminosos; e, A pessoa física, é a pessoa reconhecida como sujeito do direito interna-
cional com deveres e obrigações.
Neste contexto em quanto à origem do direito interno e internacional, sustenta-se em duas
doutrinas: doutrina voluntarista e a doutrina objetivista; a primeira, no direito interno (regras
jurídicas) são produto da vontade humana e o direito internacional nasce do consentimento
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dos Estados. Na doutrina objetivista, estabelece que a origem das normas ou do ordenamento
jurídico se regem por uma norma fundamental da qual se derivam todas as regras do direito,
segundo Kelsen tomado de (Rousseau, 1966).
Tabela 1
Classificação do direito internacional público e privado
Nota: Elaboração própria.
Tabela 2
Divisões do Direito Internacional e do Direito Interno
Nota: Elaboração própria.
Direito Internacional Público Direito internacional privado
Universal e regional: Universal aplica-se em todo o
mundo (ONU) e Regional aplica-se à região (OEA).
Pelo enfoque:
Nacional: regula as relações privadas internacionais
de um país específico.
Uniforme: harmoniza as regras de direito internacio-
nal privado entre diferentes países.
Natural e positivo: Segundo a natureza das normas
e das investigações.
Pelo setor: Direito aplicável, competência judicial inter-
nacional, reconhecimento e execução de decisões es-
trangeiras.
Teórico e prático: Classifica-se segundo a natureza
das normas e das investigações.
Pela fonte: Lei, Costume, Princípios gerais do Direito, Ju-
risprudência, Doutrina.
Geral e particular: Segundo a natureza obrigatória
das normas.
Direito Internacional Privado Autônomo, Direito Inter-
nacional Privado Convencional, Direito Internacional
Privado Institucional, Direito Internacional Privado
Transnacional.
Divisão do Direito Internacional Público Divisão do Direito Internacional Privado
Direito Penal Internacional
Direito Internacional Administrativo
Direito Constitucional Internacional
Direito Internacional dos Direitos Humanos
Direito Internacional Humanitário
Direito Internacional Econômico
Direito Internacional do Meio Ambiente
Direito Internacional Tributário
Direito Aplicável e Execução
Direito Processual
Direito de Família
Direito Comercial
Direito Interno (Objetivo e Subjetivo)
1.1 Direito Público: Direito Constitucional, Direito Adminis-
trativo, Direito Penal, Direito Financeiro, Direito Internacio-
nal Público, Direito Tributário, Direito Processual, Direito
do Trabalho, Direito de Imigração, Direito Ambiental.
1.2 Direito Privado: Direito Civil, Direito Comercial, Direito
Societário, Direito Falimentar, Direito Internacional Privado.
1.3 Direito Social: Direito Social (Seguridade Social) e Di-
reito Econômico (Direito Financeiro, Economia Popular e
Solidária).
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V. As relações entre o Direito internacional e os direitos internos
Sobre o direito internacional e o direito interno, podemos dizer que, no Equador como em
todos os países, não existe um corpo único de direito positivo para resolver os conflitos de leis.
Para encontrar as normas do direito privado, deve-se recorrer à Constituição equatoriana, có-
digos e leis, bem como aos tratados e convenções assinados e ratificados pelo Equador, como
a Convenção Pan-Americana de 1928, que aprovou o Código Sánchez de Bustamante, já men-
cionado.
Entre os conceitos fundamentais, é importante indicar que existe um fator de fato que deter-
mina a existência do Direito Internacional Privado: a coexistência do Estado com legislações di-
versas. Seu fundamento jurídico é a comunidade das nações, e seu grau de desenvolvimento
determinará o avanço do DIP. Por isso, segundo Larrea (2009), identificam-se como princípios
os seguintes:
Igualdade, consagrada na Constituição equatoriana, equipara os direitos entre equatorianos e
estrangeiros nos direitos civis, bem como nas atividades laborais e comerciais.
Reciprocidade, resulta de um ato soberano do Estado, incondicional e independente da conduta
dos outros Estados perante os equatorianos.
Territorialidade das leis, prevista no Código Civil equatoriano, na disposição: “a lei obriga todos
os habitantes da República, incluindo os estrangeiros, e sua ignorância não exime ninguém.
Personalidade das normas que afetam o estado civil e a capacidade das pessoas, abrange qual
deve ser a lei pessoal que rege o estado civil e a capacidade das pessoas. Esta questão não
ficou resolvida no Código Sánchez de Bustamante, sendo solucionada pela lei de preferência
da nacionalidade vigente no Código Civil equatoriano.
Respeito aos direitos adquiridos, princípio contemplado na Constituição de 1967, ao estabelecer
que a nacionalidade adquirida não se perde em virtude de novas leis com exigências distintas.
Mesmo com possíveis mudanças constitucionais, o respeito ao direito adquirido também é pre-
visto no Código Civil equatoriano.
Ordem pública, constitui um princípio básico do direito interno, regido pelas normas constitu-
cionais e pelo direito secundário que rege o direito público (Larrea, 2009).
VI. Aplicação e interpretação do direito internacional
Já no século XVIII, o direito internacional buscava interpretar e compreender os problemas in-
ternacionais da época, desenvolvendo-se assim a Sociedade Internacional e o Direito Interna-
cional ou direito natural (Rodríguez, 2019). Isso deu início a uma transformação política,
econômica e social, consolidando o Estado moderno na Europa, cujo objetivo era reger os di-
reitos e deveres jurídicos dos Estados — considerados sujeitos do direito internacional —, trans-
formando o Estado em uma comunidade política de poder absoluto e enfraquecendo a
Comunidade Internacional.
Atualmente, o DI é um sistema jurídico de princípios e regras que produzem efeitos em relação
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a outros princípios e regras, devendo ser interpretado em conjunto. Assim, o DI não é apenas
uma compilação de normas: existem relações entre elas, convivendo normas de hierarquia su-
perior e inferior, ou gerais e específicas, dentro de um conjunto unitário e coerente (Relatório
da CDI, 2006).
Surge assim o conceito: “O direito internacional é um sistema jurídico.” Suas regras e princípios
produzem efeitos em relação a outros princípios e normas e devem ser interpretados em seu
contexto (Hart, 2012).
Organização no Direito Internacional Público (DIP)
As instâncias do DI Público são organismos descentralizados, dinâmicos e minimamente coer-
citivos, com deveres jurídicos internacionais relativos e negociáveis. Segundo Novak e García
(2001), caracteriza-se por: (a) Ausência de um órgão legislador centralizado para elaborar nor-
mas jurídicas, pois as regras são criadas por tratados; (b) Ausência de um órgão jurisdicional
obrigatório — os Estados não estão automaticamente sujeitos a um tribunal, mas podem se
submeter voluntariamente em caso de controvérsia;(c) Ausência de um órgão sancionador —
não existe um órgão que imponha sanções em caso de descumprimento dos tratados.
Entre as funções do direito internacional público (Franciskovic, 2019), destacam-se: (a) Deter-
minar as competências dos Estados, dado que cada Estado possui uma esfera de ação limitada
e fora dela carece de legitimidade, salvo exceções; (b) Determinar as obrigações negativas (de
abstenção) e positivas (de colaboração, assistência, etc.) impostas aos Estados no exercício de
suas competências — substituindo a competência discricionária por uma competência limitada;
(c) Regulamentar as competências dos organismos internacionais.
As Organizações Internacionais sob a perspectiva jurídica
Antes de identificar as organizações internacionais, convém citar os elementos do direito in-
ternacional, entre os quais estão: convenções internacionais, costume internacional aceito como
prática geral, decisões judiciais definitivas e doutrinas que auxiliam a aplicação das leis em caso
de controvérsia.
Entre os organismos internacionais com perspectiva jurisdicional, identificam-se: Corte Inter-
nacional de Justiça, Corte Interamericana de Direitos Humanos, Corte Europeia de Direitos Hu-
manos.Outros órgãos de justiça com alcance internacional:Tribunal de Justiça da União
Europeia, Tribunal Penal Internacional, Corte Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Tri-
bunais de caráter transnacional incluem: Tribunal da União Europeia, Tribunal de Justiça do
Acordo de Cartagena (CAN), que resolve consultas prejudiciais de pessoas físicas ou jurídicas
membros da CAN em atividades comerciais e tarifárias, Corte Centro-Americana de Justiça.
A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia (Países Baixos), é o órgão judicial da ONU,
conhecida como Corte Mundial. Resolve disputas entre Estados membros da ONU e é com-
posta por 15 juízes para mandatos de 9 anos, renováveis. Pode emitir pareceres consultivos a
pedido da Assembleia Geral, do Conselho de Segurança e de outros órgãos da ONU.
O Tribunal Penal Internacional, por sua vez, julga crimes de guerra cometidos, por exemplo,
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durante os conflitos na antiga Iugoslávia — embora suas decisões nem sempre sejam plena-
mente executadas.
Criação de instituições como ONU, OEA, União Europeia, entre outras
Os organismos internacionais foram criados para promover a cooperação entre países na ma-
nutenção da paz, segurança, comércio, desenvolvimento econômico e assistência humanitária.
Seus objetivos principais são: manter a paz e a segurança das nações, fomentar o crescimento
econômico, fortalecer as relações entre países, auxiliar com financiamento, apoio técnico e cria-
ção de bens públicos globais, tornar os países mais eficientes e regular o poder dos Estados.
As organizações internacionais possuem estrutura orgânica permanente, regem-se por acordos
ou tratados com suas próprias leis e princípios, respeitam as normas do direito interno de cada
Estado membro, mas sua atuação ultrapassa as fronteiras de um único Estado. Seus objetivos
podem ser políticos, informativos, humanitários ou de outra natureza.
Classificação dos organismos internacionais
Quanto à classificação, eles podem ser divididos segundo diversos critérios: Quanto à duração,
podem ser: permanentes ou não permanentes. Quanto à capacidade de ação, com base na
autoridade conferida pelos Estados-membros, podem ser: organismos plenos, organismos se-
miplenos e organismos de consulta. Cabe destacar que existem organizações internacionais
nas quais não participam Estados (como as ONGs), mas em todas aquelas integradas por Es-
tados, estas estão sujeitas ao Direito Internacional Público, ainda que muitas possuam perso-
nalidade jurídica própria e outras tenham capacidade autônoma de atuação.
Organismos de maior relevância
Organização das Nações Unidas (ONU): criada ao final da Segunda Guerra Mundial, substituiu
a Liga das Nações. Seu objetivo é ser um espaço para o debate entre as nações, para resolver
disputas por meio da diplomacia, evitando a guerra. Possui comissões especializadas para pro-
mover a cultura, a igualdade, a educação, a saúde, entre outros.
Organização Internacional do Trabalho (OIT): vinculada à ONU, criada em 1919, busca a melhoria
das condições laborais no mundo, promovendo locais de trabalho dignos, regulamentações
mínimas de condições e a proibição do trabalho infantil e forçado, entre outros.
Banco Mundial (BM): promove o desenvolvimento dos países por meio de políticas de assessoria
estratégica, fomento educacional, empréstimos e financiamento de projetos de desenvolvimento.
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO): inculada à
ONU, fundada em 1945, tem como objetivo democratizar o saber, preservar o legado da hu-
manidade e fomentar o aprendizado nas ciências.
Organização Mundial da Saúde (OMS): também vinculada à ONU, com alcance global, atua
no combate a doenças, nas condições sanitárias dos países e na saúde preventiva.
Organização Mundial do Comércio (OMC): defende as normas vigentes do comércio interna-
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cional, promovendo o entendimento entre produtores, consumidores e exportadores para que
a atividade comercial seja justa e equitativa.
Fundo Monetário Internacional (FMI): organismo financeiro internacional que apoia economi-
camente países em desenvolvimento por meio de empréstimos e recomendações de gestão
pública.
Organização dos Estados Americanos (OEA): organismo regional, com capacidade diplomática
e financeira, podendo intervir caso algum país-membro descumpra os princípios relacionados
a direitos humanos e à democracia.
No âmbito do Direito Comunitário, destacam-se a União Europeia (UE) e a Comunidade Andina
de Nações (CAN).
Existem ainda outros organismos internacionais, como: a União Internacional de Telecomuni-
cações, a União Postal Universal, o Banco Interamericano, entre outros.
Conflitos em nível global
Atualmente, desenvolveram-se guerras, insurgências, conflitos étnicos, migração e crime or-
ganizado transnacional.
Entre os conflitos armados destacam-se: Rússia-Ucrânia, que ameaça a segurança da Europa.
Sudão, com a crise de refugiados. Faixa de Gaza, entre árabes e israelenses. Conflitos perma-
nentes em países como Etiópia, Afeganistão e Síria. Problemas de insurgência em Paquistão e
Myanmar. Conflitos étnicos na região dos Grandes Lagos da África. Outros conflitos relevantes
incluem: Israel-Palestina, Irã contra EUA e Israel, Haiti, EUA-México, Península da Coreia, Repú-
blica Democrática do Congo, Colômbia. Esses conflitos resultam em deslocamentos forçados,
sofrimento em larga escala e mortes.
Nessa linha, as noções de Sociedade Internacional (SI) e Direito Internacional (DI) contempo-
râneo configuram dois tipos ideais ou conceitos ordenadores da complexa realidade interna-
cional. Eles reúnem e relacionam numerosos dados particulares para construir modelos ou
arquétipos que ajudam a compreender melhor certos aspectos dessa realidade (Farinas, 1989).
Assim, a SI contemporânea é um tipo ideal lógico, definido sobretudo por certos aspectos ma-
teriais; já o DI contemporâneo seria um tipo ideal normativo, definido principalmente pelas re-
lações de coexistência e cooperação em um sistema universal.
No entanto, não escapa neste momento o problema global com a guerra comercial empreen-
dida pelos Estados Unidos da América e sua política anti-migratória, pelo incremento de tarifas
a todos os países, com a opção de revisão após acordos comerciais bilaterais, o que implicou
que os demais países incrementassem suas tarifas em nível mundial, o que influi na deportação
de migrantes, ou seja, que se fixam linhas tanto para as importações como para os migrantes,
buscando estabelecer uma ordem sob as políticas desse governo.
Nesta mesma linha, cabe indicar que, tanto o Estatuto da CIJ como o conjunto de jurisprudência
desse órgão atendem ao mesmo espírito consensual que reflete a noção de prática interna-
cional, que assume uma interpretação consensual ao reconhecer as regras do DI aplicáveis ao
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objeto de um litígio e determinar seu conteúdo normativo.
Conclusão
Neste ponto, é de indicar que o direito internacional representa um marco normativo essencial
que regula as relações entre Estados e outros atores internacionais no cenário mundial. Através
de um conjunto de normas consensuadas entre Estados, nas quais se incorporam princípios e
procedimentos. Convênios que envolvem temas diversos como direitos humanos, regulação
do comércio internacional e preservação do meio ambiente.
O direito internacional é de caráter consensual como resposta à necessidade de cooperação e
diálogo entre as nações para enfrentar os desafios e conflitos a fim de manter a paz, sob o
respeito às normas e princípios por parte dos Estados, contemplados no direito internacional,
buscando promover a paz, a segurança e o desenvolvimento da sociedade.
Tanto no Sistema Internacional como no Direito Internacional, regem princípios como o de con-
sentimento ou vontade, na criação e aplicação das normas, não escapa a imposição de com-
petências, como os princípios de neutralidade e não intervenção, e ausência de hierarquia de
normas. No entanto, evidencia-se a primazia do direito internacional, ao incorporar-se ao direito
interno através de normas constitucionais, como o rigor de sua interpretação.
Desde a interpretação das normas desta matéria, conclui-se que a mesma remonta à com-
preensão dos problemas no direito natural; depois, no Estado moderno, a interpretação sus-
tenta-se na governança dos direitos e deveres jurídicos dos Estados, e, nestes tempos, aquela
se sustenta em um sistema jurídico de princípios e regras, caracterizado por ausência de órgãos
legislativo, jurisdicional obrigatório e de órgão sancionador.
Finalmente, a existência dos organismos internacionais não garantiu o objetivo da paz, nem a
cooperação entre os Estados; pelo contrário, evidencia-se a influência do Estado com mais
poder sobre os demais de menor ou nulo poder. Muito menos os Tribunais judiciais consegui-
ram que suas decisões fossem executadas conforme é o objeto do sistema.
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Educomunicação: abordagem dialógica
para inovar a prática docente
Educomunicación: enfoque dialógico para
innovar la práctica docente
Lisset Márquez Martínez
https://orcid.org/0000-0001-8667-8354
El Piñal, estado Táchira / Venezuela
Como citar: Andrade, O. D. J., Márquez, M. L. y Quevedo, B. J. M. (2025). Educomunicação: abordagem
dialógica para inovar a prática docente. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 87-107.
https://doi.org/10.59654/8pgbxs47
* M. Sc. em Educação. Pesquisadora da Universidad Autónoma del Caribe, vinculada ao Programa Todos a Aprender
do Ministério da Educação Nacional da Colômbia, área de Qualidade do Departamento do Magdalena. Universidad
Autónoma del Caribe. E-mail de contato: delmyjanethandrade@gmail.com
** M. Sc. em Educação. Pesquisadora da Universidad Autónoma del Caribe, Docente vinculada à Instituição Luis
Carlos Galán Sarmiento, Plato, Departamento do Magdalena – Colômbia. Universidad Autónoma del Caribe. E-
mail de contato: Lissetmarquez@hotmail.com
*** M. Sc. em Educação. Pesquisador da Universidad Autónoma del Caribe, Docente vinculado à área de Gestão Di-
retiva da Instituição Luis Carlos Galán Sarmiento, Plato, Departamento do Magdalena – Colômbia. Universidad
Autónoma del Caribe. E-mail de contato: quevedoborreroj@gmail.com
Recebido: abril / 8 / 2025 Aceito: abril / 26 / 2025
Jorge Miguel Quevedo Borrero
https://orcid.org/0000-0001-8130-701X
El Piñal, estado Táchira / Venezuela
https://doi.org/10.59654/8pgbxs47
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
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Resumo
Este estudo teve como objetivo estabelecer a importância da Educomunicação como aborda-
gem dialógica para inovar a prática docente. Foi abordado a partir de cinco dimensões teóricas:
educativa, comunicativa, midiática, social e tecnológica. A metodologia correspondeu a uma
revisão documental de teorias e abordagens anteriores. Para esse fim, foram selecionados 42
documentos sobre temas de educomunicação, inovação educativa e a integração de tecnolo-
gias na sala de aula; foram utilizados critérios de inclusão como: acesso aberto, publicados
entre os anos de 2010 e 2024, em inglês e espanhol. Utilizou-se análise de conteúdo e síntese
teórica. Os resultados mostraram que a educomunicação promove uma aprendizagem parti-
cipativa e crítica, incentiva o ensino para o empoderamento e a formação de cidadãos capazes
de analisar, questionar e produzir conteúdo ético. Concluiu-se que é necessário que os docentes
redesenhem suas práticas a partir da abordagem educomunicativa, com experiências de apren-
dizagem dinâmicas e inclusivas que contribuam para o desenvolvimento do conhecimento co-
letivo.
Palavras-chave: Educomunicação, abordagem dialógica, inovação, prática docente.
Resumen
Este estudio tuvo como objetivo establecer la importancia de la Educomunicación como enfoque
dialógico para innovar la práctica docente, se abordó desde cinco halos teóricos: educativo, co-
municativo, mediático, social y tecnológico. La metodología correspondió a revisión documental
de teorías y enfoques previos. Para este fin, se seleccionaron 42 documentos, sobre temas de
educomunicación, innovación educativa y la integración de tecnologías en el aula; se utilizaron
criterios de inclusión como: acceso abierto, publicados entre los años: 2010 y 2024, en inglés y
español. Se empleó análisis de contenido y síntesis teórica. Los resultados mostraron que la edu-
comunicación fomenta un aprendizaje participativo y crítico, promueve la enseñanza para el em-
poderamiento y la formación de ciudadanos capaces de analizar, cuestionar y producir contenido
ético. En conclusión, se resaltó la necesidad de que los docentes rediseñen sus prácticas desde el
enfoque educomunicativo, con experiencias de aprendizaje dinámicas e incluyentes que contri-
buyan desarrollar conocimiento colectivo.
Palabras clave: Educomunicación, enfoque dialógico, innovación, práctica docente.
Introdução
Atualmente, observam-se fragilidades significativas nos processos educativos, sendo um desses
problemas a resistência à mudança na cultura escolar e na comunidade educativa em geral.
Nesse sentido, Gozálvez e Contreras (2014) apontam que a inovação no ensino frequentemente
enfrenta tradições e atitudes que preferem métodos convencionais, o que limita a implemen-
tação de práticas mais participativas e colaborativas. Enquanto isso, Álvarez e Suárez (2023)
sustentam que a diversidade na sala de aula apresenta o desafio de adaptar a inovação para
Delmy Janeth Andadre Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero
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que seja inclusiva e responda às diferentes realidades sociais e culturais dos estudantes. Daí
que a falta de uma cultura de trabalho em equipe também dificulta a adoção de metodologias
que promovam a colaboração e a interação social, como a aprendizagem baseada em projetos
ou a aprendizagem colaborativa.
Dentro dessa linha de pensamento, Aguaded e Martín (2013) destacam que um dos maiores
problemas enfrentados pelos sistemas educacionais atualmente é a comunicação unidirecional
que ainda prevalece em muitos contextos educativos. Isso cria uma barreira que impede o diá-
logo entre professores e alunos, limitando o desenvolvimento de habilidades de pensamento
crítico e de expressão pessoal nos alunos.
Para Barbas et al. (2013), a falta de habilidades comunicativas por parte de alguns professores
para lidar com a diversidade de opiniões e perspectivas na sala de aula também pode dificultar
um ambiente de abertura e respeito, necessário para que a inovação na prática docente pros-
pere. Além disso, existe o desafio de fomentar uma comunicação autêntica em ambientes vir-
tuais, que às vezes são percebidos como impessoais e distantes.
De acordo com Lara (2016), a educação hoje enfrenta problemas que se originam na falta
de integração adequada dos meios de comunicação no processo de ensino-aprendizagem.
Daí que muitos docentes utilizam os meios digitais de maneira superficial, sem aproveitar
seu potencial para desenvolver o pensamento crítico e a alfabetização midiática nos estu-
dantes.
Segundo Caballero (2022), a superexposição a conteúdos digitais e a falta de estratégias para
filtrar e analisar criticamente as informações dificultam que os estudantes desenvolvam uma
compreensão profunda e responsável dos meios. Isso destaca a necessidade de capacitar tanto
professores quanto alunos em habilidades de análise da informação e no uso ético e consciente
dos meios.
Cabe destacar que, segundo Hergueta (2017), no âmbito educacional, um dos problemas mais
comuns enfrentados é a rigidez nos enfoques e métodos de ensino tradicionais, já que a ino-
vação requer flexibilidade nos conteúdos e nos métodos pedagógicos, mas as limitações cu-
rriculares e as avaliações padronizadas podem restringir a capacidade dos professores de
experimentar novas estratégias.
Por sua vez, Gil e Marzal (2023) destacam que a falta de formação contínua e de atualização
profissional em enfoques pedagógicos inovadores faz com que alguns professores não tenham
as ferramentas ou o conhecimento necessário para transformar suas práticas de maneira efetiva.
Isso limita a possibilidade de criar ambientes de aprendizagem que sejam realmente adaptati-
vos, centrados no estudante e em seus interesses.
No entanto, Aguaded e Martín (2013) afirmam que o principal problema que afeta os pro-
cessos educativos atualmente é a brecha digital, que afeta tanto professores quanto alunos
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Educomunicação: abordagem dialógica para inovar a prática docente
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e suas famílias, pois nem todos os docentes têm acesso à tecnologia ou as habilidades di-
gitais necessárias para integrá-la de maneira eficaz em suas práticas. Da mesma forma, a
infraestrutura tecnológica em algumas instituições é insuficiente ou pouco acessível, o que
restringe a implementação de ferramentas tecnológicas que poderiam enriquecer a apren-
dizagem.
Segundo Guzmán e Castillo (2022), também existe o risco de um uso descontextualizado da
tecnologia, no qual se utilizam dispositivos e aplicativos sem um propósito pedagógico claro,
o que pode gerar distrações em vez de potencializar a aprendizagem. Tudo isso mostra que a
educação atual está marcada por desafios que até hoje não foram superados (Bonilla del Río
et al., 2018).
Nesse sentido, Koffermann (2023) considera que um dos problemas é a falta de envolvimento
dos estudantes no processo educativo, já que os métodos tradicionais costumam se centrar na
transmissão unidirecional do conhecimento, o que limita o desenvolvimento de habilidades crí-
ticas e comunicativas nos estudantes, que necessitam de mais espaços para expressar suas
ideias, questionar e refletir.
Para Feltrero et al. (2023), existem dificuldades relacionadas à escassa incorporação das novas
tecnologias da informação e comunicação (TIC) no ensino, de forma que se aproveite seu po-
tencial para fomentar a interação e o diálogo. Em muitos casos, as TIC são utilizadas apenas
como ferramentas de apoio, sem promover verdadeiras experiências de aprendizagem cola-
borativa, o que reduz sua efetividade no desenvolvimento de competências digitais e de co-
municação.
Nesse sentido, Downer et al. (2015) expõem que alguns professores encontram dificuldades
para adaptar suas práticas às necessidades dos estudantes atuais, que requerem uma educação
mais dinâmica, participativa e significativa. Por isso, López et al. (2023) propõem que a falta de
formação em enfoques inovadores, como a educomunicação, limita a capacidade dos docentes
para transformar suas aulas em espaços de diálogo e coprodução de conhecimento, adaptado
aos interesses e contextos dos alunos.
Segundo González et al. (2024), persistem problemas de comunicação entre professores e alu-
nos, o que afeta a construção de relações baseadas na confiança e no respeito mútuo. Isso di-
ficulta que os estudantes se sintam ouvidos e valorizados na sala de aula, o que é fundamental
para uma educação inclusiva e democrática. Finalmente, a falta de inovação pedagógica afeta
a motivação e o interesse dos alunos, que podem ver a educação como algo distante de sua
realidade (Arranz et al., 2024). Por tudo isso, considera-se que este estudo permitirá explorar
como uma abordagem de educomunicação dialógica pode transformar as práticas docentes,
tornando a aprendizagem mais relevante e acessível, e promovendo uma educação na qual os
estudantes se sintam protagonistas de seu próprio processo formativo.
Nesse sentido, Aguaded e Pena (2013) propõem que a educomunicação tem uma importância
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crescente na atualidade devido à sua capacidade de responder às necessidades de uma edu-
cação mais participativa, inclusiva e orientada para o desenvolvimento integral dos estudantes,
já que essa abordagem integra a comunicação na educação, promovendo práticas pedagógicas
que fomentam o diálogo, o pensamento crítico e a construção coletiva do conhecimento, as-
pectos-chave em um mundo onde os estudantes estão expostos a um fluxo constante de in-
formação por meio de múltiplos meios e plataformas.
Cabe destacar que, nas instituições educativas colombianas, observa-se falta de motivação e
participação dos estudantes no processo de aprendizagem. Em muitos casos, os métodos tra-
dicionais de ensino, que se centram na transmissão de conhecimentos de forma unidirecional,
geram desinteresse e uma baixa capacidade para refletir e expressar opiniões, limitando a par-
ticipação e o desenvolvimento do pensamento crítico. Em nível social, é comum observar que
alguns estudantes enfrentam dificuldades para colaborar e trabalhar em equipe, o que pode
estar relacionado à falta de metodologias que promovam a interação e a convivência na sala
de aula. Isso gera um ambiente de aprendizagem onde predomina a competição individual e,
em alguns casos, manifestam-se conflitos entre os alunos, dificultando uma cultura de respeito
e cooperação.
Da mesma forma, um dos sintomas recorrentes é a pouca comunicação entre professores e
alunos, e a tendência dos docentes de monopolizar o discurso na sala de aula. Isso cria uma
barreira que impede a criação de um ambiente de confiança e respeito mútuo, onde os estu-
dantes possam se sentir seguros para expressar suas ideias e experiências.
Do mesmo modo, alguns docentes mostram limitações no manejo de dinâmicas de comuni-
cação bidirecional, o que pode levar os estudantes a se sentirem incompreendidos ou desmo-
tivados, afetando a relação entre ambos. Também se observa que muitos docentes e estudantes
carecem de habilidades para analisar e utilizar de maneira crítica os meios e a informação
digital. A falta de uma alfabetização midiática adequada dificulta que os estudantes desenvol-
vam a capacidade de discernir entre informação verdadeira e desinformação, e muitos docentes
não integram esses temas em suas aulas, desperdiçando o potencial dos meios como ferra-
mentas para a aprendizagem crítica e contextual.
Do mesmo modo, observa-se pouca adaptação às necessidades dos estudantes e uma au-
sência de metodologias que respondam aos seus interesses e realidades. Isso se traduz em es-
tudantes que não encontram sentido ou relevância no que aprendem e que, por isso, não se
envolvem de maneira significativa em seu processo de aprendizagem. Além disso, observa-se
uma escassa formação contínua dos docentes em enfoques pedagógicos inovadores, o que li-
mita a capacidade das instituições para responder às demandas de uma educação moderna e
adaptada aos tempos atuais.
Finalmente, no âmbito tecnológico, persiste uma notável brecha digital. Daí que muitos estu-
dantes e docentes não têm acesso a dispositivos tecnológicos nem à conectividade necessária,
o que dificulta o uso de recursos digitais na aprendizagem. Nos casos em que existem recursos
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Educomunicação: abordagem dialógica para inovar a prática docente
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tecnológicos, observa-se que, muitas vezes, são utilizados de maneira básica ou como apoio
superficial ao ensino tradicional, sem aproveitar todo o seu potencial pedagógico. Essa situação
limita a possibilidade de que tanto docentes como estudantes desenvolvam competências di-
gitais e habilidades práticas para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais digitalizado.
Por tudo isso, neste estudo propôs-se estabelecer a importância da Educomunicação como
abordagem dialógica para inovar a prática docente a partir de cinco dimensões teóricas fun-
damentais: educativa, comunicativa, midiática, social e tecnológica.
Metodología
O presente estudo seguiu os procedimentos de uma revisão documental, o que implica que
se baseia na coleta, revisão e análise de documentos existentes, tais como livros, artigos cien-
tíficos, dissertações de mestrado e teses de doutorado, entre outros (Arias, 2016). Essa abor-
dagem é útil para consolidar informações sobre um tema específico sem a necessidade de
realizar pesquisas primárias. Através da revisão de documentos prévios, o estudo busca esta-
belecer uma base teórica sólida, identificar tendências, padrões e lacunas no conhecimento
existente. Neste caso, foram selecionados 42 documentos relevantes sobre temas como ino-
vação educativa, educomunicação, estratégias pedagógicas e a integração de tecnologias na
sala de aula, todos produzidos por fontes acadêmicas reconhecidas.
Nesse sentido, os documentos foram selecionados seguindo certos critérios de inclusão.
Foram incluídos apenas livros acadêmicos, artigos científicos revisados por pares e teses que
tratassem de maneira direta os temas relacionados à inovação no ensino, à educomunicação
e às estratégias de ensino tecnológico. Os documentos deviam ser publicados entre os anos
de 2010 e 2024 para garantir a atualidade das informações. Além disso, foram considerados
apenas documentos em espanhol ou inglês, a fim de facilitar sua compreensão e acessibili-
dade.
Para a busca dos documentos, foram utilizadas palavras-chave como “inovação pedagógica”,
educomunicação, “práticas docentes inovadoras”, “tecnologia educativa” e “estratégias de en-
sino, entre outras, que foram inseridas em diversas bases de dados acadêmicas, como Google
Scholar, Scopus, ERIC e JSTOR. Essa seleção de palavras-chave permitiu encontrar documentos
relevantes que cobrissem de forma abrangente os temas centrais da pesquisa, garantindo que
os artigos, livros e teses fossem pertinentes ao objeto de estudo.
A análise das informações obtidas dos documentos foi realizada utilizando diversas técnicas. A
principal foi a análise de conteúdo, que permitiu uma revisão detalhada dos textos, identificando
os temas, enfoques e tendências recorrentes em relação à inovação pedagógica e à educo-
municação. As informações relevantes foram categorizadas e comparadas entre os diferentes
enfoques encontrados, o que permitiu identificar semelhanças e diferenças-chave. Além disso,
utilizou-se uma técnica de síntese teórica, na qual foram agrupadas as principais ideias dos
documentos revisados, construindo uma narrativa coerente que resumisse os achados mais
importantes.
Delmy Janeth Andadre Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero
93
Resultados e discussão
A seguir, apresenta-se uma análise da revisão documental a partir das cinco dimensões teóricas
fundamentais.
Tabela 1
Análise da dimensão educativa
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 87-107
ISSN Eletrônico 2665-038X
Educomunicação: abordagem dialógica para inovar a prática docente
Halo teórico Autores Teoria
Contribuições para a
educomunicação
dialógica
Impacto na inovação
docente
Educativo
Martini
(2020)
Aponta a possibili-
dade de uma integra-
ção entre a
educomunicação e
outras áreas, como a
tecnologia ou a peda-
gogia, abrindo o diá-
logo sobre como a
comunicação e a edu-
cação se inter-relacio-
nam em um contexto
mais amplo.
Apresenta uma crítica
aos enfoques tradicio-
nais, abre o diálogo
sobre a interseção da
educomunicação com
outros campos como a
tecnologia e a pedago-
gia.
Sua abordagem con-
tribui para integrar
múltiplas perspecti-
vas no processo edu-
cativo, promovendo
flexibilidade e adap-
tação às novas reali-
dades.
Medina
(2024)
Alude à transforma-
ção das formas de in-
teração e
comunicação, promo-
vendo um paradigma
inclusivo e contextuali-
zado nas realidades
latino-americanas.
A educação humanista
conecta emoções para
mobilizar aprendiza-
gens.
Permite assumir a
inovação a partir da
perspectiva da diver-
sidade dos estudan-
tes.
García et al.
(2024)
Explora a importância
das emoções nos pro-
cessos educativos, es-
pecificamente no
ensino, e também
aborda como a edu-
comunicação não se
trata apenas de con-
teúdos informativos.
Sugere que o vínculo
emocional na sala de
aula facilita uma cone-
xão significativa com os
conteúdos. Valoriza a di-
mensão emocional, fa-
vorecendo uma
experiência educativa
mais humana e com-
preensiva.
A educação huma-
nista conecta emo-
ções para mobilizar
aprendizagens.
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
94
Tabela 1 (cont.)
Nota: Elaboração própria (2025).
A Tabela 1 apresenta a perspectiva educativa a partir do enfoque de vários autores. Nesse sen-
tido, Martini (2020) considera que a educomunicação se apresenta como uma crítica aos en-
foques tradicionais, destacando seu potencial para integrar e dialogar com outros campos
Delmy Janeth Andadre Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero
Halo teórico Autores Teoría
Contribuições para a
educomunicação
dialógica
Impacto na inovação
docente
Miranda &
Sandoval
(2024)
Propõem a expan-
são da educação
para além da sala de
aula tradicional,
abordando tanto os
contextos formais
quanto informais da
educação.
Na prática docente,
essa abordagem im-
pulsiona a inovação ao
desafiar as barreiras fí-
sicas da educação e
fomentar uma conti-
nuidade educativa por
meio de diversas pla-
taformas e espaços de
interação.
As barreiras educa-
cionais podem ser
superadas na me-
dida em que se
combinem contex-
tos formais e infor-
mais e se
introduzam inova-
ções nos espaços
de interação.
Anaguano
(2024)
Aborda os desafios e
oportunidades que
sua integração nos
currículos apresenta
e como influencia o
ensino e a aprendi-
zagem.
Essa abordagem dialó-
gica ajuda os docentes
a organizar seus méto-
dos de ensino de
forma flexível e contex-
tualizada, permitindo a
adaptação às mudan-
ças e favorecendo a
inovação educativa de
acordo com as neces-
sidades sociais.
A integração curri-
cular reconfigura e
otimiza o ensino ao
mesmo tempo em
que melhora a inte-
ração.
Pac (2024)
Oferece uma refle-
xão filosófica sobre a
educomunicação em
um contexto pós-
humano; a tecnolo-
gia e as novas
formas de comuni-
cação redefinem o
processo educativo.
Enfatiza a reflexão
como via para a re-
definição das práti-
cas de ensino.
O aumento do
uso de tecnolo-
gias, em todas as
dimensões da vida
moderna, obriga a
migrar para novos
sistemas de parti-
cipação e comuni-
cação.
95
como a tecnologia e a pedagogia. Essa interseção abre um espaço para que a educomunicação
impulsione práticas docentes mais flexíveis e adaptativas, o que responde às demandas cam-
biantes da sociedade contemporânea. Seu enfoque dialógico permite uma maior variedade
de perspectivas, propiciando um ensino que não apenas se adapta à mudança, mas que tam-
bém desafia os educadores a questionar e renovar constantemente seus métodos.
Por sua vez, Medina (2024) contribui para o enfoque dialógico promovendo uma pedagogia
inclusiva que atenda às diversidades culturais e sociais na sala de aula, especialmente dentro
dos contextos latino-americanos. Ao fomentar nos docentes uma sensibilidade em relação às
realidades locais de seus estudantes, Medina ajuda a construir um marco de inovação no qual
as práticas pedagógicas se contextualizam e se adaptam às necessidades particulares de cada
comunidade, o que faz com que a aprendizagem seja mais relevante e significativa para os es-
tudantes.
Do mesmo modo, a perspectiva de García et al. (2024) enfatiza a importância das emoções
nos processos educativos. Esse enfoque não apenas ressalta o valor dos conteúdos informativos,
mas também das conexões emocionais que podem ser estabelecidas na sala de aula por meio
da Educomunicação, pois ao integrar o componente emocional no ensino, os docentes podem
inovar em suas práticas ao criar um ambiente de aprendizagem que reconheça a dimensão
emocional, facilitando uma experiência educativa mais humana e participativa.
Da mesma forma, Miranda e Sandoval (2024) propõem a expansão da educação para além da
sala de aula tradicional, explorando tanto contextos formais quanto informais. Esse enfoque
dialógico impulsiona a inovação docente ao permitir uma educação contínua e expandida que
se apoia em plataformas digitais e outros espaços de interação, já que, ao desafiar as barreiras
físicas da escola, esse enfoque permite que a aprendizagem se mantenha ativa e acessível fora
da sala de aula, propiciando um modelo educativo no qual a comunicação se adapta às ne-
cessidades e contextos de cada estudante.
De acordo com Anaguano (2024), os desafios e oportunidades que a educomunicação apre-
senta dentro dos currículos escolares promovem uma estrutura pedagógica que se adapta às
demandas atuais. Seu enfoque dialógico oferece aos docentes ferramentas para configurar
suas práticas de modo que a aprendizagem seja contextualizada e aberta à diversidade de ex-
periências e necessidades. Esse enfoque se converte em um motor de inovação docente, pois
permite que os métodos de ensino evoluam em função das mudanças sociais e educativas.
Finalmente, Pac (2024) oferece uma reflexão filosófica sobre a educomunicação em um contexto
pós-humano, explorando como a tecnologia redefine o processo educativo. Esse enfoque de-
safia os docentes a considerar o papel da tecnologia não apenas como uma ferramenta, mas
como uma nova forma de interação e comunicação. Esse enfoque dialógico promove uma
inovação que integra a análise crítica e ética da tecnologia, preparando os estudantes para um
ambiente digital cada vez mais complexo e que exige uma postura reflexiva no uso das ferra-
mentas e meios tecnológicos na aprendizagem.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 87-107
ISSN Eletrônico 2665-038X
Educomunicação: abordagem dialógica para inovar a prática docente
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
96
Tabela 2
Análise da dimensão comunicativa
Nota: Elaboração própria (2025).
Delmy Janeth Andadre Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero
Halo teórico Autores Teoria
Contribuições para a
educomunicação
dialógica
Impacto na inovação
docente
Leite (2013)
Explora a influência do
pensamento de Paulo
Freire na educomuni-
cação; o diálogo e a
participação são fun-
damentais na comuni-
cação educativa.
Incorporar os princípios
do pensamento de
Paulo Freire, que enfatiza
o diálogo e a participa-
ção.
Reconhecimento
mútuo entre docente
e estudante como su-
jeitos do conheci-
mento.
Comunicativo
Díaz et al.
(2024)
Aborda como a educo-
municação pode fo-
mentar o compromisso
cívico entre os jovens
em contextos socioe-
conômicos desfavore-
cidos.
Contribui para a educo-
municação dialógica ao
utilizar ferramentas co-
municativas que desen-
volvem o senso de
pertencimento e respon-
sabilidade social nos es-
tudantes.
Transitar para o papel
do docente como fa-
cilitador da aprendi-
zagem e da
cidadania.
Palios et al
(2024)
A educomunicação
como uma ferramenta
para fortalecer o senso
de pertencimento e a
responsabilidade so-
cial, especialmente
entre os jovens que en-
frentam desafios parti-
culares.
Educomunicação como
recurso para promover a
coesão social e o com-
promisso cívico entre jo-
vens em contextos de
vulnerabilidade.
Promove em sala de
aula uma dinâmica de
aprendizagem em
que se destaca a im-
portância dos valores
e do compromisso
social.
Morales et al
(2024).
A educomunicação
como mecanismo de
transformação do-
cente. Oferece estra-
tégias para abordar a
diversidade em sala
de aula e promover
um ambiente inclusivo
na educação primária.
A educomunicação dia-
lógica pode fortalecer a
prática inclusiva dos do-
centes ao lhes propor-
cionar estratégias para
lidar com a diversidade
em sala de aula.
A inovação contribui
com uma variedade
de perspectivas para
integrar materiais.
Cerna et al
(2024)
Apresenta uma revisão
sobre a relevância da
educomunicação
como uma prática
contemporânea no
campo .
Apresenta a educomu-
nicação como uma prá-
xis vigente e necessária
na era digital, abor-
dando a importância da
comunicação crítica e
dialógica na formação
de cidadãos digitais res-
ponsáveis.
Esse enfoque torna-
se um fator de ino-
vação, desafiando os
educadores a atuali-
zarem suas práticas
para incluir a análise
crítica dos meios e
da tecnologia.
97
A Tabela 2 apresenta informações sobre a dimensão comunicativa, observando-se que a edu-
comunicação se consolida como uma abordagem dialógica fundamental na inovação da prática
docente, permitindo que a educação evolua para um processo colaborativo e crítico. Citando
autores na teoria e prática educomunicativa, é possível identificar cinco enfoques fundamentais
— comunicativo, cívico, inclusivo, de pertencimento e de transformação digital — que aportam
perspectivas únicas e complementares sobre como a educomunicação pode revolucionar o
papel do docente e a aprendizagem na sala de aula.
Seguindo os princípios do pensamento de Paulo Freire, Leite (2013) ressalta a importância do
diálogo e da participação, elementos que são o núcleo do enfoque comunicativo na educo-
municação. Para Freire, a educação deve ser um processo de libertação e empoderamento,
onde docentes e estudantes se reconhecem mutuamente como sujeitos do conhecimento, o
que transforma a relação educativa em um espaço colaborativo e significativo. Esse enfoque
incentiva a inovação docente ao promover um ambiente no qual o diálogo constante e a cons-
trução coletiva do conhecimento são pilares essenciais para a aprendizagem.
A partir do enfoque cívico, Díaz et al. (2024) destacam como a educomunicação pode fomentar
o compromisso cívico entre jovens em contextos desfavorecidos, reforçando o senso de per-
tencimento e responsabilidade social. Na prática docente, essa perspectiva se traduz na capa-
cidade dos educadores para se tornarem facilitadores que integram temas de relevância social
na sala de aula, promovendo a participação comunitária e fortalecendo nos estudantes uma
consciência cívica e um compromisso com seu entorno social.
Por sua vez, Palacios et al. (2024) ampliam esse enfoque e destacam a educomunicação como
uma ferramenta que contribui para a coesão social e o compromisso cívico. Esse enfoque pro-
move na sala de aula uma dinâmica que ressalta os valores e a importância do compromisso
social, permitindo que os estudantes desenvolvam uma consciência crítica e participativa. A
prática docente se transforma ao centrar a aprendizagem não apenas em conteúdos acadê-
micos, mas no desenvolvimento de uma cidadania crítica.
Morales et al. (2024) destacam o papel da educomunicação na capacitação e desenvolvimento
profissional dos docentes, com foco na inclusão educativa. A proposta desses autores se orienta
a oferecer aos docentes ferramentas educomunicativas para abordar a diversidade na sala de
aula, promovendo um ambiente inclusivo e dialógico no contexto da educação primária. Esse
enfoque impulsiona a inovação docente ao permitir que os educadores adaptem suas práticas
para integrar uma variedade de perspectivas, o que favorece a inclusão e a aprendizagem de
todos os estudantes.
Finalmente, Cerna (2024) explora a relevância da educomunicação em um mundo digitalizado,
destacando sua pertinência na formação de cidadãos digitais responsáveis. Nesse enfoque, a
educomunicação não apenas defende o uso das tecnologias, mas também uma reflexão crítica
sobre elas, incentivando uma postura ética no uso dos meios digitais. Para os docentes, esse
enfoque implica atualizar seus métodos para integrar a análise crítica dos meios e da tecnologia,
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 87-107
ISSN Eletrônico 2665-038X
Educomunicação: abordagem dialógica para inovar a prática docente
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
98
o que facilita que os estudantes desenvolvam tanto habilidades técnicas quanto uma com-
preensão ética de sua participação na sociedade digital.
Tabela 3
Análise da dimensão midiática
Halo teórico Autores Teoria
Contribuições para a
educomunicação
dialógica
Impacto na inovação
docente
Mediático
Santos et al.
(2023)
Explora a educo-
municação na era
da hiperconectivi-
dade, propondo
uma educação
orientada para a li-
berdade e a cida-
dania crítica. A
sobrecarga de in-
formação requer
capacidades para
questionar e anali-
sar conteúdos das
mensagens.
Seu enfoque destaca o
potencial da educo-
municação para em-
poderar os indivíduos,
especialmente em um
ambiente midiático sa-
turado de informa-
ções. Nesse sentido, a
educomunicação
torna-se um meio para
formar cidadãos críti-
cos e reflexivos, capa-
zes de analisar e
questionar seu en-
torno midiático.
Esse enfoque tem um
impacto significativo
na inovação docente
ao promover a criação
de espaços educativos
que fomentam a refle-
xão crítica e a partici-
pação dos estudantes.
Os docentes são cha-
mados a transformar
suas práticas para in-
tegrar processos de
pensamento crítico em
suas salas de aula.
Coslado (2012)
Examina o desen-
volvimento e as
abordagens teóri-
cas da educomuni-
cação, bem como
os desafios que
enfrenta em um
mundo cada vez
mais interconec-
tado. Ressalta a
necessidade de
adaptar os princí-
pios da educomu-
nicação a um
contexto digital e
globalizado.
Destaca a importância
de que os estudantes
sejam capazes de
compreender, analisar
e produzir mensagens
em diversos formatos
e plataformas, o que
reflete o papel da edu-
comunicação na for-
mação de
competências midiáti-
cas em um mundo in-
terconectado.
A inovação leva os do-
centes à adaptação de
práticas para se con-
centrarem na capaci-
dade de interpretar e
produzir informação
em um ambiente digi-
tal.
Cárdenas et al.
(2024)
Foca na interseção
entre a educomu-
nicação e as habili-
dades digitais. A
tecnologia desem-
penha um papel
central na aprendi-
zagem.
Os docentes que intro-
duzem tecnologias e
ferramentas comunica-
cionais promovem
uma aprendizagem in-
terativa e tecnológica.
A inovação fomenta
um ambiente no qual
os docentes não ape-
nas ensinam conteú-
dos, mas também
habilidades digitais.
Delmy Janeth Andadre Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero
99
Tabela 3 (cont.)
Nota: Elaboração própria (2025).
Halo teórico Autores Teoria
Contribuições para a
educomunicação
dialógica
Impacto na inova-
ção docente
Mediático
Crovi (2024)
Examina os fatores
que influenciam a
comunicação edu-
cativa na etapa
pós-pandemia, res-
saltando a impor-
tância de uma
formação digital
efetiva no âmbito
universitário.
Destaca a impor-
tância de que os
estudantes não
apenas acessem in-
formações online,
mas também inte-
rajam de forma crí-
tica e ética com
elas.
A inovação do-
cente reside na ca-
pacidade dos
educadores de in-
tegrar as ferramen-
tas digitais de
maneira eficaz, ga-
rantindo que os es-
tudantes não
apenas recebam
informações, mas
as analisem e utili-
zem de forma
ética.
A educomunicação
é abordada como
uma estratégia fun-
damental para a
formação de com-
petências transver-
sais em estudantes
universitários.
Os estudantes de-
senvolvem habili-
dades que
transcendem as
disciplinas específi-
cas, como a capaci-
dade de pensar
criticamente e tra-
balhar em equipe,
o que é importante
para seu sucesso
no contexto educa-
cional e profissio-
nal.
Os docentes
devem incorporar
estratégias educo-
municativas que
promovam o de-
senvolvimento
dessas habilidades
transversais.
Romero et al.
(2024)
Destacam o papel
da Alfabetização
Midiática Informa-
cional (AMI), um
componente chave
da educomunica-
ção para promover
a análise.
Os estudantes
devem ser capazes
de analisar, inter-
pretar e criar con-
teúdo de forma
crítica, desenvol-
vendo assim com-
petências
fundamentais para
serem cidadãos in-
formados e ativos.
A inovação do-
cente se manifesta
na implementação
de estratégias que
ensinem os estu-
dantes a lidar com
os meios de forma
crítica e responsá-
vel.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 87-107
ISSN Eletrônico 2665-038X
Educomunicação: abordagem dialógica para inovar a prática docente
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
100
A Tabela 3 apresenta informações sobre o halo midiático. Os autores Santos et al. (2023) ex-
ploram como a educomunicação pode empoderar os estudantes na era da hiperconectividade.
Em um ambiente saturado de informações, a educomunicação tem o potencial de formar ci-
dadãos críticos e reflexivos, capazes de analisar e questionar seu entorno midiático. Nesse sen-
tido, propõem a criação de espaços educativos onde os estudantes se sintam motivados a
participar ativamente de sua aprendizagem, o que favorece uma educação mais dinâmica e
conectada com a realidade social. Assim, o impacto na inovação docente reside no fato de que
os educadores devem transformar suas práticas para integrar processos de pensamento crítico,
facilitando a análise dos meios de comunicação e promovendo uma educação participativa.
Por sua vez, Coslado (2012) destaca a necessidade de adaptar os princípios da educomunicação
a um contexto digital e globalizado, onde os estudantes devem ser capazes de compreender,
analisar e produzir mensagens em diferentes formatos e plataformas. Essa abordagem reflete,
de fato, a importância de formar competências midiáticas em um mundo interconectado, onde
as habilidades digitais são essenciais. Em consequência, a inovação docente vê-se na necessi-
dade de os educadores ajustarem seus métodos para favorecer uma aprendizagem que não
se concentre apenas em conteúdos tradicionais, mas também na interpretação crítica dos meios
e na produção de informação em plataformas digitais.
Cárdenas et al. (2024) concentram-se na relação entre a educomunicação e as competências
digitais. Sugerem que é fundamental para melhorar o desenvolvimento de habilidades digitais
nos estudantes, o que é especialmente relevante em um contexto educativo onde a tecnologia
tem um papel central na aprendizagem. Dessa forma, a inovação docente, neste caso, implica
que os educadores adaptem suas metodologias para incluir tecnologias e ferramentas comu-
nicacionais, promovendo uma aprendizagem mais interativa e centrada no desenvolvimento
de habilidades digitais críticas.
Na mesma linha, Crovi (2024) analisa os fatores que incidem na comunicação educativa na
etapa pós-pandemia, destacando a necessidade de uma formação digital eficaz. Ou seja, os
estudantes não devem apenas acessar informações online, mas também interagir com elas de
maneira crítica e ética. Portanto, essa abordagem promove uma inovação docente que implica
a integração efetiva de ferramentas digitais, garantindo que os estudantes não apenas recebam
informações, mas também sejam capazes de analisá-las e utilizá-las de maneira ética e refle-
xiva.
Da mesma forma, Paz (2024) apresenta a educomunicação como uma estratégia fundamental
para a formação de competências transversais, tais como o pensamento crítico, a criatividade
e o trabalho em equipe. Essas habilidades são fundamentais para o sucesso acadêmico e pro-
fissional no contexto atual, onde as demandas laborais e acadêmicas requerem competências
que vão além dos conhecimentos específicos. Por conseguinte, os docentes devem incorporar
estratégias educomunicativas que não apenas ensinem conteúdos, mas que também desen-
volvam competências para a vida e o trabalho em equipe, essenciais na formação integral dos
estudantes.
Delmy Janeth Andadre Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero
101
Finalmente, Romero et al. (2024) enfatizam a Alfabetização Midiática Informacional (AMI), um
componente chave da educomunicação, que se concentra na capacidade de interpretar e ana-
lisar a informação nos ambientes midiáticos.
Tabela 4
Análise do halo tecnológico
Nota: Elaboração própria (2024).
A Tabela 4 apresenta uma abordagem tecnológica. Prieto et al. (2024) mencionam como a
educomunicação, em um contexto de hiperconectividade, pode empoderar os estudantes, aju-
dando-os a se tornarem cidadãos críticos e reflexivos que analisem e questionem ativamente
seu entorno midiático. Essa abordagem não apenas ressalta a importância da reflexão crítica,
mas também da participação ativa no processo de aprendizagem, o que se torna uma estra-
tégia para conectar a educação com a realidade social contemporânea. Os docentes, nesse
contexto, devem transformar suas práticas educativas para integrar o pensamento crítico e a
análise dos meios de comunicação, o que não apenas facilita a aprendizagem, mas também
promove a formação de indivíduos mais comprometidos com seu entorno.
Por sua vez, Rodríguez et al. (2024) enfatizam a necessidade de adaptar os princípios da edu-
comunicação a um contexto digital, onde os estudantes devem aprender a navegar em um
ambiente saturado de informação, compreendendo e produzindo mensagens em uma varie-
dade de plataformas. Esse aspecto tecnológico destaca a relevância de formar competências
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 87-107
ISSN Eletrônico 2665-038X
Educomunicação: abordagem dialógica para inovar a prática docente
Halo teórico Autores Teoria
Contribuições para a
educomunicação
dialógica
Impacto na inovação do-
cente
Prieto et
al. (2024)
Exploram como a educo-
municação pode empode-
rar os estudantes na era da
hiperconectividade. Em um
ambiente saturado de in-
formações, a educomuni-
cação tem o potencial de
formar cidadãos críticos e
reflexivos, capazes de ana-
lisar e questionar seu en-
torno midiático.
Essa abordagem promove
a criação de espaços edu-
cativos onde os estudantes
se sentem motivados a
participar ativamente de
sua aprendizagem, o que
favorece uma educação
mais dinâmica e conectada
com a realidade social.
O impacto na inovação
docente reside no fato de
que os educadores devem
transformar suas práticas
para integrar processos de
pensamento crítico, facili-
tando a análise dos meios
de comunicação e promo-
vendo uma educação par-
ticipativa.
Tecnológico
Rodrí-
guezet al.
(2024)
Destaca a necessidade de
adaptar os princípios da
educomunicação a um
contexto digital e globali-
zado, onde os estudantes
devem ser capazes de
compreender, analisar e
produzir mensagens em
diferentes formatos e pla-
taformas.
Reflete a importância de
formar competências mi-
diáticas em um mundo in-
terconectado, onde as
habilidades digitais são es-
senciais.
Os docentes estão obriga-
dos a ajustar seus métodos
para favorecer uma apren-
dizagem compatível com a
era do mundo digital..
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
102
midiáticas, que incluem habilidades digitais essenciais para a análise, interpretação e produção
de informação, tudo em um formato que permita aos estudantes atuar em um mundo inter-
conectado. Nesse sentido, a inovação docente é necessária para que os educadores ajustem
suas metodologias tradicionais e favoreçam uma educação que não se baseie apenas em con-
teúdos acadêmicos, mas também na capacidade crítica dos estudantes frente aos meios e às
plataformas digitais.
Conclusões
Depois de revisar uma série de documentos, conclui-se que, sob a perspectiva educacional, a edu-
comunicação promove uma aprendizagem participativa na qual os estudantes não são apenas re-
ceptores de informação, mas protagonistas ativos na construção do seu conhecimento. Essa
metodologia favorece um ambiente em que se priorizam a reflexão e a crítica, permitindo aos estu-
dantes desenvolver habilidades cognitivas e emocionais que os preparam para enfrentar as demandas
do mundo moderno. A interatividade e o pensamento crítico tornam-se peças fundamentais no pro-
cesso educativo, promovendo uma aprendizagem mais significativa e relevante.
Da mesma forma, no âmbito comunicacional, a educomunicação fortalece o vínculo entre o professor
e o estudante por meio de um diálogo constante. Essa abordagem destaca a importância de uma
comunicação bidirecional que favorece a expressão e a troca de ideias, já que, ao integrar diferentes
formas de comunicação, os estudantes podem expressar seus pensamentos, refletir sobre os con-
teúdos e compartilhar perspectivas diversas, criando um ambiente de aprendizagem mais inclusivo
e participativo. Essa relação dialógica em sala de aula também permite que os educadores ajustem
suas práticas pedagógicas de acordo com as necessidades e interesses dos estudantes.
Sob a ótica midiática, a educomunicação se destaca por sua capacidade de formar estudantes críticos
frente aos meios de comunicação. Em uma era saturada de informações, a habilidade de analisar,
questionar e criar conteúdo midiático é essencial. Por meio dessa abordagem, os estudantes não
apenas aprendem a consumir informação de forma reflexiva, mas também a produzir conteúdo de
maneira ética e responsável. Esse processo os transforma em cidadãos mais informados e ativos, ca-
pazes de tomar decisões fundamentadas em um contexto midiático global.
No aspecto social, a educomunicação se orienta para a inclusão, favorecendo a construção de um
conhecimento coletivo que valorize as diversas realidades sociais e culturais dos estudantes. Nesse
espaço, a educação se transforma em uma ferramenta para a transformação social, pois permite
que os estudantes participem da criação de soluções para os problemas que enfrentam. A interação
dialógica também facilita a criação de comunidades de aprendizagem inclusivas, onde se promove
a equidade e o respeito pelas diferenças.
Por fim, sob a ótica tecnológica, a educomunicação se adapta às ferramentas digitais que caracterizam
a era contemporânea. A integração da tecnologia na sala de aula permite que os estudantes não
apenas acessem informações de maneira mais eficiente, mas também desenvolvam competências
digitais essenciais. Essa abordagem promove uma aprendizagem mais interativa e colaborativa, pre-
Delmy Janeth Andadre Oviedo, Lisset Márquez Martínez e Jorge Miguel Quevedo Borrero
parando os estudantes para participar ativamente em um mundo digitalizado.
Conflitos de interesse: os autores declaram não possuir nenhum conflito de interesse.
Delmy Janeth Andrade Oviedo, Lisset Márquez Martínez, Jorge Miguel Quevedo Borrero: a primeira
identificou a problemática e contextualizou teoricamente a questão; a segunda realizou o desenho
metodológico e a revisão da literatura; o terceiro estabeleceu as conclusões, destacando que foi um
trabalho em equipe.
Consentimento informado: Não se aplica.
Declaração de disponibilidade de dados: Não se aplica.
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Educação a distância: Plataformas
digitais e autonomia discente
do século XXI
Educación a distancia: plataformas digitales
y autonomía del alumnado del siglo XXI
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Custódio Cazenga Francisco
https://orcid.org/0000-0001- 9889-1128
Luanda, Angola
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 109-117
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Francisco, C. C. (2025). Educação a distância: Plataformas digitais e autonomia discente do
século XXI. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 109-117. https://doi.org/10.59654/exkthg32
* Doutor em Ciências da Educação pela ACU - Absoulute Christian University; Mestre em Ciências Biomédicas (Se-
gurança do Trabalho) pela UNIXAVIER. Pós-Graduado (Lato Sensu) em Administração Hospitalar pela Universidade
Nova Lisboa; Graduado em Medicina pela Universidade Jean Piaget de Angola. E-mail: custodiofrancisco29.8@hot-
mail.com.
Recebido: abril / 1 / 2025 Aceito: abril / 26 / 2025
https://doi.org/10.59654/exkthg32
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
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Resumo
Este artigo tem como objectivo Reflectir sobre Educação a distância: plataformas digitais e auto-
nomia discente do século XXI. O apresente texto consiste em uma revisão de literatura do tipo
Narrativa, e utilizamos bancos de dados científicos, para abarcar autores propostos. O intuito foi
de trazer conteúdos relevantes à temática com enfoque em várias teorias. Foi feita uma pesquisa
analítica e bibliográfica de abordagem qualitativa sobre o assunto através de livros, artigos e em
vídeos aulas dos bancos de dados como Pepsic, Scielo e Google Acadêmico. Em seguida, foi re-
alizada uma inclusão dos materiais mais relevantes, excluindo conteúdos que não diziam respeito
sobre a temática. Conclui-se que as plataformas digitais têm um grande potencial de transformar
a educação a distância do século XXI, promovendo a autonomia dos discente e transformando
o papel dos professores para a maximização dos benefícios do processo de ensino-Aprendiza-
gem.
Palavras-chave: Educação a distância, plataformas digitais, autonomia discente.
Abstract
This article examines how Information and Communication Technologies (ICT) are integrated
into transdisciplinary teaching in university education. The objective is to analyze the role of
ICT in promoting transdisciplinarity. To this end, the researcher conducted a literature review in
databases such as Scopus, Redalyc, and Scielo, using terms like "ICT," "transdisciplinary teaching,"
and "university education." The results reveal that platforms like Zoom and Moodle enable glo-
bal connectivity and resource sharing, enhancing learning and collaboration across disciplines.
The conclusions indicate that ICT serve as mediators in transdisciplinary teaching in university
education and as an integrative tool, though evidence of digital gaps persists. Universities con-
tinue training their faculty to improve digital competencies.
Keywords: Transdisciplinarity, university education, Information and Communication Technolo-
gies, integration.
Introdução
As plataformas digitais são recursos tecnológicos importante para a educação a distância via
internet que provê ferramentas para planeamento, disponibilização e gestão dos processos de
ensino- aprendizagem, envolvendo professores, autores, tutores e outros profissionais.
Considerando que a Educação a distância: plataformas digitais e autonomia discente do século
XXI, como um problema de políticas educacionais, com maior relevância nos países em de-
senvolvimento, escassez de dados publicados, foi motivo evidente do autor, para pesquisar, na
esperança de contribuir para um melhor conhecimento deste tema.
Este estudo propõe: Produzir novos conhecimentos, obter informação desconhecida para a
Custódio Cazenga Francisco
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 109-117
ISSN Eletrônico: 2665-038X
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solução do problema, melhoria de Saberes e práticas educativas e contribuir para ciência. A
abordagem deste tema é de suma importância por se tratar do processo de ensino e apren-
dizagem nas escolas. Sendo assim, pretende se investigar nesta pesquisa: Qual é a importância
das plataformas digitais e autonomia discente da educação a distância do século XXI?
Esta pesquisa tem como objetivo, Reflectir sobre a importância das plataformas digitais e au-
tonomia discente da educação a distância do século XXI.
Fundamentação teórica
Plataformas digitais como ferramenta para aprendizado ativo e colaborativo
As plataformas digitais desempenham um papel significativo na promoção de práticas peda-
gógicas ativas, como a aprendizagem baseada em problemas (PBL) e a gamificação, ferramen-
tas que incentivam o envolvimento e a participação ativa dos alunos no processo educacional.
A aprendizagem baseada em problemas, por exemplo, se caracteriza pela resolução de ques-
tões reais que estimulam o pensamento crítico e a análise dos alunos. Nesse contexto, as pla-
taformas digitais são utilizadas para oferecer recursos que facilitam a interação e a colaboração
entre os estudantes, proporcionando um ambiente de aprendizagem dinâmico e interativo.
Como destaca França (2021, p. 2021), “o uso de plataformas digitais em ambientes de ensino
superior tem se mostrado eficaz para promover a autonomia discente, especialmente quando
associadas a metodologias ativas como a aprendizagem baseada em problemas”. Esta citação
evidencia como as plataformas digitais, quando bem integradas, podem transformar o am-
biente educacional, permitindo que os alunos sejam protagonistas de seu aprendizado.
Além disso, a gamificação, uma abordagem pedagógica que utiliza elementos de jogos para
engajar os alunos, também se beneficia do uso de plataformas digitais. De acordo com Santos
et al. (2020, p. 88), “as plataformas digitais oferecem uma série de ferramentas que possibilitam
a aplicação da gamificação favorecendo a motivação dos alunos e promovendo um aprendi-
zado envolvente”. Essa afirmação reflete como as plataformas digitais podem ser configuradas
para integrar a gamificação, estimulando os alunos por meio de desafios, recompensas e pro-
gressões, o que torna o processo de aprendizagem interessante e interativo.
As plataformas digitais também são essenciais para a promoção da colaboração entre os alunos,
um aspecto fundamental das práticas pedagógicas modernas. Segundo Portes et al. (2024, p.
112), “as redes sociais educacionais e os fóruns de discussão nas plataformas digitais funcionam
como espaços de interação, permitindo que os alunos compartilhem ideias, discutam conceitos
e trabalhem juntos na resolução de problemas”. Essas ferramentas colaborativas têm se mos-
trado essenciais para criar um ambiente de aprendizagem inclusivo e participativo, onde a troca
de experiências entre os alunos é estimulada.
França e Freitas (2022, p. 145) afirmam que “as Tecnologias Digitais da Informação e Comuni-
cação (TDICs) têm o poder de redefinir a interação entre os alunos, proporcionando não apenas
Educação a distância: Plataformas digitais e autonomia discente do século XXI
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
112
o acesso ao conteúdo, mas também oportunidades para a construção colaborativa do conhe-
cimento. Esse comentário destaca a importância das TDICs, incluindo as plataformas digitais,
na construção do conhecimento de forma colaborativa, refletindo como a aprendizagem em
rede pode ser facilitada por essas ferramentas, permitindo que os alunos trabalhem juntos,
compartilhem informações e desenvolvam suas competências.
Dessa forma, fica evidente que as plataformas digitais desempenham um papel fundamental
na criação de um ambiente de aprendizagem ativo e colaborativo. Elas não apenas oferecem
recursos para a aprendizagem baseada em problemas e gamificação, mas também propor-
cionam espaços para a colaboração entre alunos, contribuindo para o desenvolvimento de
competências essenciais para o aprendizado no século XXI.
Tecnologia e acessibilidade no processo de ensino
As plataformas digitais têm se mostrado essenciais na promoção da acessibilidade no ensino,
permitindo que alunos com diferentes necessidades educacionais tenham acesso a recursos
personalizados que atendem às suas particularidades. Segundo França (2021, p. 105), “as tec-
nologias digitais, quando utilizadas, favorecem a personalização do ensino, possibilitando que
cada aluno tenha acesso aos conteúdos de acordo com suas necessidades e ritmos de apren-
dizagem”. Essa citação destaca a capacidade das plataformas digitais de adaptar o ensino às
especificidades de cada aluno, garantindo uma educação inclusiva e acessível, que respeita as
diferenças individuais e promove a aprendizagem.
Além disso, a inclusão digital desempenha um papel fundamental na promoção da autono-
mia discente, permitindo que os alunos se tornem independentes em seu processo de apren-
dizagem. Conforme destaca Portes et al. (2024, p. 115), “a utilização das plataformas digitais
contribui para o desenvolvimento da autonomia discente, uma vez que oferece aos alunos
a liberdade de explorar conteúdos e realizar atividades de maneira autônoma, sem a neces-
sidade de supervisão constante”. Essa afirmação evidencia como as plataformas digitais
podem empoderar os alunos, proporcionando-lhes ferramentas para que assumam o con-
trole de sua aprendizagem, promovendo o desenvolvimento de habilidades de autorregula-
ção.
A importância da inclusão digital também está presente nas palavras de Santos et al. (2020, p.
90), que afirmam: “as tecnologias digitais possibilitam que alunos com diferentes necessidades
educacionais acessem conteúdos de forma personalizada, o que é essencial para a promoção
da igualdade de oportunidades no processo educacional”. Essa citação reforça a ideia de que
as plataformas digitais desempenham um papel significativo na criação de um ambiente edu-
cacional equitativo, no qual todos os alunos, independentemente de suas limitações, podem
acessar o conhecimento e desenvolver suas habilidades.
A utilização de plataformas digitais na educação tem se mostrado não apenas um recurso para
adaptar o ensino às necessidades de cada aluno, mas também um caminho para a construção
Custódio Cazenga Francisco
113
de uma educação inclusiva. Dessa forma, as plataformas digitais, ao permitirem a personaliza-
ção do ensino e a promoção da autonomia discente, tornam-se ferramentas essenciais para a
criação de um ambiente educacional acessível, inclusivo e igualitário.
Desafios e potencialidades do ensino online e híbrido
O uso de plataformas digitais no ensino remoto e híbrido tem se consolidado como uma ten-
dência crescente nas últimas décadas, especialmente após a pandemia de COVID-19. As pla-
taformas digitais oferecem uma série de benefícios, como a flexibilidade de tempo e espaço,
permitindo que os alunos acessem os conteúdos educacionais a qualquer momento e de qual-
quer lugar. No entanto, também apresentam desafios significativos. De acordo com Mattos e
Reis (2021, p. 65), “o ensino remoto e híbrido, apesar de ser uma oportunidade para a expansão
do acesso à educação, também exige mudanças nas práticas pedagógicas, na estrutura das
instituições e no perfil dos alunos e professores”. Essa citação ressalta a complexidade da tran-
sição para o ensino digital, que, embora traga inovações, também exige adaptações significa-
tivas em diversos aspectos do processo educativo.
Além disso, as plataformas digitais têm o potencial de transformar o ensino ao permitir a utili-
zação de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em problemas e a gamificação.
No entanto, como apontado por Oliveira (2023, p. 122), “a implementação de ambientes de
aprendizagem híbridos requer a integração de diversas tecnologias, o que demanda não ape-
nas infraestrutura adequada, mas também uma mudança na forma como os professores se re-
laciona com os alunos e os conteúdos”. Esta citação evidencia a necessidade de uma
abordagem integrada e bem planejada para o sucesso das plataformas digitais no ensino hí-
brido, destacando que a simples adoção de tecnologias não é suficiente para garantir resultados
positivos.
A capacitação docente é um aspecto fundamental para o sucesso do ensino remoto e híbrido.
Como afirmam Portes et al. (2024, p. 119), “o papel do docente é central na mediação do ensino
digital, e sua capacitação contínua é essencial para o uso das plataformas digitais, de modo a
garantir que as práticas pedagógicas se mantenham alinhadas às necessidades e demandas
dos alunos”. Essa citação destaca que, além da infraestrutura tecnológica, é imperativo que os
professores estejam preparados para utilizar as plataformas, o que exige formação específica
e contínua.
Além disso, a infraestrutura tecnológica adequada é essencial para garantir a eficácia do ensino
digital. Segundo França e Freitas (2022, p. 147), “a falta de infraestrutura adequada e a carência
de suporte técnico nas instituições educacionais podem comprometer a experiência de apren-
dizagem online, limitando o acesso dos alunos às tecnologias e dificultando a implementação
de metodologias ativas”. Essa citação reforça que, para que o ensino remoto e híbrido seja
bem-sucedido, é necessário investir não apenas em plataformas digitais, mas também em re-
cursos tecnológicos e suporte técnico, para que todos os alunos tenham a mesma oportuni-
dade de aproveitar os benefícios dessas ferramentas
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 109-117
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Educação a distância: Plataformas digitais e autonomia discente do século XXI
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
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Metodologia
O apresente texto consiste em uma revisão de literatura do tipo Narrativa, e utilizamos bancos
de dados científicos, para abarcar autores propostos. O intuito foi de trazer conteúdos rele-
vantes à temática sobre Educação a distância: plataformas digitais e autonomia discente do sé-
culo XXI com enfoque em várias teorias. Foi feita uma pesquisa analítica e bibliográfica de
abordagem qualitativa sobre o assunto através de livros, artigos e em vídeos aulas dos bancos
de dados como Pepsic, Scielo e Google Acadêmico.
Em seguida, foi realizada uma inclusão dos materiais mais relevantes, excluindo conteúdos que
não diziam respeito sobre a temática.
Discussão
O uso de plataformas digitais tem se mostrado uma ferramenta para promover a autonomia
discente, uma vez que permite aos alunos tomar o controle de seu próprio processo de apren-
dizagem. França (2021, p. 110) destaca que as plataformas digitais oferecem recursos que pos-
sibilitam aos alunos aprenderem no seu próprio ritmo, escolherem os conteúdos que lhes
interessam e realizarem atividades de forma independente”. Esse comentário evidencia como
as plataformas digitais podem ser um espaço de aprendizagem flexível, em que os alunos são
incentivados a se tornarem autônomos, desenvolvendo habilidades de autorregulação e inde-
pendência no processo educacional.
Além disso, Portes et al. (2024, p. 120) ressaltam que “o uso das plataformas digitais no ensino fa-
vorece a criação de ambientes que estimulam a autonomia discente, proporcionando não apenas
o acesso a conteúdos, mas também ferramentas que permitem aos alunos gerenciar seu próprio
aprendizado, com liberdade e responsabilidade”. A partir dessa citação, é possível perceber que
as plataformas digitais oferecem uma estrutura que vai além do simples acesso ao conhecimento,
estimulando os alunos a gerenciar seu tempo, definir metas de aprendizado e buscar soluções
para os desafios encontrados, elementos essenciais para o desenvolvimento da autonomia.
Oliveira (2023, p. 125) afirma que “as práticas pedagógicas mediadas por plataformas digitais
favorecem a autonomia dos alunos, principalmente quando estas são associadas a metodolo-
gias que incentivam a investigação e a resolução de problemas, como a aprendizagem baseada
em problemas (PBL)”. A associação das plataformas digitais com metodologias ativas, como a
PBL, é um exemplo claro de como as ferramentas digitais podem ser usadas para fomentar a
autonomia, ao envolver os alunos em situações de aprendizagem que exigem pensamento crí-
tico e a aplicação prática do conhecimento.
Exemplos de boas práticas no uso de plataformas digitais podem ser observados em várias ini-
ciativas educacionais que implementam essas ferramentas de maneira estratégica. Santos et
al. (2020, p. 95) destacam que “algumas plataformas, ao promoverem a interação entre os alu-
nos e ao oferecerem recursos personalizados, conseguem criar um ambiente de aprendizagem
Custódio Cazenga Francisco
115
que estimula a autonomia e a colaboração simultaneamente”. Essa prática, por exemplo, é apli-
cada em plataformas que integram fóruns de discussão e atividades colaborativas, onde os
alunos, ao interagir com colegas, assumem papéis ativos na construção do conhecimento, ao
mesmo tempo em que desenvolvem a habilidade de aprender de forma independente.
O papel do professor na educação do século XXI tem sido transformado pela crescente inte-
gração das plataformas digitais no processo de ensino aprendizagem. Segundo Santos et al.
(2020, p. 92), “o papel do professor, ao mediar o uso das plataformas digitais, vai além de ser
um simples transmissor de conhecimento, tornando-se um facilitador que orienta os alunos
em sua jornada de aprendizagem autônoma”. Essa mudança na função do docente reflete a
necessidade de adaptação a novos modelos pedagógicos, onde o ensino não é centrado no
professor, mas sim nos alunos e em suas interações com as tecnologias.
Além disso, a transformação do papel do professor também envolve o equilíbrio entre a me-
diação e a autonomia do aluno. França (2021, p. 112) destaca que embora as plataformas digitais
proporcionem recursos para os alunos, cabe ao professor orientar o uso dessas ferramentas
de forma estratégica, garantindo que o aluno mantenha sua autonomia, mas sem perder a
orientação pedagógica necessária”. Esse equilíbrio é fundamental para que a autonomia do
aluno seja desenvolvida, sem que o professor perca seu papel essencial como guia e orientador
no processo de aprendizagem. A mediação docente, nesse sentido, é uma peça chave para o
sucesso do uso das plataformas digitais, pois ela proporciona o suporte necessário para que o
aluno explore as ferramentas digitais, ao mesmo tempo em que é incentivado a assumir a res-
ponsabilidade pelo seu aprendizado.
A importância desse equilíbrio também é ressaltada por Oliveira (2023, p. 128), que afirma: “o
uso das plataformas digitais requer que o professor esteja ajustando sua atuação, alternando
momentos de mediação ativa com momentos de maior autonomia para os alunos, o que exige
uma flexibilidade e adaptação constantes”. A citação demonstra que o professor não deve ape-
nas adaptar sua prática pedagógica ao novo contexto tecnológico, mas também estar prepa-
rado para alternar entre diferentes estilos de ensino, conforme as necessidades de seus alunos.
A flexibilidade do professor em seu papel mediador é, portanto, um aspecto central para o su-
cesso da implementação das tecnologias educacionais.
A implementação de plataformas digitais no contexto educacional enfrenta uma série de de-
safios, tanto em relação à infraestrutura necessária quanto à capacitação dos professores e alu-
nos. A infraestrutura tecnológica, ou a falta dela, é um dos principais obstáculos. Como afirmam
Mattos e Reis (2021, p. 67), “a adoção de plataformas digitais requer uma infraestrutura robusta
que garanta o acesso contínuo e sem falhas às ferramentas de aprendizagem, o que nem sem-
pre é possível em muitas escolas, especialmente nas periféricas ou com menos recursos”. A ci-
tação evidencia que a qualidade do acesso às tecnologias educacionais é um fator determinante
para o sucesso da implementação das plataformas digitais. A falta de equipamentos adequados,
conexões de internet instáveis e a carência de suporte técnico são problemas recorrentes que
dificultam a integração plena das tecnologias no processo educativo.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 109-117
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Educação a distância: Plataformas digitais e autonomia discente do século XXI
© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
116
Outro desafio significativo está relacionado à capacitação dos professores. De acordo com Por-
tes et al. (2024, p. 123), “os docentes precisam ser capacitados de forma contínua para utilizar
as plataformas digitais, pois a simples introdução de novas tecnologias não garante a melhoria
da qualidade do ensino. Essa citação destaca a importância da formação docente, não apenas
para o uso das plataformas digitais, mas também para a adaptação pedagógica necessária
para integrar essas ferramentas de forma significativa no processo de ensino-aprendizagem.
A capacitação não se limita ao aspecto técnico, mas também envolve o desenvolvimento de
competências pedagógicas específicas para o uso de metodologias inovadoras.
Além disso, a resistência à mudança é outro desafio importante. França (2021, p. 115) observa
que “muitos professores enfrentam dificuldades em adotar novas tecnologias devido à resis-
tência natural a mudanças, especialmente quando essas tecnologias implicam em uma mu-
dança no modelo tradicional de ensino. A resistência pode ser entendida como um reflexo da
insegurança dos educadores em relação às novas ferramentas, bem como a falta de experiência
prévia com o ensino digital. Esse cenário exige um apoio das instituições de ensino, tanto no
aspecto da formação, quanto no apoio psicológico e pedagógico durante a transição para o
uso das tecnologias digitais. Por fim, a adaptação dos alunos também representa um desafio
relevante.
De acordo com Oliveira (2023, p. 130), “os alunos, por mais que estejam familiarizados com o
uso de tecnologias em seu cotidiano, nem sempre sabem utilizá-las de forma produtiva no
contexto educacional, o que exige uma orientação específica por parte dos professores”. Essa
citação destaca que, embora os alunos sejam nativos digitais, o simples fato de estarem habi-
tuados a tecnologias no dia a dia não significa que saibam usá-las para fins educacionais. A
adaptação ao uso de plataformas digitais exige que tanto professores quanto alunos se envol-
vam em um processo contínuo de aprendizagem.
Las TIC impulsan un modelo educativo transdisciplinario, alejándose de enfoques disciplinares
hacia una visión global del saber. Plataformas como edX o Khan Academy democratizan el acceso
a cursos interdisciplinarios, preparando a los estudiantes para un mundo complejo. Este cambio
de paradigma, potenciado por la tecnología, responde a las necesidades de innovación educativa.
Considerações finais
Ao reunir, de forma organizada e sequenciada, um vasto conjunto de informação relativo a
temas essenciais sobre Educação a distância: plataformas digitais e autonomia discente do sé-
culo XXI, permitir-se-á que o tempo consumido pelos pesquisadores de informação – base
possa ser, agora, utilizado como vantagem de aprofundamento adicional em atividades refle-
xivas.
Em temas desta complexidade, torna-se difícil, por vezes, definir onde se situa o nível de infor-
mação suficiente para iluminar as situações educativas e fundamentar as práticas. Assim, sem
perda da noção de equilíbrio, as equipas de autores optaram por seguir um critério de alguma
Custódio Cazenga Francisco
117
sistematicidade, de modo a permitir o acesso a diversas abordagens conceptuais e metodoló-
gicas através das diversas correntes do pensamento didático e pedagógico.
Conclui-se que as plataformas digitais têm um grande potencial de transformar a educação a
distância do século XXI, promovendo a autonomia dos discente e transformando o papel dos
professores para a maximização dos benefícios do processo de ensino-Aprendizagem.
Espera-se que a partir desta, pesquisa, os professores das áreas afins tenham melhor entendi-
mento sobre o tema, uma visão técnica e cientifica mais abrangente. Estudos futuros serão ne-
cessários para dar continuidade á este estudo.
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 109-117
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Educação a distância: Plataformas digitais e autonomia discente do século XXI
Integração das TIC no ensino
transdisciplinar no ensino
universitário
Integración de TIC en la enseñanza
transdisciplinaria en educación
universitaria
119
Juan Acacio Rosales Vivas
https://orcid.org/0009-0000-9635-5399
El Piñal, estado Táchira / Venezuela
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Rosales, V. J. A (2025). Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130. https://doi.org/10.59654/h1kdh186
* Este trabalho foi realizado no âmbito do programa de doutorado em educação da Universidad Nacional Experi-
mental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora (Unellez).
**Mestrado em Gerência Educativa, Universidad Nacional Experimental del Táchira, Barinas – Venezuela. Licenciado
em Educação, Menção Matemática, Universidad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora,
Barinas – Venezuela. Técnico Superior Universitário em Informática, Universidad Politécnica Territorial Agro Industrial
del Estado Táchira (UPTAIET, San Cristóbal – Venezuela). E-mail para contato: aparte17@gmail.com
Recebido: abril / 4 / 2025 Recebido: abril / 22 / 2025
https://doi.org/10.59654/h1kdh186
Resumo
Neste artigo, discute-se como as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) são in-
tegradas ao ensino transdisciplinar no ensino universitário. Nesse sentido, o objetivo é analisar
o papel das TIC na promoção da transdisciplinaridade. Para isso, o pesquisador realizou uma
revisão bibliográfica em bases como Scopus, Redalyc e Scielo, utilizando termos como "TIC",
"ensino transdisciplinar" e "educação universitária". Os resultados revelam que plataformas
como Zoom e Moodle permitem a conectividade global e o intercâmbio de recursos, enrique-
cendo a aprendizagem e a colaboração entre disciplinas. Entre as conclusões, destaca-se que
as TIC são mediadoras no ensino transdisciplinar no ensino universitário, mas também repre-
sentam um meio integrador; embora ainda existam evidências de lacunas digitais, as univer-
sidades continuam formando seu corpo docente para aprimorar suas competências digitais.
Palavras-chave: Transdisciplinaridade, educação universitária, Tecnologias da Informação e da
Comunicação, integração.
Resumen
En el presente artículo se plantea como las Tecnologías de la Información y la Comunicación
(TIC) se integran en la enseñanza transdisciplinaria en la educación universitaria. En tal sentido
el objetivo es analizar el rol de las TIC en la promoción de la transdisciplinariedad. A tal efecto
el investigador ha realizado una revisión bibliográfica en bases como Scopus, Redalyc y Scielo,
usando términos como "TIC", "enseñanza transdisciplinaria" y “educación universitaria”. Los re-
sultados revelan que plataformas como Zoom y Moodle permiten la conectividad global y el in-
tercambio de recursos, enriqueciendo el aprendizaje y la colaboración entre disciplinas. Entre
las conclusiones se tienen que las TIC son mediadores en la enseñanza transdisciplinaria en edu-
cación universitaria pero también un medio integrador, aunque todavía hay evidencia de brechas
digitales las universidades siguen formando a su profesorado para mejorar sus competencias
digitales.
Palabras clave: Transdisciplinariedad, educación universitaria, Tecnologías de la Información y
la Comunicación, integración.
Introdução
As universidades atualmente enfrentam o desafio de assumir este mundo interconectado e
complexo que não para. Uma das vias fundamentais que permitem alcançar isso são as TIC,
por meio do fomento à transdisciplinaridade. Para Asunción (2018).A educação universitária e
a transdisciplinaridade, sem dúvida, estão entrelaçadas entre si por sua importância na forma-
ção de especialistas e no desenho das disciplinas.
Além disso, os conhecimentos transdisciplinares não são adquiridos automaticamente
como resultado único do avanço da ciência e da tecnologia, mas requerem uma tarefa
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
120 Juan Acacio Rosales Vivas
profunda, consciente e orientada para essa meta. (2.1. A transdisciplinaridade no con-
texto da educação universitária, parágrafo 1).
Dessa forma, a transdisciplinaridade torna possível a integração de diferentes disciplinas para
resolver problemas complexos, dado que o conhecimento se encontra disperso em compar-
timentos disciplinares que não são capazes de se comunicar entre si e muito menos abordar
os problemas de maneira global. É aqui que as TIC tornam possível a geração de uma mu-
dança de paradigma, porque, como sustenta Morin (2011), “A hiperespecialização rompe o te-
cido complexo do real, o predomínio do quantificável oculta as realidades afetivas dos seres
humanos” (p. 141). Mas é a transdisciplinaridade o caminho que enfrenta esses domínios par-
celados de conhecimentos, destronando-os desse pedestal no qual a modernidade os ins-
taurou.
Por sua vez, Martínez (2013) afirma que a transdisciplinaridade permite “superar os limites dos
distintos campos do conhecimento disciplinar, com o propósito de gerar imagens mais com-
pletas da realidade, melhor integradas, portanto, mais verdadeiras” (p. 86). Dessa forma, a cos-
movisão que permite a transdisciplinaridade são outras lentes de exame da realidade, onde as
disciplinas não chegam e cujo centro de reflexão é o homem e uma visão integradora. No en-
tanto, para alcançar essa atitude transdisciplinar, são requeridos, segundo Nicolescu (1996),
rigor na linguagem argumentativa, abertura para aceitar aquilo que é desconhecido e tolerância
para aceitar quando se constata que existem outras verdades contrárias e desconhecidas. Nessa
perspectiva apresentada por Artidiello et al. (2017), atribuem-se ao ensino transdisciplinar as
seguintes características: transgressor, integrador de conhecimentos, inclusivo, crítico, com-
preensivo, ético.
Cabe destacar que a transdisciplinaridade no ensino transdisciplinar não se circunscreve aos
marcos estabelecidos pelas disciplinas de forma individual. Pelo contrário, o ensino transdisci-
plinar é transgressor porque atravessa as disciplinas (transversal), considerando conceitos, en-
foques, noções e construindo um conhecimento novo e específico que não pertence
exclusivamente a nenhuma delas, mas que as complementa, enriquece, integra e transcende,
ao mesmo tempo em que supera o âmbito dos especialistas e não se limita ao domínio exclu-
sivo dos especialistas de uma disciplina específica, abrindo espaço para diversas formas de sa-
bedoria e conhecimento, fomentando uma sensibilidade para múltiplas perspectivas e
manifestações culturais, sociais ou científicas com uma visão mais holística e conectada do
saber.
Zarzuelo et al. (2024) afirmam que, na transdisciplinaridade, membros com formações di-
versas (estudantes e partes interessadas neste contexto) colaboram aportando métodos que
transcendem as visões disciplinares individuais. Do mesmo modo, são compartilhadas expe-
riências, conhecimentos, ideias, valores e expectativas. Acadêmicos, profissionais e pesqui-
sadores desenvolvem marcos compartilhados ao abordar problemas a partir dessa
abordagem.
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Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário
Na opinião de Wall & Shankar (2008), a colaboração transdisciplinar está sendo promovida
em âmbitos acadêmicos e profissionais como uma estratégia chave para explorar novas
abordagens de pesquisa e gerar conhecimentos aplicáveis diretamente à resolução de pro-
blemas do mundo real. Por sua vez, Martin (2017) menciona que a transdisciplinaridade se
baseia no princípio de que a realidade é demasiadamente complexa, interconectada e mul-
tidimensional, o que justifica o uso de múltiplas disciplinas para analisá-la. Embora possam
ser resolvidos problemas específicos (em colaboração com atores não acadêmicos afeta-
dos).
Para Nicolescu (2010), a transdisciplinaridade é uma abordagem que busca integrar conheci-
mentos, metodologias e perspectivas de diversas disciplinas para abordar problemas que não
podem ser resolvidos a partir de uma única área do saber. Agora bem, para integrar outras
formas de saber, gerar conhecimento e resolver os problemas complexos da atualidade, como
sentencia Nicolescu (2014), é necessário “a unidade do conhecimento” (p. 201) e não depender
de uma única fonte de saber.
Essa abordagem de integração propõe que os estudantes sejam capazes de desenvolver ha-
bilidades que lhes permitam enfrentar problemas complexos e multidimensionais. Dessa forma,
a transdisciplinaridade, além de enriquecer a aprendizagem, os ajuda no trabalho em equipe
e os capacita para se adaptarem a ambientes em constante mudança. No entanto, tornar pos-
sível um ensino transdisciplinar na educação universitária não significa que não existam desafios,
como a resistência à mudança, a falta de formação docente e a dificuldade para integrar con-
hecimentos de diferentes disciplinas.
É importante destacar que, nessa perspectiva apresentada, como afirmam Kubisch et al. (2021),
a partir da transdisciplinaridade reconhece-se a responsabilidade de abordar problemas so-
cialmente relevantes e o papel crucial daqueles que estão (ou estarão) afetados por esses de-
safios. Nesse sentido, é fundamental questionar o papel que desempenham os recursos e,
neste caso, no presente artigo, as TIC como meio para alcançar a integração. Assim, este artigo
busca responder à seguinte pergunta: Como as TIC se integram no ensino transdisciplinar na
educação universitária?
Metodologia
Este trabalho inclui uma revisão em bases de dados como Scopus, Redalyc e Scielo. A busca foi
realizada em inglês e espanhol. Foram excluídos estudos que abordam o tema de estudo. A
exploração utilizou metabuscadores como Google e Google Acadêmico, Ask, Bing, livros. Da
mesma forma, foram revisados repositórios de várias universidades da Venezuela. Utilizou-se
a seguinte equação canônica: ("TIC" OR "tecnologias da informação e comunicação") AND ("en-
sino transdisciplinar" OR "educação transdisciplinar") AND ("educação universitária" OR "edu-
cação superior") AND ("integração" OR "implementação").
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122 Juan Acacio Rosales Vivas
Resultados
TIC e promoção da transdisciplinaridade
As plataformas virtuais são aplicações ou ambientes digitais que tornam possível a interação
entre os participantes, mas também facilitam o processo de aprendizagem e a colaboração ou
a gestão de recursos por meio da internet. Essas plataformas dependem diretamente das TIC
para seu desenvolvimento e operação.
Na era digital, as plataformas virtuais se tornaram ferramentas essenciais para a comunicação,
a aprendizagem e a colaboração. Seu potencial para fomentar a interação entre disciplinas é
particularmente relevante em um mundo onde os problemas complexos requerem soluções
interdisciplinares. O uso de plataformas virtuais facilita a colaboração entre disciplinas ao su-
perar barreiras geográficas, promover a diversidade de pensamento e otimizar o intercâmbio
de conhecimentos, o que contribui para a inovação e o desenvolvimento de soluções inte-
grais.
Para alcançar a colaboração, existem várias ferramentas. Tomalá De la Cruz et al. (2020) men-
cionam algumas como: “Wikipaces, Moodle, Edmodo, todas elas são excelentes opções para
diversos propósitos educativos” (p. 202). Mas não são as únicas; também existem recursos tec-
nológicos que fomentam a aprendizagem colaborativa, entre eles o correio eletrônico, o fórum
e o chat. Nesse sentido, as TIC tornam possível que profissionais, acadêmicos e especialistas
de múltiplas disciplinas possam se conectar e colaborar independentemente de sua localização
geográfica.
Nesse sentido, as TIC desempenham um papel fundamental na promoção da transdisciplina-
ridade por meio das plataformas virtuais. Já foi explicado neste artigo que a transdisciplinari-
dade torna possível a integração de conhecimentos de diferentes disciplinas, oferecendo assim
uma visão complexa do problema a partir de diversas abordagens. Uma das formas de alcançar
esse processo é por meio da conectividade e do acesso global.
Conectividade e acesso global
A partir de plataformas como Zoom, Microsoft Teams ou Google Meet, profissionais ou espe-
cialistas de diferentes disciplinas podem se conectar e colaborar, independentemente de sua
localização geográfica. Isso é algo primordial para a transdisciplinaridade. Um botânico no
Congo, um físico na Austrália, um biólogo no Canadá e um matemático em Londres podem
trabalhar em um projeto de energias renováveis utilizando essas ferramentas, juntamente com
estudantes de uma universidade em qualquer parte do mundo.
Essas plataformas, como afirmam Zuña et al. (2020), “aumentam a motivação dos alunos e
criam conhecimento, gerenciam e compartilham recursos, promovem o trabalho em equipe”
(p. 352). Mas também as TIC influenciam, como sustentam Irigoyen et al. (2018), no aumento
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Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário
do interesse, do nível de compreensão, da criatividade, da comunicação, estimulam o pensa-
mento crítico e a multiculturalidade. Sagenmüller (2016) considera que as TIC otimizam o tempo,
reduzem custos, melhoram a comunicação entre os estudantes, enriquecem os dados, permi-
tem a exploração, a flexibilidade e a capacidade de adaptação na aprendizagem, o que é vital
quando se trata de um ensino transdisciplinar.
Essa perspectiva apresentada levou a Unesco a considerar um programa em tecnologias da
informação com base em competências necessárias que os docentes devem possuir para in-
tegrar as TIC em sua prática educativa, dado que, como afirma a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, 2015), as TIC podem favorecer a aqui-
sição das habilidades necessárias para enfrentar os novos tempos. Essas habilidades incluem:
criação e seleção de informações, autonomia, capacidade de tomar decisões, flexibilidade e
capacidade de resolver problemas, trabalho em equipe e habilidades comunicativas.
As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) têm potencializado significativamente
o papel do docente na educação superior. Segundo a UNESCO (2008), cabe ao professor não
apenas mediar o processo de ensino, mas também criar oportunidades de aprendizagem e
ambientes favoráveis que incentivem o uso pedagógico das TIC pelos estudantes, promovendo
tanto o aprender quanto o comunicar. Nesse contexto, o professor deixa de ser o centro do
saber e passa a atuar como facilitador e gestor de recursos, possibilitando que os estudantes
desenvolvam competências e habilidades essenciais à construção autônoma do conhecimento
e à futura inserção no mercado de trabalho — um dos principais objetivos da formação uni-
versitária.
Contudo, para que essa integração ocorra de forma efetiva, a UNESCO (2008) ressalta que “é
fundamental que todos os docentes estejam preparados para oferecer essas oportunidades
aos seus estudantes”. Complementando essa visão, Makrakis (2005) argumenta que as TIC exi-
gem novas funções docentes, além de novas pedagogias e abordagens formativas. Santaella
e Ruiz (2023) reforçam que a UNESCO defende uma transição de um modelo disciplinar e es-
pecializado para uma proposta transdisciplinar, mais condizente com os desafios de um mundo
globalizado, dinâmico e interconectado.
Troca de conhecimentos e recursos
É de mencionar que existem ferramentas como Google Drive, Dropbox ou Moodle que nas pla-
taformas virtuais ajudam a compartilhar documentos, dados, pesquisas e materiais educativos.
Desde a transdisciplinaridade este é fundamental na educação universitária, portanto os estu-
dantes podem acessar conhecimentos especializados de outras disciplinas e podem integrá-
los em sua construção de conhecimento. Assim, por exemplo, no caso da saúde pública onde
se trabalhe um projeto, os médicos, epidemiologistas e economistas podem compartilhar dados
e análises para desenhar estratégias integrais. O fato de que esses recursos estejam em uma
plataforma favorece a colaboração e faz com que todos os estudantes da sala de aula virtual
tenham acesso à informação.
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124 Juan Acacio Rosales Vivas
Neste contexto proposto, as TIC permitem o acesso à informação em diferentes formatos de
forma simples e rápida. Entre as características mais importantes que têm as TIC, têm-se as
que se indicam na figura seguinte.
Figura 1
Características das TIC
Nota: Elaboração própria.
No âmbito da educação superior, a troca de conhecimentos e recursos é um pilar fundamental
para fomentar a transdisciplinaridade. As TIC revolucionaram esse processo ao proporcionar pla-
taformas virtuais que facilitam o compartilhamento, a integração e a aplicação de saberes de
múltiplas disciplinas. Essa abordagem não apenas enriquece a aprendizagem, como também
prepara os estudantes para enfrentar problemas complexos que exigem soluções integrais. A se-
guir, amplia-se esse ponto com exemplos e reflexões sobre seu impacto na educação superior.
As TIC na educação universitária
Nas universidades, nos últimos anos, ocorreram mudanças em direção à digitalização, a ambientes
interconectados e ao desenvolvimento de pesquisas e publicações científicas relacionadas às tec-
nologias educacionais, de modo que, como afirmam Area et al. (2020), existe “um interesse claro
e focalizado no estudo dos impactos das tecnologias digitais sobre as distintas modalidades de
ensino alternativas ao presencial” (p. 2). Isso tem exigido uma mudança no paradigma de ensino,
e uma evidência concreta foi a recente experiência vivida durante a pandemia de Covid-19.
Area e Adel (2021) sustentam que, durante a pandemia, houve “o impulso inesperado do ensino
digital, a integração pedagógica e organizacional das TIC nas instituições escolares e a meta-
morfose do material didático” (p. 83). Assim, as universidades e os centros educativos não
podem ignorar tais acontecimentos, pois o alerta foi para todos. O chamado é à reinvenção,
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Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário
caso queiram responder às demandas de uma sociedade digital, onde prevalecem o acesso à
informação e a colaboração global. São precisamente as TIC as protagonistas dessa ruptura
paradigmática e promotoras da inovação educacional. Queiramos ou não, a resposta à expe-
riência da pandemia foi possível graças à tecnologia. As redes sociais passaram a ser o motor
da mudança e o núcleo central desse processo.
Atualmente, como afirma Area (2017), passamos dos meios analógicos para os digitais ou dis-
tribuídos online, ou seja, vivemos uma metamorfose no material didático. Os livros impressos
ficaram para trás; quem ocupa esse espaço agora são as tecnologias disruptivas, representando
uma mutação da cultura educacional para uma cultura digital nos materiais didáticos. O autor
deste artigo considera que o modelo tradicional de ensino está esgotado, assim como suas
estratégias e recursos didáticos. O caminho possível é abrir-se a novas perspectivas. É a partir
disso que as disciplinas passam a ser enriquecidas com a contribuição de profissionais e espe-
cialistas de outras áreas, fazendo com que o conhecimento transdisciplinar se manifeste em
formatos mais expressivos, com outras narrativas e experiências cognitivas.
Por outro lado, é necessário não esquecer o alerta feito por Castañeda et al. (2018): “o potencial
das TIC na educação ainda está por desenvolver e demonstrar” (p. 2). Um exemplo do desafio
que surge nesse sentido é a Universidade Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Eze-
quiel Zamora que, apesar de ter professores formados para desenvolver educação a distância,
continua permanentemente desenvolvendo cursos de formação para seu corpo docente.
Neste sentido, em outras universidades do mundo foram incorporadas plataformas virtuais
para os seus estudos de graduação e pós-graduação. A esse respeito, Hidalgo et al. (2023) co-
menta que no Peru houve a formação de seu corpo docente em competências digitais e foram
implementadas plataformas virtuais como ambientes de aprendizagem. Por sua vez, Varela
(2024) afirma que no México “a formação docente em tecnologias digitais se tornou uma ne-
cessidade na educação atual” (p. 1967).
Ora, as TIC favorecem essa formação e capacitação em habilidades transdisciplinares. Existem
diferentes plataformas de aprendizagem online que desenvolvem cursos e recursos de acesso
aberto que abrangem diferentes disciplinas. Hernández (2023) destaca entre essas plataformas
algumas como: (a) Coursera, que oferece cursos de aprendizagem interativa de qualidade, al-
guns gratuitos e outros pagos com certificação. (b) edX, fundada pela Universidade de Harvard
e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, com certificação opcional. (c) Khan Academy, que
oferece cursos de matemática, ciência, computação, economia e finanças, mas também há soft-
wares de colaboração e recursos digitais que tornam possível o trabalho transdisciplinar.
Com base no exposto, os professores podem se formar em conhecimentos e habilidades
além de suas disciplinas, fato que é fundamental para a colaboração transdisciplinar. De
acordo com especialistas como Zawacki & Jung (2023), as TIC são meios digitais e ferramen-
tas que facilitam os processos de ensino-aprendizagem apoiados na comunicação, interação,
colaboração, avaliação e feedback. Com a pandemia global de Covid-19, as TIC passaram a
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126 Juan Acacio Rosales Vivas
ser parte fundamental de todos os níveis educacionais, permitindo a colaboração entre dis-
ciplinas ao fornecer espaços virtuais para compartilhar conhecimentos, recursos e experiên-
cias.
Outro aspecto relevante das TIC no ensino universitário é que elas permitem a personalização
da aprendizagem de acordo com as necessidades e ritmos de cada estudante. Mas também,
como mencionam Gómez e Cano (2020), as TIC oferecem uma variedade de opções, incluindo
o acesso a fontes de informação acadêmica e profissional, materiais de cursos, bases de dados,
gestores bibliográficos e participação em congressos e conferências online.
Conclusões
Conclui-se que as TIC são um mediador importante da transdisciplinaridade por meio das pla-
taformas virtuais. Através delas é possível a conectividade, também as ferramentas colaborati-
vas, assim como o acesso a dados e recursos. Além disso, constituem espaços para a
comunicação. As TIC são uma ponte que torna possível um trabalho eficaz entre profissionais
e acadêmicos de diferentes disciplinas. Com isso, enriquece-se o processo de investigação e
desenvolvimento, ao mesmo tempo em que se permite oferecer soluções integrais para os
problemas complexos.
Conclui-se que as plataformas virtuais, além de permitir superar barreiras geográficas, possi-
bilitam uma pluralidade de pensamento e a troca de conhecimentos. No entanto, ainda é ne-
cessário, a nível das universidades, continuar formando o corpo docente em competências
digitais, de modo que o uso das TIC e das plataformas virtuais não represente uma brecha di-
gital, mas sim uma maximização do potencial do professorado.
Acredita-se igualmente que é necessário que as universidades continuem assumindo a inte-
gração das TIC no ensino transdisciplinar como um processo necessário dentro do novo para-
digma educacional que emerge e ao qual são chamadas a se incorporar, conforme revelam os
documentos da UNESCO e os planos educacionais dos ministérios da educação. No entanto,
acredita-se ser necessário propor pesquisas que promovam o desenvolvimento da transdisci-
plinaridade mediante o uso das TIC.
As TIC impulsionam um modelo educacional transdisciplinar, afastando-se de enfoques disci-
plinares em direção a uma visão global do saber. Plataformas como edX ou Khan Academy de-
mocratizam o acesso a cursos interdisciplinares, preparando os estudantes para um mundo
complexo. Essa mudança de paradigma, potencializada pela tecnologia, responde às necessi-
dades de inovação educacional.
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130 Juan Acacio Rosales Vivas
Influência das tecnologias de informação e
comunicação no processo de formação
profissional universitária*
Influencia de las tecnologías de información y
comunicación en el proceso de formación
profesional universitaria
131
Ezequiel Landinez Blanco**
https://orcid.org/0009-0002-2360-984X
El Piñal, estado Táchira / Venezuela
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 131-140
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Landinez, B. E. (2025). Influência das tecnologias de informação e comunicação no processo
de formação profissional universitária. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 131-140.
https://doi.org/10.59654/ z5shzw95
* Trabalho realizado no âmbito do programa de doutorado em educação da Universidad Nacional Experimental de
los Llanos Occidentales "Ezequiel Zamora" (Unellez).
** Doutorando em Educação, Unellez, Barinas - Venezuela. Magister Scientiarum em Ciências da Educação (Menção:
Docência Universitária). Docente Ordinário, Universidad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales "Ezequiel
Zamora" El Piñal - Venezuela. Correio Eletrônico: landinez2014@gmail.com
Recebido: Julio / 17 / 2025 Aceito: Agosto / 30 / 2025
https://doi.org/10.59654/z5shzw95
Resumo
Este estudo analisa o impacto das TIC na formação universitária, destacando seu potencial para
favorecer métodos flexíveis e ensino personalizado. Mediante revisão sistemática de literatura,
se examina a reconfiguração do entorno educativo, identificando a necessidade de adaptação
docente-estudantil em contextos tecnológicos. Os achados revelam: (a) esforços docentes por
implementar modelos tecnopedagógicos, (b) brechas em competências digitais e didáticas para
desenhar estratégias efetivas, e (c) a urgência de atualizar o perfil docente ante demandas es-
tudantis. Conclui pragmaticamente que as universidades devem: Integrar criticamente tecno-
logias emergentes. Redesenhar estratégias pedagógicas com TIC, Garantir formação contínua
alinhada a tendências atuais. O estudo sublinha o desafio permanente de equilibrar inovação
tecnológica com qualidade educativa, propondo como eixo central a capacitação docente para
cerrar brechas entre adoção tecnológica e sua aplicação pedagógica significativa.
Palavras chave: processo, formação, atualização, tecnologias de informação e comunicação.
Resumen
Este estudio analiza el impacto de las TIC en la formación universitaria, destacando su potencial
para favorecer métodos flexibles y enseñanza personalizada. Mediante revisión sistemática de
literatura, se examina la reconfiguración del entorno educativo, identificando la necesidad de
adaptación docente-estudiantil en contextos tecnológicos. Los hallazgos revelan: (a) esfuerzos
docentes por implementar modelos tecnopedagógicos, (b) brechas en competencias digitales
y didácticas para diseñar estrategias efectivas, y (c) la urgencia de actualizar el perfil docente
ante demandas estudiantiles. Concluye pragmáticamente que las universidades deben: Integrar
críticamente tecnologías emergentes. Rediseñar estrategias pedagógicas con TIC, Garantizar
formación continua alineada a tendencias actuales. El estudio subraya el desafío permanente
de equilibrar innovación tecnológica con calidad educativa, proponiendo como eje central la
capacitación docente para cerrar brechas entre adopción tecnológica y su aplicación pedagó-
gica significativa.
Palabras clave: proceso, formación, actualización, tecnologías de información y comunicación.
Introdução
Nas últimas décadas, o avanço das TIC torna-se mais evidente, dada a generalização do uso e
aplicação em distintos contextos. Geralmente os contínuos cambios e avanços tecnológicos
que caracterizam o século XXI, demandam processos de formação e capacitação tecnológica
nos diferentes âmbitos incluindo o campo educativo, onde a praxis do docente universitário
implica questionar o conjunto de conhecimentos didáticos, pedagógicos e metodológicos que
orientam seu desempenho.
Em consequência, resulta imperante avaliar como as tecnologias emergentes estão reconfigu-
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rando o âmbito educativo a nível universitário e de que maneira tais inovações influem na
aprendizagem. Portanto, o estudo tem como propósito analisar a influência das TIC na educa-
ção universitária, identificar oportunidades e desafios em competências tecnológicas dadas as
inovações tecnológicas.
De igual maneira, destaca o rol que jogam as tecnologias educativas na capacitação do talento
humano para seu desempenho e as implicações na sociedade do conhecimento no século XXI.
"Estima-se que mais do 80% das instituições de educação superior a nível mundial têm imple-
mentado algum tipo de tecnologia emergente em seus programas acadêmicos" (Espinoza et
al., 2024, p.3).
Para contextualizar o estudo, é oportuno destacar que a educação universitária assume a tec-
nologia emergente como alternativa de valor estratégico para superar limitações de tempo e
espaço, adotando plataformas de aprendizagem em linha, sistemas avançados em gestão de
aprendizagens e ferramentas colaborativas entre outras, facilitando uma formação com auto-
nomia. Também os avanços em inteligência artificial geram expectativas que podem redimen-
sionar as metodologias nos processos educativos. "Estas transformações vindouras,
impulsionarão por sua vez cambios paradigmáticos na estrutura da ciência" (Arbeláez et al.,
2021, p.6).
Esta ação educativa sustenta-se nas teorias construtivistas da aprendizagem, as quais mostram
a construção do conhecimento mediante a interação, o uso e aplicação de recursos tecnoló-
gicos em processos sociais e pedagógicos, para construir novos conhecimentos ou renovar
conhecimentos a partir dos já existentes. Neste sentido, os aportes da aprendizagem social de
Vygotsky tomam especial relevância no processo pedagógico, onde a interação construtiva
mediante tecnologias educativas é cada vez mais comum. "Esta teoria sustenta que a aprendi-
zagem é o resultado da interação do indivíduo com o meio" (Ortiz, 2015, p.8).
Entre os resultados do estudo destacam-se aportes que revelam como as inovações tecnoló-
gicas permitem melhorar a qualidade educativa, mas adverte que o êxito depende do modelo
pedagógico implementado em cada etapa do processo. Outro avanço origina-se desde a neu-
rociência, ao considerar a motivação como elemento substantivo de grande influência no pro-
cesso de capacitação. Adicionalmente mostra-se como as estratégias de gamificação
(videojogos, outros) permitem ao estudante pôr em prática competências transversais.
Agora bem, mediante este sucesso de aportes pode-se concluir sobre um acontecimento de
grande valor: o progressivo avanço e integração das TIC nos processos pedagógicos requer
tempo para adaptar os cambios na praxis educativa, dado que existe uma brecha entre os
avanços tecnológicos e a capacidade técnica do docente para adotar e aplicar tais avanços de
forma imediata. No campo epistemológico evidenciam-se os paradigmas do construtivismo e
conectivismo, mediante a aplicação de tecnologia educativa. Finalmente destacam-se os efeitos
da pandemia de COVID-19, pois revelou debilidades no processo pedagógico e gerou um im-
pulso no uso das TIC, aplicadas no processo de formação profissional universitária.
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Influência das tecnologias de informação e comunicação no processo
de formação profissional universitária
Metododologia
A pesquisa aplica o enfoque qualitativo, utiliza-se o método analítico sintético, com a intenção
de escrutar, desvendar e compreender o impacto das TIC no processo pedagógico de formação
profissional nas instituições universitárias atualmente. Com esta finalidade, efetua-se uma revisão
e análise de bibliografia o qual permitiu identificar as áreas de pesquisa com demandas no
contexto da tecnologia educativa, debilidades no uso ou aplicação, vazios nos processos pe-
dagógicos, tendências ou expectativas que podem existir no contexto tecno educativo, em tal
sentido, sintetizam-se fundamentos teóricos e sua evolução demonstrando os avanços e ino-
vações no campo pedagógico.
É pertinente destacar, que o enfoque qualitativo considera três processos importantes, entre
estes, a busca da informação pertinente, a organização e a análise. Esta estratégia é importante
porque favorece a obtenção de informação referente ao tema de estudo, assim como a siste-
matização e estruturação, a fim de analisar as principais características da informação e docu-
mentos vinculados na pesquisa. Esta metodologia é útil ao estudo porque facilita amplamente
a obtenção de informação em fontes de estudos avançados de atualidade e disponíveis em
rede.
No curso da pesquisa realizou-se uma cuidadosa revisão de literatura acadêmica e teorias re-
levantes para fundamentar o estudo. Neste processo selecionaram-se trabalhos considerando
critérios específicos tais como: aplicação da metodologia de estudo, pertinência, atualidade e
perspectivas. Pelo contrário, não se consideraram estudos que mostram limitações ou incon-
sistência na metodologia aplicada, os que apresentam débil pertinência e os que apresentam
sesgo elevado. A partir desta revisão, valoriza-se um conjunto de aportes, desafios e reflexões
que integram o tema de estudo
Resultados e discussão
Os avanços tecnológicos têm imerso o docente, provocando mudanças significativas em suas
funções, a gestão acadêmica e a comunicação. Como resultado, os docentes assumem novos
roles, como guias, mediadores, facilitadores e motivadores em processos de aprendizagem sig-
nificativos e relevantes mediante as tecnologias educativas. Com esta visão, o perfil do docente
é um fator de relevância nos processos de formação, daí a necessidade fazer contínua sua evo-
lução.
Desde uma perspectiva histórica, o perfil conservador do docente em relação ao uso das TIC
tende a desaparecer devido às exigências que essas tecnologias impõem no desenvolvimento
da prática educativa (Pagés, 1994), assim como sua rápida expansão e aplicação em múltiplas
áreas da vida social. Consequentemente, determina-se que o uso das tecnologias educativas
evoluiu a tal ponto que adota paradigmas, daí a necessidade do docente integrar permanen-
temente o uso dessas tecnologias no processo pedagógico por meio de diferentes estratégias
(Ferrés et al., 2013).
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134 Ezequiel Landinez Blanco
Além disso, o estudo mostra a existência de uma percepção com supervalorização do fascínio
dos jovens pelas telas e uma superdimensão da influência que estas exercem sobre eles. Em
contraste, percebe-se o estudante com pouco interesse pela aprendizagem. No entanto, rara-
mente se considera o impacto que as emoções geram no processo de aprendizagem quando
se interage por meio de telas e dispositivos móveis. Esse aspecto, por sua vez, deve ser objeto
de estudo, pois está relacionado à dimensão emocional do estudante, a qual influencia direta-
mente o processo pedagógico. Por essa razão, o docente deve considerar em seu planejamento
estratégias que envolvam de forma construtiva a dimensão emocional.
Existem estudos que revelam a importância de implementar experiências didáticas em sala de
aula por meio do uso de recursos tecnológicos e estratégias colaborativas, demonstrando com
sucesso que o estudante consegue despertar interesse, torna seu trabalho visível e projeta seu
conhecimento (Jiménez et al., 2018). Esse processo é possível mediante a aplicação de estraté-
gias pedagógicas inovadoras e eficazes em diferentes áreas do currículo, assim como em planos
de formação e capacitação docente, os quais devem ser permanentes, a fim de incorporar no
momento oportuno cada avanço e inovação tecnológica de interesse educacional.
Essa situação reflete a importância que adquire a competência digital docente, ou seja, a ca-
pacidade de cada professor de integrar efetivamente as tecnologias digitais em sua prática pe-
dagógica. No entanto, na prática educativa ainda persistem algumas limitações que impedem
a otimização do processo de formação, como, por exemplo, as deficiências na formação de
competências digitais do docente e a rapidez com que essas tecnologias evoluem.
Pode-se afirmar que existe uma lacuna formativa entre os professores universitários no
que diz respeito às competências digitais, pois as habilidades e capacidades tecnológicas
disponíveis fazem com que o uso que se faz delas em sala de aula não corresponda
aos requisitos exigidos nas diferentes áreas... Quanto às competências digitais. (Barragán
et al., 2021, p. 12).
Em consequência, descreve-se a evolução e expansão das TIC com grande impacto em dife-
rentes áreas sociais, incluindo a educação, o que exige do docente a incorporação dessas tec-
nologias em sua prática educativa. Estas contribuem para um melhor desempenho acadêmico
e proporcionam habilidades para participar ativamente em diferentes contextos (social, laboral,
acadêmico, cultural). Por tal motivo, capacitar no contexto tecnológico é uma exigência do pro-
cesso educativo e uma oportunidade, dado o potencial humano, as tendências, expectativas e
oportunidades existentes em diferentes contextos do desempenho laboral e profissional.
Outros pesquisadores revelam a importância das emoções e da motivação como elementos
determinantes no uso das tecnologias, mas, por sua vez, alertam que o sucesso sempre será
dependente das estratégias pedagógicas aplicadas (López et al., 2021). Nesse cenário, nova-
mente o docente é protagonista no processo de formação, pois deve orientar, motivar, articular
e coordenar o desenvolvimento das atividades pedagógicas, incluindo estratégias que, na prá-
tica educativa, consigam estimular os níveis de motivação em cada estudante. Além disso, esse
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Influência das tecnologias de informação e comunicação no processo
de formação profissional universitária
planejamento deve ser consistente com a estratégia de motivação, mas alternante nas ativida-
des a desenvolver, para evitar que a repetição se torne um fator de efeito contrário à motiva-
ção.
É oportuno destacar que a motivação será mais exigente a nível universitário, na medida em
que se corresponde com a modalidade andragógica. Esse nível demanda docentes com muita
criatividade, imaginação e capacidade de inovação para criar e recriar estratégias altamente
efetivas, mediante o uso da tecnologia educativa. Por tal motivo, a docência universitária se
converte em um processo muito dinâmico e interativo, com implicações que incluem todos os
atores sociais que participam do processo de formação.
Outro fator importante a considerar no âmbito educativo é a incidência do coronavírus 19
(COVID-19), dado que gerou grande impulso no uso das TIC após a implementação de medidas
de isolamento em nível mundial. Esse fenômeno praticamente condicionou a prática educativa
ao uso de recursos tecnológicos nos processos educativos. Além disso, permitiu evidenciar as-
pectos vulneráveis no perfil docente referentes ao uso das tecnologias educativas, mostrando
assim a necessidade de capacitação e oportunidade de melhoria.
Em um mundo onde a pandemia de COVID-19 revolucionou inúmeros aspectos da vida
cotidiana, a educação superior não foi exceção. A redefinição da formação profissional
pós-pandemia é um dos aspectos mais críticos, colocando a necessidade de adaptar as
abordagens educativas às novas realidades do mercado de trabalho e às demandas so-
ciais (Ramones et al., 2024, p. 2).
A pandemia de COVID-19 mudou o sistema educativo atual e as perspetivas de carreira, assim
como a educação das futuras gerações, o que implica a criação de novas políticas educativas,
assim como novos planos e estratégias de capacitação (Niño et al., 2021). Em essência, o uso
e aplicação destas ferramentas devem ser uma prática cotidiana na formação e desempenho
docente, e não apenas como uma opção em tempos de contingência.
Agora bem, num contexto tecnológico em constante inovação, o docente universitário deve
fomentar de maneira estratégica e permanente o pensamento crítico e criativo do estudante,
como uma consequência do impacto tecnológico sobre a reconfiguração em distintas áreas
do conhecimento, o qual implica que os novos profissionais enfrentarão desafios não previstos,
mas em melhores condições e expectativas no seu desempenho. Perante estes cenários, co-
loca-se que os docentes têm o desafio de conectar com estudantes nativos digitais (González
et al., 2022).
O estudo citado revela a necessidade e importância de responder efetivamente às exigências
e demandas dos estudantes nativos digitais. Por tal motivo, cada docente deve gerir e desen-
volver estratégias de capacitação e atualização no contexto tecnológico, dado que, além de
ser uma necessidade, é um requerimento. Responder de maneira efetiva a estas demandas
torna mais efetivo o avanço e a consolidação do processo educativo.
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136 Ezequiel Landinez Blanco
Em consequência, este cenário também demanda o desenho e execução de políticas educa-
tivas que contribuam para fortalecer os processos de comunicação e interação, mediante ade-
quação em entornos virtuais, recursos tecnológicos, dispositivos, conectividade, serviços
logísticos e infraestrutura, que facilitem os processos de formação profissional para o logro
dos objetivos.
Noutro aporte, o estudo citado mostra como, mediante estratégias de videojogos, o estudante
consegue pôr em prática competências transversais, também consegue reconhecer a impor-
tância de tomar decisões, a sua capacidade de crítica e autoavaliação, a coordenação do tra-
balho em equipa, habilidades interpessoais e de comunicação, assim como a capacidade de
reconhecer limites, aplicar normas e teorias na prática no marco do contexto educativo.
Este avanço nas tecnologias requer uma revisão nas políticas educativas, dado que demanda
a adequação de currículos educativos, programas e meios audiovisuais que possam propiciar
o processo pedagógico mediante estratégias interativas desde entornos virtuais. Ainda que
pareça mais adequado a níveis de pré-escolar, primária e média geral, também estudos recentes
demonstram a utilidade da gamificação no nível de educação universitária.
Por outro lado, o nível de conhecimento das TIC aplicado em atividades acadêmicas, assim
como a intensidade do uso na pós-pandemia, revelam a importância dos recursos tecnológicos
a nível universitário (Delgado et al., 2023). Assim pois, a percepção do estudante mostra varia-
bilidade de conhecimentos em competências tecnológicas, quando referem as redes sociais
como o componente onde possuem maior nível de conhecimento com 84%, enquanto 16%
não mostram este componente como o principal no nível de seus conhecimentos de recursos
tecnológicos. Em instrumentos como correio eletrônico, videoconferência e chat, o nível de
conhecimento é 81%, enquanto 19% desconhecem os instrumentos. Portanto, "a integração
efetiva das TIC nos processos educativos é um tema que tem tomado crescente relevância nos
últimos anos, dados os profundos cambios e transformações sociais derivados da revolução
digital" (Ruiz, 2024, p.1).
Cabe destacar que a mensagem instantânea e interação em redes sociais são instrumentos de
uso permanente no contexto social, acadêmico e laboral, por esta razão o manejo e aplicação
destas ferramentas é também um requerimento em quase todos os campos da atividade hu-
mana. Em consequência, o efetivo manejo destas tecnologias é uma garantia no processo de
formação e brinda excelentes vantagens no exercício profissional.
De forma similar, 80% dos estudantes reconhecem que os buscadores ocupam o terceiro lugar
de conhecimento em recursos tecnológicos, enquanto 20% não os reconhecem. É oportuno
destacar a importância e utilidade de reconhecer e utilizar os buscadores na rede, dado que
representam uma vantagem extraordinária na busca e acesso à informação. Por outro lado, o
nível de conhecimento sobre plataformas de ensino é 79%, porém 21% confirmam desconhe-
cimento. Em consequência, "a universidade deve transitar para modelos mais colaborativos e
centrados no estudante" (Pérez et al., 2021, p. 1).
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Influência das tecnologias de informação e comunicação no processo
de formação profissional universitária
138
Ao considerar apartados de programas profissionais e pacotes especializados, o nível de con-
hecimento mostrado é apenas 35%, enquanto 65% não possui conhecimento nestes. Sobre
elaboração de material virtual e recursos em linha, 32% os conhece ou reconhece, 68% não
conhece estes instrumentos. Com relação ao manejo de programas para edição de imagem,
áudio e vídeo, o nível de conhecimento é 31%, enquanto 69% mostra desconhecimento, por-
tanto, não utiliza estas ferramentas. Finalmente, em programas para análise de dados 19% pos-
sui conhecimentos, 81% manifesta desconhecer estes instrumentos. A respeito, algumas
investigações indicam que "Os estudantes procedentes de famílias com um nível formativo
baixo têm menos oportunidades de uso de tecnologias digitais" (Pérez et al., 2021).
A valoração mostra um índice de conhecimento de 81% para instrumentos de uso geral, pode-
se considerar elevado mas melhorável. Em apartados de programas profissionais, pacotes es-
pecializados, recursos em linha, edição de imagem, vídeo e áudio 33%, o que representa uma
clara debilidade, desde logo a perda de oportunidades no desenvolvimento do talento humano
no componente tecnológico. Neste sentido, a competência em TIC torna-se essencial, compa-
rável com o alfabetismo tradicional. "A alfabetização tecnológica converteu-se num elemento
fundamental, a falta de competências digitais dá lugar a um novo tipo de analfabetismo: o
analfabetismo digital." (Murillo et al., 2024, p. 3).
Depois da pandemia, a intensidade no uso das TIC por parte do estudante universitário indica
88% de frequência em pacotes básicos de Word, Excel e PowerPoint, em contraste, 12% não os
aplica. Igualmente, destacam os autores que o uso das TIC para acesso a redes sociais é de
79%, principalmente Facebook e Instagram, incluindo ferramentas de comunicação, aplicações,
buscadores Web e plataformas de ensino para o trabalho acadêmico a distância. Os investiga-
dores sustentam que a pandemia da COVID obrigou a usar estas tecnologias com maior fre-
quência nas atividades acadêmicas (Núñez et al., 2021).
Estes avanços mostram a necessidade de fortalecer os processos de capacitação tecnológica
no âmbito educativo, com ênfase nos apartados de programas profissionais, pacotes especia-
lizados, recursos em linha, edição de imagem, vídeo e áudio, o que pode contribuir de maneira
significativa para o fortalecimento da prática educativa, tornando mais eficiente o processo de
formação profissional. Além disso, brinda a oportunidade para desenvolver as potencialidades
do talento humano.
Conclusões
EO auge das tecnologias e sua influência no âmbito educativo é indiscutível, mais notável ainda
após seu impulso e utilidade durante o período de pandemia. A nível universitário evidencia-se a
aceitação das TIC, dados seus múltiplos benefícios no processo pedagógico. No entanto, existem
debilidades nas competências didáticas para o uso e aplicação por parte do docente, o que evi-
dencia lacunas entre a competência docente e a rápida inovação e os avanços destas tecnologias,
o que demanda estratégias orientadas à capacitação do docente universitário em ambientes vir-
tuais, assim como também no uso e aplicação de recursos em tecnologia educativa.
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
138 Ezequiel Landinez Blanco
Adicionalmente, pode-se assinalar que a rápida evolução tecnológica exige das instituições edu-
cativas atualização e adequação em políticas, programas e infraestruturas, dado que a alfabetização
tecnológica na educação universitária transcende desde a incorporação de ferramentas digitais
no processo educativo, até redimensionar metodologias tradicionais de ensino e aprendizagem
para atender efetivamente às demandas, aproveitar as oportunidades que oferece o entorno digital,
assim como também o potencial do talento humano. É necessário então, uma efetiva integração
e aplicação das TIC na docência universitária, o que pode garantir transições para novos modelos
ou enfoques de competências baseados na inovação das TIC, como elementos que de forma per-
manente devem estar presentes no contexto da educação universitária.
Finalmente, é relevante a construção didática fundamentada nas TIC, como catalisador na trans-
formação da educação universitária, que permita assumir as mudanças e desafios, assim como
responder demandas e exigências, em função das oportunidades e expectativas na sociedade do
conhecimento, de um mundo cada vez mais interconectado.
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140 Ezequiel Landinez Blanco
Revisão curricular no Ensino Superior e
suas implicações na qualidade de ensino:
Desafios para a docência Universitária
Revisión curricular en la Educación Superior
y sus implicaciones en la calidad docente:
Desafíos para la enseñanza universitaria
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Mário Adelino Miranda Guedes*
https://orcid.org/:0009–0002-1836 –9773
Luanda / Angola
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 141-147
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Francisco, C. C. (2025). Revisão curricular no Ensino Superior e suas implicações na qualidade
de ensino: Desafios para a docência Universitária. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 141-
147. https://doi.org/10.59654/7nzg9f69
* Doutorado em Ciências da Educação pela ACU – Absolute Christian University. Mestre em Ciências da Educação
pela Unixavier-Tiradentes. Licenciado em Medicina pela Universidade Jean Piaget de Angola. Professor de Pato-
logia Geral do Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude – ISPAJ, Luanda. E-mail: marioguedes1973@hot-
mail.com
Recebido: abril / 3 / 2025 Aceito: abril / 22 / 2025
https://doi.org/10.59654/7nzg9f69
142
Resumo
A revisão curricular é um processo dinâmico e contínuo, desenvolvido em diferentes fases e níveis,
que tem como pilares o sujeito em um contexto e a integralidade de seus direitos. O artigo analisa
as implicações que a revisão curricular apresenta na qualidade do ensino superior. Tratou-se de
um estudo descritivo, bibliográfico e qualitativo, baseado na análise documental e de conteúdo.
A seleção e análise dos conteúdos presentes em diversas bibliografias resultaram nos seguintes
achados: transparência e coerência da revisão curricular, desde sua concepção, materialização,
relevância pedagógica, científica e social; autodetecção baseada na autogestão das aprendizagens
e definição de metas; e a democraticidade fundamentada em valores de cidadania democrática,
senso de justiça e respeito pela diferença. Concluiu-se que a revisão curricular visa garantir apren-
dizagens significativas, atender às necessidades educacionais contemporâneas, e não se esgota
na mera discussão acadêmica, mas deve orientar-se para uma integração política e social no con-
texto do papel que desempenha no processo de cidadania e democratização da sociedade. Su-
gere-se a realização de mais estudos com o intuito de estabelecer comparações futuras em
relação ao fenômeno analisado e a busca por novas contribuições científicas.
Palavras-chave: Revisão curricular, ensino superior, qualidade, desafios.
Abstract
This article examines how Information and Communication Technologies (ICT) are integrated
into transdisciplinary teaching in university education. The objective is to analyze the role of
ICT in promoting transdisciplinarity. To this end, the researcher conducted a literature review in
databases such as Scopus, Redalyc, and Scielo, using terms like "ICT," "transdisciplinary teaching,"
and "university education." The results reveal that platforms like Zoom and Moodle enable glo-
bal connectivity and resource sharing, enhancing learning and collaboration across disciplines.
The conclusions indicate that ICT serve as mediators in transdisciplinary teaching in university
education and as an integrative tool, though evidence of digital gaps persists. Universities con-
tinue training their faculty to improve digital competencies.
Keywords: Transdisciplinarity, university education, Information and Communication Technolo-
gies, integration.
Introdução
Nas últimas décadas o ensino superior tem sido marcado por mudanças significativas que ti-
veram particular impacto na relação da Universidade com a sociedade, isto é, as instituições
de ensino superior deixaram de estar alienadas da dinâmica social para participarem cada vez
mais, nos contextos sociais, culturais, políticos e econômicos em que estão inseridas (Martins,
et al. 2016).
Fernanda (2020 p. 49) faz referência dos fatores que contribuíram para as mudanças ocorridas,
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Mário Adelino Miranda Guedes
143
com enfoque na alteração do perfil do aluno, a investigação sobre o ensino e aprendizagem,
ampliando os espaços de reflexão em relação aos contextos e as práticas de ensino assim como
a organização das instituições de ensino superior que se revela cada vez complexa e com uma
oferta formativa cada vez mais diversificada. No entanto, a ideia do ensino universitário plura-
lizou-se e está a diversificar-se, a diferenciar-se e a segmentar-se.
O currículo real é aquele que, de facto, acontece na sala de aulas, em decorrência de um projeto
pedagógico e dos planos de ensino. Trata-se de uma teoria que parte de pressupostos socio-
lógicos e psicológicos, que agrupa conteúdos, objetivos, estratégias que são postos em prática
através de um plano curricular. Ela gravita em torno do desenvolvimento curricular, um processo
continuo e dinâmico desenvolvido em diferentes fases e níveis e que têm como pilares o sujeito
em seu contexto e completude dos seus direitos. Porém, o desenvolvimento curricular se cons-
titui de três etapas, ou seja, concepção, implementação ou operacionalização e avaliação (Leite
e Fernandes, 2019)
Segundo Perez (2018, p. 41) na sua reflexão sobre o ensino superior e da necessidade de uma
cultura pedagógica de qualidade, dá enfoque a oito princípios que gravitam em torno da Pe-
dagogia Universitária transformadora e emancipadora, ou seja:
Transparência, coerência, relevância, reflexividade da ação pedagógica, a democraticidade, com
ênfase em valores de uma cidadania democrática, sentido de justiça, respeito pela diferença,
liberdade de pensamento e expressão, comunicação e debates de ideias, negociação de deci-
sões, colaboração e interajuda, a autodetecção, a criatividade e inovação pessoal e uma visão
pluri-interdisciplinar do conhecimento e da realidade,
Este estudo pretendeu demonstrar a importância da concepção e implementação de um
currículo que incentive a aquisição de conhecimentos no Ensino Superior, habilidades, de-
senvoltura nas habilidades em sala de aulas, além de valores e crenças positivas, uma vez
que o currículo constitui o melhor meio para que seja possível atribuir forma ao desen-
volvimento global dos valores, torna-se uma ferramenta indispensável para o docente
deste subsistema de ensino, desafiando-o na construção de um ensino desafiador e ino-
vador.
Metodologia
Pesquisa descritiva, bibliográfica, documental com a abordagem qualitativa, na qual se procu-
rou refletir as implicações da revisão curricular na qualidade do ensino superior. Este estudo
resultou da revisão documental, cujo objetivo é ressaltar a revisão curricular no ensino superior
com ênfase nos princípios que sustentam a Pedagogia universitária.
Segundo Severino (2017, p. 124), a pesquisa bibliográfica é aquela que se realizam a partir do
registo disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros,
artigos, teses etc.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 141-147
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Revisão curricular no Ensino Superior e suas implicações na qualidade de ensino:
Desafios para a docência Universitária
144
Os trabalhos que constituíram a base de fundamentação técnico-cientifica deste estudo foram
lidos integralmente, posteriormente foram selecionados àquela cuja temática se revelaram de
maior relevância para a consecução deste estudo. Foram incluídos no estudo todos os trabal-
hos entre “artigos científicos, periódicos, revistas, relatórios e resenhas que fizeram uma incursão
sobre a temática em análise”.
Foram excluídos, todos os trabalhos que após leitura minuciosa e integral, não estavam con-
textualizados, não atuais, cuja abordagem não apresentou qualquer relevância para a conse-
cução do estudo. Foi feita a análise e interpretação qualitativa dos resultados. Os resultados
foram discutidos através de estudos comparados de visões de vários autores e descritores que
analisaram este fenômeno nos vários ângulos de abordagem.
Do ponto de vista de limitações éticas, este estudo cumpriu com os pressupostos científicos e
didáticos nas diversas etapas de sua realização, ou seja, desde a concepção, levantamento da
problemática, opção metodológica até a coleta de informações.
Resultados e discussão
O conceito de currículo na educação foi se transformando ao longo de tempo e diferentes co-
rrentes pedagógicas são responsáveis para abordar a sua dinâmica e funções. O currículo, mais
do que uma simples enumeração de conteúdos e diretrizes a serem trabalhados em sala de aula
pelos professores ao longo das diferentes fases da vida escolar dos estudantes, é também uma
construção histórica e cultural que sofre, ao longo do tempo, transformação em suas definições.
Foi constatado nas várias análises feitas ao longo dos trabalhos selecionados após leitura inte-
gral que a revisão curricular como ferramenta crucial na melhoria da qualidade de ensino, pauta
pela contribuição dos paradigmas que sustentam o desenvolvimento curricular. Neste pensa-
mento, a luz da perspectiva de Campani et al. (2022), a inovação curricular, deve ser um desafio
de instituições de ensino superior, devendo, no entanto, ser encarado como ferramenta de
transformação didático-pedagógico e social.
Segundo Slomski, et al. (2020), o desenvolvimento do processo de revisão curricular deve estar
assente na análise das teorias curriculares, como linhas orientadoras para a construção da re-
forma curricular, tais como: as teorias tradicionais ou técnicas promovidas na primeira metade
do século XX por John Franklin que associava as disciplinas curriculares a uma questão perma-
nente mecânica, na qual o sistema educacional estaria conceitualmente atrelado ao sistema
industrial versadas nos paradigmas da administração cientifica do Taylorismo; A- teoria critica
do currículo baseada na concepção Marxista e também nos ideários vinculados a autores da
escola de Frankfurt nomeadamente Theodor Adorno e da nova Sociologia da Educação como
Pierre Bordieu.
De acordo Perez (2018, p. 41) na sua reflexão sobre o ensino superior e da necessidade de uma
cultura pedagógica de qualidade, dá enfoque a oito princípios que gravitam em torno da Pe-
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Mário Adelino Miranda Guedes
145
dagogia Universitária transformadora e emancipadora, coerência, baseada na formação que a
orientam, bem como a natureza dos conteúdos disciplinares e com os métodos de avaliação;
Relevância, com ênfase na mobilização e promoção de saberes, salvaguardando a realidade
sócio profissional, e perspectiva o currículo de forma articulada; Reflexividade, ela refere que a
ação pedagógica promove o pensamento divergente;
A perspectiva de Perez na sua reflexão sobre o ensino superior e da necessidade de uma cultura
pedagógica foi corroborada por Vallejo (2016), tendo como referência a democraticidade do
ensino superior afirmando que a ação pedagógica assenta em valores de uma cidadania de-
mocrática, sentido de justiça, respeito pela diferença, liberdade de pensamento e expressão,
comunicação e debates de ideias, negociação de decisões, colaboração e interajuda.
Segundo Sabia et al. (2023), citando Perez autodetecção assim como a criatividade e inovação
criam bases não somente para a implementação de a ações pedagógicas vinculadas em ati-
tudes e capacidades de autogestão da aprendizagem, desenvolvem igualmente espaços de
intervenção sócio profissional com base no conhecimento da realidade, identificação de pro-
blemas, análise de sua relevância, criando condições para o desenvolvimento de projetos de
intervenção social com base nos pilares que sustentam a vida da Universidade.
Este estudo pretendeu demonstrar a importância da concepção e implementação de um cu-
rrículo que incentive a aquisição de conhecimentos, habilidades, desenvoltura nas habilidades
em sala de aulas, além de valores e crenças positivas, uma vez que o currículo constitui o melhor
meio para que seja possível atribuir forma ao desenvolvimento global dos valores, torna-se
uma ferramenta indispensável.
Os resultados desta pesquisa nos permitem lançar novos olhares na abordagem da temática
referente ao fenómeno em análise devido à pertinência em que este encerra na promoção de
um ensino superior cuja qualidade se recomenda, que integra a explicitação dos pressupostos
e finalidades de formação que a orientar, da natureza da metodologia seguida, dos processos,
percursos de aprendizagem e dos parâmetros de avaliação adoptados.
Considerações finais
O currículo é a parte de inspiração para o planejamento das práticas diárias das instituições de
ensino Superior, dos professores, como também o compromisso para com os estudantes, pois,
os mesmos necessitam e deve ser ouvida, só assim a aprendizagem será considerada demo-
crática.
Este artigo teve como objetivo aprofundar as discussões e ressaltar o debate em torno das
mudanças curriculares e suas implicações na qualidade de ensino superior, para desse modo
apontar o modelo e a prática curricular capazes de orientar o trabalho educativo com vista a
possibilitar aprendizagens significativas e visando atender as necessidades educacionais con-
temporâneas.
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Desafios para a docência Universitária
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Depois do estudo realizado, observou-se que algumas considerações podem ser realizadas
tais como: Desenvolver um currículo de formação de profissionais para maior aprimoramento
do pensamento do estudante e da sua aprendizagem em sala de aulas. É necessário programar
o currículo de formação de professores para que seja possível analisar a sua eficácia. No pre-
sente estudo foi notório que ao longo das várias reflexões efetuadas por autores, há uma preo-
cupação clara de se estabelecerem conceitos sobre o papel que desempenha o currículo
enquanto ferramenta de extrema importância na forma de encarar o fenômeno de educação
e ensino.
Ficou aqui igualmente expresso, que ao professor, é preciso não só conhecer os temas
concernentes ao currículo de suas áreas de atuação, como também o sentido expresso
por sua orientação curricular. No contexto da educação superior, a abordagem da pro-
blemática da revisão curricular é um processo que não se esgota no âmbito mera dis-
cussão acadêmica, mas ela deve estar voltada para uma integração politica, social no
contexto do papel que este desempenha no processo de cidadania e democratização da
sociedade.
Qualquer processo de revisão curricular que possa contribuir de maneira positiva para a qua-
lidade de ensino superior deve ser dotado de: Intencionalidade que se assenta nos pressupostos
e finalidades relativa à educação formal versada na perspectiva cientifica, cultural, técnico-pro-
fissionalizante, pessoal e social. A transparência que se baseia na explicitação -das finalidades
e pressupostos de formação, orientação, natureza metodológica dos processos de aprendiza-
gem e dos parâmetros de avaliação adoptada;
Da coerência baseada nas possibilidades de formação a orientarem, da natureza dos conteú-
dos disciplinares e com os métodos de avaliação. A relevância assenta-se na integração das
expectativas, necessidades, ritmos e interesses diferenciados, mobilizando e promovendo sa-
beres e experiências relevantes. A democraticidade assente nos valores de uma cidadania
democrática, sentido de justiça, respeito pela diferença, liberdade de pensamento e expressão,
debates de ideias, negociação na tomada de decisões, colaboração e interajuda. Pode-se con-
cluir que a necessidade de revisão curricular no ensino superior é um imperativo não só aca-
dêmico, mas é extensivo no âmbito sócio profissional, para que a Universidade cumpra com
o seu papel social no domínio do ensino, aprendizagem, pesquisa cientifica e extensão uni-
versitária.
Sugestões
Em função da importância que a temática inerente à revisão curricular apresenta no processo
de inovação pedagógica bem como do impacto que encerra na inclusão escolar, democrati-
zação do ensino, integração sócio-profissional e desenvolvimento da sociedade, se sugere a
realização de mais estudos neste âmbito, utilizando outras teorias e outras amostragens e téc-
nicas de estudos, com vista a se estabelecer futuras comparações assim como a avaliação de
tendência do fenômeno em análise.
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
Mário Adelino Miranda Guedes
147
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Resumo
Esta investigação é relevante por analisar como docentes universitários na Nicarágua utilizam
tecnologias emergentes, no planejamento e na avaliação da aprendizagem. O presente estudo
buscava identificar o grau de uso da IA por parte do professorado, assim como as ferramentas
mais empregadas. Utilizou-se um enfoque qualitativo de tipo descritivo, empregando pesquisas
e entrevistas a uma amostra de 30 docentes de educação superior. Os dados foram processados
mediante análise estatística e categorização temática. Os resultados revelaram que 62,5% dos
docentes possui conhecimentos básicos sobre IA, e uma porcentagem similar já a utiliza no
planejamento e avaliação. ChatGPT foi a ferramenta mais utilizada. Identificaram-se benefícios
como economia de tempo, melhora na qualidade educativa e personalização da aprendizagem.
Recomenda-se implementar cursos de formação em modalidade B-learning, para garantir uma
adoção mais ampla e responsável da IA na educação superior.
Palavras-chave: B-learning, Avaliação de aprendizagens, Inteligência artificial, Planejamento
educativo, Tecnologias emergentes.
Resumen
Esta investigación es relevante por analizar cómo docentes universitarios en Nicaragua utilizan
tecnologías emergentes, en la planificación y la evaluación del aprendizaje. El presente estudio
buscaba identificar el grado de uso de la IA por parte del profesorado, así como las herramientas
más empleadas. Se utilizó un enfoque cualitativo de tipo descriptivo, utilizando encuestas y en-
trevistas a una muestra de 30 docentes de educación superior. Los datos fueron procesados me-
diante análisis estadístico y categorización temática. Los resultados revelaron que el 62.5 % de
los docentes posee conocimientos básicos sobre IA, y un porcentaje similar ya la utiliza en la pla-
nificación y evaluación. ChatGPT fue la herramienta más empleada. Se identificaron beneficios
como ahorro de tiempo, mejora en la calidad educativa y personalización del aprendizaje. Se re-
comienda implementar cursos de formación en modalidad B-learning, para garantizar una adop-
ción más amplia y responsable de la IA en la educación superior.
Palabras clave: B-learning, Evaluación de aprendizajes, Inteligencia artificial, Planificación edu-
cativa, Tecnologías emergentes.
Introdução
No âmbito da educação universitária, a adoção de ferramentas tecnológicas, especialmente
a inteligência artificial (IA), tornou-se uma tendência em ascensão que promete revolucionar
as práticas de ensino. No entanto, é fundamental investigar como os docentes estão inte-
grando a IA em seus processos de planejamento e avaliação da aprendizagem. Isso implica
examinar o grau de conhecimento, apropriação e uso dessas tecnologias, assim como as es-
tratégias concretas que utilizam para desenhar atividades didáticas, personalizar o ensino e
avaliar o progresso dos estudantes.
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A IA pode ser definida como "o estudo de agentes que recebem percepções do ambiente e
realizam ações para cumprir objetivos" (Poole et al., 2022, p. 3). Em outras palavras, a IA busca
criar programas e máquinas capazes de exibir um comportamento aparentemente inteligente,
semelhante ao dos humanos (Rubio et al., 2021).
Esta pesquisa alinha-se com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4, que busca ga-
rantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, além de promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos. Foca-se no uso da inteligência artificial para melhorar
a qualidade educativa nas universidades. Além disso, está relacionada com as políticas e progra-
mas nacionais da Nicarágua, como o Plano Nacional de Desenvolvimento Humano (PNDH), que
prioriza a modernização e transformação do sistema educativo mediante a incorporação de tec-
nologias inovadoras para fortalecer tanto a qualidade quanto a acessibilidade da educação.
Assim, o uso da tecnologia evoluiu ao longo dos anos, levando ao desenvolvimento da IA,
entendida como a capacidade das máquinas para lidar e adaptar-se a situações emergentes,
resolver problemas, responder perguntas, desenhar planos e realizar várias outras funções
que requerem certo nível de inteligência inerente aos seres humanos (Rouhiainen, 2018).
Outros pesquisadores a definem como o estudo do comportamento da inteligência em seres
humanos, animais e máquinas, que se esforça para converter dito comportamento em um
artefato, como computadores e tecnologias relacionadas com a computação (Ponce et al.,
2014). A partir dessas definições, a IA representa o resultado de inovações tecnológicas que
permitem aos computadores realizar funções similares às humanas. No âmbito educativo, a
IA integrou-se como uma ferramenta chave para otimizar o planejamento e a avaliação dos
aprendizagens, facilitando processos mais eficientes e personalizados.
A nível internacional, a IA proporciona o potencial necessário para abordar alguns dos maiores
desafios da educação atual. Nesse contexto, as universidades, tanto públicas como privadas,
têm promovido diversos cursos curtos sobre o uso de tecnologias emergentes, como a IA.
No entanto, ainda existem muitas lacunas entre os docentes sobre como esta pode ser incor-
porada no planejamento e avaliação das aprendizagens. Esta pesquisa é de grande impor-
tância, pois analisará como os docentes do ensino superior estão utilizando as tecnologias
emergentes, como a inteligência artificial, aplicada ao processo de planejamento e avaliação
das aprendizagens.
Neste cenário, os docentes enfrentam a necessidade de adaptar suas abordagens pedagógicas
às novas ferramentas digitais, o que implica um processo de capacitação e ajuste em suas
metodologias. Apesar dos benefícios potenciais da IA, como a personalização da aprendiza-
gem e a otimização da gestão educacional, sua integração efetiva no planejamento e avaliação
do processo educativo depende de uma implementação responsável e ética.
Todo o exposto é sustentado pela UNESCO, pois a IA pode transformar profundamente o
setor educacional, desde a gestão até as metodologias de ensino, desde que utilizada de
Implementação da Inteligência Artificial: Uma estratégia para o
planejamento e avaliação da aprendizagem
forma responsável e ética. A IA não é apenas uma ferramenta, mas uma aliada integral no
processo de ensino-aprendizagem, promovendo competências digitais.
O contexto deste estudo reflete um momento em que os docentes universitários na Nicarágua,
assim como em muitos outros países, estão se adaptando ao uso da IA. Este processo evi-
dencia mudanças significativas impulsionadas pelo rápido desenvolvimento de ferramentas
digitais que estão transformando a forma como ensinamos. A integração da inteligência ar-
tificial nos ambientes universitários representa tanto um desafio quanto uma oportunidade
para inovar no planejamento e avaliação educacional, promovendo uma educação mais efe-
tiva e personalizada, alinhada às necessidades do século XXI.
É crucial compreender como os docentes estão adaptando suas abordagens pedagógicas de
planejamento e avaliação, utilizando a IA de forma ética e eficaz, o que impacta diretamente
a qualidade educativa.
O objetivo deste estudo é analisar a integração de novas tecnologias, como a IA, como ferra-
menta no currículo e nos processos avaliativos utilizados por docentes universitários nicara-
guenses. A pesquisa explora como os educadores empregam a inteligência artificial em sua
prática pedagógica, examinando seu impacto na melhoria do ensino e no desenho de ava-
liações mais eficazes no contexto universitário.
Desta forma, a incorporação da IA nos processos de planejamento e avaliação pelos docentes
poderá melhorar significativamente o processo de ensino-aprendizagem e sua avaliação.
Porém, isso só será alcançado se cada educador implementar de forma ética e responsável as
atividades planejadas, utilizando as tecnologias disponíveis para aplicação em sala de aula,
visando uma aprendizagem significativa para todos os estudantes.
Em 2024, Patricio Bustamante, especialista em implementação de plataformas de venda de
cursos online e desenvolvimento de soluções baseadas em automação e inteligência artificial,
em seu trabalho Inteligencia Artificial en Evaluación Educativa: Cómo está transformando el
aprendizaje (Inteligência Artificial em Avaliação Educativa: Como está transformando a apren-
dizagem), afirma que a integração da IA na educação está reformulando os paradigmas tra-
dicionais de ensino e avaliação, pavimentando o caminho para metodologias de
aprendizagem adaptadas às capacidades únicas e ritmos de cada estudante. Evidentemente,
a chegada da IA ao campo educacional não representa apenas uma tendência tecnológica,
mas uma verdadeira transformação que impacta os alicerces do sistema educativo tradicional,
promovendo eficiência e equidade nas provas e exames.
Em 2023, Rómulo Hernán Banegas Ullauri, em seu artigo Optimización de la inteligencia arti-
ficial en la educación a través de estrategias docentes eficaces (Otimização da inteligência ar-
tificial na educação através de estratégias docentes eficazes), destaca que estratégias
pedagógicas apoiadas pela IA, como a personalização da aprendizagem e o uso de sistemas
de tutoria inteligente, demonstraram melhorar o desempenho acadêmico e a motivação dos
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estudantes. O uso da IA em ambientes educacionais mostrou um impacto positivo na apren-
dizagem, com alunos em contextos mediados por IA apresentando maior engajamento e mel-
hor desempenho comparado aos métodos tradicionais.
No âmbito nacional, são escassos os estudos sobre esta temática. Dentre eles, destacam-se as in-
vestigações de Sambola (2023), Ordoñez e Sambola (2023), Romero (2022) e Fletes (2021), que
concordam em apontar tratar-se de uma questão complexa no campo educacional, representando
um desafio para autoridades, docentes e estudantes quanto ao uso ético e responsável das IA. IA
promete melhorar a qualidade da educação em todos os âmbitos e níveis, fazendo com que
a aprendizagem seja mais personalizada, adaptando-se às variadas necessidades dos estu-
dantes (Ocaña et al., 2019). Para isso, é necessário lograr uma combinação entre as atividades
cotidianas, interação com outras pessoas e a aplicação das ferramentas digitais, entendendo
as diferenças e limitações de cada indivíduo.
Assim também, os docentes utilizam ferramentas inovadoras em sua vida laboral e podemos
dizer que, a partir da experiência, dá-se relevância à utilização de métodos e técnicas que
vão de mãos dadas com a era tecnológica. Vera (2023) conclui que os docentes valoram a
eficiência, personalização e retroalimentação que se logra mediante a IA, porém se sublinha
a importância de um uso responsável para assegurar uma educação de qualidade.
Esta pesquisa foi feita para indagar como os docentes do ensino superior estão integrando a in-
teligência artificial em seu planejamento e avaliação das aprendizagens, uma vez indagado tudo
o referente ao uso, criar planos que fortaleçam o uso da IA nos métodos de ensino dos docentes.
Metodologia
A presente investigação empregou um enfoque qualitativo de natureza descritiva, encaminhado a
conhecer como aproveitam os docentes universitários na Nicarágua a IA para os processos de pla-
nificação e avaliação das aprendizagens. Recopilou-se a informação mediante entrevistas semiestru-
turadas e enquetes a docentes universitários de diferentes disciplinas. O objetivo desta investigação
foi indagar como os docentes estão fazendo uso da IA para sua planificação e avaliação das apren-
dizagens de seus estudantes mediante o uso da IA no entorno educativo. Também se recopilou
exemplos de práticas pedagógicas nas que se fez algum esforço para empregar ferramentas basea-
das em IA. "Nos estudos descritivos o investigador deve ser capaz de definir, ou pelo menos visualizar,
o que se medirá (conceitos, variáveis, componentes, entre outras.) E sobre o que ou quem se reco-
pilarão os dados (pessoas, grupos, comunidades, objetos, fatos, etc.)" (Nieto, 2018, p. 2).
Este estudo se realizou da seguinte maneira. Primeiramente, se realizou uma enquete na pla-
taforma Google Form. A enquete consistiu em um total de 6 perguntas fechadas onde se per-
guntou de forma geral qual era seu conhecimento da IA, e como as estavam aplicando na aula
de classe, também quais aplicações haviam utilizado, além disso se perguntou, se possuíam
ferramentas tecnológicas em seus lares para implementá-la, outra pergunta geral que se fez
foi ¿Com que frequência usavam a IA? e as atividades que mais realizavam com as aplicações
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e 3 perguntas abertas onde o docente expressasse com suas próprias palavras os benefícios
chave de utilizar a IA para planificar e avaliar a aprendizagem, como utiliza estas ferramentas
na sala de aula, e como lhe estão dando resultado.
Depois de validar a enquete e a entrevista se procedeu a selecionar a população de 70 docentes
que impartem aulas a nível universitário. Desta população se tomou uma mostra de 30 do-
centes, a mostra, segundo (Mata et al, 1997, p.19) é o método utilizado para selecionar os com-
ponentes da mostra do total da população. "Consiste em um conjunto de regras,
procedimentos e critérios mediante os quais se seleciona um conjunto de elementos de uma
população que representam o que sucede em toda essa população". Como critérios de seleção
se estabeleceu a todo aquele docente que participou de maneira voluntária na enquete que
se lhes compartilhou através dos grupos de WhatsApp, assim como de forma pessoal.
Por último, se realizou a análise mediante a estatística descritiva, através desta se calculou a
frequência segundo as respostas brindadas pelos docentes. Os dados quantitativos se trabal-
haram com o programa Excel de Office para obter análise percentual, as tabelas e os gráficos.
Em quanto à análise qualitativa se agruparam as categorias por eixos temáticos segundo as
respostas que outorgaram os informantes. A análise quantitativa permitiu resumir as respostas
das entrevistas com os professores. Este processo facilitou a identificação de padrões e ten-
dências destacando os usos chave da IA na planificação e avaliação educativa. Uma vez pro-
cessado os dados se chegou a conclusões e recomendações sobre o conhecimento e aplicação
da IA que têm os docentes universitários na planificação e avaliação das aprendizagens.
Resultados
A análise dos resultados obtidos a partir da enquete aplicada permite identificar o nível de con-
hecimento que possuem os docentes universitários sobre a IA, aspecto fundamental para com-
preender seu grau de preparação frente aos desafios tecnológicos atuais na educação superior.
Gráfico 1
Nível de conhecimento sobre Inteligência Artificial por parte dos docentes
Nota: Mejía (2025).
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O Gráfico 1 mostra a porcentagem do nível de conhecimento sobre IA entre os entrevistados,
os quais revelam tendências claras: 62,5% situam-se em um nível básico, o que indica uma fa-
miliaridade limitada com o tema. Por su parte, el 25% alcanza un nivel Nenhum, demostrando
mayor comprensión y uso de la IA. Solo un 12,5% posee conocimientos avançado, lo que refleja
un dominio más profundo de la tecnología. Es relevante destacar que ningún participante indicó
carecer de conocimientos (0% en "Nenhum”), lo que sugiere un interés generalizado por la IA.
Gráfico 2
Docentes que han recibido formación sobre inteligencia artificial aplicada a la educación
Nota: Mejía (2025).
O Gráfico 2 muestra el porcentaje de capacitación que han recibido los decentes, se observa
que un 62,5 % de los docentes han recibido capacitación en herramientas de IA, y un 37,5 %
no han recibido, esto es muy satisfactorio ya que un buen porcentaje de los docentes la reci-
bido, pero se debe seguir impulsando los planes de capacitación sobre el uso de la IA aplicada
a la planificación y evaluación de los aprendizajes.
Gráfico 3
Utilização de ferramentas de IA para o planejamento e avaliação de aprendizagens no âmbito
educacional
Nota: Mejía (2025).
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O Gráfico 3 mostra o uso de ferramentas de IA pelos docentes do ensino superior, mostra que
62,5% dos docentes as utilizam para planejar e avaliar a aprendizagem de seus estudantes, o
que indica uma adoção relativamente alta dessas tecnologias no âmbito educacional. Esse dado
sugere que muitos educadores estão reconhecendo o valor da IA como uma ferramenta para
otimizar e personalizar os processos pedagógicos, facilitando uma avaliação mais eficiente e
um planejamento mais preciso. Enquanto apenas 37,5% não as utilizam. Embora a maioria dos
docentes já tenha incorporado ferramentas de IA em seu trabalho educativo, ainda resta um
segmento considerável que não o fez, o que ressalta a importância de continuar promovendo
seu uso e compreensão no âmbito educacional.
Gráfico 4
Ferramentas de IA utilizadas para o planejamento e avaliação das aprendizagens
Nota: Mejía (2025).
O Gráfico 4 mostra as ferramentas de IA que os docentes de educação superior empregam
para a planificação e avaliação da aprendizagem de seus estudantes. Segundo os dados, 57%
dos docentes optam por utilizar ChatGPT, o que indica uma forte preferência por esta ferra-
menta em particular. Este dado reflete a confiança e efetividade que muitos educadores per-
cebem no ChatGPT como um apoio para a elaboração de conteúdos, a resolução de dúvidas
ou a personalização da aprendizagem.
Por outro lado, uma proporção significativa de docentes também faz uso de outras ferramentas
como Google e Genially, entre outras, para complementar sua prática educativa. Estas ferra-
mentas são reconhecidas por sua capacidade para facilitar a criação de material didático inte-
rativo e a avaliação contínua.
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Tabela 1
Resumo das vantagens do uso de IA na planificação e avaliação da aprendizagem por parte
dos docentes
Nota: Mejía (2025).
A Tabela 1 mostra um resumo das principais vantagens que possui o uso da IA proporcionadas
por cada um dos docentes da educação superior que participaram na entrevista, onde mani-
festam que as ferramentas de inteligência artificial são úteis no planeamento e avaliação das
aprendizagens, também gerar alternativas de aprendizagem, optimizam o tempo e melhoram
a qualidade do processo de aprendizagem. Um dos benefícios chave é que se reduz o tempo
de planeamento e avaliação, o que permite aos professores centrarem-se mais na interação
direta com os estudantes e em implementar estratégias de ensino efetivas.
Discussão
Com o desenvolvimento da IA, é necessário estruturar um programa de formação do profes-
sorado que permita gerar pensamento crítico, para que o estudante possa compreender os
factos que ocorrem no mundo, e que não se caminhe de maneira irreflexiva e buscando re-
cursos que limitem a razão; como o explica (Chomsky, 2001). Neste contexto, ainda que 62%
dos docentes tenham recebido capacitação em ferramentas de IA, o que é um avanço signifi-
cativo, ainda persiste um 38% sem formação. Esta brecha evidencia a urgência de ampliar e
intensificar os programas de capacitação, com o fim de promover um uso mais consciente, ge-
neralizado e efetivo da IA no âmbito educativo.
De acordo com Barrios et al. (2021), os docentes podem desenhar avaliações que fomentem o
pensamento crítico e criativo, habilidades que não podem ser facilmente replicadas por ferra-
mentas de IA. No entanto, apesar deste potencial, os níveis de conhecimento sobre IA entre o
professorado seguem sendo limitados: 62,5% dos docentes entrevistados declaram ter um nível
básico, enquanto só 12,5% possuem conhecimentos avançados. Esta situação põe em evidência
a necessidade urgente de fortalecer a formação docente no uso da IA, com o fim de ampliar
sua compreensão e aproveitamento efetivo no contexto educativo.
Resumen de ventajas del Uso de IA en la planificación y evaluación del aprendizaje por parte de los docentes.
Son de mucha ayuda porque logran generar alternativas de aprendizaje.
Pueden servir como una guía para la aplicación de estrategias y metodologías.
Permite una mejor planificación y valoración de los conocimientos adquiridos por los estudiantes.
Minimizan el tiempo en algunos procesos de planificación.
Mejor planificación y evaluación de los aprendizajes.
Pueden ofrecerse más actividades didácticas, de ejercicios, y variados.
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Por outra parte, o uso de modelos de IA tem tido um grande impacto na educação, incluindo
melhorias na eficiência, a aprendizagem personalizada e global, melhorias na administração e
na geração de conteúdos inteligentes (realidade virtual, robótica, arquivos audiovisuais ou tec-
nologia 3D) (Chen, Xie et al., 2020). Neste contexto, observa-se que 62,5% dos docentes já uti-
lizam ferramentas de inteligência artificial para planificar e avaliar as aprendizagens, o que
reflete um nível de adoção positivo, já que isto lhes permite dedicar mais tempo às consultas
e reforço dos conhecimentos dos seus estudantes. No entanto, 37,5% ainda não incorporam
estas ferramentas na sua prática docente, o que sublinha a necessidade de promover sua in-
clusão efetiva, especialmente em áreas chave como o planeamento e a avaliação educativa.
O ChatGPT pode assistir aos educadores em diversas tarefas, incluindo a criação de materiais
educativos, planeamento de lições, avaliação de estudantes e desenho de atividades didáticas.
Estas capacidades não só permitem aos docentes poupar tempo, senão que também promo-
vem uma aprendizagem mais personalizada e centrada no estudante (Vincent & van der Vlies,
2020; Martínez, Billelabeitia e Melero, 2023). Com base no anterior, não é surpreendente que
o ChatGPT seja a ferramenta preferida pelos docentes universitários para o planeamento e
avaliação das aprendizagens, com 57% de aceitação. Outras ferramentas, como Google e Ge-
nially, contam com só 14% de preferência, o que põe em evidência a utilidade percebida do
ChatGPT na melhoria do processo educativo.
Por sua parte, Ayuso e Gutiérrez (2022) sustentam que a IA no âmbito educativo tem o potencial
de adaptar os métodos de ensino às necessidades individuais dos estudantes, o que contribui a
uma maior efetividade na aprendizagem. Em linha com esta visão, os docentes destacam di-
versas vantagens percebidas no uso de ferramentas baseadas em IA, entre as que se incluem a
optimização do tempo, a melhora na qualidade dos processos de planeamento e avaliação,
assim como a geração de alternativas de aprendizagem mais personalizadas. Assim mesmo,
valoriza-se especialmente a capacidade da IA para oferecer orientações em quanto a estratégias
metodológicas e atividades didáticas variadas, o que reforça sua utilidade na prática educativa.
A IA oferece um grande potencial para melhorar a eficiência e a efetividade do processo de
ensino-aprendizagem na educação, ao proporcionar ao docente elementos que o ajudarão a
planificar e avaliar melhor os conhecimentos dos seus estudantes.
A implementação da IA na avaliação educativa oferece benefícios significativos tanto para os
estudantes como para os docentes. Os estudantes beneficiam-se de uma retroalimentação ins-
tantânea e personalizada, assim como de avaliações adaptadas ao seu nível de competência.
Por sua parte, os docentes beneficiam-se de uma redução da carga de trabalho e acesso a in-
formação valiosa para a tomada de decisões educativas
Conclusões
A maioria dos docentes possui um maior conhecimento sobre o uso do ChatGPT, o qual lhes
permite fazer planificações e avaliações das aprendizagens dos estudantes.
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Com respeito a outras ferramentas de IA, estes possuem apenas um conhecimento básico do seu
uso.
Existe uma boa percentagem de docentes que receberam capacitação sobre a implementação
da IA aplicada à planificação e avaliação, mas ainda há 37,5% de docentes pendentes de ca-
pacitação em IA.
Os docentes destacam várias vantagens do uso da IA, como a otimização do tempo, a melhora
da qualidade na planificação e avaliação, e a criação de alternativas de aprendizagem. Estas
vantagens demonstram o potencial da IA para tornar mais eficiente o processo educativo e
proporcionar experiências de aprendizagem mais personalizadas e efetivas.
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Jorge Fernando Vargas Cruz**
https://orcid.org/0000-0002-7165-7152
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* Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa de Doutorado em Humanidades com ênfase em Educação
do Educación del Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, San Cristóbal - Venezuela..
** Mestre em Ciências da Educação com ênfase em Investigação. Professor Catedrático. Universidad Pedagógica y
Tecnológica de Colombia, Tunja-Boyacá, Email de contacto: jorgefernando.vargas@uptc.edu.co
Recebido: maio / 22 / 2025 Aceito: junio / 12 / 2025
https://doi.org/10.59654/fbhdfj24
Resumo
A permanência dos estudantes é um problema significativo, pois nenhuma criança deve ficar
fora do sistema educacional. O objetivo é analisar de forma crítica e profunda as causas estru-
turais, contextuais e individuas que influenciam a evasão escolar, para compreender suas múl-
tiplas consequências no tecido social e no desenvolvimento humano. A pesquisa enquadrou-se
no paradigma crítico, com abordagem qualitativa, do tipo básica, nível descritivo, alcance co-
rrelacional, metodologia documental e análise de sistemas de informação, recolhendo dados
de matrícula e opiniões do pessoal das Instituições Educacionais Oficiais de Tunja. Refletem-se
as estratégias de acesso e permanência escolar em nível local. Os resultados propõem estra-
tégias transformadoras que contribuem para a permanência e o sucesso educacional de estu-
dantes em condições de vulnerabilidade, por meio de iniciativas como o observatório de
Trajetórias Educacionais.
Palavras-chave: Evasão escolar, insucesso escolar, frequência escolar, integração escolar.
Resumen
La permanencia de los estudiantes es un problema significativo porque ningún niño debe estar
por fuera del sistema educativo. El objetivo es analizar de manera crítica y profunda las causas
estructurales, contextuales e individuales que inciden en la deserción escolar —manifestada en
el abandono, la exclusión y el fracaso escolar— para comprender sus múltiples consecuencias en
el tejido social y en el desarrollo humano. La investigación se enmarcó en el paradigma crítico,
con enfoque cualitativo, de tipo básico, nivel descriptivo, alcance correlacional, metodología do-
cumental y análisis de sistemas de información, recopilando datos de matrícula y opiniones del
personal de las Instituciones Educativas Oficiales de Tunja. Se reflexionan las estrategias de acceso
y permanencia escolar a nivel local. Los resultados proponen estrategias transformadoras que
contribuyen a la permanencia y éxito educativo de los estudiantes en condiciones de vulnerabi-
lidad a través de iniciativas como el observatorio de Trayectorias Educativas.
Palabras clave: Deserción escolar, fracaso escolar, Asistencia escolar, Integración escolar.
Introdução
A evasão escolar é um obstáculo relevante nas Instituições Educacionais Oficiais de Tunja, com
impactos significativos no desenvolvimento social, individual e acadêmico dos estudantes. Este
artigo analisa as causas da evasão escolar e avalia as estratégias aplicadas para melhorar o
acesso e a permanência dos estudantes no sistema educativo da Entidade Territorial Certificada
(Ministerio de Educación Nacional, 2022; Senado Colombia, 2001; Astorga, 2023).
O principal objetivo é identificar as barreiras enfrentadas pelos estudantes para continuar sua
educação e propor soluções para reduzir as taxas de evasão. Além disso, examinam-se as es-
tratégias nacionais e locais para acesso e permanência no sistema educacional, como progra-
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Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas
Instituições Educacionais Oficiais de Tunja
mas de alimentação, gratuidade e transporte escolar (Ministerio de Educación Nacional, 2012).
A justificativa deste trabalho reside em garantir que todas as crianças, adolescentes e jovens
de Tunja tenham acesso a uma educação de qualidade e possam melhorar sua formação aca-
dêmica. O Ministério da Educação Nacional (MEN) afirma que a educação é um direito funda-
mental e uma ferramenta essencial para o desenvolvimento pessoal e social. Discute-se a
necessidade de fortalecer as medições desse fenômeno por meio de iniciativas como o Ob-
servatório de Trajetórias Educacionais, a fim de melhorar a tomada de decisões nas políticas
públicas educacionais municipais e equilibrar os recursos econômicos e a estrutura docente
de Tunja (Turbay, 2000; Ministerio de Educación Nacional, 2023; González et al., 2023).
Com esta pesquisa, pretende-se elaborar ou reformular novas estratégias de acesso e perma-
nência para reduzir as lacunas existentes nas instituições educacionais oficiais de Tunja, as quais
serão apresentadas no decorrer deste texto.
Antecedentes
Estudos como os realizados pela Unesco (2021) e pela Cepal (2020) advertem que as lacunas
educacionais aumentaram após a pandemia. Na Colômbia, pesquisas de García e Restrepo
(2019) mostram que os fatores socioeconômicos continuam sendo determinantes. Esta infor-
mação é considerada em nível internacional, nacional e local. Ter claro primeiro o geral para
contextualizar o particular.
A evasão escolar é um fenômeno complexo que afeta milhões de estudantes na América Latina,
especialmente em contextos marcados pela pobreza, o racismo estrutural e a exclusão social,
por isso a importância da educação desde uma perspectiva da ONU e da Unesco é um direito
universal. Podemos evidenciar o seguinte: na Declaração Universal dos Direitos Humanos na
Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, manifesta-se que
toda pessoa tem direito à educação. "A educação deve ser gratuita, pelo menos no que diz
respeito à instrução elementar e fundamental. A instrução elementar será obrigatória. A ins-
trução técnica e profissional deverá ser generalizada; o acesso aos estudos superiores será
igual para todos, em função dos respectivos méritos" (Nações Unidas, 1948).
Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a educação é
um direito humano relevante que permite tirar os homens e as mulheres da pobreza, superar
as desigualdades e garantir um desenvolvimento sustentável (Unesco, 2024).
Podemos resumir que para a ONU e a Unesco a importância da educação se encontra na
Transformação de Vidas, Igualdade de Gênero, Desenvolvimento Sustentável e Acesso Universal
(Maldonado, 2023; Nações Unidas, 1948; Unesco, 2024).
A educação na Colômbia é um direito fundamental e um serviço público com uma função so-
cial, de acordo com a Constituição Política. O MEN define a educação como um processo de
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formação permanente, cultural, social e pessoal que se fundamenta em um pensamento inte-
gral da pessoa humana, seus direitos, deveres e dignidade. Esta orientação busca garantir não
apenas o acesso e a permanência no sistema educativo, mas também a qualidade da apren-
dizagem, iniciando a formação moral, intelectual e física dos estudantes. Além disso, a respon-
sabilidade com a educação inclusiva reflete a determinação da República da Colômbia por
oferecer oportunidades educativas equânimes para todos os habitantes (Senado da República
da Colômbia, 2024; Zárate, & Moreno 2023; Ministério da Educação Nacional, 2024).
A educação na Colômbia, de acordo com Moisés Wasserman, tem sido estudo e reflexão por
parte da comunidade educativa e investigativa, poder-se-iam ter as seguintes perspectivas:
Qualidade Educativa, Educação Básica Primária e Secundária e Políticas Educativas (Montes et
al. 2013; Solórzano, 2024; Wasserman, 2021).
¿Como se mede a evasão? Em geral há duas formas de medir a evasão, segundo a pesquisa
nacional de evasão do Ministério da Educação Nacional (Ministério da Educação Nacional,
2023).
O cálculo dos eventos anuais de evasão, que permite medir a proporção de estudantes que a
cada ano abandonam. Tanto os que abandonam no transcurso do ano letivo (intra-anual),
como os que abandonam ao finalizar o ano e começar o seguinte (interanual).
O cálculo da situação de evasão de um grupo etário determinado, que refere ao processo acu-
mulado de evasão de todas as crianças e jovens que compõem esse grupo.
Para este artigo tomou-se a primeira forma de medir a evasão escolar, particularmente a evasão
intra-anual. No caso concreto, a Entidade Territorial Tunja, não se evidenciam estudos corres-
pondentes à evasão escolar nos níveis de pré-escolar, básica e média; para tal fim, faz-se ne-
cessário recolher os dados nas Instituições Educativas, secretaria de Educação e Ministério da
Educação Nacional para sua posterior análise e resultados.
Metodologia
Estudos como os realizados pela Unesco (2021) e pela Cepal (2020) advertem que as lacunas
educacionais aumentaram após a pandemia. Na Colômbia, pesquisas de García e Restrepo
(2019) mostram que os fatores socioeconômicos continuam sendo determinantes. Esta infor-
mação é considerada em nível internacional, nacional e local. Ter claro primeiro o geral para
contextualizar o particular.
A evasão escolar é um fenômeno complexo que afeta milhões de estudantes na América Latina,
especialmente em contextos marcados pela pobreza, o racismo estrutural e a exclusão social,
por isso a importância da educação desde uma perspectiva da ONU e da Unesco é um direito
universal. Podemos evidenciar o seguinte: na Declaração Universal dos Direitos Humanos na
Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, manifesta-se que
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Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas
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toda pessoa tem direito à educação. "A educação deve ser gratuita, pelo menos no que diz
respeito à instrução elementar e fundamental. A instrução elementar será obrigatória. A ins-
trução técnica e profissional deverá ser generalizada; o acesso aos estudos superiores será igual
para todos, em função dos respectivos méritos" (Nações Unidas, 1948).
Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a educação é
um direito humano relevante que permite tirar os homens e as mulheres da pobreza, superar
as desigualdades e garantir um desenvolvimento sustentável (Unesco, 2024).
Podemos resumir que para a ONU e a Unesco a importância da educação se encontra na Trans-
formação de Vidas, Igualdade de Gênero, Desenvolvimento Sustentável e Acesso Universal
(Maldonado, 2023; Nações Unidas, 1948; Unesco, 2024).
A educação na Colômbia é um direito fundamental e um serviço público com uma função so-
cial, de acordo com a Constituição Política. O MEN define a educação como um processo de
formação permanente, cultural, social e pessoal que se fundamenta em um pensamento integral
da pessoa humana, seus direitos, deveres e dignidade. Esta orientação busca garantir não ape-
nas o acesso e a permanência no sistema educativo, mas também a qualidade da aprendiza-
gem, iniciando a formação moral, intelectual e física dos estudantes. Além disso, a
responsabilidade com a educação inclusiva reflete a determinação da República da Colômbia
por oferecer oportunidades educativas equânimes para todos os habitantes (Senado da Repú-
blica da Colômbia, 2024; Zárate, & Moreno 2023; Ministério da Educação Nacional, 2024).
A educação na Colômbia, de acordo com Moisés Wasserman, tem sido estudo e reflexão por
parte da comunidade educativa e investigativa, poder-se-iam ter as seguintes perspectivas:
Qualidade Educativa, Educação Básica Primária e Secundária e Políticas Educativas (Montes et
al. 2013; Solórzano, 2024; Wasserman, 2021).
¿Como se mede a evasão? Em geral há duas formas de medir a evasão, segundo a pesquisa
nacional de evasão do Ministério da Educação Nacional (Ministério da Educação Nacional, 2023).
O cálculo dos eventos anuais de evasão, que permite medir a proporção de estudantes que a
cada ano abandonam. Tanto os que abandonam no transcurso do ano letivo (intra-anual),
como os que abandonam ao finalizar o ano e começar o seguinte (interanual).
O cálculo da situação de evasão de um grupo etário determinado, que refere ao processo acu-
mulado de evasão de todas as crianças e jovens que compõem esse grupo.
Para este artigo tomou-se a primeira forma de medir a evasão escolar, particularmente a evasão
intra-anual. No caso concreto, a Entidade Territorial Tunja, não se evidenciam estudos corres-
pondentes à evasão escolar nos níveis de pré-escolar, básica e média; para tal fim, faz-se ne-
cessário recolher os dados nas Instituições Educativas, secretaria de Educação e Ministério da
Educação Nacional para sua posterior análise e resultados.
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Resultados
Tabela 1
Evolução da matrícula total por setor
Nota: Dados fornecidos por 'Tunja Cobertura em Números' - Subdiretoria de Acesso do Ministério da Educação (MEN).
Evasão escolar em nível municipal
Na evolução da matrícula pelos setores (matrícula oficial, contratada e não oficial) mostra-se
que a matrícula oficial oferece a maior quantidade de estudantes, e evidencia-se um intervalo
de anos que mostra uma diminuição do total de estudantes no setor educativo de Tunja.
Evidencia-se uma diminuição gradual da população estudantil, cabe esclarecer que desde o
ano 2022, a população migrante de estudantes da República Bolivariana da Venezuela, encon-
tram-se nas salas de aula aumentando a matrícula.
Gráfico 1
Taxa de evasão intra-anual por nível educacional - Tunja
Nota: Elaboração própria. Informação fornecida pelo escritório assessor de planejamento do Ministério da Edu-
cação Nacional -MEN- e Secretaria de Educação Territorial.
Sector 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Pública 23.825 23.328 23.345 23.664 23.557 23.660 22.770 22.661 22.255 22.159
Contractada 2.787 2.527 2.380 1.372 1.476 1.485 1.244 1.090 1.057 839
Privada 12.905 14.050 14.050 14.924 14.797 14.910 15.013 13.245 14.344 14.221
Total 39.517 39.905 39.905 039.96 39.740 40.055 39.027 36.996 37.656 37.219
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Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas
Instituições Educacionais Oficiais de Tunja
O Gráfico 1 representa a evasão por níveis acadêmicos (pré-escolar, primária, secundária e
médio) durante os anos de 2010 a 2022, onde se evidencia que o nível com maior evasão é o
da educação básica secundária. Também é possível observar que, nas trajetórias escolares, as
transições entre níveis educativos aumentam a repetência e a evasão escolar. Outra situação
preocupante é que estudantes desse nível estejam fora do sistema educativo (Martínez, 2024).
Gráfico 2
Taxa de evasão nas instituições educativas oficiais de Tunja
Nota: Elaboração própria com informação fornecida pelo Escritório Assessor de Planejamento do MEN e Secretaria
de Educação Territorial.
O Gráfico 2 representa a evasão em percentuais durante os anos de 2010 a 2023, mostrando
que, em 2021 e 2022, houve um incremento percentual de 1,45%, equivalente a 856 estudantes.
No entanto, a Secretaria de Educação Territorial, além de ser provedora de informações sobre
matrículas, também deve gerenciar atividades em coordenação com os demais processos da
Secretaria e das próprias Instituições Educacionais oficiais, conforme diretrizes estabelecidas
pelo Ministério da Educação Nacional e pela Prefeitura Municipal. Atualmente, tem-se enfati-
zado a permanência das crianças no sistema educativo e a implementação de estratégias de
acesso para evitar a repetência e a evasão escolar. Embora o Município de Tunja esteja atual-
mente no Grupo V — que reúne Entidades Territoriais Centralizadas (ETC) com taxas de evasão
inferiores a 2,25% (taxa de Tunja: 2,03%) —, o Grupo I apresenta taxas superiores a 5%, con-
forme estimativas do Plano de Desenvolvimento Municipal de Tunja (Prefeitura de Tunja, 2023).
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O MEN promove medidas especiais para criar condições que evitem o abandono escolar e ga-
rantam a permanência dos estudantes nas Instituições Educacionais, espaços de proteção social
e de defesa dos direitos básicos de crianças, mulheres, adolescentes e jovens, facilitando o acesso
ao conhecimento e à definição de seus projetos de vida.
Nesse sentido, foram identificadas e implementadas, entre outras, as seguintes estratégias: Pro-
gramas de gratuidade escolar, alimentação escolar, transporte escolar, investimentos com exce-
dentes cooperativos, qtenção a populações com necessidades educativas específicas, talentos
excepcionais and população afetada pela violencia.
Gráfico 3
Disciplinas não aprovadas em junho de 2023
Nota: Dados retirados do Sistema de Informação para o Monitoramento, Prevenção e Análise da Evasão Escolar
– (SIMPADE) Tunja, ano 2023.
Como mostra o Gráfico 4, o maior índice de não aprovação em disciplinas (reprovação do ano
letivo) encontra-se em Matemática, e em segundo lugar estão Humanidades: Língua e Castelhano,
com uma base de 18.755 registros na plataforma.
Estratégias de acesso e permanência propostas por cada instituição educativa
oficial de Tunja
Para a Entidad Territorial Certificada Tunja, essas estratégias nacionais de permanência escolar
ajudaram a mitigar a evasão, mas busca-se agora abordar particularidades locais - cada Ins-
titución Educativa Oficial atende populações e contextos geográficos distintos. Através da Se-
cretaría de Educación Territorial, solicitou-se a formulação de estratégias de acesso e
permanência específicas para cada escola oficial de Tunja. Posteriormente, os dados foram con-
solidados para análise. Este estudo sintetizou as estratégias mais relevantes entre as doze Ins-
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Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas
Instituições Educacionais Oficiais de Tunja
tituciones Educativas Oficiales de Tunja, resultando na seguinte análise:
Tabela 2
Estratégia consolidada de acesso e permanência proposta por cada instituição educacional ofi-
cial de Tunja. Ponto de vista dos docentes e diretores docentes.
Problemática Estratégia Fraquezas Oportunidades Forças Ameaças
Faltas sem jus-
tificativa
Acompanha-
mento através de
chamadas telefó-
nicas.
Jornada escolar
única (ou turno
único).
Faltas injustifica-
das por parte dos
alunos.
Acompanha-
mento via tele-
fónica aos
encarregados
de educação,
para segui-
mento.
Acompanha-
mento da assi-
duidade
escolar.
Acompanha-
mento via telefó-
nica aos
encarregados de
educação, para
seguimento.
Acompanha-
mento da assidui-
dade escolar.
Abandono es-
colar, repetên-
cia e Evasão
escolar.
Dificuldades
de aprendiza-
gem
Acompanha-
mento através de
chamadas telefó-
nicas.
Jornada escolar
única (ou turno
único).
Falta de caracteri-
zação de estu-
dantes com
Necessidades
Educativas Espe-
cíficas (NEE).
Flexibilidade
curricular
Docentes de
apoio em trios
nas Instituições
Educacionais,
para focalizar e
promover a inclu-
são do estudante
no setor educa-
cional.
Exclusão esco-
lar
Transtornos
de aprendiza-
gem
As instituições
mantêm um diá-
logo permanente
com as famílias
através dos comi-
tês de convivência
conciliatórios, es-
tabelecendo com-
promissos com os
estudantes, pais
ou responsáveis,
visando mudanças
positivas nos edu-
candos. Progra-
mas de orientação
sobre: prevenção
ao alcoolismo,
drogas, sexuali-
dade, gestão do
tempo livre e me-
diação de confli-
tos.
Problemas de
convivencia.
Prevenção do al-
coholismo e dro-
gadicção.
Apoio do
orientador e
da psicóloga
nas diferentes
dificuldades
apresentadas
pelo estu-
dante.
As Unidades de
Orientação Esco-
lar (atualmente
designadas
Zonas de Orien-
tação Escolar)
fazem o acom-
panhamento de
alunos com pro-
blemas de convi-
vência e conduta.
Abandono es-
colar, repetên-
cia e Evasão
escolar.
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172 Jorge Fernando Vargas Cruz
Table 2 (cont.)
Nota: Consolidação das estratégias de acesso e permanência das doze (12) Instituciones Educativas Oficiales de
Tunja para a prevenção do abandono escolar. .
Posteriormente, por meio de mesas de trabalho para as atualizações das estratégias de
acesso e permanência de cada uma das instituições educacionais oficiais, juntamente com
Problemática Estratégia Fraquezas Oportunidades Forças Ameaças
Famílias dis-
funcionais
Um dos fatores
que influenciam
diretamente a irre-
gularidade na fre-
quência e na
permanência dos
estudantes na ins-
tituição é a deses-
truturação do
núcleo familiar, já
que os menores
ficam sem uma re-
ferência que re-
presente, para
eles, autoridade e
responsabilidade.
Responsabilidade
familiar nos as-
suntos escolares.
As Unidades
de Orientação
Escolar (atual-
mente chama-
das Zonas de
Orientação Es-
colar) contri-
buíram
significativa-
mente, pois re-
alizam visitas
domiciliares
para verificar
oportuna-
mente os
casos de eva-
são escolar.
Acompanha-
mento do estu-
dante pela família
e pela instituição
de ensino.
Dificuldades
familiares. Pro-
blemas afeti-
vos no lar.
Disciplinas
com avaliação
básica ou
Baixa.
Cada professor re-
aliza atividades de
reforço em cada
uma das temáticas
trabalhadas sema-
nalmente.
Melhorar o am-
biente institucio-
nal e em sala de
aula.
Confiança da
criança no do-
cente.
Redes de
apoio como o
SENA e o
CASD.
Nivelamento por
períodos para es-
tudantes com di-
ficuldades
acadêmicas.
Entrevistas e diá-
logo com estu-
dantes em risco
de evasão esco-
lar.
Reprovação
acadêmica,
repetência
Atenção aos
pais de família
Comunicação tri-
partite entre es-
cola, estudantes e
pais/responsáveis.
Comunicação tri-
partite entre es-
cola, estudantes
e pais/responsá-
veis.
Comunicação
contínua com
os pais/res-
ponsáveis.
Apoio oferecido
por alguns
pais/responsáveis
e redes de apoio
externas (ZOE,
Sisbén, Famílias
em Ação, Prote-
ção Social, entre
outros).
A comunica-
ção é a base
da educação.
Portanto, se
não houver
diálogo entre
estudante, es-
cola e
pais/responsá-
veis, há um
alto índice de
evasão escolar.
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Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas
Instituições Educacionais Oficiais de Tunja
psicorientadoras e representantes estudantis, estabeleceu-se como meta garantir a perma-
nência das crianças no sistema educacional e evitar a evasão escolar.
Com a participação de psicorientadoras e alguns diretores das instituições educacionais ofi-
ciais, identificou-se as principais causas da evasão nas Instituições (ver Figura 1).
Figura 1
Causas da evasão sob a perspectiva das psicorientadoras
Note: Consolidação das Estratégias de Acesso e Permanência das doze (12) Instituições Educacionais Oficiais de
Tunja para a Prevenção da Evasão Escolar.
Tabela 3
Propostas de acesso e permanência para as instituições educacionais oficiais de Tunja, elaboradas
pelas psicoorientadoras.
Sugestões
das psicoo-
rientadoras
das institui-
ções educa-
cionais
oficiais da ci-
dade de
Tunja.
Sensibilização, motivação e exigência profissional dos docentes no desempenho das suas fun-
ções.
Priorizar no ato educativo a valorização do processo avaliativo como fator determinante para
o desenvolvimento integral dos estudantes.
Considerar o fator permanência, segundo os relatos dos docentes das instituições educacio-
nais, para compreender as causas e elaborar estratégias pertinentes.
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174 Jorge Fernando Vargas Cruz
Tabela 3 (cont.)
Nota: Elaboração própria com base nos dados obtidos.
Tabela 4
Propostas dos representantes estudantis
Nota: Elaboração própria com base nos dados obtidos.
Tabela 5
Sugestões da Secretaria de Educação
Sugestões
dos(as) re-
presentan-
tes
estudantis
das institui-
ções
educacio-
nais
oficiais da
cidade de
Tunja.
Improve teacher-student relationships.
Intervention by public and private entities to prevent external factors affecting academic deve-
lopment and school coexistence (Muga, 2023).
Place greater emphasis on students' personal development.
Analyze and evaluate the current educational system's functionality.
The need to provide motivation [to students].
Parents should avoid transferring their personal problems to their children, as this may lead stu-
dents to neglect their studies in an attempt to relieve parental burdens. Instead, they should
provide emotional support.
Sugestões
da Secre-
taria de
Educação
Capacitar os docentes em modelos pedagógicos flexíveis.
Conduct staff climate activities with teachers multiple times per year.
Desenvolver atividades de clima organizacional com os docentes várias vezes ao ano.
Desenvolver atividades com estudantes, professores, diretores e equipe administrativa para
promover tolerância entre todos.
Sugestões
das psicoo-
rientadoras
das institui-
ções educa-
cionais
oficiais da
cidade de
Tunja.
Programa de Unidades de Orientação Escolar como apoio às instituições, garantindo conti-
nuidade às pessoas que já conhecem a realidade das escolas.
Trabalho e sensibilização com os docentes para 'humanizar' os estudantes.
Ter também em conta as opiniões dos encarregados de educação para formalizar acordos.
Reforçar o trabalho individualizado com os encarregados de educação.
Aumento da capacidade de resposta interinstitucional.
Implementação de projetos psicopedagógicos e lúdicos alinhados à permanência e motiva-
ção escolar.
Firmar convênio com universidades, em especial a Fundação Universitária Juan de Castellanos,
para apoiar as instituições educacionais (com estagiários de Serviço Social) (Dávila et al., 2022).
Reforçar as escolas para pais a partir da Direção Municipal de Educação.
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Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas
Instituições Educacionais Oficiais de Tunja
Tabela 5 (cont.)
Nota: Elaboração própria com base nos dados obtidos.
Tabela 6
Distribuição da evasão escolar por nível de ensino e ano.
Nota: Sistema Integrado de Matrículas (SIMAT) - Secretaria de Educação Territorial.
Por tal motivo, realizou-se um acompanhamento permanente às estratégias de acesso e per-
manência e ao comportamento da evasão escolar, mediante o Sistema de Monitoramento para
a Prevenção e Análise da Evasão Escolar (SIMPADE); o acompanhamento da implementação
das estratégias de permanência, criança a criança através do SIMAT e a Pesquisa Nacional de
Evasão Escolar (ENDE).
A presente análise recolhe a caracterização dos estudantes que evadiram no transcurso do ano
2022 (evasores intra-anuais). Tendo-se em conta os seguintes aspectos metodológicos (Bañue-
los y Salas, 2024).
Entende-se como evasores intra-anuais aquelas pessoas que estiveram matriculadas em 2022
e abandonaram seus estudos no transcurso do ano. A análise da evasão intra-anual é parcial
quanto identifica os evasores desde o mês de abril até o mês de novembro do referido ano. É
por isto, que se envia este arquivo parcial de evasores intra-anuais às entidades territoriais e
desta maneira a entidade territorial pode fazer uso desta ferramenta para incidir nos processos
de gestão orientados à permanência escolar.
A informação provém do acompanhamento mensal da matrícula dos estudantes de educação
pré-escolar, básica e média (transição à décima primeira série) em sua respectiva entidade te-
rritorial. (Ou seja, não inclui ciclos de adultos).
Year Transition Primary Secundary Medium Total
2021 3,93% 1,69% 2,14 1,74 2,03
2022 3,79% 2,55% 4,59 2,75 3,48
Sugestões
da Secreta-
ria de Edu-
cação
Gerar compromisso dos pais/responsáveis com a corresponsabilidade na vinculação de seus
filhos ao sistema educacional.
Criar espaços para estudantes e professores expressarem pontos de melhoria em cada institui-
ção.
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Discussão
Figura 2
Relação categorias - códigos
Nota: Elaboração pópria.
Da rede semântica anterior, evidenciam-se os seguintes resultados:
No estudante, as características socioeconômicas, familiares e acadêmicas influenciam sig-
nificativamente no rendimento e na motivação dos estudantes. Igualmente, a qualidade
educativa, o ambiente escolar e o apoio familiar são cruciais para a autoeficácia e a rele-
vância acadêmica.
Nas trajetórias escolares, os percursos educativos variam conforme as condições so-
cioeconômicas e o apoio institucional.
No âmbito institucional, a implementação de metodologias efetivas e a adaptação de
conteúdos curriculares são fundamentais para manter o interesse dos estudantes. Do
mesmo modo, políticas de bem-estar, como programas de alimentação e apoio psico-
lógico, reduzem a evasão escolar. A integração com a comunidade e a promoção de
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Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas
Instituições Educacionais Oficiais de Tunja
práticas culturais também enriquecem a experiência educativa.
Quanto ao aspecto familiar, o apoio emocional e econômico dos pais é essencial para
o sucesso acadêmico. Um ambiente familiar que valoriza a educação motiva os estu-
dantes. A renda familiar e o nível educacional dos pais influenciam no acesso a recursos
educativos e nas expectativas acadêmicas.
Em relação ao contexto, a educação continuada e os serviços de educação rural são
importantes para a inclusão educativa. Custos adicionais, como materiais escolares e
uniformes, podem representar barreiras para alguns estudantes. A confiança da família
nas instituições educativas é fundamental para o sucesso acadêmico.
Os resultados revelam que uma combinação de fatores socioeconômicos, familiares, ins-
titucionais e contextuais influencia a educação dos estudantes. As políticas educativas
devem considerar esses fatores para melhorar a qualidade e a equidade na educação. A
colaboração entre família, escola e comunidade é essencial para promover o bem-estar e
o sucesso acadêmico dos estudantes. Dessa forma, pode-se sintetizar a análise na seguinte
figura.
Figura 3
Evasão escolar por dimensões discussão
Nota: Elaboração própria.
Conclusões
Os fatores que mitigam o risco de evasão escolar na Colômbia incluem ser mulher, possuir habi-
lidades excepcionais, ter deficiência, estudar em instituições com classificações inferiores às do
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Jorge Fernando Vargas Cruz
estudante e assistir às aulas de forma irregular. Esses fatores estão associados ao aumento das
taxas de evasão escolar.
Os fatores de risco para a evasão escolar incluem ter uma deficiência, mudar de instituição, ser
novo em uma instituição educativa, reprovar um ano acadêmico, deixar temporariamente, inte-
rromper ou não completar um ano acadêmico, estudar em zonas rurais, estar no ensino médio
ou na modalidade de Ciclos Integrados de Educação Especial.
A educação é fundamental para a mobilidade social e a redução de desigualdades. Fatores como
a origem socioeconômica, a imigração e as políticas educativas desempenham um papel deter-
minante. A intervenção precoce, a atenção à diversidade e as políticas inclusivas são necessárias
para melhorar a equidade e o desempenho do sistema educativo.
As trajetórias educativas são completas, contínuas e de qualidade. É fundamental monitorar e
melhorar essas trajetórias por meio de políticas nacionais, locais e institucionais, e mediante a co-
laboração entre a comunidade educativa e a administração municipal.
A diminuição das taxas de repetência escolar é um componente crucial para prevenir a evasão
escolar. A etapa de transição entre séries é decisiva, sendo necessário implementar estratégias
de permanência para essa população.
A evasão escolar desencadeia múltiplas problemáticas, incluindo a estrutura de quadro docente,
diretivo e administrativo, a alocação de recursos econômicos e o impacto social nos estudantes
que ficam fora do sistema educativo.
A educação concretiza-se como o processo de socialização de um indivíduo, e a colaboração
entre a família, a escola e a sociedade é essencial para o acesso, permanência e conclusão do
processo educativo. O trabalho conjunto desses três fatores é importante para a formação integral
do estudante.
É relevante que os docentes investiguem e implementem atividades motivacionais que impliquem
maior participação dos estudantes e uma boa metodologia de ensino. A motivação dos estu-
dantes varia, sendo necessário adaptar as técnicas de ensino de acordo com o contexto, o tempo
e as necessidades do entorno.
É inevitável identificar as principais causas de evasão e agir frente a elas, realizando acompanha-
mento constante e trabalhando em equipe com os estudantes.
Agradecimentos
À Secretaria de Educação Territorial de Tunja, às Instituições Educacionais Oficiais de Tunja, ao
Grupo de Investigação em Educação Matemática PIRÂMIDE, ao Semillero: Grupo colaborativo
em ambientes virtuais de aprendizagem da geometria e à doutora Nancy Diaz Pinillos.
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Evasão escolar e estratégias de acesso e permanência nas
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Sistema de Indicadores de Qualidade:
Avaliação da Formação Investigativa
no Ensino Superior da Nicarágua,
2021-2023
Sistema de Indicadores de Calidad: Evaluación de
la Formación Investigativa en la Educación
Superior de Nicaragua, 2021-2023
Jossarys Gazo Robles
https://orcid.org/0000-0002-0989-4827
Managua / Nicaragua
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 181-191
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Gaso, R. J. (2025). Sistema de Indicadores de Qualidade: Avaliação da Formação Investigativa
no Ensino Superior da Nicarágua, 2021-2023. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 181-191.
https://doi.org/10.59654/zjcv8v41
* Doutora em Gestão da Qualidade da Pesquisa Científica, Mestre em Métodos de Pesquisa Científica e Licenciada
em Antropologia Social, Universidad Nacional Autónoma de Nicaragua (UNAN-Managua, Nicarágua). Docente
pesquisadora, UNAN Managua. Email: jgazo@unan.edu.ni
Recebido: maio / 5 / 2025 Aceito: junho / 26 / 2025
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182 Jossarys Gazo Robles
Resumo
Os indicadores tornaram-se instrumentos-chave para melhorar a tomada de decisões na ges-
tão da pesquisa das instituições e para uma melhor definição, desenvolvimento e avaliação
de políticas, reformas e programas. Sob essa realidade, desenvolve-se a presente pesquisa,
que surge da tese de doutorado em Gestão da Qualidade da Pesquisa Científica. A metodo-
logia caracterizou-se por um paradigma construtivista, abordagem mista e estudo do tipo ex-
plicativo. Foram utilizados métodos, técnicas, ferramentas e instrumentos para coletar e
processar os dados. O objetivo da pesquisa é: elaborar um sistema de indicadores de quali-
dade para a avaliação da pesquisa no âmbito universitário, a partir da eficácia, efetividade e
eficiência.
Palavras-chave: Qualidade, Indicadores, Pesquisa, Sistema, Universidade.
Resumen
Los indicadores se han convertido en instrumentos claves para mejorar la toma de decisiones
en la gestión investigativa de las instituciones y para una mejor definición, desarrollo y evalua-
ción de políticas, reformas y programas; bajo esta realidad se elabora la presente investigación
que surge de la tesis doctoral en Gestión de la calidad de investigación científica. La metodo-
logía se caracterizó por un paradigma constructivista, enfoque mixto, tipo de estudio explicativo,
se utilizaron métodos, técnicas, herramientas e instrumentos para recolectar y procesar datos.
La objetividad de la investigación es: elaborar un sistema de indicadores de calidad para la eva-
luación de la investigación en el ámbito universitario, desde la eficacia, efectividad y eficiencia.
Palabras clave: Calidad, Indicadores, Investigación, Sistema, Universidad.
Introdução
O presente artigo científico está vinculado à área de pesquisa: Pesquisa Universitária. Linha de
pesquisa: Impacto dos resultados da pesquisa na produtividade dos países da América Central.
Linha de pesquisa da UNAN Managua: Área do conhecimento: Ciências da Educação. CED1.-16:
Gestão e qualidade na educação. Está vinculado ao Projeto Institucional da Universidad Na-
cional Autónoma de Nicaragua (UNAN-Managua). Da mesma forma, está relacionado com o
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 4: Educação e com o Plano Nacional
de Luta contra a Pobreza, no desenvolvimento de talentos humanos para o desenvolvimento
nacional a partir do sistema educacional.
O sistema de indicadores próprios de qualidade para a avaliação da pesquisa na UNAN-Ma-
nagua é um conjunto de indicadores que servirão para medir a qualidade do desempenho no
processo de pesquisa da instituição educacional; o que se deseja é que os envolvidos nos pro-
jetos de melhoria contínua dos processos e produtos nos Sistemas de Gestão da Qualidade
tenham não apenas as ferramentas suficientes, mas também saibam como elaborá-las. Este é
o motivo central desta pesquisa: estar preparado para o que está por vir — medir e melhorar
a qualidade por meio de indicadores dia após dia.
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A pesquisa tem implicações transcendentais ao elaborar um sistema de indicadores próprios
de qualidade para a avaliação da pesquisa na educação na UNAN, com base na eficácia, efe-
tividade e eficiência; podendo ser implementado em qualquer universidade de ensino superior
ou organizações que realizam sistemas de qualidade e melhoria contínua, mostrando a relação
entre critério, indicador e padrão com seus respectivos exemplos, bem como os diferentes tipos
de indicadores.
A presente pesquisa identifica os problemas específicos que afetam o processo de pesquisa e
apresenta alternativas de soluções para promover o desenvolvimento de processos de melhoria
contínua que contribuam para o fortalecimento do atual sistema de gestão da qualidade da
pesquisa em nível universitário.
É necessário medir a qualidade e o impacto da pesquisa porque as instituições educacionais
são e devem ser geradoras permanentes de propriedade intelectual, conhecimento e recursos
humanos, que impactem os setores educacional, científico, econômico e social. Devem ser es-
tabelecidas claramente as prioridades do desenvolvimento nacional e, a partir dessa definição,
financiar ou apoiar as pesquisas que atendam a essas prioridades.
Diante dessa realidade, surge a seguinte pergunta: Como avaliar a qualidade, eficiência, eficácia
e efetividade do componente de pesquisa? Entre as formas de conclusão de estudos de gra-
duação e pós-graduação está o trabalho monográfico para obtenção do título profissional.
Portanto, é necessário avaliar a pertinência e contribuição do impacto das pesquisas realizadas.
Medir a qualidade no processo de pesquisa e na formação das carreiras com perfil investigativo
no ensino superior é essencial.
Os beneficiários diretos são os futuros profissionais formados em carreiras com perfil investi-
gativo e professores que ainda não têm a categoria de docentes pesquisadores. Os beneficiários
indiretos são a comunidade nicaraguense. Dada a importância do componente de pesquisa
para responder aos fenômenos e problemas que a sociedade demanda, na UNAN sempre foi
de interesse avaliar a pertinência e a qualidade e impacto das pesquisas realizadas.
Para alcançar o objetivo desta pesquisa, é necessário definir os indicadores de impacto e qua-
lidade da pesquisa que permitam avaliar sua eficácia. Assim, os indicadores de qualidade são
aqueles associados aos resultados e à operação dos processos-chave de uma organização e
são determinados com base nos fatores e componentes críticos de sucesso, ou seja, o desen-
volvimento de ações concretas e os resultados finais dos processos que garantam o alcance
dos objetivos. Os indicadores de qualidade medem se as ações mais relevantes realizadas pela
organização contribuem para alcançar os resultados (García et al., 2003).
Em relação ao conceito de qualidade, este tem evoluído desde a pré-história até os dias atuais,
mas atinge sua maior relevância na atividade empresarial e na última metade do século anterior.
Destacam-se vários autores de reconhecimento internacional, que enfatizam determinados as-
pectos como citado por Becerra et al. (2018, s.p.):
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184 Jossarys Gazo Robles
a qualidade como valor (Feigenbaum, 1951; Abbot, 1955), a qualidade como conformi-
dade com as especificações (Levitt, 1972; Gilmore, 1974), a qualidade como atendimento
aos requisitos (Crosby, 1979), a qualidade como adequação ao uso (Juran e Gryna, 1988),
uniformidade e confiabilidade (Deming, 1989).
Segundo Horruitiner (2007), o conceito de qualidade é utilizado para definir um conjunto de
qualidades do objeto de estudo — neste caso, o processo de formação — previamente esta-
belecido, que se constitui em um padrão contra o qual são feitas avaliações periódicas desse
processo.
Os indicadores de qualidade são instrumentos de medição, de caráter tangível e quantificável,
que permitem avaliar a qualidade dos processos, produtos e serviços para garantir a satisfação
dos clientes. Em outras palavras, medem o nível de conformidade com as especificações esta-
belecidas para uma determinada atividade ou processo empresarial.
Na educação, os indicadores cumprem funções informativas, avaliativas e de produção de con-
hecimento. O que pode ser medido pode ser melhor compreendido e o que é melhor com-
preendido pode ser melhorado. As instituições educacionais mais competitivas são aquelas
que são capazes de inovar a nível técnico e organizacional, manter a sua visão empreendedora,
na busca constante de melhorar seus processos, com crescente padronização, o que se con-
segue por meio de uma boa gestão administrativa. Tudo isso decorre da busca de soluções
diante da situação crítica pela qual passam, resultante da falta de inovação em produtos e pro-
cessos, mantendo-se apenas no mercado de forma defensiva, mas sem avanços ou crescimento
significativo.
A nível internacional, a universidade do novo século deve enfrentar importantes desafios diante
das mudanças contínuas e das crescentes rupturas paradigmáticas que ocorrem constante-
mente em todas as áreas do conhecimento, ciência e tecnologia. Ou seja, busca-se garantir e
aumentar substancialmente os recursos atuais e potenciais do conhecimento, estabelecendo
uma relação entre o ensino superior e toda a sociedade.
A nível nacional, há um consenso geral sobre a necessidade de avaliar e credenciar estabele-
cimentos e programas de ensino superior, particularmente no que diz respeito ao tipo, alcance
e características do ensino como forma eficaz de garantir a qualidade e resguardar a fé pública
(Consejo Superior de las Universidades Privadas, 2000, p. 2). Nesse caso, a UNAN-Managua,
como uma instituição comprometida com a qualidade do ensino superior e a formação perti-
nente de seus estudantes, esteve envolvida em diversos processos, entre eles: Autoavaliação
Institucional para fins de melhoria, Plano de Melhoria Institucional, Processo de Verificação dos
Mínimos de Qualidade e processo de acreditação internacional do Conselho de Avaliação e
Acreditação Internacional (CEAI) da União de Universidades da América Latina e Caribe
(UDUAL). Este órgão é responsável por avaliar nas seguintes dimensões: Governança, Gestão
Universitária e Infraestrutura, Formação, Pesquisa, Criação Artística, Cultural e Inovação, Vin-
culação e Internacionalização.
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Sistema de Indicadores de Qualidade: Avaliação da Formação Investigativa
no Ensino Superior da Nicarágua, 2021-2023
Metodologia
O paradigma da pesquisa foi sócio-construtivista. Segundo Berger e Luckman (2003), baseia-
se no princípio de que o conhecimento do mundo real é construído com base em processos
de interação social e mobilização de recursos persuasivos e representacionais.
A presente pesquisa, com abordagem mista, utilizou métodos e técnicas tanto do enfoque
qualitativo como do quantitativo, tais como: pesquisa documental, método etnográfico, análise
de dados, questionários com perguntas fechadas, entrevista semiestruturada, observação par-
ticipante, triangulação e grupo focal.
O tipo de estudo foi de caráter explicativo, visando resolver problemas ou intervir na história.
Enquadra tanto a inovação técnica, artesanal e industrial como a científica. De acordo com o
momento de ocorrência dos fatos e o registro das informações, o estudo foi retrospectivo e,
conforme o período e a sequência do estudo, transversal.
O estudo também foi ex post facto, ou seja, baseado em informações disponíveis sobre fatos
que já ocorreram, a partir dos quais foram obtidas informações em dois níveis (empregadores
e egressos). Esse método permitiu a coleta de informações no decorrer do processo e sobre
os produtos gerados, para a tomada de decisões sobre ajustes e correções no plano de estu-
dos.
A população do estudo foi constituída por cursos da UNAN com perfil investigativo (Antropó-
logos Sociais, Historiadores e Geógrafos); um total de 256. Foi utilizada amostragem aleatória
simples e por conveniência, considerando-se 60 participantes.
Na fase documental, foram realizadas as seguintes subfases: (a) Planejamento do projeto: Re-
visão de fontes secundárias e fontes documentais existentes relacionadas ao objeto de estudo
(a qualidade da educação). Atendendo aos objetivos da pesquisa, procederam-se à definição
das variáveis a investigar, sua operacionalização e construção dos indicadores de qualidade.
(b) Elaboração de instrumentos: Desenho e validação de instrumentos de pesquisa que permi-
tiram a coleta de dados com suas respectivas tabelas de saída, representando as variáveis es-
tudadas, por meio de troca de informações, questionários e entrevistas. Para a análise
quantitativa, iniciou-se com uma ideia de pesquisa, baseada nas hipóteses formuladas. Uma
vez coletados os dados numéricos, eles foram transferidos para uma matriz, que foi analisada
por procedimentos estatísticos.
A partir dos dados coletados, foi elaborada a base de dados correspondente, utilizando o
software estatístico SPSS, v. 20 para Windows. Após o controle de qualidade dos dados re-
gistrados, foram realizadas as análises estatísticas pertinentes, de acordo com a natureza de
cada variável (quantitativa ou qualitativa) e guiadas pelo compromisso definido em cada ob-
jetivo específico; consideraram-se análises descritivas para as variáveis nominais e/ou numé-
ricas.
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Resultados
A qualidade de um produto é sempre complexa de avaliar. A razão é simples: a medida da
qualidade pode ser abordada sob diferentes perspectivas e ter inúmeras soluções possíveis.
Por isso, para falar de qualidade da forma mais objetiva possível, é necessário primeiro definir
o que se entende por essa qualidade, em segundo lugar especificar como ela será avaliada e,
em terceiro, deixar claro o nível de qualidade desejado e se ele pode ser atingido.
A maneira mais simples de abordar esses passos é identificar os objetivos perseguidos em ter-
mos de qualidade (critérios de qualidade), estabelecer uma forma de saber se esses objetivos
são alcançados (índice numérico conhecido como indicador) e, por fim, estabelecer uma faixa
dentro da qual o nível de qualidade seja aceitável e deva permanecer (padrão de qualidade).
Tem-se argumentado que trabalhar com qualidade requer uma condição indispensável: avaliar,
ou seja, poder medir. São necessários dados, não impressões; é preciso saber o quê, como,
quem, quando, por quê e para quê medir. É aí que entram em jogo critérios, indicadores e pa-
drões de qualidade que, como se verá, estão intimamente ligados e permitem alcançar as
aprendizagens esperadas. Um bom sistema de informação e avaliação da qualidade de um
sistema educacional deve compreender, além de testes de rendimento, indicadores derivados
de estatísticas educacionais tradicionais e outros estudos sobre aspectos específicos, como os
recursos das escolas e os processos que nelas ocorrem.
O interesse pelos testes de rendimento não deve levar ao abandono dos indicadores tradicio-
nais, mas sim ao seu aperfeiçoamento e manejo junto com os mais recentes, além de continuar
explorando o desenvolvimento daqueles ainda mal atendidos, especialmente os de relevância,
impacto e equidade.
Os indicadores de gestão tornam-se uma ideia simples e poderosa para medir quão bem algo
está sendo feito; pois se espera que os recursos investidos em educação sejam geridos de
forma eficiente e tragam os melhores resultados. Por exemplo, permitem saber: qual é o grau
de satisfação dos empregadores com os graduados de cursos com perfil investigativo devido
ao seu prestígio derivado de suas competências?
Os indicadores referem-se a um determinado objeto de análise (programa, curso etc.); sempre
há um fator avaliador, do qual depende a importância dos indicadores. Portanto, nesta pesquisa
foram selecionados os seguintes fatores de análise: (a) avaliação da qualidade, eficiência e efi-
cácia das pesquisas sociais. Assim surgiu a pergunta geral de pesquisa: qual é o sistema de in-
dicadores de qualidade necessário para a avaliação da formação investigativa nas universidades
da Nicarágua?
Atualmente, a UNAN -Manágua conta com a Direção de Pesquisa e a Direção de Gestão da
Qualidade Institucional, que conseguiu concretizar os principais elementos teóricos e conceituais
sobre a gestão por processos, a gestão da qualidade e o sistema de gestão da informação,
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Sistema de Indicadores de Qualidade: Avaliação da Formação Investigativa
no Ensino Superior da Nicarágua, 2021-2023
garantindo a participação das unidades de nível central na condução do cumprimento das
metas estabelecidas. A cultura investigativa não escapa a esse propósito estratégico de acre-
ditação para a excelência acadêmica.
Na UNAN, a gestão da qualidade é assumida como o conjunto de políticas, estratégias, ações
e procedimentos voltados para a manutenção e sustentabilidade da melhoria contínua em
cada um dos níveis de direção, instâncias acadêmicas e administrativas, funções e processos
estratégicos, chave e de apoio que desenvolvemos para atender às demandas da sociedade
nicaraguense.
O Vice-reitor da UNAN - Manágua, Luis Alfredo Lobato, em entrevista a Mora e Hernández
(2024), expressa que:
Estamos avançando em Pesquisa e, sobretudo, em Inovação. Hoje em dia, as Jornadas
de Inovação já são vistas a partir do tecnológico, do social e dos processos (...) já não
são surpresa, são uma dinâmica contínua. Há 4, 5, até 6 Jornadas por ano em termos
de concursos e busca de avanços em Inovação e Pesquisa. As Jornadas Universitárias
de Desenvolvimento Científico continuam sendo uma regularidade em nossas Univer-
sidades, e vamos crescendo apesar de que sempre é uma tarefa pendente: como cres-
cemos, como avançamos em Pesquisa. (s.p.)
No ensino superior cubano, esse conceito de qualidade é entendido como resultado da con-
junção da excelência acadêmica e da pertinência integral. O grau de pertinência social de um
programa ou instituição é medido pelo impacto social que gera, pelo fluxo de repercussões e
transformações de sentido que ocorrem objetivamente na sociedade do entorno, presumivel-
mente como efeito do conjunto de contribuições realizadas por esse programa (Águila, 2012).
Segundo Hernández (2015), existem indicadores-chave na avaliação:
1. Pertinência e impacto social: Resposta que o curso oferece para alcançar o desenvolvi-
mento sustentável do país e da região, o fortalecimento da identidade cultural da so-
ciedade cubana, o desenvolvimento integral dos profissionais, a atenção aos ideais de
justiça e equidade que caracterizam nosso sistema social.
2. Estudantes, professores, especialistas, graduados e empregadores estão satisfeitos com
a formação investigativa alcançada no curso.
3. Os graduados assumem plenamente os desafios investigativos da profissão em corres-
pondência com a dinâmica acelerada da ciência e tecnologia no desenvolvimento eco-
nômico e social do país.
4. Professores e especialistas evidenciam, por sua produção científica e especialmente por
seu modo de atuação, a cultura investigativa.
5. Professores e especialistas devem se destacar por suas qualidades investigativas como
educadores, fundamentadas em sólida preparação político-ideológica, científico-tecno-
lógica e profissional.
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Jossarys Gazo Robles
6. Os professores do corpo docente do curso possuem alta capacidade para o trabalho
profissional e de pesquisa científica, reconhecida pela comunidade universitária e pela
sociedade, com um número significativo deles com o grau científico de Doutor e título
acadêmico de Mestre ou Especialista.
A orientação dos trabalhos de pesquisa, cursos e diplomas também é feita por professores e
especialistas de alta qualificação. Nesta pesquisa foram considerados os seguintes critérios:
Figura 1
Processo para alcançar uma qualidade de forma objetiva
Nota: Elaboração própria (2025).
A maneira mais simples de focar esses passos foi identificar os objetivos que se perseguem em
matéria de qualidade (critérios de qualidade), estabelecer uma forma para saber se alcançamos
esses objetivos (índice numérico que informa por onde se vai e ao qual se chama indicador) e,
por último, o estabelecimento de um intervalo dentro do qual o nível de qualidade é o aceitável
e no qual deve se situar (padrão de qualidade)..
Como resultado, a cada critério foi atribuída uma pontuação de zero a cinco, de forma que os
indicadores que obtiveram pontuações entre 13 e 15 foram classificados como prioridade 1, os
que obtiveram pontuações entre 10 e 12 foram classificados como prioridade 2, e os que ob-
tiveram pontuações inferiores a 10 foram classificados como prioridade 3. Por que esses indi-
cadores foram selecionados? Eles foram considerados porque o projeto de pesquisa constitui
a unidade a partir da qual se recuperam as informações das universidades estaduais sobre in-
sumos e produtos.
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 181-191
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Sistema de Indicadores de Qualidade: Avaliação da Formação Investigativa
no Ensino Superior da Nicarágua, 2021-2023
Discussão dos resultados
Os conceitos de efetividade, eficiência e eficácia são fundamentais na avaliação da qualidade e
podem ser utilizados como critérios e indicadores-chave em um Sistema de Indicadores de
Qualidade, especialmente ao avaliar a formação investigativa.
O sistema de indicadores de qualidade é o conjunto de indicadores associados aos resultados
e à operação dos processos-chave de uma organização, determinados com base nos fatores
e componentes críticos de sucesso, ou seja, o desenvolvimento de ações concretas e os resul-
tados finais dos processos que garantam o alcance dos objetivos.
A qualidade da formação investigativa é sempre complexa de avaliar. A razão é simples: a me-
dição da qualidade pode ser abordada sob diferentes perspectivas e apresenta uma infinidade
de soluções possíveis. Por isso, é necessário falar de qualidade da forma mais objetiva possí-
vel.
A qualidade da formação investigativa é sempre complexa de avaliar. A razão é simples: a me-
dição da qualidade pode ser abordada sob diferentes perspectivas e apresenta uma infinidade
de soluções possíveis. Por isso, é necessário falar da qualidade da forma mais objetiva possível.
Para trabalhar com qualidade, uma condição indispensável é a avaliação, ou seja, a capacidade
de medir. O que a eficácia mede? O grau de cumprimento dos objetivos propostos. A eficiência
mede a relação entre os recursos utilizados e os resultados obtidos. Implica alcançar os objetivos
com o menor uso possível de recursos (tempo, dinheiro, esforço). A efetividade é a capacidade
do sistema de gerar impactos positivos reais em seu ambiente. São necessários dados, não im-
pressões. É preciso saber o quê, como, quem, quando, por que e para quê a medição é reali-
zada. É aqui que entram em jogo critérios, indicadores e padrões de qualidade, que estão
intimamente ligados.
Da mesma forma, constatou-se que a participação dos docentes nos processos de pesquisa é
um elemento-chave para a produção de conhecimento e a melhoria educacional. Analisar seu
papel em termos de eficácia, eficiência e efetividade permitiu compreender como sua partici-
pação impacta os resultados do processo de pesquisa e a transformação do ambiente educa-
cional.
Nesse sentido, a participação dos docentes na pesquisa pode ser avaliada positiva ou negati-
vamente a partir da eficácia (alcance dos objetivos), da eficiência (gestão dos recursos) e da
efetividade (impacto real, entendido como uma mudança duradoura na condição das pessoas
e de seu entorno, provocada por uma cadeia de eventos ou uma mudança no funcionamento
de um sistema à qual contribuíram a pesquisa, as inovações e as atividades relacionadas, desde
que haja uma articulação adequada entre seu papel docente e seu papel de pesquisador. Para
maximizar esses aspectos, considerou-se fundamental que as instituições educacionais propor-
cionem formação, tempo e reconhecimento ao trabalho investigativo dos docentes.
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© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
Jossarys Gazo Robles
Conclusões
A pesquisa tornou-se sinônimo de qualidade. A universidade que não produz pesquisa não
contribui para o desenvolvimento do conhecimento e, portanto, vai sendo relegada no contexto
acadêmico; o docente que não pesquisa não consegue se desenvolver profissional nem aca-
demicamente. Entendida nesse contexto, a formação em pesquisa constitui-se em um caminho
de acesso a uma nova sociedade.
Conclui-se que a eficácia na pesquisa significa fazer bem as coisas para alcançar o resultado
esperado. Ela se concentra nas habilidades de uma pessoa para realizar tarefas de pesquisa.
Pode ser medida por indicadores que refletem o nível de produtividade alcançado. Assim, con-
clui-se que a eficiência na pesquisa significa focar no uso dos recursos e do tempo necessário,
fazer o que é certo para obter o resultado, otimizando os recursos necessários para cumprir o
objetivo. Pode ser medida por indicadores que refletem o nível de qualidade avançado.
Por fim, conclui-se que a efetividade é a combinação de eficácia e eficiência para alcançar o
resultado esperado. Ela se concentra em como alcançar um objetivo da melhor maneira pos-
sível. É a máxima qualidade que se pode alcançar para cumprir o objetivo estipulado. Pode ser
medida por indicadores de resultados que reflitam dados sobre os níveis de produtividade e
qualidade alcançados.
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Ensaio
Ensayos
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 187-195
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Desafios do professorado ao guiar
aprendizagens competitivas
em saberes distintos à
sua especialidade
Retos del profesorado al guiar aprendizajes
competitivos en saberes distintos
a su especialidad
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Mayra Daniella Escobar Rivas
https://orcid.org/0009-0006-1163-4190
Santa Bárbara, estado de Barinas / Venezuela
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 195-203
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Escobar, R. M. D. (2025). Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas e-
m saberes distintos à sua especialidade. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 195-203..
https://doi.org/10.59654/0ycs4z44
* Doutorando em Educação, Mestre em Ciências da Educação com Menção em Docência Universitária, Univer-
sidad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora, Venezuela. Especialista em Avaliação
Educacional, Universidad Valle del Momboy, Venezuela. Docente Agregado na Universidad Nacional Experimental
de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora Núcleo Santa Bárbara, vinculada ao Programa de Ciências da Edu-
cação e Humanidades da Vice-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Social, Venezuela. E-mail de con-
tacto: mayradaniella.17@gmail.com
Recebido: maio / 8 / 2025 Aceito: maio / 28 / 2025
https://doi.org/10.59654/0ycs4z44
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© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
Resumo
Este ensaio examina os desafios enfrentados por docentes universitários ao lecionar disciplinas
fora de sua especialização, defendendo uma abordagem por competências que promova pen-
samento crítico, autonomia e habilidades de resolução de problemas. Critica modelos tradi-
cionais de ensino behavioristas por sufocarem a criatividade discente e propõe um framework
transdisciplinar e humanista que integra tecnologias (como inteligência artificial). O texto en-
fatiza a necessidade de educadores adaptáveis e eticamente fundamentados que criem am-
bientes de aprendizagem significativos. Adicionalmente, aborda a crise de escassez docente
na Venezuela, agravada pela migração e condições trabalhistas precárias, exigindo políticas
para capacitar professores não-especialistas. O autor argumenta que o ensino verdadeiramente
competitivo transcende conhecimento técnico, requerendo docentes reflexivos comprometidos
com o desenvolvimento holístico do estudante e a transformação social. Por fim, destaca a ur-
gência de repensar o ensino superior para formar profissionais capazes de enfrentar desafios
globais complexos.
Palavras-chave: educação por competências, adaptabilidade docente, aprendizagem trans-
disciplinar, crise educacional (Venezuela), pedagogia crítica.
Resumen
El ensayo analiza los desafíos del profesorado al guiar aprendizajes en áreas fuera de su espe-
cialidad, destacando la necesidad de una enseñanza universitaria basada en competencias que
fomente el pensamiento crítico, la autonomía y la resolución de problemas complejos. Critica
los modelos tradicionales, conductistas y repetitivos, que limitan la creatividad estudiantil, y pro-
pone un enfoque transdisciplinario, humanista y ético, integrando tecnologías como la inteli-
gencia artificial. Subraya la importancia de docentes con habilidades pedagógicas, vocación y
adaptabilidad, capaces de crear entornos de aprendizaje significativo. Además, analiza la crisis
de especialistas en Venezuela, exacerbada por migración docente y condiciones laborales ad-
versas, exigiendo políticas de capacitación para suplir estas carencias. El texto concluye que la
verdadera enseñanza competitiva trasciende lo técnico, requiriendo docentes reflexivos, com-
prometidos con la formación integral y la transformación social..
Palabras clave: Educación basada en competencias, adaptabilidad docente, aprendizaje trans-
disciplinario, crisis educativa (Venezuela), pedagogía crítica.
Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas em saberes dis-
tintos à sua especialidade
Atualmente, os estudantes universitários demandam um ensino competitivo que favoreça o
autodescobrimento, despertar e ativação de sua identidade - incluindo suas habilidades, vir-
tudes, talentos, capacidades, ideias, potencial e processos de pensamento desenvolvidos através
de experiências de vida e acadêmicas. Eles requerem este modelo de aprendizagem competi-
Mayra Daniella Escobar Rivas
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tiva para identificar novas abordagens de resolução de problemas para tarefas cotidianas e
para compreender desafios sociais, profissionais, políticos, econômicos e culturais.
As realidades globais, nacionais, locais e institucionais exigem agora uma educação universitária
transformadora que potencialize o desenvolvimento pessoal como seres pensantes e racionais,
ao mesmo tempo que prepare profissionais tecnicamente qualificados. Devemos ir além dos
modelos tradicionais rumo a uma reflexão crítica sobre os processos de ensino-aprendizagem
que reconheçam as competências, habilidades, talentos, aptidões e virtudes dos estudantes.
Como observa Zhizhko (2017), a educação universitária baseada em competências requer a
integração do conhecimento com a experiência - uma tarefa complexa que demanda cuida-
dosa incorporação de aplicações do mundo real sem comprometer como os estudantes inter-
pretam a realidade.
No entanto, é necessário ressaltar que existe a necessidade de promover esta metodologia
porque continuam a ser observados nas salas de aula estudantes em processo de formação
acadêmica, com um modelo de assessoria, acompanhamento e orientação que conduz ao de-
senvolvimento de um sistema de aprendizagem arcaico, behaviorista, repetitivo e improdutivo;
que não ajuda a pensar mas tampouco a compreender nem resolver situações que o estudante
universitário demanda, ou seja, está-se desenvolvendo um ensino discriminativo, porque limita
o estudante a não produzir a partir do próprio pensamento, senão; a partir do pensamento
de outras pessoas, que o isola de um saber crítico, eclético e holístico.
Neste sentido, é prioritário promover esta abordagem metodológica, dado que ainda persistem
nas salas de aula modelos de assessoria e acompanhamento baseados em esquemas de apren-
dizagem arcaicos, behavioristas, repetitivos e improdutivos. Estes modelos não fomentam a re-
flexão nem a compreensão, e muito menos a resolução autônoma de problemas. Em
consequência, continua-se a promover um ensino limitado e discriminativo, que inibe o estu-
dante de produzir conhecimento a partir da sua própria perspectiva, e o submete a reproduzir
o pensamento de outros, afastando-o de um saber crítico, eclético e holístico.
Em outras palavras, é necessário materializar uma educação universitária centrada em com-
preender o quê e como o estudante aprende, para que se consolidem como um recurso, opor-
tunidade, ou ferramenta viva, que esteja ao serviço de todos os atores do processo educativo,
e se obtenha o pleno desenvolvimento das capacidades, dons, potencialidades, habilidades,
competências, virtudes de todos, e ao mesmo tempo, se promova um futuro profissional que
seja competente para tomar decisões, a partir das conquistas e aspirações do próprio prota-
gonista que busca desenvolvê-la. Desta forma, como manifesta Lora (2020, p. 84) as compe-
tências devem centrar-se em "o que se pode fazer, o que se sabe fazer, e o que se tem a
vontade de fazer (Ser, Fazer, Saber-Fazer). Sem descuidar, o assinalado por Rodríguez (2003, p.
82) "estar atualizado nos temas relevantes e oferecer critérios de validação do conhecimento".
Nesta ordem de ideias, requer-se um docente universitário com qualidades competitivas e que
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distintos à sua especialidadepertise
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ensine desde a área da sua competência de formação. O ideal é que comece por manifestar-
se no fazer, ser, buscar, conviver e sentir como um docente competente. Vale dizer, que pro-
mova, pratique e demonstre um ensino baseado em competências. Este chamado vem sendo
feito há vários anos. Assim, Ortega y Gasset (1976, p. 49) dizia: "...há que ensinar somente o
que se pode ensinar; isto é, o que se pode aprender...". Aqui o olhar dirige-se ao currículo e
aos objetivos que se devem desenhar. Mas a questão vai mais além há que prestar atenção à
condição humana e ao papel na terra pátria como afirma Morin (1999).
Estão a ocorrer muitos desafios mundiais em diversos temas, fenómenos e acontecimentos
que, enfatiza, reclamam e exigem com urgência um ensino universitário que realmente prepare
pessoas competentes que conheçam, expliquem e orientem desde a sua área e além sobre o
que está a ocorrer. É necessário formar e instruir sem deixar de lado o ético, ambiental, tecno-
lógico, científico e psicológico, mas sobretudo não perder de vista o sentido do bem comum.
É momento de que o docente universitário assuma com firmeza os desafios epistemológicos
que enfrenta, comprometa-se com a sua labor formativa e desenvolva a capacidade de ex-
pressar-se com versatilidade sobre qualquer tema, de maneira segura, reflexiva, crítica e pro-
fundamente humana. A formação por competências dos futuros profissionais representa uma
valiosa oportunidade para educar também em valores. Não se deve esquecer que o docente
universitário é o pilar fundamental nos processos de formação, acompanhamento, assessoria,
orientação e capacitação. Ensinar a ser competente não se reduz unicamente à transmissão
de conteúdos ou ao cumprimento dos aspetos curriculares definidos pelo perfil acadêmico;
tampouco se limita a analisar um acontecimento ou fenómeno social desde uma única pers-
pectiva. Formar em competências exige pôr em ação a totalidade do ser humano, o que implica
integrar os processos cognitivos, as emoções, a socialização e a experiência como eixos fun-
damentais da aprendizagem significativa.
Trata-se de uma weltanschauung, cosmovisão ou worldview estudar a realidade desde um olhar
interno e externo (visível e não visível), buscar novos paradigmas, replanejar uma verdadeira
compreensão e explicação do evento que atrai o interesse do estudante, lhe preocupa ou cons-
titui um desafio para o estudante. No entanto, só se consegue se o docente universitário fizer
o seu debut com agilidade, versatilidade e ecletismo curricular ou estratégias interativas como
os debates, conversatórios ou discussões nas salas de aula.
Nesta perspectiva não há que descuidar as técnicas, métodos, recursos, contextos de aprendi-
zagem, ou estratégias didáticas e as novas tecnologias como a inteligência artificial; o que im-
plica reexaminar as teorias epistemológicas, ontológicas, axiológicas e as capacidades críticas
e interpretativas de todos os interventores do processo. Enquanto mais ideias emergirem, mais
se nutre o conhecimento e melhora a inteligência de todos. Há que deixar de lado essa inteli-
gência cega que propõe Morin.
Na medida em que um docente universitário se autodiscipline e se projeta por interesse próprio
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a desenvolver um ensino baseado em competências, sem temer os riscos, desafios ou exigên-
cias que essa abordagem requer, a sociedade, empresas, famílias e demais instituições contarão
com profissionais capazes de propor ideias, tomar iniciativas e responder a exigências individuais
ou coletivas. Além disso, disporão de profissionais dinâmicos, críticos, autônomos, emancipados
intelectualmente e gestores de soluções para as problemáticas de seu entorno.
Por essa razão, é necessário que o docente tenha atitudes, competências e habilidades, entre
as quais se destacam, segundo Santiago e Fonseca (2016, p. 193), "o profissionalismo, disciplina,
responsabilidade, ética, valores ou estabilidade mental e emocional". Freire (2004) e Dewey
(1998) mencionam que devem ser estimuladores e críticos. Por sua vez, Escámez (2013, p. 17)
indica que um docente competitivo busca a "criação de ambientes favoráveis à aprendizagem,
onde seus alunos alcancem os mais altos níveis de desenvolvimento".
No entanto, o verdadeiro ensino competitivo não se limita a um ensino especializado ou téc-
nico. Há muitos docentes com essa formação que enfrentam dificuldades para fazer-se enten-
der e demonstrar seus conhecimentos, o que se deve, muitas vezes, à sua postura ou condição
pessoal refletida no dia a dia. É necessária uma boa atitude, sensibilidade, pensamento crítico,
vocação, pesquisa, consulta, capacidade de avaliar, experiência, análise e confronto de teorias.
Vale destacar que o ensino verdadeiramente competitivo não se restringe ao técnico ou espe-
cializado. Mesmo docentes com sólida formação em sua área podem ter dificuldades em co-
municar e demonstrar efetivamente o que sabem, muitas vezes devido a atitudes pessoais ou
práticas pouco reflexivas. Por isso, é indispensável cultivar uma atitude proativa, vocação au-
têntica, pensamento crítico e abertura ao diálogo entre teorias.
Além disso, é fundamental integrar a pesquisa constante, a avaliação formativa e a análise de
contextos, como exige o enfoque por competências, para formar profissionais emancipados e
capazes de resolver problemas complexos. Só assim se superará a "inteligência cega" — como
alerta Morin (1999) — e se consolidará um aprendizado que, a partir da ética, autodisciplina e
criatividade pedagógica, transforme tanto os agentes do processo quanto seus entornos.
Na medida em que essas condições forem compreendidas e valorizadas, o ensino universitário
melhorará, e deixará de depender de prestígios acadêmicos que, muitas vezes, geram rejeição
e isolamento escolar, pois não há sentido lógico ou reflexivo no que é ensinado nas universi-
dades.
Um verdadeiro docente competitivo, que se desafia no ensino, reflete que, sendo especialista
ou não, o mais importante para os estudantes é sua atuação, seu papel, sua função, suas con-
tribuições, a satisfação de benefícios e a aprendizagem significativa, construtiva, humanista, crí-
tica, eclética e holística que lhes proporciona, criando ou reformulando experiências,
testemunhos e saberes articulados com sua realidade diária. Só assim compreendem que estão
transcendendo de um ensino tradicional e receptivo para um enfoque baseado em compe-
tências, que permite unir o qualitativo e o quantitativo em um mesmo processo formativo, va-
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lorizando seu potencial multidimensional como pessoa, e não apenas como estudante.
É claro que essa nova postura exige do docente maior compromisso, responsabilidade, voca-
ção, habilidades, destrezas e amor pelo que faz. Ou seja, que seja mais autodidata, inovador,
engenhoso, motivador, humanista — em suma, que expresse uma epistemologia complexa,
transdisciplinar e global sobre o que ensina, para que possa autoentender, descobrir e recon-
hecer como o aluno aprende mais eficazmente nestes tempos de mudanças universais, seja
por competências ou por reprodução de ideias alheias.
Na prática, é preciso refletir para não acabar formando apenas por obrigação ou para cumprir
objetivos curriculares da disciplina que leciona. O ideal é que conduza à formação de uma pes-
soa com grande humanismo e, depois, um profissional multidimensional, seguro, versátil, eclé-
tico e complexo, capaz de agir com autonomia e domínio próprio, sem imitar pensamentos
alheios. Rico e Ponce (2022, p. 80) acrescentam que "docentes competentes são capazes de
resolver situações diversas em diferentes contextos, para os quais o conhecimento visto apenas
sob uma perspectiva conceitual ou disciplinar se mostra insuficiente".
Nesse sentido, um docente com características competitivas é aquele que, mesmo sem ser es-
pecialista em sua área, atua como tutor, acompanhante e orientador nos aspectos humano,
ético, epistemológico, social, cultural, empírico, científico e técnico. Portanto, é o profissional
que se expressa e age como um todo, tanto no desenvolvimento do ensino quanto na apren-
dizagem do aluno.
Este docente explica, faz e avalia tanto o que domina quanto o que desconhece, sem medo
de errar, porque reflete que, do erro, pode surgir o desejo de buscar conhecimentos para com-
provar, demonstrar a realidade ignorada e melhorar o conceito ou habilidade que lhe faltava.
Pois, através de tentativas e experimentação, também se aprende e se postulam novas teorias
de conhecimento que emergem do fazer, conviver e interpretar, tornando-se significativas para
o produtor do saber.
Por outro lado, o importante no ensino por competências não é se o docente é especialista ou
não na área acadêmica que desenvolve, tampouco se é um excelente acompanhante do pro-
cesso de aprendizagem ou um tutor responsável por cumprir uma série de objetivos específicos
dentro de uma disciplina curricular. O desafio fundamental reside em compreender e pensar
quais ações particulares devem ser aplicadas, ativadas e impulsionadas para que o estudante
desenvolva ou revele as habilidades, destrezas, capacidades, virtudes e dons que foram subu-
tilizados em outros níveis de estudo e que devem se transformar em competências específicas
para oferecer respostas contextualizadas e sentido às inquietações, dúvidas ou curiosidades
que surgem no ato educativo.
No entanto, é necessário mencionar que, atualmente, no caso dos docentes especialistas do
ensino básico na Venezuela, segundo o próprio Ministerio del Poder Popular para a Educaçión
(2025), há um déficit de quinze mil professores. Além disso, nas universidades venezuelanas,
Mayra Daniella Escobar Rivas
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está ocorrendo um êxodo de docentes, como indicam Linarez e Linarez (2019). De acordo com
a Organizaçión de las Naciones Unidas para a Educación la Ciencia y la Cultura (1999), há uma
fuga de cérebros. Paralelamente a isso, aumenta a atribuição de cargas horárias a docentes
com diferentes perfis acadêmicos e, consequentemente, enfrentam-se maiores desafios, ques-
tionamentos e críticas à prática docente.
Certamente, o déficit de docentes especializados não diminuirá se continuarem as atuais con-
dições salariais, econômicas, o tratamento e o doutrinamento educacional presentes nas uni-
versidades. Isso levará à necessidade de diversos estudos e uma revisão profunda dos
profissionais que desejam permanecer no processo de ensino, para que se autoformem, cons-
cientizem, disciplinem e alinhem a enfoques educativos que realmente satisfaçam as necessi-
dades dos estudantes e as exigências intelectuais do mundo, sejam ou não especialistas na
área que orientam.
Igualmente, é necessário que as autoridades universitárias e o Estado reflitam sobre essa pro-
blemática do déficit profissional e freiem a migração especializada ou proponham mecanismos
que vão além de capacitar, assessorar e formar o docente não especializado, para que se torne
competente no que ensina. Alguns estão enfrentando dificuldades para atender às exigências
multidimensionais e epistemológicas dos estudantes atuais ou para continuar contribuindo e
demonstrar que a qualidade acadêmica e competente obedece mais a princípios humanos do
que ao cumprimento curricular de uma lista de objetivos desenvolvidos.
Há um reconhecimento e preocupação até mesmo por parte da Organização das Nações Uni-
das e dos órgãos competentes sobre os desafios enfrentados por um docente ao orientar e
dirigir uma aprendizagem não especializada. Por isso, sob nossa perspectiva, é necessário frear
a migração docente no nível universitário por meio de políticas nacionais e internacionais e
implementar, massivamente, nas universidades, uma capacitação para docentes não especia-
listas que supra as necessidades técnicas que os estudantes em formación não estão rece-
bendo.
Como ideias finais deste ensayo, há que salientar que se evidencia a obsolescência dos métodos
tradicionais baseados em memorização, que anulam a capacidade crítica do estudante. Face a
isto, exorta-se pela aplicação de um modelo por competências que integre saber, fazer e ser,
articulando teoria com experiência real. Este enfoque demanda docentes que facilitem apren-
dizagens significativas, vinculadas a problemáticas sociais e profissionais, superando a repro-
dução mecânica de conhecimentos. A transição exige repensar currículos e práticas
pedagógicas no sentido da autonomia e da inovação.
Conclui-se também que um docente competitivo não se limita a dominar conteúdos, mas com-
bina profissionalismo, ética e habilidades socioemocionais para guiar aprendizagens multidi-
mensionais. Mesmo sem especialização, deve atuar como facilitador, fomentando o diálogo
interdisciplinar e adaptando-se a contextos diversos. O seu sucesso radica na vocação, auto-
crítica e capacidade de aprender junto aos seus estudantes, transformando limitações em opor-
Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas em saberes
distintos à sua especialidadepertise
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© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
tunidades de crescimento coletivo.
Na Venezuela, o êxodo docente e a falta de especialistas agravam os desafios educativos. Baixos
salários e condições laborais precárias desincentivam a permanência de profissionais qualifica-
dos. Urgem políticas públicas que freiem esta migração e capacitem docentes não especializa-
dos, assegurando qualidade educativa. A solução não é apenas técnica, mas estrutural,
requerendo investimento em formação contínua e reconhecimento da labor docente.
O ensino moderno exige incorporar tecnologias (como IA) e estratégias interativas (debates,
estudos de caso) para desenvolver habilidades analíticas. Segundo Morin, isto implica superar
a "inteligência cega" mediante enfoques holísticos que vinculem conhecimento com ética e
contexto global. O docente deve dominar ferramentas digitais e fomentar uma cosmovisão crí-
tica, preparando estudantes para realidades mutáveis.
Finalmente, conclui-se que a formação competitiva deve priorizar valores como o bem comum,
a empatia e a responsabilidade social. Freire e Dewey ressaltam que o docente deve ser um
estimulador crítico, não um mero transmissor de informação. Isto implica equilibrar o técnico
com o humano, formando profissionais que resolvam problemas desde uma perspectiva inte-
gral, ética e emancipadora, transcendendo as demandas curriculares tradicionais.
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crementa%20el%20Ministerio%20de%20Educación%20el%20número%20de%20docentes%20
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Mayra Daniella Escobar Rivas
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Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas em saberes
distintos à sua especialidadepertise
Política editorial da revista
A REDIP convoca semestralmente contribuições, informando as datas à comunidade científica
por meio de seu site, e-mail e redes sociais. Trabalhos submetidos fora do prazo estabelecido
não serão aceitos. Aceitam-se contribuições originais e inéditas sobre pesquisas realizadas nas
áreas de Ciências da Educação, Ciências Sociais, Ciências Humanas, Epistemologia, Processos
Sociopolíticos, Currículo, Avaliação Educacional, Planejamento Educacional, Formação Docente,
Educação e Tecnologias, Ciências Ambientais, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências
da Computação, Ciências Matemáticas e outras. A revista publica 7 (sete) tipos de trabalhos:
Reseñas de libros y publicaciones periódicas recientes. No deben exceder las 5 (cinco) pá-
ginas.
Artigos de revisão. Não devem exceder 30 (trinta) páginas, incluindo referências, figuras
e tabelas.
Comentários críticos sobre publicações já realizadas na revista REDIP. Não devem exceder
15 (quinze) páginas. Esses comentários admitem direito de réplica por parte do autor
do trabalho comentado. O comentário crítico e sua respectiva resposta serão publicados
de forma conjunta no mesmo volume.
Resenhas de livros e publicações periódicas recentes.Não devem exceder 5 (cinco) pági-
nas
Artigos de pesquisa. Não devem exceder 25 (vinte e cinco) páginas.
Resumos de Teses Doutorais. Não devem exceder 20 (vinte) páginas.
Palestras derivadas de apresentações em Jornadas, Seminários e Congressos Regionais,
Nacionais ou InternacionaisApresentadas na modalidade de Dossiês ou fascículos ex-
traordinários.
Temas convocados nos campos de Ciências da Educação, Ciências Sociais, Ciências Hu-
manas, Epistemologia, Processos Sociopolíticos, Currículo, Avaliação Educacional, Pla-
nejamento Educacional, Formação Docente, Educação e Tecnologias.
Os Resumos de Teses Doutorais devem conter as seguintes informações:(a) Título do
trabalho.(b) Data da defesa (dia, mês e ano).(c) Orientador do trabalho.(d) Banca examina-
dora.(e) Resumo em espanhol e inglês com no máximo 150 (cento e cinquenta) palavras.(f) In-
trodução com no máximo 1 (uma) página.(g) Metodologia com no máximo 3 (três) páginas
(tipo de pesquisa, desenho da pesquisa, materiais, métodos, população, amostra, técnicas de
pesquisa, instrumento de pesquisa, confiabilidade e validade).(h) Resultados com no máximo
6 (seis) páginas.(i) Discussão dos resultados com no máximo 6 (seis) páginas.( j) Conclusões e
recomendações com no máximo 1 (uma) página.(k) Referências com no máximo 1 (uma) pá-
gina.
Também poderão ser incluídos obituários, que serão solicitados oportunamente pelo Comitê
Editorial a membros da comunidade científica. O Comitê Editorial poderá selecionar um artigo
por volume para ser comentado por dois especialistas no tema, conforme o estabelecido para
comentários críticos, com o objetivo de fomentar a discussão de ideias no campo da pesquisa.
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
204 Política editorial da revista
205
Política editorial da revista
Os autores, tanto profissionais quanto estudantes, podem enviar suas contribuições em espan-
hol, considerando as normas editoriais.
Embora os autores não precisem pagar para publicar na REDIP, também não receberão qual-
quer pagamento por suas contribuições. Aos autores dos trabalhos nas modalidades mencio-
nadas anteriormente será entregue um certificado de publicação do trabalho publicado. Os
revisores também receberão seu certificado de arbitragem do trabalho publicado.
Normas de Publicação
As normas a serem seguidas podem ser consultadas em:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/index.php/redip/Normas_de_Publicacion
Instruções para os autores
As diretrizes a serem seguidas podem ser consultadas em:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/index.php/redip/Instruccion_a_los_autores
Seções do manuscrito
As partes que o manuscrito deve conter podem ser consultadas em:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/index.php/redip/secciones_del_manuscrito
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 204-205
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Procedimento seguido na recepção, seleção e avaliação de originais
O procedimento a ser seguido na arbitragem do trabalho apresentado pode ser consultado em:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/index.php/redip/procedimiento_seguido_en_recepcion_selec-
cion_y_evaluacion
O pesquisador deve submeter seu artigo na plataforma selecionada para garantir um registro
eletrônico auditável das interações entre a publicação e os autores. Ao realizar a submissão, o
conselho editorial faz uma revisão dos originais que atendam ao objetivo e ao escopo da pu-
blicação, de acordo com as Normas de Publicação, considerando critérios como a extensão
do texto, a presença do resumo, as palavras-chave, o sistema de citações e referências utilizado,
o caráter inédito, a pertinência temática e a adequação de gênero, entre outros.
Ao passar por essa triagem, os textos continuam com o processo editorial da REDIP. O sistema de revisão
é de "duplo cego". No processo de avaliação por pares, podem ocorrer os seguintes casos:
Cumpre com as normas e o perfil da REDIP: passa para o processo de arbitragem.
Não cumpre com as normas nem com o perfil da REDIP: é devolvido ao autor/autora para
que faça os ajustes necessários.
Não é pertinente em função do perfil da REDIP: é devolvido ao autor/autora. Em todo
caso, qualquer decisão é notificada ao autor/autora.
A seguir, todos os artigos (exceto os trabalhos solicitados pela direção da revista a especialistas
de reconhecida trajetória) são submetidos a um processo de avaliação realizado por professores
e professoras, pesquisadores e pesquisadoras especialistas na área do tema abordado no artigo,
locais, nacionais ou internacionais, com ampla experiência em escrita acadêmica e científica.
Cada artigo é enviado a um avaliador, sem elementos ou referências que possam identificar
sua autoria.
Junto com o artigo, é enviada ao avaliador/a uma comunicação na qual a direção da REDIP solicita
a avaliação do artigo, enfatizando que, se aceitar, deve responder no prazo de 30 dias. Da mesma
forma, para orientar a avaliação, são enviadas as Normas para publicar na REDIP e o Protocolo de
avaliação e arbitragem de artigos para a REDIP, além de uma planilha de avaliação que inclui as-
pectos diagramáticos, linguísticos, discursivos, metodológicos e conceituais a serem considerados
na avaliação dos artigos.
Ao completar a avaliação do artigo, o avaliador/a deve enviar à Direção da REDIP a planilha
de registro com sua estimativa correspondente e a decisão devidamente argumentada sobre
a publicação ou não do artigo, além das respectivas recomendações, se houverem. A decisão
da comissão de arbitragem é inapelável.
A decisão pode ser:(a) Aceito sem modificações.(b) Aceito com modificações de conteúdo.(c)
Aceito com modificações de forma.(d) Rejeitado.
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Procedimento seguido na recepção, seleção e avaliação de originais
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 206-207
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Finalmente, a direção da revista comunica ao autor/a a decisão da comissão de arbitragem e
as recomendações que se aplicam. Uma vez enviada ao autor/a a comunicação informando
que são necessárias correções, o autor/a tem 21 dias úteis para realizá-las. Se nesse período as
correções não forem enviadas, será entendida como a decisão de não publicar o trabalho na
REDIP..
O trabalho com as correções é enviado novamente ao avaliador responsável pela primeira ava-
liação, para que ele determine se as mudanças solicitadas foram realizadas. Caso positivo, o
trabalho aprovado passa para o banco de artigos da REDIP; caso contrário, o autor/a é infor-
mado e solicitado novamente que envie as correções dentro de um prazo não superior a 15
dias úteis.
Formatos de avaliação do manuscrito
O instrumento para a arbitragem de ensaios científicos pode ser consultado no seguinte endereço:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/ojsdata/formatos/Requisitos%20para%20el%20arbitraje%20de%2
0ensayos%20cient%C3%ADficos.pdf
No caso de artigo científico e os aspectos a serem avaliados, podem ser consultados no seguinte link:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/ojsdata/formatos/Requisitos%20para%20evaluaci%C3%B3n%20de
%20manuscritos%20de%20art%C3%ADculos%20cient%C3%ADficos%20para%20revisores%20
externos.pdf
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 198-199
ISSN Eletrônico: 2665-038X