Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 195-203
ISSN Eletrônico: 2665-038X
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a desenvolver um ensino baseado em competências, sem temer os riscos, desafios ou exigên-
cias que essa abordagem requer, a sociedade, empresas, famílias e demais instituições contarão
com profissionais capazes de propor ideias, tomar iniciativas e responder a exigências individuais
ou coletivas. Além disso, disporão de profissionais dinâmicos, críticos, autônomos, emancipados
intelectualmente e gestores de soluções para as problemáticas de seu entorno.
Por essa razão, é necessário que o docente tenha atitudes, competências e habilidades, entre
as quais se destacam, segundo Santiago e Fonseca (2016, p. 193), "o profissionalismo, disciplina,
responsabilidade, ética, valores ou estabilidade mental e emocional". Freire (2004) e Dewey
(1998) mencionam que devem ser estimuladores e críticos. Por sua vez, Escámez (2013, p. 17)
indica que um docente competitivo busca a "criação de ambientes favoráveis à aprendizagem,
onde seus alunos alcancem os mais altos níveis de desenvolvimento".
No entanto, o verdadeiro ensino competitivo não se limita a um ensino especializado ou téc-
nico. Há muitos docentes com essa formação que enfrentam dificuldades para fazer-se enten-
der e demonstrar seus conhecimentos, o que se deve, muitas vezes, à sua postura ou condição
pessoal refletida no dia a dia. É necessária uma boa atitude, sensibilidade, pensamento crítico,
vocação, pesquisa, consulta, capacidade de avaliar, experiência, análise e confronto de teorias.
Vale destacar que o ensino verdadeiramente competitivo não se restringe ao técnico ou espe-
cializado. Mesmo docentes com sólida formação em sua área podem ter dificuldades em co-
municar e demonstrar efetivamente o que sabem, muitas vezes devido a atitudes pessoais ou
práticas pouco reflexivas. Por isso, é indispensável cultivar uma atitude proativa, vocação au-
têntica, pensamento crítico e abertura ao diálogo entre teorias.
Além disso, é fundamental integrar a pesquisa constante, a avaliação formativa e a análise de
contextos, como exige o enfoque por competências, para formar profissionais emancipados e
capazes de resolver problemas complexos. Só assim se superará a "inteligência cega" — como
alerta Morin (1999) — e se consolidará um aprendizado que, a partir da ética, autodisciplina e
criatividade pedagógica, transforme tanto os agentes do processo quanto seus entornos.
Na medida em que essas condições forem compreendidas e valorizadas, o ensino universitário
melhorará, e deixará de depender de prestígios acadêmicos que, muitas vezes, geram rejeição
e isolamento escolar, pois não há sentido lógico ou reflexivo no que é ensinado nas universi-
dades.
Um verdadeiro docente competitivo, que se desafia no ensino, reflete que, sendo especialista
ou não, o mais importante para os estudantes é sua atuação, seu papel, sua função, suas con-
tribuições, a satisfação de benefícios e a aprendizagem significativa, construtiva, humanista, crí-
tica, eclética e holística que lhes proporciona, criando ou reformulando experiências,
testemunhos e saberes articulados com sua realidade diária. Só assim compreendem que estão
transcendendo de um ensino tradicional e receptivo para um enfoque baseado em compe-
tências, que permite unir o qualitativo e o quantitativo em um mesmo processo formativo, va-
Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas em saberes
distintos à sua especialidadepertise