REDIP
Revista Digital de Investigación y Postgrado
Volume 6, número 11 (Janeiro-Junho), 2025
Redip
ISSN: 2665-038X
Depósito Legal: TA2019000041
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FUNDO EDITORIAL DO INSTITUTO DE ESTUDOS
SUPERIORES DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Instituto de Estudos Superiores de
Pesquisa e Pós-Graduação
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11)
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Revista Digital de Investigación y Postgrado
Coordenação editorial: Dr. Omar Escalona Vivas
© 2021, Creative Commons Foundation.
https://portal.issn.org/resource/ISSN/2665-038X
ISSN: 2665-038X
Depósito Legal: TA2019000041
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San Cristóbal, estado de Táchira - Venezuela
Barrio Obrero. Quinta La Macarena
Carrera 17 entre Calles 13 y 14. N°13-52 A.
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REDIP, Revista Digital de Investigação e Pós-Graduação, publicação semestral, Vol. 6 Nº 11, Janeiro-Junho 2025.
Editor responsável: Omar Escalona Vivas. Domicílio da publicação: Instituto de Estudos Superiores de Pesquisa e
Pós-Graduação (IESIP). San Cristóbal, estado de Táchira - Venezuela. Telefone: (+58) 04147158835. Correio eletrô-
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artigos são de responsabilidade dos seus autores. É permitida a reprodução de textos citando a fonte
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O objetivo da REDIP é divulgar pesquisas, ensaios, artigos científicos e experiências inovadoras
realizadas por estudantes de pós-graduação em temas como ciências sociais, educação e epis-
temologia. Além disso, dado que o objetivo da revista é comunicar informações científicas, é
importante referir-se aos destinatários de todo o processo, que não são outros senão os leito-
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tera, número internacional normalizado de publicações seriadas. O número de Depósito Legal
TA2019000041 foi atribuído em 4 de setembro de 2019 pelo Instituto Autônomo Biblioteca Na-
cional e Serviços de Bibliotecas na Venezuela, em uso da atribuição legal contida no Artigo
14º da Lei de Depósito Legal, em conformidade com os Artigos 31º e 41º do Regulamento da
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Objetivo e alcance da REDIP
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Directora Geral
Dra. Danny Soledad Méndez Márquez
Email: danny.mendez@iesip.edu.ve
Coordenador Geral Acadêmico
Marco José Roa Méndez
Email: danny.mendez@iesip.edu.ve
Secretário Geral
Dr. Oscar Enrique Cárdenas Duarte
Email: oscar.duarte@iesip.edu.ve
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Volume 6, número 11 (Janeiro-Junho), 2025
Comitê Editorial
Editor Chefe
Omar Escalona Vivas. Dr. em Ciências da Educação. Instituto de Estudos Superiores de Pes-
quisa e Pós-Graduação: San Cristóbal-Venezuela. Email: omar.escalona@iesip.edu.ve
Coordenadores Internacionais
Ronald Humberto Ordoñez Silva. Dr. em Ciências da Educação. Corporación Internacional
para la Gestión del Conocimiento Corpcigec, Quito-Equador. Email: ronald.cigec@gmail.com
Yan Carlos Ureña Villamizar. Dr. em Ciências, Menção Gerência. Universidad Privada Dr. Rafael
Belloso Chacín. Dr. em Gestão da Tecnologia e Inovação. Pós-doutorado em Ciências Humanas,
Universidad del Zulia. Tecnológico de Antioquia, Antioquia – Colômbia. E-mail:
yan.ureña@tdea.edu.co
Wit Jay Vanegas. Dr. em MSc Gerência de Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Universidade
Nacional Aberta e a Distância. Barranquilla – Colômbia. E-mail: wittjayvanegas001@gmail.com
Conselho Científico
David Gerardo Colina Gómez. Dr. em Ciências Gerenciais. Instituto de Estudos Superiores de
Pesquisa e Pós-Graduação, San Cristóbal-Venezuela. E-mail: dagercol@gmail.com
Jonathan de Jesús Pernía Pérez. Dr. em Ciências Sociais. Universidad Nacional Experimental
Simón Rodríguez, Venezuela, La Grita – Venezuela. E-mail: perniaperezjonathanjesus@gamil.com
Dilka Consuelo Chacón Hernández. Dra. em Ciências da Educação. Instituto de Estudos Supe-
riores de Pesquisa e Pós-Graduação, San Cristóbal-Venezuela. E-mail: chacondilka113@gmail. com
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Comitê Editorial
Marco José Roa Méndez. Dr. em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Instituto de Estudos Su-
periores de Pesquisa e Pós-Graduação, Venezuela. E-mail: mendezmarcosjose@gmail.com
Lidiz Thamaira Pérez Meneses. Dra. em Ciências da Educação. Instituto de Estudos Superiores
de Pesquisa e Pós-Graduação, San Cristóbal-Venezuela. E-mail: tamyperezmeneses@hotmail.com
Iraima Zoraida Pérez Meneses. Dra. em Ciências da Educação. Universidade Pedagógica Ex-
perimental Libertador, Rubio - Venezuela. E-mail: iraimaperez@hotmail.com
Lesbia Ferrer Cayama. Dra. em Ciências da Educação. Universidade Nacional Experimental dos
Llanos Ocidentais Ezequiel Zamora. Santa Bárbara, Barinas - Venezuela. E-mail: lesbiafe-
rrer68@gmail.com
Álvaro Sánchez Romero. MSc. em Gestão das Tecnologias Educativas. Colégio Carlos Vicente
Rey. Piedecuesta - Colômbia. E-mail: grupo.investigacion.cavirey@gmail.com
Damian Islas Mondragón. Dr. em Filosofia da Ciência. Instituto de Ciências Sociais – Universi-
dade Juárez do Estado de Durango. México. E-mail: damianislas@ujed.mx
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Diego Fernando Coral Coral. Dr. em Física, Pós-doutorado em Nanotecnologia. Universidade
do Cauca: Popayán, Cauca, Colômbia. E-mail: dfcoral@unicauca.edu.co
Fermín Aceves de la Cruz. Dr. em Ciências Físicas. Universidade de Guadalajara: Guadalajara,
México. E-mail: fermin.adelacruz@academicos.udg.mx
Mauricio Gerardo Duque Villalba. Dr. em Ciências da Educação. Instituição Educativa Distrital
Nicolás Buenaventura. Santa Marta, Colômbia. E-mail: mageduvi@hotmail.com
Cristóbal E. Vega G. Dr. em Estatística e Pesquisa Operacional. Universidade de Carabobo: Va-
lencia, Carabobo - Venezuela. E-mail: cvega@uc.edu.ve
Gerardo Fabian Goya. Dr. em Física. Universidade de Zaragoza. Instituto de Nanociência de
Aragão: Zaragoza - Espanha. E-mail: goya@unizar.es
Gerson José Márquez. Dr. em Física da Matéria Condensada. Universidade Tecnológica do
Peru: Arequipa - Peru. E-mail: gmarquez@@utp.edu.pe
José Rafael Prado Pérez. Dr. em Educação com Menção em Currículo. Universidade dos Andes:
Mérida - Venezuela. E-mail: jrpp@ula.ve
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Universidad Autónoma del Estado de Hidalgo: Pachuca de Soto, Hidalgo, México. E-mail: ace-
vedo@uaeh.edu.mx
Rosmary Guillén Guillén. Mestre em Física e Tecnologias Físicas. Universidad Tecnológica del
Perú. Arequipa, Peru. E-mail: c21372@utp.edu.pe
José Armando Santiago Rivera. Dr. em Ciências da Educação. Universidad de Los Andes: San
Cristóbal, Táchira-Venezuela. E-mail: asantia@ula.ve
Juan José Milón Guzman. Dr. em Engenharia Mecânica. Universidad Tecnológica del Perú: Are-
quipa, Peru. E-mail: jmilon@utp.edu.pe
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nora, México. E-mail: jesus.tanori@itson.edu.mx
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de Pesquisa e Pós-Graduação, Venezuela. E-mail: oscarduarte@iesip.edu.ve
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periores de Pesquisa e Pós-Graduação, Venezuela. E-mail: mendezmarcosjose@gmail.com
Lira Soledad Roa Méndez. Dra. em Ciências Sociais. Instituto de Estudos Superiores de Pesquisa
e Pós-Graduação, Venezuela. E-mail: lyrasoledad@gmail.com
Tradutor
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para la Gestión del Conocimiento Corpcigec, Quito-Equador. E-mail: ronald.cigec@gmail.com
Gestão Técnica
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Ysabel Sánchez. Engenheira de Sistemas. Email: ysabel.sanchez@iesip.edu.ve
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Indexações
Editorial
Reflexões inovadoras na educação e sociedade do século XXI
Nesta edição da nossa revista, apresentamos um mosaico de pesquisas que convergem para
um objetivo comum: responder aos desafios do contexto educacional e social atual por meio
da geração de conhecimento inovador e transformador. Os artigos que compõem esta edição
abordam temas essenciais sob uma perspectiva multidisciplinar, oferecendo uma rica combi-
nação de teorias, práticas e reflexões.
A Teoria axiológica da educação aberta e a distância apresentada por Jairo Gregorio Ramírez
destaca a relevância de uma didática transdisciplinar, especialmente na formação universitária
sob modalidades híbridas. Esta abordagem responde à crescente demanda por flexibilidade e
personalização no ensino, permitindo integrar valores e tecnologias para otimizar a aprendi-
zagem. Ramírez destaca como a incorporação de valores nos ambientes educacionais híbridos
não apenas fomenta a aquisição de conhecimentos técnicos, mas também a formação integral
dos estudantes, desenvolvendo sua capacidade de enfrentar desafios éticos e profissionais em
um mundo interconectado.
Por sua vez, Natividad Bustos Rusinque enfatiza a importância dos espaços experimentais no
ensino de biologia no ensino superior, destacando como as atividades práticas estimulam o
pensamento crítico e a criatividade nos estudantes. Este artigo inspira a repensar a pedagogia
para enfrentar os desafios da aprendizagem significativa nas ciências. A autora mostra como
as experiências em laboratórios não apenas consolidam os conhecimentos teóricos, mas tam-
bém despertam a curiosidade científica e preparam os futuros profissionais para enfrentar pro-
blemas reais sob uma perspectiva analítica.
De uma perspectiva jurídica e emocional, Adriana Lourdes Bautista Jaimes nos introduz ao di-
reito emocional baseado na justiça e equidade, um conceito que combina neurociência e ju-
risprudência para resolver conflitos de forma empática. Esta proposta nos convida a refletir
sobre a conexão entre emoções e legislação na construção de sociedades mais humanas. Bau-
tista Jaimes argumenta que compreender e regular as emoções nos processos legais pode
transformar as dinâmicas sociais, promovendo relações mais justas e solidárias entre os cida-
dãos.
No campo da tecnologia educacional, Deinny José Puche Villalobo e Savier Fernando Acosta
Faneite abordam, respectivamente, os desafios do fraude acadêmica associada ao uso da in-
teligência artificial e a correlação entre as competências tecnológicas e o desempenho acadê-
mico. Ambos os estudos iluminam a necessidade de equilíbrio entre inovação e ética,
sublinhando o papel crítico da tecnologia no desenvolvimento acadêmico. Puche Villalobo des-
taca como as instituições educacionais devem implementar estratégias para prevenir o uso in-
devido da inteligência artificial, enquanto Acosta Faneite sugere que o desenvolvimento de
competências tecnológicas deve ser acompanhado de uma abordagem pedagógica que prio-
rize a aprendizagem autêntica e significativa.
Luis Alejandro Lobo Caicedo examina o impacto da inflação e do fluxo de caixa livre na renta-
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Editorial
bilidade empresarial, destacando como as dinâmicas econômicas afetam o desempenho de
empresas-chave no setor alimentício. Sua análise oferece ferramentas para o planejamento es-
tratégico em contextos de alta volatilidade. Lobo Caicedo apresenta um panorama detalhado
de como os fatores macroeconômicos influenciam a sustentabilidade financeira das empresas,
sublinhando a importância de adotar modelos de gestão adaptativos e resilientes para enfrentar
crises econômicas.
Por outro lado, Dilia Padrón nos convida a refletir sobre os desafios e tendências na Universi-
dade Nacional Aberta (UNA), destacando a importância das pedagogias híbridas e da liderança
visionária para enfrentar os desafios do futuro. Este artigo conecta a inovação educacional com
a necessidade de adaptação institucional. Padrón sublinha como as universidades devem evoluir
para responder às expectativas em constante mudança dos estudantes, integrando tecnologias
avançadas e metodologias participativas que promovam uma aprendizagem autônoma e co-
laborativa.
A integração das TIC no processo de ensino, abordada por Juan Acacio Rosales Vivas, aponta
como as tecnologias podem enriquecer a experiência pedagógica, promovendo habilidades
críticas e criativas nos estudantes. Rosales Vivas descreve casos práticos nos quais o uso de
plataformas digitais e ferramentas interativas melhorou significativamente a motivação e o de-
sempenho acadêmico. Enquanto isso, a entrevista imaginária de María Auxiliadora Campos
Medina com Daniel Goleman sobre sua obra "Óptimo" nos convida a explorar como a inteli-
gência emocional pode transformar tanto o âmbito pessoal quanto profissional. Campos Me-
dina analisa como o desenvolvimento de competências emocionais contribui para o bem-estar
integral dos indivíduos, melhorando sua capacidade de liderar, comunicar e resolver conflitos.
Em conjunto, os artigos desta edição constituem uma fonte inestimável de conhecimento, re-
flexão e ferramentas práticas para acadêmicos, educadores e líderes sociais. Este número reitera
nosso compromisso com a disseminação de ideias que promovam uma educação inclusiva,
sustentável e emocionalmente inteligente, em sintonia com as demandas de uma sociedade
em constante evolução. Cada contribuição não apenas enriquece o debate acadêmico, mas
também oferece soluções aplicáveis aos problemas atuais, inspirando nossos leitores a participar
ativamente na construção de um futuro melhor. Convidamos nossos leitores a explorar estas
páginas, onde encontrarão não apenas pesquisas de alta qualidade, mas também perspectivas
transformadoras que desafiam os paradigmas tradicionais e abrem novos caminhos para o
progresso humano.
Dr. Omar Escalona Vivas
https://orcid.org/0000-0003-2560-0339
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Editorial
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ISSN Eletrônico: 2665-038X
Editorial
Editorial
Reflexiones innovadoras en la educación y la sociedad del siglo XXI
En este número de nuestra revista, damos a conocer un mosaico de investigaciones que con-
vergen en un objetivo común: responder a los desafíos del contexto educativo y social actual
mediante la generación de conocimiento innovador y transformador. Los artículos que confor-
man esta edición abordan temas esenciales desde una perspectiva multidisciplinaria, ofreciendo
una rica amalgama de teorías, prácticas y reflexiones.
La Teoría axiológica de la educación abierta y a distancia presentada por Jairo Gregorio Ramírez
pone de relieve la relevancia de una didáctica transdisciplinaria, especialmente en la formación
universitaria bajo modalidades híbridas. Este enfoque responde a la creciente demanda de fle-
xibilidad y personalización en la enseñanza, permitiendo integrar valores y tecnologías para
optimizar los aprendizajes. Ramírez destaca cómo la incorporación de valores en los entornos
educativos híbridos no solo fomenta la adquisición de conocimientos técnicos, sino también la
formación integral de los estudiantes, desarrollando su capacidad para afrontar desafíos éticos
y profesionales en un mundo interconectado.
Por su parte, Natividad Bustos Rusinque enfatiza la importancia de los espacios experimentales
en la enseñanza de la biología en educación universitaria, subrayando cómo las actividades
prácticas fomentan el pensamiento crítico y la creatividad en los estudiantes. Este artículo inspira
a repensar la pedagogía para enfrentar los retos del aprendizaje significativo en las ciencias. La
autora muestra cómo las experiencias en laboratorios no solo consolidan los conocimientos
teóricos, sino que también despiertan la curiosidad científica y preparan a los futuros profesio-
nales para abordar problemas reales desde una perspectiva analítica.
Desde una perspectiva jurídica y emocional, Adriana Lourdes Bautista Jaimes nos introduce al
derecho emocional basado en la justicia y la equidad, un constructo que combina neurociencia
y jurisprudencia para resolver conflictos de manera empática. Esta propuesta invita a reflexionar
sobre la conexión entre emociones y legislación en la construcción de sociedades más humanas.
Bautista Jaimes argumenta que comprender y regular las emociones en los procesos legales
puede transformar las dinámicas sociales, fomentando relaciones más justas y solidarias entre
los ciudadanos.
En el campo de la tecnología educativa, Deinny José Puche Villalobo y Savier Fernando Acosta
Faneite abordan, respectivamente, los desafíos del fraude académico asociado al uso de la in-
teligencia artificial y la correlación entre las competencias tecnológicas y el desempeño acadé-
mico. Ambos estudios iluminan la necesidad de un equilibrio entre la innovación y la ética,
subrayando el rol crítico de la tecnología en el desarrollo académico. Puche Villalobo resalta
cómo las instituciones educativas deben implementar estrategias para prevenir el mal uso de
la inteligencia artificial, mientras que Acosta Faneite plantea que el desarrollo de competencias
tecnológicas debe ir acompañado de un enfoque pedagógico que priorice el aprendizaje au-
téntico y significativo.
Luis Alejandro Lobo Caicedo examina el impacto de la inflación y el flujo de caja libre en la ren-
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tabilidad empresarial, destacando cómo las dinámicas económicas afectan el desempeño de
empresas clave en el sector alimentario. Su análisis ofrece herramientas para la planificación
estratégica en contextos de alta volatilidad. Lobo Caicedo presenta un panorama detallado de
cómo los factores macroeconómicos influyen en la sostenibilidad financiera de las empresas,
subrayando la importancia de adoptar modelos de gestión adaptativos y resilientes para en-
frentar crisis económicas.
Por otro lado, Dilia Padrón nos lleva a reflexionar sobre los desafíos y tendencias en la Univer-
sidad Nacional Abierta (UNA), resaltando la importancia de las pedagogías híbridas y el lide-
razgo visionario para enfrentar los retos del futuro. Este artículo conecta la innovación educativa
con la necesidad de adaptación institucional. Padrón subraya cómo las universidades deben
evolucionar para responder a las expectativas cambiantes de los estudiantes, integrando tec-
nologías avanzadas y metodologías participativas que promuevan un aprendizaje autónomo y
colaborativo.
La integración de las TIC en el proceso de enseñanza, abordada por Juan Acacio Rosales Vivas,
señala cómo las tecnologías pueden enriquecer la experiencia pedagógica, fomentando habi-
lidades críticas y creativas en los estudiantes. Rosales Vivas describe casos prácticos donde el
uso de plataformas digitales y herramientas interactivas ha mejorado significativamente la mo-
tivación y el rendimiento académico. Mientras tanto, la entrevista imaginaria de María Auxilia-
dora Campos Medina a Daniel Goleman, sobre su obra Óptimo, nos invita a explorar cómo la
inteligencia emocional puede transformar tanto el ámbito personal como el profesional. Cam-
pos Medina analiza cómo el desarrollo de competencias emocionales contribuye al bienestar
integral de los individuos, mejorando su capacidad para liderar, comunicarse y resolver conflic-
tos.
En conjunto, los artículos de esta edición constituyen una fuente invaluable de conocimiento,
reflexión y herramientas prácticas para académicos, educadores y líderes sociales. Este número
reitera nuestro compromiso con la difusión de ideas que promuevan una educación inclusiva,
sostenible y emocionalmente inteligente, en sintonía con las demandas de una sociedad en
constante evolución. Cada contribución no solo enriquece el debate académico, sino que tam-
bién ofrece soluciones aplicables a los problemas actuales, inspirando a nuestros lectores a par-
ticipar activamente en la construcción de un futuro mejor. Invitamos a nuestros lectores a revisar
estas páginas, donde encontrarán no solo investigaciones de alta calidad, sino también pers-
pectivas transformadoras que desafían los paradigmas tradicionales y abren nuevos caminos
para el progreso humano.
Dr. Omar Escalona Vivas
https://orcid.org/0000-0003-2560-0339
Editorial
Conteúdo
Comitê editorial...........................................................................................................................................9-11
Indexações...................................................................................................................................................13-17
Editorial........................................................................................................................................................19-26
Artigos de pesquisa.................................................................................................. 27-154
Teoria axiológica da educação aberta e a distância: uma didática transdisciplinar..................27-47
Teoría axiológica de la educación abierta y a distancia: una didáctica transdisciplinaria
Jairo Gregorio Ramírez
Espaços experimentais para o ensino de biologia na educação universitária............................49-62
Espacios experimentales para la enseñanza de la biología en la educación universitaria
Natividad Bustos Rusinque
Direito Emocional baseado na justiça e equidade: uma alternativa universal
para a resolução de conflitos...............................................................................................................63-75
Derecho emocional basado en la justicia y equidad: una alternativa universal para
a resolución de conflictos
Adriana Lourdes Bautista Jaimes
A inteligência artificial e a fraude acadêmica no contexto universitário............................77-92
La inteligencia artificial y el fraude académico en el contexto universitario
Deinny José Puche Villalobo
Inflação, fluxo de caixa livre e rentabilidade nas empresas do setor de alimentos
e bebidas do município de San Cristóbal, período 2014-2018.............................................93-108
Inflación, flujo de caja libre y rentabilidad en las empresas del sector de alimentos y
bebidas del municipio San Cristóbal, período 2014-2018
Luis Alejandro Lobo Caicedo
Competências tecnológicas e o desempenho acadêmico dos estudantes universitário..........109-122
Competencias tecnológicas y el desempeño académico de los estudiantes universitarios
Savier Fernando Acosta Faneite
Integração do uso das tecnologias de informação e comunicação no processo
de ensino ..............................................................................................................................................123-134
Integración del uso de las tecnologías de información y comunicación en el
proceso de enseñanza
Juan Acacio Rosales Vivas
Ler para compreender: o impacto dos textos narrativos na educação primária.............135-148
23
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 23-24
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Conteúdo
Leer para comprender: el impacto de los textos narrativos en la educación primaria
Alexander Javier Leal Sulbarán, Adalegnis Avilés Rangel e Lisbeth Villalobos Fernández
Artigos de revisão...................................................................................151-164
A UNA: Desafios e tendências que norteiam nosso futuro.................................................151-164
La UNA: Desafíos y tendencias que orientan nuestro futuro
Dilia Padrón
Entrevista...............................................................................................167-171
Entrevista com o Dr. Daniel Goleman, autor do livro Óptimo.............................................167-171
Entrevista al Dr. Daniel Goleman autor del libro Óptimo
María Auxiliadora Campos Medina
Política editorial da revista......................................................................172-173
Procedimento seguido na recepção, seleção e avaliação de originais....................174-175
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© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
Artigos de Pesquisa
Artículos de investigación
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 27-148
ISSN Eletrônico: 2665-038X
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Teoria axiológica da educação aberta e a
distância: uma didática transdisciplinar*
Teoría axiológica de la educación abierta y a
distancia: una didáctica transdisciplinaria
Como citar: Ramírez, J. G. (2025). Teoria axiológica da educação aberta e a distância: uma didática trans-
disciplinar. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 27-47. https://doi.org/10.59654/3zd2xft7
Jairo Gregorio Ramírez**
https://orcid.org/0000-0002-7027-6906
Denver, Colorado / Estados Unidos
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 27-47
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Recebido: Julho / 2 / 2024 Aceito : Agosto / 13 / 2024
https://doi.org/10.59654/3zd2xft7
* O artigo deriva da Tese Doutoral realizada na Universidad Nacional Experimental de Los Llanos Occidentales
Ezequiel Zamora, Barinas - Venezuela.
** Estudante de Doutorado em Educação, M. Sc. em Educação Superior, Universidad Nacional Experimental de
Los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora, Barinas - Venezuela. Professor Associado do Programa de Ciências
da Educação, Universidad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora, Programa Aca-
dêmico Santa Bárbara, Barinas - Venezuela. E-mail de contacto: ramgregorz83@gmail.com
Jairo Gregorio Ramírez
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
28
Resumo
Este artigo apresenta uma teoria axiológica da Educação Aberta e a Distância como didática
transdisciplinar na formação universitária, com foco no Programa Acadêmico Santa Bárbara
de Barinas, da Universidade Nacional Experimental dos Llanos "Ezequiel Zamora" (Unellez).
Com uma abordagem qualitativa e um paradigma interpretativo pós-positivista, foi utilizado o
método fenomenológico para explorar a experiência subjetiva de quatro docentes participantes.
A pesquisa, na modalidade b-learning, integrou Tecnologias da Informação e da Comunicação.
As entrevistas em profundidade foram a técnica de coleta de dados, e a análise foi realizada
com o software atlas.ti 23 por meio de codificação e teorização. As conclusões obtidas indicam
que os docentes desempenham papéis diversos e possuem experiências significativas de
grande valor no contexto da Educação Aberta e a Distância.
Palavras-chave: Teoria axiológica, educação aberta e a distância, didática transdisciplinar.
Resumen
Este artículo da a conocer una teoría axiológica de la Educación Abierta y a Distancia como di-
dáctica transdisciplinaria en la formación universitaria, enfocándose en el Programa Académico
Santa Bárbara de Barinas, Universidad Nacional Experimental de los Llanos "Ezequiel Zamora"
(Unellez). Con un enfoque cualitativo y un paradigma interpretativo post-positivista, se utilizó
el método fenomenológico para explorar la experiencia subjetiva de cuatro docentes partici-
pantes. La investigación, en modalidad b-learning integró Tecnologías de Información y Co-
municación. Las entrevistas en profundidad fueron la técnica de recolección de datos, y el
análisis se llevó a cabo con el software atlas.ti 23 mediante codificación y teorización. Las con-
clusiones obtenidas indican que los docentes desempeñan roles diversos y poseen experiencias
significativas de gran valor en el contexto de la Educación Abierta y a Distancia.
Palabras clave: Teoría axiológica, educación abierta y a distancia, didáctica transdisciplinaria.
Introdução
A Educação Aberta e a Distância tem experimentado um grande crescimento nos últimos anos,
graças à evolução das Tecnologias da Informação e da Comunicação. No entanto, apesar dos
avanços tecnológicos, essa modalidade ainda enfrenta desafios importantes, como a falta de
interação social e a desmotivação dos estudantes. Além disso, tradicionalmente, tem se con-
centrado na transmissão de conhecimentos, sem dar atenção suficiente à formação de valores
e habilidades sociais.
Neste contexto, o presente artigo tem como objetivo abordar o problema da falta de atenção
aos valores na Educação Aberta e a Distância e seu impacto na formação do indivíduo. O pro-
pósito é apresentar uma teoria axiológica que permita integrar os valores no processo educativo
e promover uma formação integral do indivíduo. Para isso, realiza-se uma revisão da literatura
29
Teoria axiológica da educação aberta e a distância: uma didática transdisciplinar
e um estudo empírico que analisa a percepção dos estudantes e docentes sobre a importância
dos valores na Educação Aberta e a Distância. O objetivo é avançar na educação universitária,
oferecendo uma base teórica sólida e uma compreensão enriquecedora a partir de uma pers-
pectiva transdisciplinar. Isso implica abordar a complexidade da educação atual e promover
uma abordagem holística na formação dos profissionais.
Metodologia
A pesquisa foca-se no estudo da realidade em seu contexto natural e em como ela ocorre, ex-
traindo e interpretando os fenômenos de acordo com as pessoas envolvidas (Blasco e Pérez,
2007, p. 25). Por essa razão, adotou-se uma visão holística do cenário e dos atores sociais, con-
siderando as pessoas, os ambientes e os grupos como um todo inter-relacionado. As pessoas
foram analisadas dentro do contexto de seu passado e das situações atuais em que se encon-
tram. Da mesma forma, adotou-se o paradigma pós-positivista, cujo fundamento principal é o
conceito subjetivo, dado que há uma influência significativa de nossas percepções e atitudes
pessoais em relação a posições teóricas, postulados e a essa tradição geralmente aceita pela
comunidade científica. Caracteriza-se por ser indutivo, com uma realidade dinâmica, uma pers-
pectiva holística, humana, alinhada com as necessidades humanas e flexível no desenvolvimento
da pesquisa.
O método utilizado foi o fenomenológico, pois o interesse é “o estudo do significado essencial
dos fenômenos, assim como do sentido e da importância que estes têm” (Van Manen, 2003,
p. 48). Nessa perspectiva, o pesquisador orientou-se para aprofundar-se nos diferentes motivos
dos fatos, sem desconsiderar que a realidade é dinâmica e interativa. Da mesma forma, cada
informante foi concebido como um indivíduo comunicativo que compartilha significados, in-
cluindo o pesquisador, que estabeleceu uma comunicação bidirecional. Os próprios indivíduos
construíram a ação interpretando e valorizando a realidade em seu conjunto de forma analí-
tico-descritiva, atribuindo-lhe seu significado pleno a partir do contexto.
A fonte de informação foi constituída por quatro informantes-chave que participaram volun-
tariamente, trazendo características específicas. O cenário do estudo é a Unellez, Programa
Acadêmico de Santa Bárbara, especificamente na cidade de Santa Bárbara, no estado de Ba-
rinas, sede principal Zamora I, onde se executa a modalidade de Educação Aberta e a Distância
com Tecnologias de Informação e Comunicação no modelo b-learning, denominado como
Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem (AVEA).
Cabe destacar que o pesquisador utilizou um roteiro de perguntas como referência temática,
elaborado previamente e cuidadosamente revisado para verificar que não houvesse perguntas
que induzissem respostas ou que pudessem gerar situações desconfortáveis no momento da
entrevista. Os informantes foram selecionados com base em critérios básicos. Após a realização
das entrevistas, as informações foram armazenadas em gravação e o conteúdo de cada entre-
vista foi transcrito. Foi desenvolvido o processo de amostragem teórica para definir os conceitos
necessários a serem encontrados em entrevistas posteriores. Da mesma forma, as técnicas de
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análise de dados empregadas foram: codificação, categorização, estruturação, contraste e teo-
rização (Martínez, 1999, 2006). Na teorização, integrou-se e refinou-se a teoria (Strauss e Cor-
bin, 2002, p. 157).
Resultados e discussão
Fundamentos axiológicos da Educação Aberta e a Distância a partir de uma di-
dática transdisciplinar e complexa
Valorização da formação integral: Reconhece-se que a educação vai além da mera transmissão
de conhecimento, buscando o desenvolvimento integral dos estudantes, incluindo aspectos
cognitivos, emocionais, sociais e éticos (Dewey, 1998; Freire, 2022).
Ênfase na autonomia e na responsabilidade: Promove a autonomia do estudante no processo
de aprendizagem, incentivando a autorregulação, a tomada de decisões e a responsabilidade
pelo próprio desenvolvimento e pelo ambiente (Piaget, 1987; Kohlberg, 1984).
Orientação para a construção de significados: O aprendizado é visto como um processo ativo
e construtivo, em que os estudantes constroem seu próprio conhecimento e significado através
da interação com os conteúdos, pares e o ambiente virtual. O professor, como tutor, atua como
mediador na Zona de Desenvolvimento Proximal (Vygotsky, 2014; Bruner, 1966; Ausubel et al.,
2012).
Inclusão e equidade: Valoriza-se a diversidade e busca-se garantir a igualdade de oportunida-
des educacionais para todos, considerando seus contextos socioculturais, necessidades e ca-
racterísticas individuais. As TICs são fundamentais no apoio ao autoaprendizado
(Ladson-Billings, 2022; Nieto, 2019).
Adaptação ao ambiente e aos desafios globais: Consideram-se os desafios atuais da sociedade
e busca-se formar estudantes capazes de compreender e enfrentar problemas complexos, pro-
movendo a consciência global, a colaboração e a capacidade de adaptação (Zhao, 2018; Rei-
mers, 2017).
Promoção da formação integral e do desenvolvimento humano: A Educação Aberta e a
Distância deve transcender a mera aquisição de conhecimentos técnicos e promover a for-
mação integral dos estudantes. É essencial desenvolver capacidades emocionais, sociais e
éticas, além de estimular o pensamento crítico e a reflexão sobre os valores e o sentido da
vida.
Promoção da equidade e inclusão: A educação deve combater as desigualdades sociais e ca-
pacitar os estudantes a compreender e transformar sua realidade. Também destaca-se a im-
portância da participação ativa dos estudantes e da construção coletiva do conhecimento
(Freire, 2022)
31
Teoria axiológica da educação aberta e a distância: uma didática transdisciplinar
Decálogo de princípios para a Educação Aberta e a Distância a partir de uma di-
dática transdisciplinar e complexa
Integração de saberes: Este princípio promove a integração de conhecimentos de diferentes
disciplinas, reconhecendo que os problemas e desafios contemporâneos exigem abordagens
multidimensionais (Morin, 2002; Varela et al., 1997).
Enfoque sistêmico: Parte-se da compreensão de que a realidade é um sistema interconectado,
onde os elementos e as relações influenciam-se mutuamente (Capra, 2008).
Pensamento crítico e reflexivo: Promove-se o desenvolvimento do pensamento crítico e refle-
xivo, que envolve a capacidade de questionar suposições, analisar diferentes perspectivas e
avaliar evidências (Freire, 2004; Swartz et al., 2014).
Aprendizagem baseada em problemas: Este princípio enfatiza a aprendizagem através da re-
solução de problemas autênticos e contextualizados. O docente, como tutor, enfatiza o design
de processos de aprendizagem que permitam ao aluno desenvolver estratégias analíticas e crí-
ticas, reflexivas, criativas e a aprender a resolver problemas, entre outras (Barrel, 1999; Barrows,
1986, 1994, 1996).
Diálogo e colaboração: Busca-se criar espaços de troca de ideias, debates e reflexões, promo-
vendo a diversidade de opiniões e a construção coletiva do conhecimento. A colaboração entre
docentes e estudantes, bem como entre os próprios estudantes, favorece a construção de sig-
nificados e a co-criação do conhecimento (Senge, 2010).
Consciência da complexidade: Este princípio implica reconhecer que a realidade é complexa e
composta por múltiplas dimensões interconectadas (Morin, 2009; Acevedo et al., 2005).
Pensamento holístico: Busca-se compreender a totalidade dos fenômenos e evitar reduzi-los
a suas partes individuais. Promove-se a integração de conhecimentos de diversas disciplinas e
a capacidade de estabelecer conexões entre eles para obter uma visão mais completa e con-
textualizada da realidade (Boff, 2011; Maturana e Varela, 2009).
Dialogicidade: Busca-se criar espaços de diálogo entre docentes e estudantes, assim como
entre os próprios estudantes, onde possam compartilhar ideias, reflexões e perspectivas, per-
mitindo o intercâmbio de conhecimentos e a construção coletiva de significados (Freire, 2022;
Maturana e Varela, 2009).
Transversalidade: Este princípio implica transcender as fronteiras disciplinares e promover a in-
tegração de conhecimentos e habilidades de diferentes áreas (Morin, 2001).Ética da complexi-
dade: Refere-se à necessidade de considerar valores éticos no processo educativo e na tomada
de decisões. Enfatiza-se a importância de promover uma ética de solidariedade, justiça e res-
peito mútuo (Morin, 2001, 2006; Boff, 1996; Niculescu, 1996).
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Tecnologias da Informação e Comunicação: A chave para o sucesso na Educação
Aberta e a Distância
Entre as razões que podem ser consideradas nesta teoria axiológica, destacam-se as seguin-
tes:
Armazenamento de informação: As TIC permitem gerenciar informações e enviá-las de um
lugar a outro, abrangendo um amplo leque de soluções. Incluem tecnologias para armazenar
informações e recuperá-las posteriormente, enviar e receber dados entre locais ou processá-
los para calcular resultados e elaborar relatórios (Ortiz, 2004).
Acesso à educação e busca de informações: As TIC possibilitam superar barreiras geográficas e
temporais, proporcionando acesso à educação para pessoas que, de outra forma, não teriam
essa oportunidade. Isso é especialmente relevante em áreas rurais, comunidades distantes ou
para pessoas com limitações de mobilidade. As TIC viabilizam a entrega de conteúdos educa-
cionais através de plataformas online, videoconferências, materiais digitais, entre outros (Alde-
rete et al., 2017; Márquez, 2021).
Interatividade e ferramentas de comunicação para participação: As TIC oferecem ferramentas
interativas que promovem a participação ativa dos estudantes. Através de fóruns online, chats,
videoconferências e plataformas colaborativas, os estudantes podem interagir com colegas e
professores, compartilhar ideias, debater e colaborar em projetos conjuntos, enriquecendo sua
experiência de aprendizagem (Vaqueiro, 2006).
Flexibilidade no aprendizado: A educação a distância se caracteriza por sua flexibilidade, e as
TIC são essenciais para oferecer um ambiente de aprendizado adaptável. Os estudantes podem
acessar materiais, acompanhar cursos e realizar tarefas no seu próprio tempo e ritmo, ajus-
tando-se às suas necessidades e responsabilidades pessoais ou profissionais (Siemens, 2006;
Correa e Juan, 2009).
Feedback e acompanhamento: As TIC facilitam o feedback imediato e o monitoramento do
progresso dos estudantes, favorecendo a melhoria contínua. Através de plataformas online, os
estudantes recebem comentários individuais sobre suas tarefas e avaliações, ajudando-os a
identificar áreas de melhoria e acompanhar seu progresso acadêmico de maneira mais próxima
(Biggs e Tang, 2011).
Experiências didáticas na Educação Aberta e a Distância
Os professores são convidados a refletir sobre suas experiências didáticas. A Educação Aberta
e a Distância é uma modalidade rica nesses aspectos. Assim, os professores desempenham um
papel fundamental na promoção da participação ativa dos estudantes e no fortalecimento de
sua própria reputação como profissionais da educação. Por essa razão, as derivadas e argu-
mentos expostos neste constructo refletem sentimentos, ações e decisões, respaldados pela
33
Teoría axiológica de la educación abierta y a distancia: ua didáctica transdisciplinaria
experiência dos colegas docentes do Programa Acadêmico onde foram investigados os dados.
Assumir uma reflexão sobre as experiências didáticas e a Educação Aberta e a Distância exige
novas leituras sobre o conceito, considerando que diferentes acepções a enquadram em outros
níveis educacionais, principalmente na educação básica e média geral, no contexto venezue-
lano.
Dessa forma, as perspectivas sobre o ensino fazem referência implícita à existência do professor,
visto sob uma abordagem prática e reflexiva, pois é ele quem toma decisões sobre como con-
cebe o ensino e o uso que faz deste, como uma atividade complexa e multidimensional. O en-
sino é, então, a atividade específica do professor, que exige a compreensão de um campo
semântico relacionado à docência e ao docente (Cifuente, 2016).
Consequentemente, as experiências didáticas são significativas e atribuem valor importante
ao serem consideradas como um constructo que requer análise nessa modalidade educa-
cional. Diversos estudos foram desenvolvidos que reforçam os achados empíricos do pes-
quisador. Esta teoria axiológica apresenta alguns elementos-chave, embora possam existir
outros estreitamente relacionados aos aqui expostos. Entre eles, consideram-se os seguintes
aspectos:
Valorização das experiências: Nesta teoria, reconhece-se a necessidade de valorizar as expe-
riências prévias dos estudantes e docentes na Educação Aberta e a Distância como um recurso
fundamental para o processo de ensino-aprendizagem. Isso implica considerar seus conheci-
mentos prévios, habilidades adquiridas e experiências pessoais como ponto de partida para a
construção de novos aprendizados. Assim, a educação a distância permite aos estudantes
aprender de forma flexível e personalizada, oferecendo-lhes a oportunidade de aplicar seus
conhecimentos no mundo real (Monsalve, 2011).
Participação ativa: Na Educação Aberta e a Distância, é necessário promover a participação
ativa de estudantes e docentes na construção do conhecimento no ambiente virtual. Para isso,
é essencial estabelecer espaços de interação, debates, reflexão e colaboração, onde todos os
participantes possam compartilhar ideias, experiências e construir conjuntamente o conheci-
mento (Patru e Khvilon, 2002).
Além disso, a participação ativa dos estudantes na educação a distância impacta positivamente
suas experiências didáticas (Cifuentes, 2016). Facilita o desenvolvimento de um pensamento
crítico e uma compreensão mais significativa entre os estudantes, além de proporcionar ativi-
dades mais interativas do que as aulas tradicionais. Assim, beneficia a experiência dos estu-
dantes e abre possibilidades para a transmissão do conhecimento em qualquer curso (Evanick,
2023).
É importante mencionar que o aprendizado ativo implica que os estudantes participem ativa-
mente do processo de aprendizado, o que pode melhorar seu pensamento crítico e compreen-
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são. A formação docente é necessária para implementar com sucesso o aprendizado ativo nos
cursos online. Assim, o aprendizado ativo é uma ferramenta poderosa que pode melhorar a
experiência e os resultados educacionais na educação online (Artino, 2007). O aprendizado
ativo envolve engajar os estudantes em atividades e reflexão sobre o que estão fazendo (Bon-
well e Eison, 1991).
Na Educação Aberta e a Distância, os estudantes, por estarem em um design de aprendizado
construtivista, tendem a ser ativos e participar de diversas atividades como fóruns, chats, tra-
balhos em equipe, entre outros. A participação dos estudantes é mais relevante quando as ati-
vidades exigem interação, previsão e raciocínio, como em perguntas abertas e projetos de
pesquisa (Izadora, et al., 2020).
Aprendizado significativo: Deve-se buscar que as experiências didáticas sejam significativas para
os estudantes, e para isso é preciso desenhar atividades e recursos que estabeleçam conexões
entre os conteúdos acadêmicos e a realidade dos estudantes, bem como seus interesses e ne-
cessidades. O objetivo é que os estudantes vejam a relevância e aplicabilidade do que estão
aprendendo. A educação a distância, por si só, não faz milagres; “o desenvolvimento e apro-
veitamento de seu potencial dependem das estratégias e modos como é integrada aos pro-
cessos de desenvolvimento institucional, em todas as suas áreas acadêmicas, administrativa e
tecnológicas” (Moreno, 2012, p. 26).
Flexibilidade e adaptabilidade: É fundamental reconhecer a importância de projetar experiências
didáticas flexíveis e adaptáveis às diferentes circunstâncias e necessidades dos estudantes, bem
como às demandas do ambiente virtual. Para isso, devem-se oferecer opções e alternativas
para que os estudantes possam adaptar o processo de aprendizado ao seu próprio ritmo e
estilo.
Comunidade de aprendizagem: Promover a criação de comunidades de aprendizagem online
para fomentar a interação e colaboração entre estudantes e docentes, criando espaços virtuais
onde possam compartilhar ideias, discutir, trabalhar em projetos conjuntos e se retroalimentar.
A comunidade de aprendizagem favorece o senso de pertencimento, a construção social do
conhecimento e o apoio entre pares.
Da mesma forma, as comunidades de aprendizagem consideram práticas educacionais de su-
cesso voltadas para a transformação social e educacional. “O fundamento delas está na con-
cepção dialógica do aprendizado, segundo a qual o conhecimento é construído a partir das
interações que compartilhamos com os outros” (Álvarez e Torras, 2016 p. 8).
Ética e valores: Considerar a dimensão ética nas experiências didáticas para promover valores
como responsabilidade, respeito, empatia e solidariedade entre os participantes. É importante
estabelecer normas de convivência e comportamento ético nos ambientes virtuais, promo-
vendo condutas responsáveis e éticas na interação e colaboração online. Este aspecto foi de-
senvolvido no primeiro constructo anteriormente desta teoria axiológica.
35
Teoria axiológica da educação aberta e a distância: uma didática transdisciplinar
Perspectiva de integração da tecnologia na educação aberta e a distância a partir
de referenciais transdisciplinares e complexos
A perspectiva de integração é um aspecto fundamental na teoria axiológica que estamos abor-
dando. A tecnologia, quando utilizada de forma adequada, pode potencializar a interconexão
de saberes, fomentar o pensamento crítico, promover a colaboração e facilitar o acesso a re-
cursos e ferramentas educacionais. Alguns autores relevantes que abordaram essa temática
sob uma perspectiva transdisciplinar e complexa são:
Edgar Morin, que concebe a necessidade de repensar a relação entre tecnologia e educação,
destacando a importância de uma visão holística que considere as implicações éticas, sociais e
culturais da tecnologia no processo educacional. Sua abordagem de pensamento complexo
defende uma compreensão mais integral e contextualizada da integração tecnológica na edu-
cação (Morin, 1986; 2009; 2001).
Por sua vez, Pierre Lévy explora o conceito de "inteligência coletiva" e investigou como as tec-
nologias digitais podem potencializar a colaboração e o intercâmbio de conhecimentos em
ambientes educacionais. Seu enfoque centra-se na capacidade da tecnologia para facilitar a
participação ativa dos estudantes e promover a construção coletiva de conhecimento (Lévy,
1993; 2004; 2007).
Enquanto isso, Manuel Castells estudou os efeitos das tecnologias da informação e comunica-
ção (TIC) na sociedade e na educação. Seu enfoque se concentra na ideia de "sociedade em
rede" e em como as TIC podem facilitar a conectividade e a interação em ambientes educacio-
nais, rompendo barreiras espaciais e temporais (Castells, 2004).
Por outro lado, Basarab Nicolescu, embora focado principalmente na transdisciplinaridade,
também refletiu sobre a influência da tecnologia na educação. Seu enfoque destaca a neces-
sidade de uma visão transdisciplinar que integre aspectos técnicos, sociais e culturais da tec-
nologia na educação (Nicolescu, 1996; 2007; 2010).
George Siemens e Stephen Downes, em sua teoria do "conectivismo", destacam a importância
da aprendizagem em redes e ambientes digitais. Estes autores são uma referência chave nesse
enfoque (Siemens, 2004; 2006; Downes, 2005; 2006; 2013). Assim, "a aprendizagem é um pro-
cesso que ocorre dentro de ambientes nebulosos de elementos centrais em constante mu-
dança, não completamente sob o controle do indivíduo" (Siemens, 2004: p.s.n).
Além disso, Howard Gardner, com sua teoria das "inteligências múltiplas", sustenta que existem
diferentes formas de inteligência e que a tecnologia pode oferecer oportunidades para abordar
essas diversas formas de aprendizagem (Gardner, 1994; 1995; 2000).
Zygmunt Bauman é considerado uma referência para esta teoria por explorar a ideia de liquidez
como metáfora para descrever a fragilidade e fluidez das relações e estruturas sociais na so-
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ciedade contemporânea. Através de sua análise, questiona as certezas e os fundamentos sóli-
dos da modernidade, propondo uma visão crítica e reflexiva sobre as mudanças e paradoxos
da sociedade atual. A partir desta perspectiva, é possível conceber a importância de repensar
e adaptar os marcos conceituais e práticas educacionais em um contexto de incerteza e cons-
tante mudança. Suas ideias inspiram reflexões sobre a necessidade de promover valores e com-
petências que ajudem os estudantes a navegar e responder de maneira ética e responsável
em um ambiente educacional aberto e digital (Bauman, 2003; 2007).
Esses autores oferecem posições teóricas sólidas e fundamentadas em relação à integração da
tecnologia na educação aberta e a distância sob uma perspectiva transdisciplinar e complexa.
Suas proposições enriquecem a teoria axiológica que estamos discutindo ao fornecer funda-
mentos conceituais e reflexões críticas sobre o papel da tecnologia no processo educacional.
Integração da tecnologia na educação aberta e a distância
A integração da tecnologia é um aspecto crucial na era digital atual. A tecnologia oferece opor-
tunidades para ampliar o acesso à educação, fomentar a participação ativa dos estudantes e
enriquecer os processos de ensino e aprendizagem. Alguns pontos importantes a considerar
nesta teoria axiológica são:
Acesso equitativo: A tecnologia pode ajudar a superar barreiras geográficas e socioeconômicas,
proporcionando acesso à educação para pessoas que, de outra forma, não conseguiriam
acessá-la. A Educação Aberta e a Distância permite que os estudantes acessem materiais edu-
cativos, recursos e oportunidades de aprendizado sem restrições físicas. O conceito de socie-
dade em rede é um novo paradigma social que transformou essa modalidade de educação,
onde docentes e estudantes aprimoram seu desempenho e experiências de aprendizagem de
acordo com seus próprios interesses e com a disponibilidade de recursos de acesso aberto
(Castells, 2004, 2009a, 2009b, 2010). Os autores mencionados são referências importantes para
entender a relevância da sociedade em rede no acesso e na equidade na era digital.
Recursos e ferramentas digitais: A tecnologia oferece uma ampla gama de recursos e ferra-
mentas digitais que podem enriquecer a experiência educacional. Isso inclui plataformas de
aprendizagem online, materiais multimídia, simulações interativas, aplicativos móveis e ferra-
mentas de colaboração e comunicação. A integração eficaz dessas ferramentas pode melhorar
a qualidade e a variedade das experiências de aprendizagem significativa. É, portanto, neces-
sário continuar aproveitando esse potencial comunicacional na Educação Aberta e a Distância
para formar estudantes por meio de uma aprendizagem ampliada (Coll e Monereo, 2008). A
educação precisa evoluir junto com a tecnologia, pois a sociedade está cada vez mais integrada
à tecnologia em um sentido mais amplo, que não pode ser ignorado (De Laat e Dohn, 2019).
No entanto, é importante considerar que a tecnologia pode influenciar os valores e as práticas
educacionais, exigindo, assim, responsabilidade em seu uso no contexto educacional.
Personalização e aprendizado adaptativo: A tecnologia facilita a personalização do aprendizado,
37
Teoria axiológica da educação aberta e a distância: uma didática transdisciplinar
permitindo que os estudantes avancem no próprio ritmo e tenham acesso a materiais e ativi-
dades adaptadas às suas necessidades individuais. Sistemas de aprendizado adaptativo utilizam
algoritmos para ajustar o conteúdo e a metodologia de ensino com base no progresso e nas
habilidades de cada estudante. A personalização e o aprendizado adaptativo ajustam conteú-
dos, atividades e recursos às necessidades e preferências individuais dos estudantes, propor-
cionando uma experiência de aprendizado mais significativa e envolvente, o que pode levar a
uma maior motivação e engajamento no processo educacional, bem como a um melhor de-
sempenho acadêmico (González et al., 2018).
No entanto, é essencial o papel do docente ao considerar as necessidades particulares dos es-
tudantes para a implementação do Aprendizado Adaptativo, com o Big Data e as Análises de
Aprendizado desempenhando um papel importante (Bosco, 2019b). Atualmente, a inteligência
artificial possibilita a personalização do aprendizado, aprimora a eficiência na avaliação e in-
centiva a inovação na pesquisa (Frackiewicz, 2023). A personalização e o aprendizado adapta-
tivo também permitem identificar e desenvolver habilidades e competências específicas de
cada estudante de maneira individualizada, ajustando ritmo, nível de dificuldade e tipos de ati-
vidades, o que contribui para um aprendizado mais eficaz e significativo. O aprendizado adap-
tativo é uma ferramenta tanto para o aluno quanto para o professor (Morillo, 2016).
Colaboração e aprendizado social: A tecnologia proporciona ferramentas que incentivam a co-
laboração e o aprendizado social em ambientes virtuais. Os estudantes podem interagir com
seus colegas e professores através de fóruns de discussão, videoconferências, espaços de co-
laboração online e redes sociais educacionais. Isso promove o intercâmbio de ideias, a cons-
trução coletiva do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades sociais (Wenger, 1998).
Avaliação e feedback: A tecnologia oferece diversas opções para avaliação e feedback na edu-
cação a distância. Os professores podem utilizar plataformas digitais para aplicar testes online,
avaliar trabalhos e fornecer feedback rápido aos estudantes. Também é possível utilizar ferra-
mentas de monitoramento e análise para coletar dados sobre o progresso e o desempenho
dos estudantes, permitindo ajustar o ensino de forma mais eficaz (William, 2017)
Design de atividades e avaliação
O design de atividades e a avaliação devem refletir a inter-relação e a integração de diferentes
disciplinas e perspectivas, promovendo, assim, a exploração de problemas complexos e a busca
de soluções a partir de múltiplas dimensões (Morin, 2000, 2020). A avaliação deve ser holística
e considerar a compreensão profunda, a capacidade de análise crítica e a habilidade de lidar
com problemas interdisciplinares. Além disso, a avaliação deve ser formativa e oferecer feedback
contínuo para o aprendizado e a melhoria constante (Dylan e Leahy, 2015).
As atividades devem estimular a conexão e a aplicação de conhecimentos e habilidades de di-
ferentes disciplinas, promovendo a transferência do aprendizado. A avaliação deve ser autêntica
e baseada em projetos, permitindo que os estudantes demonstrem sua compreensão e habi-
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lidades em contextos reais. É fundamental considerar o feedback eficaz e o aprendizado auto-
rregulado para impulsionar o crescimento e a melhoria contínua (Hattie, 2009). Ao mesmo
tempo, o design de atividades e avaliação deve ser integral, centrado no estudante e envolver
diferentes tipos de inteligência, incentivando a conexão entre disciplinas para promover uma
aprendizagem transdisciplinar (Gardner, 1995, 2000).
Desenvolvimento de competências transversais nos estudantes
Nesta teoria, sob a perspectiva do pesquisador, considera-se importante o desenvolvimento
de competências transversais, como a capacidade de aprender a aprender, a autonomia, a re-
solução de problemas e a comunicação eficaz (Perrenoud, 2007a, 2007b). Além disso, deve-se
considerar a relação entre estudantes e conhecimento no contexto da formação de professores,
abordando a importância de desenvolver competências transversais, como a curiosidade inte-
lectual, a capacidade de refletir sobre a própria prática e a abertura para a diversidade de con-
hecimentos e perspectivas.
É importante explorar a necessidade de uma mente bem organizada, capaz de integrar
conhecimentos e perspectivas diversos, destacando a importância de habilidades como o
pensamento crítico, a reflexão e a capacidade de contextualizar o conhecimento (Morin,
2020). Sob uma perspectiva pedagógica, também é necessário considerar competências
como a criatividade, a colaboração, a comunicação eficaz e o pensamento crítico, todas
voltadas para a inovação e integração de tecnologias (Carbonell, 2014). No processo de
construção do conhecimento, é importante a competência de reelaboração do conteúdo
mediado pela estrutura cognitiva do estudante, ou seja, a reconstrução desse conteúdo
(Onrubia, 2005). Outra competência relevante é a atividade conjunta ou interatividade (Coll,
2004).
Além disso, é fundamental refletir sobre a educação em um contexto de mudança e comple-
xidade. O autor desta pesquisa considera importante abordar o desenvolvimento de compe-
tências transversais, como a capacidade de adaptação, o aprendizado contínuo, a tomada de
decisões informadas e a gestão da incerteza, como aspectos essenciais na formação dos estu-
dantes (Fernández, 2009).
Promoção de valores sociais e cidadania global
O pesquisador propõe considerar dois valores sociais, embasados em diversos autores: (a) De-
senvolvimento de competências digitais e cidadania digital. A educação online deve abordar
questões éticas, legais e sociais relacionadas ao uso da tecnologia, preparando os estudantes
para uma participação responsável e ética em ambientes digitais (Livingstone e Sefton, 2016).
(b) Empoderamento e participação cidadã por meio da educação aberta. Essa modalidade
educativa oferece acesso equitativo a oportunidades educacionais e promove a colaboração,
participação e troca de conhecimentos, fortalecendo a cidadania ativa e o compromisso social
(Peters e Britez, 2015).
39
Teoria axiológica da educação aberta e a distância: uma didática transdisciplinar
Papel do docente como facilitador e guia
Considera-se que o papel do docente deve transformar-se em facilitador e guia para alcançar:
Promoção da aprendizagem autônoma e construção do conhecimento: O docente deve atuar
como facilitador, criando um ambiente de aprendizagem seguro e propício para que os estu-
dantes explorem e descubram por si mesmos, promovendo, assim, uma aprendizagem signi-
ficativa e duradoura. É importante considerar a aprendizagem autônoma e a construção do
conhecimento por parte do estudante (Roger e Freiberg, 1996).
Acompanhamento no processo de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades metacognitivas:
O docente deve atuar como guia, oferecendo apoio e mediação para que os estudantes desenvol-
vam habilidades metacognitivas, como planejamento, autorreflexão e autorregulação, que lhes per-
mitam gerir seu próprio aprendizado de forma eficaz (Vygotsky, 2014). O docente também pode
atuar como pesquisador, designer dos espaços de aprendizagem e, em outros casos, como tutor.
Conclusões
Em relação ao propósito de compreender os fundamentos teóricos e praxeológicos da Educa-
ção Aberta e a Distância no contexto universitário do Programa Acadêmico Unellez Santa Bár-
bara, pode-se concluir que existe uma base científica sólida que sustenta esses fundamentos.
Essa base está em constante evolução devido aos avanços tecnológicos emergentes na área
educacional. Tais avanços exigem que os professores incorporem novas ferramentas ao pro-
cesso de ensino e que os estudantes as adotem para potencializar seu aprendizado. Durante
a pandemia, por exemplo, evidenciou-se a utilidade dos recursos de acesso aberto, bem como
o uso massivo de plataformas e aplicativos como Zoom, Google Meet, Skype, Microsoft Teams,
WhatsApp, Telegram e Classroom virtual. Essas ferramentas facilitaram a interação e o desen-
volvimento do processo de aprendizagem em um ambiente de educação a distância, permi-
tindo que os alunos participassem de aulas online e acessassem recursos educativos
remotamente.
Do mesmo modo, da perspectiva praxeológica, conclui-se, segundo os dados das entrevistas,
que os informantes reconhecem múltiplos papéis desempenhados pelos professores, entre os
quais se destacam: (a) Papel de designer: o professor deve ter habilidades de design para criar
materiais instrucionais e organizar o ambiente virtual. Além disso, deve desenvolver atividades
que fomentem o autoaprendizado, seguindo uma abordagem construtivista própria da Edu-
cação Aberta e a Distância. (b) Papel de facilitador: os professores atuam como facilitadores
do aprendizado, promovendo a interação entre estudantes e professores, fomentando o tra-
balho colaborativo e a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem. (c) Papel
de orientador: os professores guiam os alunos durante o processo de aprendizagem, propor-
cionando feedback constante sobre seu desempenho.
Destacam-se também: (d) o papel de pesquisador: os professores buscam constantemente
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novas formas de melhorar o processo de ensino e aprendizagem, adaptando-se às necessida-
des dos estudantes. (e) Papel de mediador: os professores atuam como mediadores, facilitando
a comunicação entre alunos e professores e resolvendo conflitos que possam surgir no processo
de aprendizagem. (f) Papel de tutor: os professores oferecem apoio individualizado aos alunos,
orientando-os em seu processo de aprendizagem.
Quanto à prática didática a partir das experiências de alunos e professores associadas à Edu-
cação Aberta e a Distância no Programa Acadêmico Unellez Santa Bárbara, pode-se concluir
que a Educação Aberta e a Distância apresenta os seguintes elementos significativos: (a) oferece
uma educação multimodal, apresentando diversos modelos de ensino, incluindo abordagens
a distância, abertas e híbridas. Esses modelos flexíveis adaptam-se às necessidades individuais
dos estudantes. (b) É uma educação inclusiva, pois permite o acesso à educação a um amplo
grupo de pessoas que não podem comparecer presencialmente aos centros educativos. Por
meio de meios eletrônicos, como computadores e internet, facilita-se a participação e o inter-
câmbio entre professores e estudantes.
Conclui-se ainda que: (c) É uma educação interativa: pois promove a interação entre estudantes
e professores, o que impulsiona uma aprendizagem dinâmica e participativa. Por meio de fe-
rramentas tecnológicas, promove-se a troca de voz, imagem e contato visual nas aulas. (d) É
um sistema flexível que promove a ubiquidade, oferecendo flexibilidade quanto ao formato de
aprendizagem, com opções de blended learning e educação totalmente online. Os alunos
podem se conectar e participar do processo de aprendizagem de qualquer lugar e a qualquer
momento, permitindo assim uma experiência educacional ubíqua.
Em relação aos valores educativos no processo de ensino-aprendizagem da Educação Aberta
e a Distância viáveis na formação profissional no contexto da educação universitária do Pro-
grama Acadêmico Unellez Santa Bárbara, conclui-se, segundo o testemunho dos entrevistados,
que esta modalidade educacional fomenta significativamente a autonomia individual de cada
participante. Os alunos têm a oportunidade de assumir um papel ativo em seu próprio processo
de aprendizagem, tomando decisões, estabelecendo metas e gerindo seu tempo de forma
responsável. Além disso, reconhece-se que essa autonomia transcende o âmbito acadêmico e
reflete-se em todas as áreas e dimensões da vida dos estudantes. Contribui-se, assim, para a
formação de indivíduos autônomos, independentes e responsáveis, que se destacam não ape-
nas em sua formação profissional, mas também como cidadãos comprometidos e seres hu-
manos integrais.
Conclui-se igualmente que a Educação Aberta e a Distância é uma modalidade educacional
que ganhou popularidade nos últimos anos devido à sua flexibilidade e acessibilidade. No en-
tanto, para que esta modalidade seja eficaz, é necessário contar com uma teoria que sustente
sua prática e que permita estabelecer princípios e estratégias pedagógicas que orientem sua
implementação. Nesse sentido, a teoria axiológica emergente foca no desenvolvimento integral
dos alunos, na promoção de valores éticos e sociais, na equidade e na adaptação aos desafios
atuais. Esta visão holística e integradora baseia-se na reflexão sobre os valores e princípios
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éticos que devem guiar o processo de ensino-aprendizagem. Finalmente, destaca-se que a
perspectiva transdisciplinar e complexa dessa teoria vai além da simples transferência de con-
hecimentos. Reconhece-se a importância dos valores e princípios éticos como guias funda-
mentais neste processo, promovendo uma formação integral centrada no ser humano e em
sua relação com o meio ambiente. A promoção de valores como responsabilidade, honesti-
dade, solidariedade e respeito à diversidade contribui para formar cidadãos críticos e compro-
metidos com seu entorno.
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Espaços experimentais para o ensino de
biologia na educação universitária
Espacios experimentales para la enseñanza de la
biología en la educación universitaria
Como citar: Bustos, R. N. (2025). Espaços experimentais para o ensino de biologia na educação univer-
sitária. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 49-62. https://doi.org/10.59654/7peppt81
Natividad Bustos Rusinque*
https://orcid.org/0000-0003-2719-9163
El Nula, estado de Apure / Venezuela
* Estudante de Doutorado em Educação, Universidad Nacional Experimental de los Llanos Ocidentales Ezequiel
Zamora (Unellez), Barinas - Venezuela. M. Sc. em Ciências da Educação, Docência Universitária (Unellez). Licenciada
em Educação, com Ênfase em Biologia e Química, Universidade de Los Andes (ULA), Táchira - Venezuela. Licen-
ciada em Educação, com Ênfase em Matemática (Unellez). Professora instrutora no programa de Ciências da Edu-
cação, Unellez Extensão El Nula, Apure - Venezuela. Professora de sala de aula no Liceo Bolivariano "Armando
Reverón", Caño Regreso, Apure - Venezuela. Correio eletrônico: natividadbustosrusinque21@gmail.com
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 49-62
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Recebido: Setembro / 6 / 2024 Aceito : Outubro / 23 / 2024
https://doi.org/10.59654/7peppt81
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
50 Natividad Bustos Rusinque
Resumo
O estudo apresenta uma análise da importância dos espaços experimentais no ensino de bio-
logia nas salas de aula universitárias, especificamente no curso de Licenciatura em Educação,
com ênfase em Biologia, e na Engenharia de Produção Animal. A metodologia utilizada foi de
natureza quantitativa, com um tipo de pesquisa descritiva e um desenho não experimental trans-
versal, envolvendo uma população de vinte (20) estudantes. A técnica empregada foi uma pes-
quisa, complementada por observação. Os resultados revelaram fragilidades nas atividades
práticas de biologia, especialmente em saídas de campo e trabalhos experimentais. Esses acha-
dos sugeriram respostas para desafios reais no campo biológico, por meio do desenvolvimento
de habilidades utilizando elementos táticos que promovem competências em pensamento, ob-
servação, análise, integração, organização, criatividade, tomada de decisão, resolução de pro-
blemas, reflexão e avaliação. Isso foi alcançado por meio da elaboração de objetivos, exercícios
práticos, familiarização com fenômenos, atividades ilustrativas, aprendizado de conceitos e pes-
quisa.
Palavras-chave: Didática da biologia, ensino universitário, espaços experimentais, trabalho de
campo, ensino de biologia.
Resumen
El estudio presenta un análisis sobre la importancia de los espacios experimentales en la ense-
ñanza de la biología en las aulas universitarias, específicamente en la Licenciatura en Educación
mención Biología e Ingeniería en Producción Animal. La metodología utilizada fue de enfoque
cuantitativo, con una investigación de tipo descriptiva y un diseño no experimental de tipo
transversal, en una población de veinte (20) estudiantes. La técnica empleada fue una encuesta,
complementada con observación. Los resultados revelaron debilidades en la actividad práctica
de biología, especialmente en las salidas de campo y el trabajo experimental. Estos hallazgos
permitieron sugerir respuestas a los desafíos reales del campo biológico, a través del desarrollo
de destrezas con elementos tácticos que fomenten habilidades de pensamiento, observación,
análisis, integración, organización, creatividad, toma de decisiones, resolución de problemas,
reflexión y evaluación, mediante la planeación de objetivos, ejercicios prácticos, familiarización
con fenómenos, actividades ilustrativas, aprendizaje de conceptos e investigaciones.
Palabras clave: Didáctica de la biología, educación universitaria, espacios experimentales, trabajos
de campo, enseñanza de la biología.
Introdução
Os processos universitários têm evoluído em resposta às expectativas e necessidades emergentes
ao longo do tempo, adaptando suas metodologias em função das mudanças que ocorrem. Um
exemplo claro dessa evolução é a biologia, cujo desenvolvimento foi significativo desde sua po-
pularização no século XIX. O termo "biologia" foi promovido pelo naturalista francês Jean-Baptiste
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 49-62
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Espaços experimentais para o ensino de biologia na educação universitária
Lamarck, que buscou integrar diversas disciplinas relacionadas ao estudo das formas de vida. No
entanto, os fundamentos da biologia remontam à época de Aristóteles, por volta do ano 350 a.C.,
quando as bases para o estudo dos seres vivos já foram estabelecidas.
Dado que a biologia é uma ciência natural dedicada ao estudo da vida e dos fenômenos associa-
dos, seu ensino é baseado em uma combinação de teoria e aplicações experimentais, que muitas
vezes se concretizam em práticas de laboratório. Essa evolução contínua no campo requer uma
adaptação constante das estratégias educacionais para acompanhar os avanços científicos e tec-
nológicos. Assim, a necessidade de reconceptualizar as metodologias pedagógicas na biologia
torna-se essencial, assegurando que a educação nesta ciência reflita adequadamente os desen-
volvimentos atuais e prepare os estudantes para enfrentar os desafios contemporâneos.
Contudo, atualmente, muitas universidades enfrentam desafios econômicos que dificultam a pro-
visão de laboratórios e espaços adequados para o ensino prático da biologia. Nesse contexto, é
fundamental que os educadores encontrem formas de aproximar os estudantes de experiências
científicas autênticas por meio de adaptações criativas que simulem esses ambientes de aprendi-
zado. Dessa forma, pode-se evitar a perda da práxis nessa área fundamental para a compreensão
dos fenômenos vitais.
Além disso, os laboratórios de biologia devem ser flexíveis no uso de materiais biológicos e na
aplicação de práticas experimentais. Hoje em dia, diversos recursos acessíveis e recicláveis, adap-
tados ao ambiente da instituição, são empregados para cumprir os procedimentos empíricos ne-
cessários na formação do estudante. A atividade experimental, portanto, desempenha um papel
crucial no ensino da biologia, ao fornecer uma base teórica sólida e ao desenvolver habilidades e
destrezas práticas, como apontam López e Tamayo (2012).
Uma estratégia fundamental na biologia, desde a atividade pedagógica, é o trabalho experimental,
que se torna uma ferramenta essencial no ensino da biologia e das ciências naturais em geral. A
importância desse trabalho reside principalmente na possibilidade de corroborar, em alguns casos
de forma simples e adequada, muitos dos fenômenos biológicos estudados na teoria, permitindo
que os estudantes enfrentem o aprendizado da biologia não a partir de uma perspectiva abstrata,
mas com uma visão real e cotidiana.
Além disso, quando o estudante pode realizar atividades experimentais, não apenas corrobora
conceitos, mas também constrói seu próprio conhecimento a partir da prática. Essa situação per-
mite a apresentação de problemas, o desenvolvimento de análises qualitativas, a formulação de
hipóteses, o planejamento de projetos, a interpretação de resultados, a revisão de ideias e a aqui-
sição de contribuições multidisciplinares em outros campos do conhecimento. Também favorece
o armazenamento de memórias científicas, entre outros critérios epistemológicos na formação
profissional, que posteriormente serão vivenciados em sua atuação como educador em sala de
aula, caso esteja no âmbito educacional (Lorenzo, 2020).
Sob essa perspectiva, é importante que as práticas se tornem elementos indispensáveis para os
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estudantes, que no futuro serão divulgadores das experiências que sua formação lhes permitiu vi-
venciar para enfrentar os desafios da carreira profissional, promovendo uma compreensão mais
profunda e duradoura dos princípios biológicos. Por essa razão, está estabelecido nos currículos
educacionais do ensino médio e de graduação o uso de horas teóricas e práticas. No entanto,
essa práxis implica uma simbiose entre modelos didáticos tradicionais, de descoberta e construti-
vistas, sendo que este último dá um sentido de construção social, tornando o processo flexível
para espaços abertos (Guirado, 2016).
De acordo com Parada (2023), as diferentes mudanças paradigmáticas promoveram metodologias
educacionais em que o estudante é um elemento ativo na construção colaborativa. O processo em-
pírico, como parte dessa permutação, permite entrelaçar modelos didáticos com estratégias perti-
nentes para alcançar, no mínimo, as competências genéricas "habilidades que permitem responder
às necessidades do contexto em que o estudante está inserido" (Pineda, 2021, p. 10). Essas são parte
de um conjunto de estratégias didáticas no nível médio e superior, com aproximações à realidade,
busca, organização, seleção de informações, descoberta, extrapolação, transferência, problematização,
processos de pensamento criativo divergente e lateral com trabalho colaborativo (Caicedo et al., 2017).
Assim, trata-se agora de abordar o espaço para a prática a partir da epistemologia envolvida na
função educativa empírica, pois é desse ponto que os professores contribuem para a ação reflexiva
sobre a ciência, com base no pensamento pedagógico e metacientífico, desempenhando o papel
de observadores (Zorrilla et al. 2022). Esse fato é evocado, sendo que os licenciados em biologia
são chamados a incursionar em espaços diversos para estudar as condições naturais, a origem, o
desenvolvimento, a estrutura, a hereditariedade e outros aspectos dos organismos vegetais e ani-
mais. Por isso, a atividade experimental é um aspecto inescapável, embora os problemas e desafios
enfrentados pelas universidades na Venezuela sejam muitos, entre eles a falta de laboratórios em
áreas novas ou a necessidade de manter os já existentes com material suficiente:
"Atualmente, não é uma metáfora dizer que a infraestrutura das nossas instituições de ensino está
caindo aos pedaços, pois é inegável o avançado estado de deterioração e abandono das instala-
ções universitárias pelas autoridades. Isso é tão grave que nem mesmo as salas de aula apresentam
condições mínimas para o exercício da função docente." (Leal, 2019, p. 1)
Levando em consideração o que foi exposto pelo autor, percebe-se que, nos dias atuais, espaços
como laboratórios, áreas esportivas, culturais, produtivas, entre outros, requerem novas alternativas
para serem utilizados como estratégias, compreendendo que a universidade enfrenta uma com-
plexidade de diferentes enfoques que não se limitam apenas ao orçamento, mas incluem outros
aspectos. Nesse caso, é de interesse abordar a prática docente, quando se deve implicar esforços
orientados para novas experiências que exigem o ajuste de tempo, recursos, conteúdos didáticos
e até mesmo atitudes, para dar ao laboratório o lugar que ele merece no aprendizado das ciências.
Neste contexto, a Universidade Experimental dos Llanos Ocidentais "Ezequiel Zamora" (Unellez),
como instituição universitária na região dos Llanos, enfrenta o desafio de revitalizar seus espaços
de aprendizagem. Embora as instalações não contem com equipamentos laboratoriais completos,
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Espaços experimentais para o ensino de biologia na educação universitária
o curso de Educação com habilitação em Biologia e a Engenharia em Produção Animal oferecem
uma variedade de subprojetos que abrangem áreas-chave da biologia, tais como biologia geral,
ecologia, bioquímica, genética, microbiologia, biologia celular, biologia vegetal, biotecnologia e
biologia animal.
Esses subprojetos integram tanto conteúdos teóricos quanto práticos e representam uma valiosa
alternativa vivencial para o aprendizado experimental. Apesar das limitações atuais, esses esforços
buscam aproveitar ao máximo os recursos disponíveis, adaptando as metodologias de ensino para
oferecer experiências enriquecedoras que compensem o déficit de infraestrutura e recursos, e que
preparem adequadamente os estudantes para enfrentar os desafios no campo da biologia.
O presente artigo foca em analisar a importância dos espaços experimentais para o ensino de
biologia nas salas de aula universitárias e a direção estratégica que pode ser dada através de
módulos contextualizados, como elementos-chave no âmbito educacional, onde há carência
de laboratórios. Em primeiro lugar, destacam-se os espaços experimentais, como locais dedi-
cados a atividades com contato com objetos e fenômenos, a partir de dimensões didáticas, de
funcionamento e com recursos indispensáveis para isso. A base está fundamentada na exis-
tência de planos de estudo com subprojetos biológicos nos cursos de Licenciatura em Educação
com habilitação em Biologia e Engenharia em Produção Animal, onde se antecipa uma insufi-
ciência na práxis.
Em segundo lugar, aborda-se o estudo da biologia como um componente conceitual e empírico
que trata dos seres vivos e suas características, por meio do trabalho de experimentação com ele-
mentos como: objetivos, exercícios, familiarização com fenômenos, atividades ilustrativas, apren-
dizado de conceitos e pesquisas, adaptado à classificação de Leite e Figueroa (2004). Destaca-se
a acessibilidade da compreensão das explicações teóricas, por meio do trabalho prático e a cres-
cente presença dessas práticas nas salas de aula universitárias.
Por fim, discute-se a necessidade de o docente se apropriar de rotas para a experimentação, atra-
vés da elaboração de módulos possíveis de serem utilizados como espaços experimentais, am-
pliando o leque de opções flexíveis a serem empregadas na biologia. “É necessário conceber
atividades educativas que sejam atraentes e desafiadoras para os estudantes” (Puche, 2024, p. 7).
Tudo isso a partir de um trabalho operacional de dimensões expostas quantitativamente e com o
reforço da observação como meio para destacar a experiência do estudante nas salas de aula uni-
versitárias, dentro do marco de discussão e análise de resultados.
Metodologia
A pesquisa adota uma abordagem quantitativa, conforme Hernández et al. (2014), utilizando me-
didas numéricas e gráficas para analisar variáveis relevantes. Este estudo é de campo, pois se baseia
em dados coletados diretamente do ambiente real e é descritivo por sua natureza, proporcionando
interpretações detalhadas do fenômeno observado, segundo Palella e Martins (2012). O delinea-
mento metodológico é não experimental, de acordo com Hernández e Mendoza (2018), o que
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54 Natividad Bustos Rusinque
indica a presença de um objetivo focado na análise de uma variável através da descrição; além
disso, foi transversal, permitindo a observação dos fenômenos em seu contexto natural: a Unellez,
extensão El Nula, e a coleta de dados em um único momento temporal.
A amostra censitária compreende 20 estudantes do curso de Engenharia de Produção Animal e
da Licenciatura em Educação com habilitação em Biologia, representando áreas da biologia com
atividade experimental. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário estruturado com 25
itens, focado em variáveis como espaços experimentais e aspectos do trabalho experimental em
biologia. O questionário abrange dimensões didáticas, funcionais e de recursos, com perguntas
fechadas para uma avaliação precisa e detalhada.
Com base no exposto, a validação foi realizada por meio de julgamento de especialistas em con-
teúdo, ou seja, o instrumento de medição projetado para a coleta de informações foi submetido
à consideração e análise de três especialistas, com conhecimento na área de estudo e em meto-
dologia de pesquisa, a fim de verificar critérios como: pertinência, coerência, clareza, a dimensão
e os indicadores, assim como a redação adequada dos mesmos.
É importante destacar o uso de técnicas de processamento para análise da informação, em seu
momento lógico inicial, com revisões bibliográficas sobre pesquisas anteriores relacionadas às di-
mensões em estudo. O processo metodológico permitiu estruturar o instrumento, para realizar a
operacionalidade de ordenar, tabular e analisar os dados obtidos por meio da estatística descritiva.
Portanto, responde-se à importância dos espaços experimentais a partir da conexão lógica en-
contrada entre a realidade nas salas de aula universitárias e a discussão de estruturas teóricas apre-
sentadas por alguns autores, com a necessidade empírica no ensino da biologia..
Resultados
Nas tabelas abaixo, são apresentados os resultados das dimensões e indicadores em termos de
frequências, percentuais e suas respectivas interpretações, conforme o enfoque dos itens estrutu-
rados na pesquisa.
Tabela 1
Dimensão didática
Nota: Elaboração própria (2024). Informação do instrumento aplicado aos estudantes.
Indicador Ênfase Sim (%) Não (%)
Estrategia
Uso de experimentos. 40 60
Presença de saídas de campo. 30 70
Promoção do trabalho experimental. 40 60
Consideração da experiência vivencial empírica. 80 20
Estratégias aplicadas para adquirir conhecimentos empíricos. 55 45
Técnica Presença de atividades experimentais como técnica pedagógica. 35 65
Conteúdos Desenvolvimento de conteúdos programáticos de forma teórica-prática. 55 45
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Espaços experimentais para o ensino de biologia na educação universitária
Os dados da Tabela 1 mostram uma variabilidade significativa na percepção dos estudantes em
relação à dimensão didática de sua educação. Em termos de “estratégia”, apenas 40% dos estu-
dantes considera que a experimentação é utilizada de maneira eficaz no processo de ensino, en-
quanto 60% percebem o contrário. A frequência de saídas de campo é ainda mais baixa, com
30% dos estudantes relatando a realização destas atividades em comparação com 70% que não
o fazem. Além disso, a promoção do trabalho experimental também é insuficiente, com 60% das
respostas negativas em comparação com 40% de afirmações positivas. No entanto, 80% dos es-
tudantes valoriza positivamente a incorporação de experiências vivenciais no aprendizado, o que
contrasta com os 20% que não consideram isso relevante. Quanto às estratégias para adquirir
conhecimentos empíricos, 55% dos estudantes reconhecem seu uso, enquanto 45% não o fazem.
Na categoria de “técnica”, apenas 35% dos estudantes informa sobre a inclusão de atividades ex-
perimentais como parte das técnicas pedagógicas, enquanto 65% não observam isso. Em relação
ao desenvolvimento de “conteúdos”, 55% dos estudantes acredita que estes são abordados de
maneira teórico-prática, em contraste com 45% que não percebe assim. Esses achados indicam
uma necessidade urgente de reforçar a integração de estratégias e técnicas experimentais no en-
sino, assim como melhorar a implementação de experiências vivenciais e atividades práticas no
currículo. Abordar essas áreas poderia ajudar a alinhar o ensino com as expectativas dos estudantes
e potencializar um aprendizado mais significativo e eficaz.
Tabela 2
Dimensão funcionamento e recursos
Nota: Elaboração própria (2024). Informação do instrumento aplicado aos estudantes.
A tabela 2 mostra as realidades das condições da dimensão “funcionamento e recursos dos
espaços experimentais”. Em relação ao indicador “estrutura”, 100% dos estudantes admitem a
ausência de estruturas adequadas para atividades experimentais. Da mesma forma ocorreu
com o indicador “materiais didáticos”, onde 100% perceberam que não há disposição de ma-
teriais necessários para realizar as práticas de biologia. Por sua vez, os estudantes consideram
em 90% a necessidade de um espaço físico e materiais para a realização de experimentos, en-
quanto 10% não visualizam isso.
Indicador Ênfase Sim (%) Não (%)
Estructura Presença de uma estrutura adequada para atividades experimentais. 0 100
Materiais
Didáticos
Disponibilidade de materiais necessários para realizar as práticas de biologia. 0 100
Necessidade de um espaço físico e materiais para a realização de experi-
mentos. 90 10
Talento
humano
Disponibilidade de docentes especialistas em biologia ou ciências naturais. 25 75
Os docentes respondem de forma assertiva frente à experimentação. 85 15
Recursos
financeiros Disponibilidade de recursos financeiros para atividades experimentais. 0 100
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Para o indicador “talento humano, 25% classificam a presença de docentes especialistas em
biologia ou ciências naturais, enquanto 75% negam observar esse potencial humano, caracte-
rizando esses resultados como uma deficiência influente para que se possam trabalhar os es-
paços experimentais. No caso dos poucos docentes existentes com essa especialidade,
registra-se 85% de assertividade frente à experimentação, de acordo com a avaliação dos es-
tudantes, em contraste com 15% que não possuem essa habilidade de resposta em biologia.
No indicador “recursos financeiros”, a totalidade dos estudantes, ou seja, 100%, observa a au-
sência de recursos financeiros para atividades experimentais.
Essas descobertas mostram uma carência de materiais didáticos, talento humano e recursos fi-
nanceiros, que sem dúvida fogem da ação docente para serem resolvidas. No entanto, a busca
por alternativas em diversos contextos é o mais próximo da integração de um contato direto
com a experimentação, para reconceituar o aprendizado a partir de respostas construídas com
o próprio contexto institucional.
Tabela 3
Dimensão trabalho experimental
Nota: Elaboração própria (2024). Informação do instrumento aplicado aos estudantes.
A Tabela 3 evidencia os resultados da dimensão “trabalho experimental”. Para o indicador “ob-
jetivos”, 100% dos alunos afirmaram que esse tipo de trabalho contribui para o alcance de metas
específicas, demonstrando a conexão dessas práticas com objetivos essenciais que orientam
essas ações. Em seguida, o indicador “exercícios” mostra que 90% dos alunos reconhecem que
esse trabalho auxilia no uso adequado de equipamentos e materiais de laboratório, enquanto
Indicador Ênfase Sim (%) Não (%)
Objetivos O trabalho experimental contribui para a realização dos objetivos. 100 0
Exercícios
O desenvolvimento de exercícios experimentais permite conhecer o
uso adequado de implementos e equipamentos de laboratório. 90 10
Integração de atividades com o exercício do trabalho experimental. 40 60
Familiarização
com
fenômenos
Integração de atividades com o exercício do trabalho experimental. 45 55
Replica experimentos de biólogos para se familiarizar com as vivências
dos mesmos. 35 65
Atividades
ilustrativas
Presença de atividades ilustrativas para explicar trabalhos experimentais. 40 60
As atividades ilustrativas ajudam na aquisição de conhecimentos. 100 0
Aprendizado de
conceitos
O trabalho experimental contribui para a significância dos conceitos. 100 0
O aprendizado de conceitos fortalece o vocabulário na biologia. 85 15
Pesquisas
Experiência com algum estudo experimental de um fenômeno biológico. 0 100
As pesquisas contribuem para o autoaprendizado. 65 35
Realização de pesquisas como parte do desenvolvimento de conteúdo. 45 55
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10% não o consideram assim. Isso está diretamente relacionado ao baixo percentual de envol-
vimento em atividades práticas com fenômenos, com 40% confirmando sua integração e 60%
não percebendo essa integração no processo de ensino.
O indicador “familiarização com fenômenos” revela que 45% dos alunos se sentem familiari-
zados com fenômenos biológicos importantes, enquanto 55% não observam esse potencial
prático. Além disso, a falta de repetição de experimentos para familiarização é notável, com
apenas 35% realizando essa prática, em contraste com 65% que não a executam. Quanto ao
indicador “atividades ilustrativas”, 40% dos alunos notam a presença de atividades ilustrativas
para explicar trabalhos experimentais, em contraste com 60% que não percebem. No entanto,
100% dos alunos consideram essas atividades ilustrativas como úteis para a aquisição de con-
hecimento.
No que diz respeito ao indicador “aprendizado de conceitos”, 100% dos alunos afirmam que
as atividades ilustrativas contribuem para a aquisição de conhecimentos nas práticas experi-
mentais. Além disso, 85% veem esse tipo de aprendizado como uma força no desenvolvimento
do vocabulário em biologia, em comparação com 15% que não concordam com isso.
Por fim, a tabela reflete o indicador “pesquisas”, onde 100% admitem não realizar pesquisas
sobre fenômenos biológicos como experiência para resolver situações, especialmente em am-
bientes como a universidade, onde há uma transição dos processos pedagógicos para andra-
gógicos. Além disso, os alunos consideram que as pesquisas contribuem para o
autoaprendizado em 65%, em contraste com 35%. Isso reflete a baixa realização de pesquisas
como parte do desenvolvimento do conteúdo, com 55% reconhecendo sua presença e 45%
afirmando que a pesquisa é um elemento fundamental na formação profissional.
Esses dados revelam baixos índices de habilidades empíricas, onde os alunos perdem a opor-
tunidade de conectar suas percepções com o conteúdo teórico e ilustrativo, para a reconstrução
do conhecimento por meio da resolução de problemas, pesquisas e planejamentos autênti-
cos.
A seguir, é apresentada, de forma anexa aos indicadores especificados, uma tabela com módulos
sugeridos para a planejamento de espaços experimentais, com ênfases contextualizadas:
Tabela 4
Módulos sugeridos como rotas para a experimentação
Módulo Ênfase
Estudo curricular para os docentes tra-
çarem rotas de experimentação.
Encontrar dentro dos currículos da Licenciatura em Biologia e En-
genharia em Produção Animal, os subprojetos com aplicação bio-
lógica, para que os docentes possam traçar rotas de espaços viáveis
para a experimentação nos subprojetos de Biologia Geral, Biologia
Celular, Biologia Vegetal, Biologia Animal, Bioquímica, Ecologia, Ge-
nética e Microbiologia.
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58 Natividad Bustos Rusinque
Fonte: Bustos (2024).
A Tabela 4 mostra os resultados dos módulos sugeridos para a atividade prática, desde a criação
de rotas que envolvem espaços naturais e empresas com processos de matérias-primas, como
carnes, laticínios, tratamento de água, e elaboração de produtos alimentícios, entre outros.
Também se destaca o uso de materiais domésticos ou cotidianos para representar processos
biológicos, a partir da acessibilidade do ambiente institucional da universidade. Para processos
biológicos mais complexos, projeta-se a necessidade de se conectar com outros espaços que
possuam laboratórios educacionais, analíticos ou de medicina animal, devido à existência de
conteúdos a serem desenvolvidos especificamente nesses ambientes. A sugestão é, sem dúvida,
buscar elementos sociais para integrar na atividade experimental, tanto dentro quanto fora da
instituição.
Discussão
Os resultados revelam que uma maioria significativa de estudantes identifica deficiências na
atividade prática de biologia, particularmente no uso de experimentos, saídas de campo e tra-
balho experimental. Essas deficiências são atribuídas em grande parte à falta de infraestrutura
adequada, materiais didáticos, reagentes, recursos financeiros e pessoal especializado em bio-
logia. Este achado destaca a dependência da prática experimental tanto da infraestrutura aca-
dêmica quanto dos recursos materiais e humanos disponíveis, conforme apontado por
Muschietti et al. (2017).
Além disso, a limitada planejamento em termos de elementos didáticos para a prática da bio-
logia reflete uma deficiência em técnicas, estratégias e conteúdos. A seleção desses elementos
deveria ser adaptável, com base nos conhecimentos, concepções e valores do docente, como
argumentam Bermúdez e Ocelli (2020). A falta de uma planejamento sistemática e de recursos
adequados reforça as insuficiências observadas na prática experimental. O papel do docente
implica adaptar o conteúdo às realidades sociais, ecológicas e culturais dos alunos, respon-
dendo a um contexto educativo contextualizado, conforme proposto por Aragón e Cabarcas
(2023).
O trabalho da experimentação em es-
paços naturais.
Caminhadas, explorações de campo, observações diretas, constru-
ção de insectários ou outro tipo de amostras biológicas.
A experimentação em empresas de pro-
cessamento de matéria-prima presentes
na comunidade.
Visitas guiadas, observações diretas, manejo de equipamentos de
processamento de matéria-prima (água, laticínios, carne...). Extra-
ção de amostras biológicas, vínculo com entidades públicas e pri-
vadas relacionadas à higiene e manipulação de alimentos.
O trabalho de experimentação com ele-
mentos do lar.
Experimentos caseiros, observação direta de ilustrações, vídeos,
consultas a materiais digitais.
O trabalho de experimentação sob o
microscópio, em ambientes externos.
Estudos de caso, solicitações de permissão para ambientes próxi-
mos com microscópio, observações diretas em laboratórios clínicos
e de medicina animal, coleta de amostras biológicas.
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Espaços experimentais para o ensino de biologia na educação universitária
A atividade experimental deve ir além da simples transmissão de conteúdos curriculares para
o processo de ensino-aprendizagem em ciências, devido ao seu fundamento teórico e à sua
contribuição para o desenvolvimento de habilidades e competências, segundo Gener et al.
(2022). É crucial que a prática experimental não se limite à demonstração de fenômenos, mas
permita experiências que facilitem a conexão entre conceitos e a resolução de problemas. Isso
implica na criação de novos contextos de aprendizagem, utilizando elementos vivenciais e até
dispositivos informáticos, para reimaginar a experimentação a partir das características da na-
tureza e da sociedade.
Os fatores associados ao estudo da biologia através do trabalho experimental, como objetivos,
exercícios, familiarização com fenômenos, atividades ilustrativas e aprendizagem de conceitos,
estão presentes, mas em condições mínimas. Esses elementos devem ser promovidos na prática
docente para fortalecer a aprendizagem processual e conceitual, utilizando os sentidos e os
processos instrucionais para contrastar e testar resultados. Zorrilla et al. (2022) destacam a im-
portância desse enfoque na melhoria da atividade experimental.
Quanto à construção do conhecimento em espaços experimentais, deve-se basear em per-
guntas problematizadoras que confrontem a informação obtida com os conhecimentos prévios.
As investigações sugerem que essa abordagem é chave para a resolução de problemas, per-
mitindo aos alunos formular estratégias e metodologias baseadas na validação de resultados
e na reformulação de procedimentos, aproximando-os da prática científica. A proposta do do-
cente deve ser ensinar através da representação de conteúdos disciplinares como técnica, ha-
bilidade ou atitude, no contexto dos processos educativos (Lorenzo, 2020).
Finalmente, observando os cenários propostos como rotas para a experimentação, pode-se
recorrer aos critérios de Puche (2024); a inclusão de um aprendizado contextualizado com con-
teúdos que se conectem com a realidade e as experiências dos alunos facilita a compreensão
mais profunda e significativa dos temas abordados.
Conclusões
Conclui-se que os espaços experimentais são fundamentais, pois permitem uma conexão entre
didáticas, recursos e planos no processo de ensino. Por essa razão, em ciências naturais como
a biologia, a indução de estratégias combinadas com modelos tradicionais, por descoberta e
construtivistas, possibilita a exploração de potencialidades no aluno, diferentes da simples in-
tegração de conteúdos unilaterais.
Por outro lado, sob uma perspectiva tanto conceitual quanto empírica, nos espaços experi-
mentais das salas de aula universitárias, constatou-se que a presença de um docente especia-
lizado na área é essencial. Um conhecimento profundo dos temas, desde sua conceitualização,
permite uma visão clara sobre a flexibilidade ou rigidez dos fenômenos em contextos especí-
ficos. Isso é crucial, dada a existência de processos biológicos complexos que requerem con-
dições específicas para seu manejo adequado.
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60 Natividad Bustos Rusinque
Conclui-se também que há um esforço por parte dos docentes em relacionar pedagogias ex-
perimentais com os fundamentos teóricos; contudo, a falta de recursos e sistemas de planeja-
mento com poucas estratégias e técnicas nos subprojetos biológicos faz com que a teoria
predomine sobre a prática no desenvolvimento dos conteúdos programáticos. Reconhece-se,
por sua vez, a escassa conexão dos alunos com atividades que gerem habilidades, assim como
com a aprendizagem de conhecimentos procedimentais e conceituais, desde a familiarização,
ilustração e metodologias científicas até os fenômenos biológicos.
No que diz respeito ao estabelecimento das áreas de funcionamento dos espaços experi-
mentais, foi modelado o traçado de vetores externos, refletindo as potencialidades na ins-
tituição por meio do estudo de módulos para realizar uma curva exponencial acentuada na
aquisição de conhecimentos práticos. Deve-se incluir o ambiente natural e social para abrir
as práticas com rotas alternativas. A ideia surge de uma proposta aos professores de ciências
biológicas para que os espaços experimentais se tornem pilares da formação do perfil do
egresso.
De fato, a importância do trabalho experimental na formação de estudantes de graduação em
Licenciatura em Educação com menção em Biologia ou em Engenharia de Produção Animal
reside no fato de que a atividade prática deve promover habilidades que permitam ao aluno
perceber elementos táticos que desenvolvam capacidades de pensamento, observação, análise,
integração, organização, criatividade, tomada de decisões, resolução de problemas, reflexão e
avaliação. Portanto, essa atividade é necessária para aqueles que estão se formando como fu-
turos profissionais, especialmente no campo educacional, para transcender a ideia cognitiva
da experimentação em uma infinidade de ambientes.
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Direito Emocional baseado na justiça e
equidade: uma alternativa universal
para a resolução de conflitos
Derecho emocional basado en la justicia y equidad:
una alternativa universal para la
resolución de conflictos
Como citar: Bautista, J. A. L. (2025). Direito Emocional baseado na justiça e equidade: uma alternativa
universal para a resolução de conflitos. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 63-75.
https://doi.org/10.59654/q9xd1e75
Adriana Lourdes Bautista Jaimes*
https://orcid.org/0000-0002-3142-0353
Hayward, California / Estados Unidos
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 63-75
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Recebido: Julho / 5 / 2024 Aceito: Agosto / 16 / 2024
* Pós-doutora em Epistemologia Conceitual e Processual, Doutora em Direito e Relações Internacionais, Instituto
de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado (IESIP-Venezuela). Especialista Técnica em Criminalística e
Criminologia, IESIP-Venezuela. Magíster em Direito Penal e Criminologia, Universidad Bicentenaria de Aragua -
Venezuela. Especialista em Direitos Humanos, Especialista em Direito Processual e Direitos Humanos, Universidad
Libre, Seccional Cúcuta - Colombia. Advogada, Universidad Católica del Táchira - Venezuela. Docente, Instituto
de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, San Cristóbal. Diretora de Trabalho de Conclusão de Mes-
trado, Universidad Internacional de la Rioja, España. Email: adrianabautistabj@gmail.com
https://doi.org/10.59654/q9xd1e75
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
64 Adriana Lourdes Bautista Jaimes
Resumo
O presente artigo origina-se como produto de uma tese de doutorado, na qual foi gerado um
novo construto epistêmico jurídico, denominado direito emocional; fundamentado na justiça e
equidade, sendo aplicável como meio alternativo universal para a resolução de conflitos, envol-
vendo a participação do neurodireito, como raiz da neurociência. Por esse motivo, a partir de
uma pesquisa estritamente hermenêutica, será posicionada a questão sobre a conexão entre o
direito, a razão e a emoção; e como, com base na justiça e equidade, podem ser prevenidos e
resolvidos conflitos de qualquer natureza, oferecendo uma forma particular e inédita de regulá-
los com base na empatia. Nesse sentido, será realizado um análise qualitativa de como esses
conceitos evoluíram; será estabelecido que a emoção e o direito estão intimamente ligados, e
serão interpretados para melhor compreender a sociedade, que é essencialmente emocional,
por ser composta por seres humanos.
Palavras-Chave: Direito emocional, justiça, equidade, resolução de conflitos, empatia, neurodireito.
Resumen
El presente artículo se origina como producto de una tesis doctoral, en la cual se generó un
nuevo constructo epistémico jurídico, denominado derecho emocional; fundamentado en la
justicia y equidad que es aplicable como medio alternativo universal para la resolución de con-
flictos; comportando la participación del neuroderecho, como raíz de la neurociencia. Por tal
motivo, desde una investigación netamente hermeneútica, se fijará posición con relación a la
conexidad entre el derecho, la razón y la emoción; y cómo con base en la justicia, equidad, se
pueden prevenir y resolver conflictos de cualquier naturaleza, aportando una forma particular
e inédita de regularlas con base en la empatía. En tal sentido, se estimará bajo un análisis cua-
litativo cómo estos conceptos han evolucionado; se establecerá que la emoción y el derecho
están estrechamente vinculados, y se interpretarán para comprender mejor a la sociedad, que
es netamente emocional por ser conformada por seres humanos.
Palabras clave: Derecho emocional, justicia, equidad, resolución de conflictos, empatía, neuroderecho.
Introdução
Diariamente, observamos uma diversidade de eventos em todos os estratos sociais e no mundo
inteiro, desde ações conflituosas causadas por ideologias, relacionamentos amorosos e vícios
em elementos que, em seus extremos, degradam o ser humano, como o álcool, as drogas, o
sexo e os jogos de azar. Essas práticas podem constituir comportamentos perigosos, evoluindo
até se tornarem condutas limítrofes com ilícitos penais e, em muitos casos, configurando-se
como crimes propriamente ditos.
Essas situações, comumente chamadas de problemas, são resolvidas por instituições respon-
sáveis por salvaguardar os direitos individuais e coletivos. É nesse contexto que se ativa o me-
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canismo de controle social formal, exercido pelo Estado por meio dos órgãos competentes.
No entanto, muitas vezes se perde de vista o papel do meio informal de regulação da socie-
dade, desempenhado pela família, educadores e amigos, onde, frequentemente, se originam
as controvérsias.
É nesse âmbito que as políticas públicas dos Estados devem se concentrar para prevenir, em
vez de reprimir, promovendo o autoconhecimento do ser humano. É necessário que as pessoas
possam compreender e reconhecer a si mesmas, identificar suas fortalezas e valorizar suas fra-
quezas, entendendo que suas ações são impulsionadas por emoções, que podem ser detec-
tadas de forma imediata ou permanecerem latentes. Dependendo do tipo de emoção que se
exterioriza, o resultado será pacífico ou conflitante.
Neste sentido, considerando que os intervenientes e causadores dos conflitos são, em última aná-
lise, pessoas, emerge o meu constructo epistêmico jurídico de Direito Emocional. Este se apresenta
como uma forma de regulação do comportamento através da empatia, adequando o fato ao di-
reito e valorizando a individualidade dos envolvidos, suas características essenciais e particulares,
propondo uma alternativa para a resolução de controvérsias com base na justiça e na equidade.
Dessa forma, a neurociência faz sua aparição, como disciplina que estuda o sistema nervoso e
compreende a relação entre o comportamento humano e a psique. Isso é fundamental para o
Direito Emocional, pois permite analisar o Neurodireito, uma vertente da neurociência que
identifica os aspectos a serem ponderados ao julgar uma pessoa por sua conduta criminosa.
Esses aspectos podem atuar como fatores atenuantes ou agravantes na pena, com base no
estudo clínico do cérebro do autor do delito.
Também é necessário destacar que, no marco de aplicação do Neurodireito, encontramos os
neurodireitos. Estes constituem uma estrutura holística que abrange os fundamentos subjetivos
das observações cerebrais realizadas em seres humanos, de maneira superficial e, muitas vezes,
sem o consentimento do indivíduo ou de seus responsáveis. Surgem, então, como um meca-
nismo de proteção dos direitos humanos, sendo fundamentais para a verificação de delitos,
uma vez que um dos elementos do crime é a ação, que representa a exteriorização física de
um pensamento que envolve uma emoção. Assim, uma pessoa não pode ser declarada culpada
e penalmente responsável com base apenas em seus pensamentos.
Metodologia
No artigo, foi utilizado o método hermenêutico aplicado a documentos jurídicos, com o obje-
tivo de analisar e desvelar seu conteúdo de forma profunda. Essa abordagem permitiu não
apenas a interpretação dos textos legais, mas também a derivação de diversas categorias con-
ceituais que facilitaram uma melhor compreensão dos temas abordados. A hermenêutica, como
método interpretativo, concentrou-se na compreensão dos significados subjacentes nos do-
cumentos, implicando um processo detalhado de análise e reflexão sobre o contexto, a inten-
cionalidade e a estrutura dos textos.
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A partir deste trabalho, foram extraídas categorias-chave que foram interpretadas à luz dos
princípios legais e do marco teórico utilizado, proporcionando uma visão mais ampla e profunda
das implicações jurídicas contidas nos documentos estudados. Esse processo de interpretação
permitiu uma maior clareza sobre os significados e as aplicações dos textos legais, contribuindo
assim para uma melhor compreensão da normativa e suas possíveis implicações em diferentes
contextos.
Resultados
Considerações sobre o Direito, razão e emoção
O Direito surge a partir dos grupos e forças que operam de maneira desigual em cada contexto;
portanto, pode-se afirmar que existe uma conexão entre os conteúdos das relações jurídicas,
as diversas relações sociais e os fatores que as condicionam. Dessa forma, o direito é o agru-
pamento de normas que estabelecem deveres, apontam faculdades e determinam os pressu-
postos da convivência social, com o objetivo de fornecer a totalidade dos sujeitos que
compõem a sociedade os meios de segurança jurídica, equidade, justiça, liberdade, entre ou-
tros.
Por essa razão, o direito, a razão e a emoção têm uma longa, estreita e complexa relação na
história da filosofia e da justiça. Este debate busca que o direito ganhe legitimidade e eficácia
quando une a razão à emoção, sendo que tanto a razão quanto a emoção humana são as
premissas fundamentais dos componentes jurídicos que devem ser justos. Por isso, alguns aca-
dêmicos podem usar esses preceitos, reconhecendo-os ou não. O objetivo aqui é refletir sobre
o direito, as emoções, a justiça, a equidade e a resolução de conflitos, com o intuito de com-
preender melhor como estão inter-relacionados, propondo uma forma inédita de regulá-los
com base, inclusive, nas linhas da empatia.
Para entender o direito, é necessário compreender a sociedade, pois ela é composta por pes-
soas com emoções. O direito deve estar ao alcance, ao serviço e como instrumento adequado
para regular essas emoções, com o objetivo de alcançar o bem-estar comum.
Enunciado de uma realidade empírica
Os mecanismos alternativos de resolução de conflitos envolvem, de fato, uma reflexão entre o
conflito, o direito e as emoções. Sua relevância parte da análise dos comportamentos dos in-
divíduos no âmbito da interação social, tratando-se de compreender e dar significados às suas
ações. Sabemos que o ser humano é social por essência, e que, como produto dessa peculia-
ridade, foi levado a criar limites, que podem ser entendidos como de soberania, não apenas
no espaço físico, mas também nos traços de sua personalidade. Por esses limites, surgiu em
parte o direito, como uma forma de regular a exteriorização de ações, com o firme propósito
de uma convivência harmônica e pacífica, onde o indivíduo possa se sentir confortável diante
da existência de um catálogo normativo que pode protegê-lo, mas também reprimi-lo.
67
Dentro do contexto de implementação do direito como mecanismo de proteção e contenção,
é necessário que ele seja aplicado de acordo com os princípios que surgiram simultaneamente
a ele, como a justiça e a equidade. Nesse sentido, a necessidade de aplicar a justiça e a equi-
dade de maneira simultânea levou todos os países, ao longo do tempo, a implementar e adotar
novas formas de resolução de conflitos vinculadas ao Direito.
Portanto, deve-se ponderar que a justiça é, de certa forma, uma distribuição equitativa dos as-
pectos que a cada um lhe correspondem, ou seja, dar a cada um aquilo que lhe é devido. Com
base nisso, pode-se afirmar que o objetivo da justiça é a visão de uma distribuição igualitária
para as pessoas dos bens ou do que se considera como propriedade, no entanto, essa afirma-
ção também é relativa e questionada, pois como acreditar no caráter de propriedade ou repartir
igualmente bens que podem ser parte do bem comum?
Por isso, sabe-se que o termo justiça é um dos mais utilizados e, ao mesmo tempo, um dos
mais complexos de conceituar, sendo muitas vezes empregado de maneira superficial, irres-
ponsável ou analógica. A partir dessa premissa, surgiram posturas como as de Ross (1997),
considerando o sentido de reivindicar justiça, a resposta emocional frente a uma situação des-
favorável; o que, por sua vez, constitui não só matéria de discussão racional, mas também uma
manifestação emocional.
Por outro lado, segundo Squella (2010):
A justiça costuma ser apontada como o maior dos fins que o direito deve realizar
ou, pelo menos, contribuir para realizar. Frequentemente se diz que o direito existe
para realizar a justiça, e sempre que se afirma algo semelhante, pensa-se mais no
conteúdo das normas, princípios e outros padrões do direito do que nos métodos
ou procedimentos formais pelos quais ocorre a produção e aplicação desses padrões
(p. 175).
Nesse sentido, a justiça pode ser considerada como o ideal supremo e o desejo das pessoas,
sendo possível valorá-la e avaliá-la. Consequentemente, para aplicar a justiça como virtude, é
necessário compreender a formação do Estado. Assim, Aristóteles se referia à justiça como dar
a cada um o que é seu ou o que lhe corresponde, estabelecendo que o que corresponde a
cada cidadão está em sintonia com sua contribuição para a sociedade, bem como seus méritos
e necessidades.
Além disso, todas essas definições buscam o bem comum, que está intimamente ligado aos
fins do direito, como a paz, onde as relações entre os membros da sociedade podem ser re-
solvidas sem violência; denotando a justiça voltada para um tratamento igualitário, não como
o repartimento de coisas para a sociedade, mas como o ato de decidir corretamente, deter-
minando a quem por direito pertence determinada coisa; portanto, a justiça envolve equidade,
honestidade, ética, o que, consequentemente, faz com que os direitos das pessoas sejam res-
peitados, assim como exige o respeito pelos direitos individuais.
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Dessa forma, todos são iguais perante a lei e têm direito à mesma proteção legal contra qual-
quer forma de discriminação que viole os direitos humanos consagrados nos meios legais co-
rrespondentes.
Na mesma linha, encontramos a concepção de equidade, que implicitamente possui as-
pectos de justiça no que diz respeito ao caráter desejado e disposto. A equidade também
é um fundamento estimado pela ética e que, de forma normativa, deve ser associada ao
princípio de justiça. Assim, com base nesse princípio, busca-se proteger os interesses e sa-
tisfazer as necessidades das diversas pessoas, especialmente das menos favorecidas e vul-
neráveis.
Nessa ótica, a equidade é o meio pelo qual cada ser humano recebe ou deveria receber o que
merece, levando em consideração sua individualidade. Por isso, é comum usar igualdade como
sinônimo, mas na realidade, eles não são a mesma coisa e nem representam identidade para
serem considerados iguais.
Assim, como aponta Hernández (2008):
Equidade não é o mesmo que igualdade. Equidade implica avaliar as desigualdades a
partir de uma ideia de justiça. O tipo de avaliação utilizada tem implicações políticas,
tanto nas decisões cotidianas quanto nas políticas públicas. Existem relações profundas
entre as posições éticas e os desenvolvimentos científicos e técnicos que sustentam as
políticas, de modo que não se pode falar de neutralidade técnica nessa área, apesar do
esforço dos técnicos. Além disso, o tipo de avaliação predominante é um resultado his-
tórico de cada sociedade (p. 73).
E também, como afirma Ruiz (2017):
A equidade supõe uma forma de superar a impessoalidade da justiça sem sair de seu
âmbito formal. Ela também reflete o impacto da amizade no campo da justiça, ainda
que prescindindo da motivação concreta de amizade ou amor que em cada caso possa
determinar seu uso ou exercício... (p. 175).
Assim, considero que, de fato, a justiça e a equidade estão interligadas, pois a justiça é o esta-
belecimento da equidade em si mesma, já que, no momento de aplicar a justiça, deve-se dar
a cada um o que lhe corresponde, de acordo com seus méritos, considerando as qualidades
do ser humano, o que leva a compreendê-lo de forma holística, com base no amor e na valo-
rização de suas emoções e sentimentos.
A equidade, portanto, parte do critério de determinação e valorização do Direito, que busca
ajustar as normas e decisões jurídicas aos imperativos do direito natural e dos preceitos de jus-
tiça, de forma que contribua para fornecer uma visão sensível da realidade humana, com o
enfoque mais adequado às suas raízes e necessidades.
69
Assim, a equidade busca o reconhecimento igualitário de mulheres e homens, bem como o res-
peito aos seus direitos fundamentais. Nesse sentido, é necessário incluir o direito como regulador
das emoções em cenários de situações contraditórias, onde deve ser incorporado um meca-
nismo regulador de comportamentos que canalize as emoções a partir da empatia, sendo um
aporte teórico chave para a universalidade do direito.
Resolução de conflitos
Os conflitos são consequências dos fatores sociais que motivam a transformação da sociedade.
Eles surgem no desenvolvimento de ações incompatíveis, de sentimentos distintos; respondem
a um estado emocional que gera tensões e frustrações; correspondem às diferenças de com-
portamento, à interação social, familiar ou pessoal. A nível internacional, o conflito pode ser ine-
vitável devido à condição e ao estado natural do ser humano; no entanto, a realidade tem
mostrado que a convivência se torna cada vez mais complexa.
Da mesma forma, a resolução e o gerenciamento de conflitos têm sido uma ideia em operação
atualmente, como uma forma de amenizar os ambientes onde surgem desacordos e inconfor-
midades, prevenindo-os por meio da utilização de diversas ações que permitem resolver as di-
ferenças, prevalecendo o interesse geral, mas com foco nos casos específicos que geram disputas
em situações concretas.
De outra perspectiva, as situações controversas desencadearam a ação diante do problema,
bem como os mecanismos para enfrentá-lo; o que exige que as consideremos de forma positiva
como uma oportunidade de aprendizado; como um desafio intelectual e emocional que reflete
experiências enriquecedoras e se torna um motor de evolução, permitindo enfrentar e assumir
um processo contínuo de construção e reconstrução do tecido social, a partir de uma perspectiva
não violenta que motive a transformação da cidadania.
Assim, alcançar a harmonia, a paz e o bem comum são alguns dos aspectos mais importantes
que ocupam o ser humano em sua existência. E, sobre isso, a própria humanidade criou fórmulas
para resolver conflitos e tentar manter a harmonia, alcançar a paz e estabelecer o bem, como
a negociação, a conciliação, a mediação e o arbitramento.
Resolução de conflitos como um aspecto-chave nas controvérsias internacionais
INo que diz respeito à solução de controvérsias no campo do direito internacional, é indispen-
sável apontar o que a Corte Permanente de Justiça Internacional disse sobre o termo contro-
vérsia, afirmando que: “Uma controvérsia é um desacordo sobre um ponto de direito ou de
fato, uma contradição de tese jurídica ou de interesse entre duas pessoas”.
Dessa forma, a função do Direito Internacional depende da natureza do objeto e da atitude
das partes; portanto, existem dois mecanismos básicos para solucionar as controvérsias, nos
quais se evidencia a forma de atuação do direito internacional: o acordo internacional, alcan-
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çado por meio de algum tipo de negociação ou outra forma diplomática de proceder, ou a
decisão imposta por um terceiro, que, aplicando as normas do direito internacional, se impõe
às partes.
Neste contexto, a Carta das Nações Unidas e o direito internacional obrigam os Estados a re-
solverem suas controvérsias por meios pacíficos, mas não impõem os meios de solução, pois
isso dependerá do acordo entre os Estados. Assim, pode-se dizer que a principal obrigação
do direito internacional é de comportamento, buscando por métodos suaves a resolução das
controvérsias, sendo livre a escolha desses métodos pelas partes em conflito; no entanto, devem
ser levados em conta os procedimentos arbitrais, diplomáticos ou judiciais que tenham sido
incorporados em tratados e convenções.
Assim, discutir sobre os conflitos internacionais e as formas de resolvê-los é amplo; no entanto,
o importante é ressaltar que, a nível internacional, também surgem conflitos, e estes são resolvidos
conforme as diretrizes do direito internacional e seus métodos alternativos, que, sem graduá-los
em importância, têm como fim resolver a controvérsia de maneira harmônica, com a aplicação
exegética da norma, o que leva à tomada de decisões muitas vezes concentradas em interesses
particulares e sem a aplicação da justiça e da equidade como pilares fundamentais do direito.
A eeurociência como ponto de apoio na análise das emoções
Nosso cérebro pesa aproximadamente um quilo e meio e contém cerca de dez bilhões de cé-
lulas chamadas neurônios, que produzem impulsos elétricos para se comunicar entre si, além
de provocar mudanças químicas que possibilitam o cumprimento das funções mais interessan-
tes e enigmáticas do corpo humano, como os pensamentos, emoções, linguagem, imaginação,
comportamento, aprendizado, entre muitas outras.
Por neurociência entende-se a disciplina científica que estuda o sistema nervoso, ajudando a
explicar diferentes padrões de comportamento e processos cognitivos. Também analisa o cé-
rebro em suas moléculas e células, já que ele é o órgão mais importante do sistema nervoso,
com especial atenção para os neurônios, responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos
através da sinapse.
Os primeiros indícios do estudo do cérebro remontam à pré-história, quando foram encontra-
das ossadas que evidenciavam a prática de trepanções. As primeiras etapas desse estudo datam
da antiguidade, com o principal dilema sobre a origem das funções sensoriais, motoras e men-
tais, buscando determinar quem as controlava, o cérebro ou o coração. Mais tarde, com a re-
volução científica e o método científico, no final do século XVIII, descobriu-se a atividade elétrica
do sistema nervoso, o que levou ao desenvolvimento da área da eletrofisiologia neuronal.
Atualmente, de acordo com a Revista Médica Sinergia, continuam as pesquisas sobre o cérebro e
seu funcionamento, com diversos cientistas concordando sobre a neuroplasticidade cerebral, que
permite aos neurônios se regenerarem tanto anatômica quanto funcionalmente e formar novas
71
conexões sinápticas, como resultado da aquisição de novos conhecimentos, praticados repetida-
mente, o que fortalece a comunicação ou transmissão sináptica entre os neurônios envolvidos.
Neurodireito e suas implicações
A conexão entre a neurociência e o direito tem sido debatida nos últimos anos. No entanto,
pode-se considerar que ela ainda está em um estágio embrionário. Sabe-se que, no nível cere-
bral, a tecnologia nos proporcionou várias possibilidades para acessar o cérebro, como Tomo-
grafia Axial Computadorizada (TAC), Tomografia por Emissão de Positrons (PET), Imagem por
Ressonância Magnética (MRI), Angiografia por Ressonância Magnética (MRA), entre outras.
A abundância nas projeções da neurociência permitiu o surgimento de outros termos, como
neuroeconomia, neuroestética, neuropolítica, neurofilosofia, neuromarketing, neurodireito e
outros. No entanto, em relação ao neurodireito, as análises sobre o tema ainda são limitadas,
embora seja importante explicar os comportamentos e a relação entre razão e emoções para
o estabelecimento de responsabilidades.
A partir de 2008, Narváez (2014) expressou que o neurodireito se entende como “a reflexão
sobre a forma e o alcance em que múltiplas facetas da compreensão, produção e aplicação
do direito serão afetadas pelo estudo empírico do cérebro, à medida que este é considerado
parte central da explicação do comportamento” (p.s/n.).
Para o direito, a neurociência pode ser de grande ajuda na determinação mais precisa do com-
portamento humano, estabelecendo se uma pessoa está dizendo a verdade ou não. No en-
tanto, sua aplicação pode gerar algumas situações relacionadas à violação dos direitos
fundamentais, como a liberdade, a dignidade, a privacidade, ou ao aplicar técnicas de sugestão
que podem induzir a erros, evocando lembranças falsas.
Assim, o campo da neurociência continua avançando, e há muitas áreas de nosso cérebro a
serem compreendidas. No direito, é necessário estudar e analisar a questão sob dois pontos
de vista: o primeiro, como entender o comportamento humano com base no sistema nervoso,
principalmente no setor das emoções, para esclarecer a verdade dos fatos em situações de
conflitos em qualquer área do direito (neurodireito); e o segundo, proteger a integridade do
nosso cérebro, a fim de salvaguardar os direitos inerentes às pessoas, ou seja, protegendo os
direitos humanos e considerando a ciência e seus métodos como instrumentos revolucionários
de progresso a serviço do ser humano (neurodireitos).
Produto gerativo
Entender o direito faz parte de compreender o mundo e os seres que o rodeiam, e isso é al-
cançado com a capacidade de empatia que deveríamos possuir. Por isso, considero que as
emoções devem ser também reguladas no âmbito do direito, como alternativa e mecanismo
de resolução de conflitos sob a perspectiva da justiça e da equidade.
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De acordo com a experiência e os dados coletados na pesquisa, percebo que as pessoas
tomam decisões conforme como se sentem, estão conscientes das emoções que possuem, das
reações que tomam ao experimentá-las e das consequências que essas reações geram. No
entanto, elas percebem que a justiça e a equidade devem sempre estar presentes ao resolver
um conflito.
Partindo do entendimento geral do direito, acredito que deve ser criado o direito emocional,
que defino como a forma necessária de regular comportamentos em todas as sociedades, di-
rigida ao ser humano para que siga o caminho certo, o digno, o permitido, o respeitado e o
harmoniosamente desejado, levando em consideração as reações fisiológicas produzidas pelas
emoções no momento de tomar decisões, que devem ser fundamentadas nos pilares da justiça
e da equidade.
Outro conceito mais jurídico seria determinar o direito emocional como o conjunto de regras
justas e equitativas, dirigidas a analisar e proteger o comportamento emotivo dos seres huma-
nos envolvidos em situações controversas, com o objetivo de resolvê-las, buscando o equilíbrio
entre o bem comum e o individual.
Como aponta Goleman (1996, 2001), com a inteligência emocional, somos capazes de ser em-
páticos, tomar boas decisões e viver em harmonia. Além disso, Bisquerra (2000, 2001) expressa
que as crianças devem ser educadas desde cedo na emoção, o que traria melhorias não só no
âmbito educacional, mas também no desenvolvimento pessoal ao longo da vida.
Surge assim a ideia de criar um novo constructo epistêmico jurídico, denominado direito emo-
cional, que se encontra em fase de concepção e seria uma alternativa para regular de forma
ponderada o comportamento humano diante de situações discrepantes com nossas ideias,
das partes envolvidas em processos judiciais, e de todos os atores em conflitos de diferentes
tipologias, visando tomar decisões justas e equitativas.
Para regular as emoções no campo jurisdicional, em primeiro lugar, os sujeitos processuais e
as partes envolvidas devem estar conscientes da relevância das emoções na tomada de deci-
sões justas e equitativas, o que pode parecer irracional à prática mecânica do direito.
O processo de tomada de decisões pode ser algo complexo, dependendo da perspectiva sob
a qual é observado. No entanto, ao analisar os meios alternativos de resolução de conflitos,
como mediação, conciliação, arbitragem e negociação, podemos perceber que suas definições
contêm elementos básicos que permitem vislumbrar a emoção envolvida e os princípios de
justiça e equidade. Por exemplo, na negociação, trata-se de um meio de persuasão em que as
partes tentam convencer a outra a ceder às suas pretensões.
Assim, o direito emocional como uma alternativa universal, considerando-o como um ramo do
direito, poderia regular as emoções das partes em processos judiciais nacionais e internacionais,
podendo gerar a aplicação do melhor direito, pois as partes ficariam satisfeitas com os resultados
73
obtidos, sendo tratadas como pessoas com forças e fraquezas, qualidades e defeitos, virtudes
e vícios. Com isso, suas necessidades, preocupações e desejos seriam levados em conta.
Esse conceito seria de grande valor no direito internacional, onde, ao utilizarem a autoridade
da ONU para escolher mecanismos de resolução de conflitos, os Estados poderiam designar
um mediador em direito emocional. Esse mediador, aplicando conhecimentos em inteligência
emocional, educação emocional e, se necessário, utilizando a neurociência, poderia alcançar
resultados harmônicos e pacíficos para todos os envolvidos no processo.
Entretanto, sua aplicação e implementação podem ser complexas. No entanto, à medida que
a sociedade evolui, ela avança com instrumentos tecnológicos e outros avanços que devem
ser mantidos, como o amor, o respeito e a empatia. Portanto, o estabelecimento do direito
emocional para e pelo mundo começaria de forma empírica, nas universidades, nas salas de
audiências, em todos os lugares onde duas ou mais pessoas se reúnam para esclarecer situa-
ções opostas e discutir interesses. Seria importante substituir palavras ou frases negativas por
neutras, como trocar “problemas” e “conflitos” por “situações” ou “aspectos a serem discutidos”,
levando em conta que cada situação possui particularidades que devem ser reguladas com a
justiça como valor e princípio, juntamente com a equidade, considerando as necessidades in-
dividuais do ser humano e em consonância com os elementos formativos da empatia.
Em segundo lugar, por necessidade, pois os seres humanos precisam aprender a entender os
outros e muitas vezes não se conhecem a si mesmos. Por isso, na perspectiva do autoconhe-
cimento e com base na pesquisa realizada, sabemos que as emoções podem ser educadas e
canalizadas, formando um conjunto articulado entre razão e coração.
E, em terceiro lugar, por consciência, pois é necessário entender que somos responsáveis por
nossos atos, que esses atos geram reações e que essas reações produzem consequências po-
sitivas ou negativas ao nosso redor, seja no nível micro ou macro, dependendo de nosso papel
e ponto de ação.
Por essas razões, a partir da Teoria Empírica do Direito Emocional (EDEN), criada para dar vida
ao direito emocional, a mesma origina-se com a “Experiência”, pois as partes envolvidas em
uma situação se reunirão para expor as razões de fato e direito que as assistem; relaciona-se
também com o “Direito, que como sabemos carece de emoções, mas as pessoas que o exe-
cutam e a quem se destina as possuem, por isso devemos aprender a conhecê-las e regulá-
las; faz uso da “Empatia”, que é a capacidade de entender conscientemente as emoções e
sentimentos alheios; e emprega a “Neurociência”, como disciplina científica dedicada à análise
do sistema nervoso, no caso particular aplicada ao campo do direito e especificamente ao neu-
rodireito.
Após analisar os aspectos anteriores, fica claro que o direito emocional tem como objeto de
estudo o cérebro e sua conexão com o sistema límbico, além do estabelecimento perene e in-
dissolúvel da justiça e da equidade como fundamentos para a tomada de decisões, com a aná-
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Direito Emocional baseado na justiça e equidade: uma alternativa
universal para a resolução de conflitos
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74 Adriana Lourdes Bautista Jaimes
lise e adequação do neurodireito e dos neurodireitos como raízes da neurociência, destinadas
à investigação do cérebro, do comportamento humano e ao uso de tecnologias com seus
avanços. Isso porque, se educarmos o ser humano para que se conheça e se reconheça, para
que compreenda seu comportamento social e regule suas emoções, alcançaremos o equilíbrio
entre o bem comum e o bem individual, o que, em última análise, seria o Éden.
Conclusões
Em resumo das interações e situações registradas pela pesquisadora, chega-se à reflexão de
que, assim como toda ação gera uma reação, toda emoção, como consequência de um acon-
tecimento externo ou interno, também produz uma reação. Por isso, se empatizássemos com
nossos semelhantes, poderíamos compreender os desafios aos quais enfrentam cotidianamente
e, provavelmente, agiríamos com mais respeito, cuidado, tolerância e amabilidade, evitando,
dessa forma, discussões estéreis sem resultados pacíficos entre os envolvidos.
Dessa forma, sob a perspectiva do direito emocional, busca-se educar os profissionais do direito,
principalmente para que se conheçam e reconheçam seu contraparte, aplicando o direito como
norma, orientados pela inteligência emocional e com perfeita adequação da justiça e da equi-
dade. Isso ocorre porque, na base de todo pensamento racional, existe uma emoção, e é nesse
ponto que os profissionais devem ser capazes de compreender as emoções que acompanham
as partes em um processo, e mais ainda se estiverem atuando como mediadores, negociadores
ou árbitros, com o objetivo de harmonizar a situação e levar os envolvidos, com critérios discre-
pantes, a um equilíbrio em que ambos se sintam satisfeitos e percebam que ambos ganharam.
Isso não significa fraqueza, mas sim a empatia que deve sempre emergir em cada ser humano,
entendendo-a como a capacidade, a qualidade que devemos ter para considerar as emoções
e sentimentos dos outros, baseada no reconhecimento e na aceitação do outro com suas in-
dividualidades; não significando com isso estar sempre de acordo com o que o outro diz ou
faz, mas refletindo sobre suas ações, já que a empatia é a base primordial na prevenção da
violência.
Finalmente, com base no exposto anteriormente e ao compreender a variedade de estudos
científicos que demonstraram que as emoções podem ser educadas, que razão e coração
devem estar em equilíbrio, e que o direito pode perfeitamente intervir como alternativa na so-
lução de conflitos, a posição é fixada sobre o direito emocional, sustentado na teoria empírica
do direito emocional (EDEN).
Referências
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universal para a resolução de conflitos
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A inteligência artificial e a fraude
acadêmica no contexto
universitário
La inteligencia artificial y el fraude académico
en el contexto universitario
Como citar: Puche, V. D. J. (2025). A inteligência artificial e a fraude acadêmica no contexto universitário.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 77-92. https://doi.org/10.59654/kg944e15
Deinny José Puche Villalobo*
https://orcid.org/0009-0003-9646-2356
Caracas / Venezuela
* Doutorado Latino-Americano em Educação: Políticas Públicas e Profissão Docente, MSc. em Ensino de Biologia,
Licenciatura em Educação com menção em Biologia. Universidad Nacional Experimental Libertador, Facultad de
de Letras e Educación, Escuela de Educación, Caracas - Venezuela. Correio eletrônico: deinnypuche@gmail.com
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 77-92
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Recebido: Setembro / 3 / 2024 Aceito: Outubro / 23 / 2024
https://doi.org/10.59654/kg944e15
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
78 Deinny José Puche Villalobo
Resumo
O estudo surgiu da observação crescente do uso de IA na educação e da incapacidade dos
estudantes de explicar seus processos, sugerindo o uso indevido de IA em seus trabalhos. O
objetivo foi determinar a relação entre o uso de IA e a fraude acadêmica no contexto univer-
sitário. A metodologia foi positivista, com abordagem quantitativa e de nível correlacional. Foi
utilizado um questionário virtual, com uma confiabilidade de 0,980 e validado por cinco espe-
cialistas, aplicado a uma amostra de 144 professores tutores (48 da Venezuela, 48 da Colômbia
e 44 do Peru). Os resultados mostraram uma correlação de Pearson de 0,980 entre o uso de
IA e a fraude acadêmica, indicando uma relação positiva muito forte. Palavras-chave: inteli-
gência artificial, fraude acadêmica, correlação.
Palavras-chave: inteligência artificial, fraude acadêmica, correlação.
Resumen
El estudio surge de la observación creciente del uso de la IA en la educación y la incapacidad
de los estudiantes para explicar sus procesos, sugiriendo un uso indebido de la IA en sus tra-
bajos. El objetivo fue determinar la relación entre el uso de la IA y el fraude académico en el
contexto universitario. La metodología fue positivista, con enfoque cuantitativo y de nivel co-
rrelacional. Se utilizó un cuestionario virtual, con una confiabilidad de 0.980 y validado por
cinco expertos, aplicado a una muestra de 144 docentes tutores (48 de Venezuela, 48 de Co-
lombia y 44 de Perú). Los resultados mostraron una correlación de Pearson de 0.980 entre el
uso de la IA y el fraude académico, indicando una relación positiva muy fuerte
Palabras clave: inteligencia artificial, fraude académico, correlación.
Introdução
A Inteligência Artificial (IA) está tendo um impacto significativo na educação, revolucionando
os processos acadêmicos e apresentando inúmeras vantagens tanto para estudantes quanto
para professores. Seu impacto nos processos acadêmicos é cada vez mais notável, oferecendo
muitas oportunidades para alunos e educadores.
Nesse sentido, Jofre (2023) destaca que a importância da IA no campo educacional se manifesta
em vários aspectos, pois permite adaptar os processos de ensino e aprendizagem às necessi-
dades individuais de cada aluno, oferecendo planos de estudo personalizados e feedback in-
dividualizado. Além disso, a IA pode automatizar tarefas administrativas e repetitivas, liberando
tempo para que os professores se concentrem em aspectos mais importantes.
Segundo Granero (2021), os sistemas de IA atuam como tutores inteligentes, oferecendo assis-
tência personalizada aos alunos a qualquer hora e em qualquer lugar. Esses sistemas também
podem analisar dados para identificar padrões que podem indicar dificuldades de aprendizado,
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A inteligência artificial e a fraude acadêmica no contexto universitário
permitindo intervenções precoces. Os sistemas de IA podem avaliar continuamente o progresso
dos alunos e fornecer informações detalhadas aos professores e pais.
No mesmo contexto, Alonso e Quinde (2023) afirmam que a IA pode facilitar o acesso a uma
educação de qualidade para alunos em áreas remotas ou com recursos limitados. Ela também
promove a inclusão em sala de aula ao fornecer ferramentas e recursos que apoiam alunos
com necessidades educacionais especiais. Além disso, a IA ajuda a impulsionar a pesquisa e o
desenvolvimento educacional ao fornecer ferramentas para analisar grandes conjuntos de
dados e avaliar a eficácia de diferentes estratégias de ensino.
Com base nos argumentos acima, observa-se que os autores acreditam que a IA pode fomen-
tar a criatividade e o pensamento crítico nos alunos, fornecendo ferramentas para explorar
ideias e resolver problemas de maneira criativa. A educação impulsionada pela IA pode ajudar
os alunos a adquirir as habilidades necessárias para prosperar em um ambiente de trabalho
transformado pela IA.
No entanto, o uso indiscriminado e inconsciente da IA pode ter consequências adversas nos
níveis de aprendizado e na produção intelectual, pois muitas vezes a responsabilidade de extrair
informações é delegada a esses programas sem analisar ou questionar a veracidade das infor-
mações. Isso significa que, embora o impacto da IA nos processos de ensino e aprendizagem
apresente muitos benefícios, surgem novas preocupações sobre o uso potencial da IA para co-
meter fraudes acadêmicas.
Nesse sentido, García et al. (2024) apontam que as formas de fraude acadêmica envolvendo
IA incluem plágio, falsidade ideológica, criação de conteúdo falso e manipulação de dados.
Isso é significativo porque compromete a integridade acadêmica, afeta a equidade educacional,
dificulta a avaliação da aprendizagem real e desencoraja a criatividade e o pensamento crítico.
De acordo com Mayta et al. (2023), para combater a fraude acadêmica na era da IA, é impor-
tante promover uma cultura de integridade acadêmica, implementar medidas de detecção de
fraudes, projetar avaliações mais inovadoras, incentivar o uso responsável da IA e promover a
colaboração entre instituições educacionais e desenvolvedores de tecnologia.
Assim, o autor do estudo acredita que a inteligência artificial apresenta desafios e oportunidades
para a educação. É fundamental abordar o risco de seu uso indevido para fraude acadêmica,
promovendo a integridade acadêmica, implementando medidas de detecção eficazes, proje-
tando avaliações robustas e educando sobre o uso responsável da IA. A IA não deve ser vista
como uma ameaça, mas como uma ferramenta que, usada de maneira responsável, pode con-
tribuir para fortalecer a educação e promover uma aprendizagem honesta e significativa.
Após revisar algumas teorias e postulados sobre esse tema, o pesquisador acredita que com-
preender a relação entre o uso de IA e a fraude acadêmica é de grande importância para man-
ter a integridade acadêmica, que é um pilar fundamental da educação, especialmente no nível
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80 Deinny José Puche Villalobo
universitário em cursos de pós-graduação. Entender como a IA pode influenciar a fraude aca-
dêmica ajuda as instituições a manter altos padrões éticos e de qualidade no aprendizado e
na pesquisa, garantindo que as conquistas acadêmicas reflitam verdadeiramente as capacidades
e os esforços dos alunos.
Além disso, este estudo visa identificar essa relação, pois permite que as instituições educacio-
nais desenvolvam políticas e diretrizes claras sobre o uso da IA. Estabelecer limites e normas
para sua utilização garante que a IA seja utilizada de maneira ética e responsável. Nesse sentido,
essas políticas não só previnem fraudes, mas também promovem o uso construtivo da tecno-
logia nos processos educacionais.
Também é importante compreender os riscos associados ao mau uso da IA para oferecer progra-
mas de educação e formação ética. Além disso, entender a relação entre IA e fraude acadêmica
pode impulsionar o desenvolvimento e a melhoria de ferramentas de detecção de plágio e fraude.
Por fim, compreender como a IA pode afetar a qualidade educacional permite que as instituições
adotem medidas proativas para garantir que os alunos recebam uma educação autêntica e valiosa.
As universidades têm a responsabilidade de formar profissionais éticos e competentes, e com-
preender os desafios que a IA apresenta em termos de fraude acadêmica é essencial para cumprir
essa responsabilidade social. Nesse contexto, o pesquisador apresenta uma figura que reúne, se-
gundo ele, os fatores que podem influenciar a fraude acadêmica por meio do uso de IA.
Figure 1
Facteurs pouvant influencer la fraude académique par l'utilisation de l'IA.
Fonte: Elaboração própria (2024).
A Figura 1 mostra que, de acordo com o pesquisador, a relação entre o uso da IA e a fraude
acadêmica pode estar implicada na acessibilidade e facilidade de uso da IA, permitindo que os
alunos utilizem ferramentas de geração de conteúdo, como chatbots e geradores de texto,
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sem a necessidade de habilidades técnicas avançadas. Da mesma forma, a pressão acadêmica
é outro fator significativo. Os estudantes podem sentir uma intensa pressão para alcançar altos
resultados acadêmicos, o que pode levá-los a recorrer à IA para concluir tarefas de forma mais
rápida e eficiente, embora de maneira desonesta. Além disso, a falta de educação adequada
sobre o uso ético da IA e as consequências da fraude acadêmica pode fazer com que os alunos
subestimem a gravidade de utilizar IA para fins desonestos.
Por outro lado, considerando a argumentação de Puche (2024), que sugere que a ausência de
políticas claras e diretrizes institucionais sobre o uso da IA na educação pode criar um ambiente
em que os estudantes não sabem o que é permitido e o que não é, facilitando a fraude.
Em outra linha de pensamento, Alonso e Quinde (2023) destacam que as ferramentas atuais
de detecção de plágio podem não estar totalmente equipadas para identificar conteúdo gerado
por IA, permitindo que a fraude passe despercebida. A IA pode proporcionar uma maneira
conveniente e rápida de gerar conteúdo acadêmico, o que pode ser tentador para os alunos
que buscam economizar tempo e esforço.
Além disso, Alonso (2024) afirma que os alunos que utilizam IA para concluir tarefas podem
não estar envolvidos no processo de aprendizado, resultando em uma desconexão entre o
conhecimento adquirido e o trabalho apresentado. A percepção de que os professores não
revisam detalhadamente os trabalhos ou não detectam o uso de IA pode fomentar a fraude,
já que os alunos acreditam que não serão descobertos. Além disso, a ausência de métodos de
avaliação que se concentrem no processo e não apenas no produto final pode permitir que a
fraude acadêmica passe despercebida.
Portanto, o autor do estudo infere que, ao abordar esses elementos por meio de políticas edu-
cacionais claras, programas de formação ética e o desenvolvimento de melhores ferramentas
de detecção, as instituições podem mitigar o risco de fraude acadêmica associado ao uso de
IA. É importante que as instituições de ensino adotem uma abordagem proativa para enfrentar
esses desafios e garantir a integridade acadêmica na era da inteligência artificial. Nesse sentido,
o estudo teve como objetivo determinar a relação entre inteligência artificial e fraude acadêmica
na Venezuela, Colômbia e Peru.
Metodologia
A metodologia do estudo segue os processos do paradigma positivista, que busca ser o mais ob-
jetivo possível na busca pelo conhecimento, empregando procedimentos ordenados e disciplinados
que permitam testar as ideias do pesquisador sobre a natureza dos fenômenos estudados (Acosta,
2023). Além disso, foi considerado o enfoque quantitativo, definido por Arias (2019) como aquele
que se baseia na ideia de que todos os fenômenos estudados pelas ciências são mensuráveis.
O estudo é do tipo descritivo, já que, segundo Hernández e Mendoza (2018), é um tipo de pes-
quisa que tem como principal objetivo descrever as características ou propriedades de um fenô-
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82 Deinny José Puche Villalobo
meno, situação ou área de estudo, sem manipular as variáveis nem estabelecer relações causais.
Seu foco principal é fornecer uma representação detalhada e precisa do que está send estudado.
Também apresentou um nível correlacional, já que, segundo Hernández e Mendoza (2018), é
um tipo de estudo que busca avaliar a relação entre duas variáveis, com o objetivo de estudar
o grau de correlação entre elas. Essa abordagem se concentra em descobrir como uma variável
varia em relação à outra, analisando a direção do movimento e a intensidade da relação. É im-
portante destacar que a correlação não implica causalidade, ou seja, não estabelece uma re-
lação de causa e efeito entre as variáveis.
Para Arias (2019), nesse tipo de pesquisa, são utilizadas ferramentas estatísticas para medir e
entender o grau de correlação entre as variáveis estudadas. Por exemplo, podem ser empre-
gados coeficientes de correlação, como o coeficiente de Spearman, para analisar as informa-
ções obtidas e estabelecer conclusões sobre a relação entre as variáveis.
A amostra foi composta por 48 professores da Venezuela, 48 da Colômbia e 44 do Peru, todos
do nível universitário. Os critérios de inclusão foram baseados em um nível de experiência de
mais de 5 anos no ensino superior, grau de mestre ou doutor, e lecionarem cursos de seminário
(tese) no nível universitário, sendo selecionados de várias universidades em cada país.
Foi aplicada a técnica de pesquisa por meio de um questionário de alternativas múltiplas com
respostas (sempre, às vezes e nunca). Este questionário foi validado por 5 especialistas com
grau de doutor (2 da Venezuela, 2 colombianos e 1 peruano) por meio do coeficiente alfa de
Cronbach, que apresentou uma confiabilidade de 0,980. No que diz respeito às considerações
éticas, foi garantida a transparência, sendo comunicados os objetivos do estudo, assegurando-
se o uso exclusivo das informações para fins acadêmicos e científicos, além de manter a iden-
tidade das universidades e participantes em sigilo. Os dados foram processados por meio de
estatísticas descritivas, apresentando os dados em tabelas de frequência. Além disso, foi utili-
zada estatística inferencial para analisar o nível de correlação entre as variáveis do estudo.
Resultados
Tabela 1
Elementos que influenciam a fraude acadêmica
Dimensões Indicadores
Opções de respostas
Sempre Algunas
vezes Nunca
F % F % F %
Negligência
na supervisão
Falta de instrução e orientação adequadas 93 66.42 37 26.42 10 7.14
Falta de acompanhamento do progresso do
aluno 88 62.85 40 28.57 12 8.57
Falta de comunicação com os professores. 112 80.0 23 16.42 5 3.57
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A inteligência artificial e a fraude acadêmica no contexto universitário
Comportamento
facilitador
Não desafiar nem questionar o tra-
balho dos alunos. 91 65.0 39 27.85 10 7.14
Não sancionar a fraude. 124 88.57 16 11.42 0 0
Conflitos de
interesse
Relações pessoais próximas com os
alunos. 99 70.71 20 14.28 21 15.0
Total 140 100 140 100 140 100
Fonte : Elaboração própria (2024).
A Tabela 1 revela os elementos que influenciam a fraude acadêmico. Assim, a primeira dimen-
são corresponde à "Negligência na supervisão", sendo o primeiro indicador analisado a falta
de instrução e orientação adequadas. Observou-se que 66,42% dos entrevistados indicaram
que isso ocorre sempre, 26,42% apontaram que ocorre algumas vezes, e 7,14% afirmaram
que nunca acontece. Quanto à falta de acompanhamento do progresso dos alunos, 62,85%
dos participantes afirmaram que essa falta ocorre sempre, enquanto 28,57% disseram que
ocorre algumas vezes e 8,57% mencionaram que nunca ocorre. Finalmente, em relação à falta
de comunicação com os professores, 80,0% dos entrevistados consideram que essa falta sem-
pre existe, 16,42% indicaram que acontece algumas vezes e 3,57% afirmaram que nunca acon-
tece.
Referente à dimensão "Comportamento Facilitador", que analisa através de dois indicadores:
não desafiar nem questionar o trabalho dos alunos e não sancionar o fraude. No primeiro in-
dicador, 65,0% dos entrevistados disseram que sempre evitam desafiar ou questionar o trabalho
dos alunos, 27,85% indicaram que isso ocorre algumas vezes, e 7,14% mencionaram que nunca
acontece. Em relação a não sancionar o fraude, 88,57% dos participantes afirmaram que esse
comportamento sempre se apresenta, 11,42% apontaram que ocorre algumas vezes e nenhum
entrevistado disse que nunca acontece.
Em relação à dimensão "Conflitos de Interesse", observou-se que, segundo os resultados,
70,71% dos entrevistados indicaram que sempre existem essas relações próximas entre tutores
e alunos, 14,28% afirmaram que ocorrem algumas vezes e 15,0% apontaram que nunca acon-
tecem.
Nesse sentido, o pesquisador considera que os resultados indicam que a negligência na su-
pervisão, o comportamento facilitador e os conflitos de interesse são problemas significativos
no ambiente acadêmico avaliado. Além disso, a falta de instrução adequada, o acompanha-
mento insuficiente do progresso dos alunos e a comunicação deficiente com os professores
são práticas comumente reportadas, o que sugere uma supervisão inadequada. Além disso,
a falta de sanções contra o fraude e a ausência de questionamentos ao trabalho dos alunos
refletem um comportamento permissivo que pode afetar negativamente a integridade aca-
dêmica. Finalmente, as relações pessoais próximas com os alunos revelam possíveis conflitos
de interesse que podem comprometer a imparcialidade e a equidade no tratamento dos alu-
nos.
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Tabela 2
Fraudes comuns cometidas por meio da IA
Note: Elaboração própria (2024)..
A Tabela 2 revela os resultados para analisar os fraudes mais comuns cometidos por meio da IA.
Em relação à dimensão "Plágio assistido por IA", especificamente com relação ao indicador de
geração de trabalhos completos utilizando IA, 85,41% dos entrevistados indicaram que os estu-
dantes sempre recorrem a essa prática, enquanto 11,80% acreditam que o fazem às vezes. Da
mesma forma, em relação à prática de parafrasear textos existentes para evitar a detecção de
plágio, observou-se que 46,38% dos entrevistados destacaram que os estudantes sempre
utilizam IA para esse fim, 15,97% que o fazem algumas vezes e 4,86% que nunca o fazem.
Quanto à dimensão "Engano assistido por IA", 27,77% dos participantes mencionaram que os
estudantes sempre usam ferramentas de IA para criar respostas em entrevistas, enquanto
34,72% o fazem às vezes. Ademais, 34,72% acreditam que os estudantes nunca recorrem a
essa prática. Ao analisar a dimensão "Criação de conteúdo falso assistido por IA", especifica-
mente na invenção de dados ou resultados de pesquisa, evidenciou-se que 48,61% dos entre-
vistados manifestaram que os estudantes sempre cometem essa prática, 24,30% que o fazem
algumas vezes, e outro 24,30% considera que nunca o fazem.
Finalmente, em relação à dimensão "Apropriação indevida de ideias assistida por IA", observou-
se que 63,88% dos entrevistados disseram que os estudantes sempre apresentam como próprio
o trabalho gerado por IA, 26,38% que o fazem algumas vezes e 6,94% que nunca o fazem.
Dimensões Indicadores
Opções de respostas
Sempre Algumas
vezes Nunca
F % F % F %
Plágio assistido por IA
Gerar trabalhos completos usando
ferramentas de IA. 123 85,41 17 11,80 0 0
Parafrasear texto existente para
evitar a detecção de plágio. 110 46,38 23 15,97 7 4,86
Engano assistido por IA Usar ferramentas de IA para criar
respostas de entrevistas. 40 27,77 50 34,72 50 34,72
Criação de conteúdo
falso assistida por IA
Inventar dados ou resultados de
pesquisa. 70 46,61 35 24,30 35 24,30
Apropriação indevida
de ideias assistida por
IA.
Apresentar o trabalho gerado por
IA como próprio. 92 63,88 38 26,38 10 6,94
Não citar adequadamente as fon-
tes de IA. 140 100 0 0 0 0
Total 140 100 140 100 140 100
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A critério do pesquisador, os resultados sugerem uma dependência significativa das ferramentas
de IA para produzir trabalhos acadêmicos sem uma contribuição pessoal autêntica. Também
se observa que, segundo os docentes entrevistados, há uma prevalência significativa do uso
inadequado das ferramentas de IA para cometer plágio e engano.
Tabela 3
Coeficiente de correlação entre as variáveis
Note : Elaboração própria (2024).
A Tabela 3 mostra uma correlação de Pearson entre as variáveis IA e fraude acadêmica, evi-
denciando que a correlação de Pearson entre essas duas variáveis é de 0,980, o que indica
uma relação positiva muito forte. Isso significa que, à medida que aumenta o uso da inteligência
artificial na educação, tende a aumentar também o fraude acadêmica. Além disso, ressalta-se
que a correlação não implica causalidade. Ou seja, o fato de duas variáveis estarem correlacio-
nadas não significa que uma cause a outra.
Discussão
Considerando os resultados da percepção dos docentes sobre o uso que os alunos fazem da
IA na realização de trabalhos de pesquisa, tem-se que, segundo Caceres e Ulloa (2023), muitas
vezes os alunos utilizam a IA de maneira inadequada, o que, devido à negligência na supervi-
são, afeta negativamente a qualidade educacional ao permitir que os alunos se desviem dos
objetivos de aprendizado sem serem corrigidos a tempo.
Nesse sentido, Granero (2021) aponta que, quando os supervisores não monitoram adequa-
damente o desempenho dos alunos, estes podem desenvolver maus hábitos de estudo, carecer
de orientação em seus projetos e, em casos extremos, recorrer a práticas desonestas, como o
plágio ou o uso de IA para criar conteúdo falso. A falta de vigilância cria um ambiente onde os
padrões acadêmicos se deterioram, e os alunos não alcançam seu máximo potencial.
Por outro lado, Granero (2021) considera que a falta de instrução e orientação adequadas im-
pede que os alunos compreendam claramente as expectativas acadêmicas e como cumpri-las.
Segundo García et al. (2024), sem uma orientação apropriada, os alunos podem se sentir per-
Inteligência artificial Fraude acadêmica
Rho de
Spearman
Inteligência artificial
Correlação de Pearson 1 0,980**
Sig. (bilateral) 0,000
N 140 140
Fraude acadêmica
Correlação de Pearson 0,980** 1
Sig. (bilateral) 0,000
N 140 140
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didos e recorrer a soluções rápidas, como o uso de ferramentas de IA para completar suas ta-
refas. Isso não apenas afeta seu aprendizado e desenvolvimento de habilidades, mas também
perpetua uma cultura de dependência, em vez de fomentar o pensamento crítico e a resolução
de problemas. A ausência de instrução clara mina a confiança dos alunos em suas capacidades
e no sistema educacional como um todo.
Nesse sentido, Crawford (2023) afirma que a falta de acompanhamento do progresso do aluno im-
pede a identificação oportuna de dificuldades e áreas de melhoria, resultando em intervenções tardias
ou inexistentes. Sem um acompanhamento contínuo, os problemas acadêmicos e pessoais dos alunos
podem passar despercebidos, aumentando o risco de desmotivação, baixo desempenho e abandono
escolar. Para García et al. (2024), a ausência de feedback construtivo deixa os alunos sem orientação
sobre como melhorar, afetando seu desenvolvimento acadêmico e pessoal. Essa falta de atenção
pode levar a uma diminuição geral da qualidade educacional e do sucesso estudantil.
Além disso, Belda (2019) afirma que a falta de comunicação com os professores cria um vazio
no processo educativo, onde os alunos não recebem a orientação necessária para seu desen-
volvimento acadêmico e pessoal. Sem uma comunicação efetiva, os professores não podem
identificar as necessidades individuais dos alunos nem fornecer o apoio adequado. Isso pode
resultar em uma compreensão incompleta do material, dificuldades não resolvidas e falta de
direção no aprendizado. A desconexão entre alunos e professores também pode levar a uma
diminuição na motivação e no engajamento dos alunos com seus estudos.
Dentro desse contexto, Soria et al. (2022) e Vries (2023) expõem que o comportamento facili-
tador, como não desafiar nem questionar o trabalho dos alunos, contribui para uma baixa qua-
lidade educacional ao não promover o pensamento crítico e a autoavaliação. Para Mayta et al.
(2023), quando os alunos não são desafiados a justificar e refletir sobre seu trabalho, perde-se
a oportunidade de desenvolver habilidades analíticas e de raciocínio. Assim, a falta de rigor
acadêmico permite que os alunos se contentem com um esforço mínimo e não alcancem seu
máximo potencial, perpetuando uma cultura de mediocridade em vez de excelência.
Por outro lado, Puche (2024) destaca que não sancionar o fraude cria um ambiente onde a
desonestidade acadêmica pode proliferar sem consequências, minando a integridade do sis-
tema educacional. A falta de sanções claras e consistentes envia uma mensagem de que o
fraude é tolerado, o que pode incentivar mais alunos a participar de práticas desonestas. Isso
não apenas afeta a equidade e a justiça no âmbito acadêmico, mas também degrada o valor
dos títulos e certificações concedidos, prejudicando tanto os alunos honestos quanto a repu-
tação da instituição educacional.
Continuando com a análise dos resultados deste estudo, Vander e Cury (2024) afirmam que os
conflitos de interesse, como relações pessoais próximas com os alunos, podem comprometer
a imparcialidade e a objetividade na avaliação e supervisão acadêmica. Isso indica que esses
conflitos podem levar a favoritismos, onde certos alunos recebem tratamento preferencial ou
avaliações injustamente positivas, afetando a equidade na sala de aula. Além disso, essas rela-
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87
A inteligência artificial e a fraude acadêmica no contexto universitário
ções podem dificultar a aplicação de sanções disciplinares e a tomada de decisões acadêmicas
baseadas em mérito. A presença de tais conflitos corrói a confiança na integridade do processo
educativo e pode gerar um ambiente de desconfiança e ressentimento entre os alunos.
Na mesma linha de pensamento, Zuñiga e Polanco (2023) destacam que o plágio assistido por
IA ocorre quando se utiliza a tecnologia de inteligência artificial para copiar e apresentar o tra-
balho de outros como próprio. Isso se manifesta através de textos ou trabalhos que contêm
frases ou parágrafos inteiros que coincidem com fontes existentes sem a devida citação, o que
é facilmente identificável por meio de software de detecção de plágio.
No entanto, Alonso e Quinde (2023) apontam que esses trabalhos frequentemente apresentam
um estilo de escrita inconsistente ou pouco natural, já que as partes copiadas não se integram
bem com o restante do conteúdo original. O uso de ferramentas de IA para parafrasear ou re-
formular conteúdo sem mudar significativamente seu significado é outro indicador importante.
Assim, esses elementos revelam a dependência em IA para criar trabalhos acadêmicos ou pro-
fissionais que não são totalmente originais.
Quanto à criação de conteúdo falso assistida por IA, Franganillo (2022) expõe que isso envolve
o uso de tecnologias de inteligência artificial para gerar textos que não são autênticos. Enquanto
Jofre (2023) afirma que isso afeta gravemente a qualidade educativa ao inundar o ambiente
acadêmico com informações imprecisas ou enganosas, dificultando a distinção entre fatos ve-
rídicos e fabricados, o que pode levar à propagação de conhecimentos errôneos entre alunos
e professores, comprometendo a integridade do aprendizado e da pesquisa.
De acordo com Villalobos (2024), isso fomenta uma cultura de desconfiança nas fontes de in-
formação e reduz o valor do trabalho acadêmico genuíno, ao mesmo tempo em que desen-
coraja o pensamento crítico e a verificação rigorosa dos dados. Infere-se, portanto, que esses
efeitos erodem a credibilidade e a eficácia do sistema educacional em sua missão de formar
indivíduos bem informados e capazes de contribuir positivamente para a sociedade.
Ao contrastar os resultados com a teoria de Gallent et al. (2023), que afirma que a apropriação
indevida de ideias assistida por IA ocorre quando ferramentas de IA são usadas para tomar ideias
originais de outros e apresentá-las como próprias, isso é evidente em propostas de projetos, pes-
quisas ou apresentações que refletem ideias ou conceitos previamente apresentados por outras
pessoas sem o devido reconhecimento. Assim, os dados do estudo mostram uma fraqueza sig-
nificativa em relação a essa dimensão (apropriação indevida de ideias assistida por IA.
Nesse contexto, Díaz (2023) considera que trabalhos que demonstram um conhecimento avan-
çado ou detalhado que não corresponde ao nível de experiência do autor também são suspeitos.
Para Alonso (2024), o uso de IA para explorar bancos de dados de pesquisas e depois reformular
ligeiramente sem dar crédito aos autores originais é uma prática comum. Isso revela que as dis-
crepâncias entre o conhecimento do autor sobre o tema e a qualidade do trabalho apresentado
indicam uma possível dependência de IA para apropriar-se indevidamente das ideias de outros.
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88 Deinny José Puche Villalobo
Ao considerar os resultados obtidos, evidencia-se que os alunos não estão utilizando a IA de
maneira adequada. Em vez de empregá-la como uma ferramenta de apoio para enriquecer e
facilitar seu trabalho acadêmico, os alunos estão delegando à IA a construção e redação de
cada elemento de seus trabalhos de pesquisa. Ou seja, baseia-se no alto nível de correlação
determinado entre as variáveis analisadas, o que sugere uma dependência excessiva da IA para
realizar tarefas que deveriam ser realizadas pelos próprios alunos.
Nesse sentido, o uso inadequado da IA tem implicações sérias para a qualidade educacional,
já que os alunos não estão desenvolvendo as habilidades críticas necessárias para seu cresci-
mento acadêmico e profissional. A falta de envolvimento pessoal no processo de pesquisa e
redação pode levar a uma compreensão superficial do conteúdo e à incapacidade de aplicar
o conhecimento adquirido em contextos reais.
Para abordar essa problemática, foi realizada uma reunião com docentes (orientadores de trabalhos
de pesquisa), que participaram da pesquisa e compartilharam suas observações e preocupações.
Por consenso, foram estabelecidas algumas diretrizes destinadas a coibir o uso indevido da IA.
Essas diretrizes têm como objetivo promover um uso responsável e ético da tecnologia, garantindo
que os alunos desenvolvam as competências necessárias para seu sucesso acadêmico.
Nesse sentido, considerou-se a necessidade de incorporar workshops ou módulos obrigatórios nos
programas de pós-graduação, o que é fundamental para educar os alunos sobre o uso responsável
da inteligência artificial na pesquisa e na elaboração de teses. Assim, esses programas devem abor-
dar o alcance e as limitações das ferramentas de IA para a escrita e a geração de conteúdo, bem
como as normas éticas e acadêmicas relacionadas à integridade do trabalho intelectual.
Além disso, é relevante informar os alunos sobre as consequências do plágio e do uso indevido
da IA, orientando-os sobre seu uso adequado, já que essa ferramenta virtual pode auxiliá-los
na busca e organização de informações, análise de dados e geração de visualizações, além da
redação e revisão de textos acadêmicos. Portanto, foram propostas uma série de atividades
que podem fazer parte da solução para os problemas identificados.
Tabela 4
Sugestões para enfrentar a problemática do uso da IA para cometer fraude acadêmica.
Atividade Descrição Benefícios para prevenir o uso inde-
vido de IA em tesesbido de IA en tesis
Promover a
educação
sobre IA e
ética acadê-
mica.
Incorporar oficinas ou módulos obrigatórios nos
programas de pós-graduação.
Educar os alunos sobre o uso responsável da in-
teligência artificial na pesquisa e na elaboração de
teses, incluindo: (a) Os alcances e limitações das
ferramentas de IA para escrita e geração de con-
teúdo. (b) As normas éticas e acadêmicas relacio-
nadas com a integridade do trabalho intelectual.
(c) As consequências do plágio e do uso indevido
Ajuda os alunos a compreender as
capacidades e limitações da IA no con-
texto acadêmico, promovendo um uso
responsável e ético..
Oferece aos alunos ferramentas e es-
tratégias para aproveitar a IA de ma-
neira eficaz em seu processo de
aprendizado e pesquisa, sem compro-
meter a originalidade de seu trabalho.
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A inteligência artificial e a fraude acadêmica no contexto universitário
Nota: Elaboración propia (2024).
Conclusões
Os resultados do estudo revelam uma correlação de Pearson de 0,980 entre o uso da IA e a
fraude acadêmica. Esse valor indica uma relação positiva muito forte, sugerindo que, à medida
que aumenta o uso da IA na educação, também tende a aumentar a fraude acadêmica. No en-
tanto, é relevante destacar que a correlação não implica causalidade. Embora ambas as variáveis
estejam fortemente relacionadas, não se pode concluir que o uso da IA cause diretamente a
fraude acadêmica. É possível que outros fatores estejam influenciando essa relação.
Portanto, esses achados ressaltam a necessidade de implementar regulamentações e políticas
educacionais que abordem o uso ético da IA. Além disso, é importante educar os alunos sobre
o uso responsável das ferramentas de IA e estabelecer diretrizes claras que possam ajudar a mi-
tigar o risco de fraude acadêmica. Promover o desenvolvimento de habilidades de pensamento
crítico e análise nos alunos é de suma importância para que possam utilizar a IA de maneira
ética e responsável. Essas habilidades ajudarão os alunos a avaliar as informações geradas pela
da IA na elaboração de teses.
Promover o uso de ferramentas de IA para o
aprendizado e a pesquisa.
Orientar os alunos no uso adequado de ferramen-
tas de IA para apoiar seu processo de aprendizado
e pesquisa, como: busca e organização de infor-
mações relevantes; análise de dados e geração de
visualizações; redação e revisão de textos acadê-
micos; enfatizar a importância do pensamento crí-
tico e da originalidade: incentivar nos alunos o
desenvolvimento de habilidades de pensamento
crítico e análise para avaliar as informações obti-
das por meio da IA e gerar suas próprias ideias e
argumentos.
Estimula o desenvolvimento de habili-
dades de pensamento crítico e análise,
essenciais para avaliar informações,
formular argumentos e gerar conheci-
mento original.
Estabelecer di-
retrizes claras
para o uso da
IA na elabora-
ção de teses
• Definir os tipos de ferramentas de IA permitidas:
Especificar quais ferramentas de IA podem ser uti-
lizadas pelos alunos na elaboração de suas teses,
considerando seu impacto na originalidade e no
valor acadêmico do trabalho; estabelecer limites
para a utilização da IA: determinar a quantidade
de conteúdo gerado por IA que pode ser utilizado
em uma tese, garantindo que o trabalho principal
seja realizado pelo aluno; exigir transparência no
uso da IA: Requerer que os alunos citem clara-
mente qualquer ferramenta ou recurso de IA uti-
lizado na elaboração de sua tese, incluindo a
descrição de sua função e o impacto no conteúdo
final.
Proporciona aos alunos uma guia clara
sobre o que se espera em relação ao
uso da IA em suas teses, evitando con-
fusões e possíveis transgressões às
normas acadêmicas.
Garante que a maior parte do trabalho
de tese seja realizada pelo aluno, as-
segurando o desenvolvimento de suas
habilidades de pesquisa e escrita.
Fomenta a transparência e a rastreabi-
lidade do uso da IA, permitindo que os
avaliadores compreendam o processo
de elaboração da tese e a contribuição
real do aluno.
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90 Deinny José Puche Villalobo
IA e a desenvolver seus próprios argumentos e conclusões.
Nesse sentido, também se infere que é fundamental implementar estratégias de avaliação e de-
tecção de fraude, como o uso de softwares de detecção de plágio e revisões por pares, para as-
segurar a integridade acadêmica, uma vez que essas medidas podem ajudar a identificar e prevenir
a fraude acadêmica relacionada ao uso da IA. Além disso, é necessário fomentar uma cultura de
integridade acadêmica, o que é fundamental para reduzir a incidência de fraude acadêmica.
Vale destacar que outro aspecto importante é informar os alunos sobre as expectativas, as normas
éticas e as consequências da fraude, junto com reconhecer e premiar o comportamento ético,
pode incentivar um comportamento acadêmico honesto e responsável. Portanto, embora o es-
tudo tenha revelado uma relação positiva muito forte entre o uso da IA e a fraude acadêmica, é
realmente importante abordar essa questão de múltiplas maneiras, incluindo a educação, a re-
gulamentação, a avaliação e a promoção de uma cultura de integridade acadêmica, pois o pes-
quisador considera que somente por meio de uma abordagem holística e multifacetada é possível
enfrentar efetivamente o desafio da fraude acadêmica no contexto do crescente uso da IA
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Falta de comunicação com os professores.
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 5(10), 93-108
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Inflación, flujo de caja libre y rentabilidad en las
empresas del sector de alimentos y bebidas del
municipio San Cristóbal, período 2014-2018
Como citar: Lobo, C. L. A. (2025). Inflação, fluxo de caixa livre e rentabilidade nas empresas do setor de
alimentos e bebidas do município de San Cristóbal, período 2014-2018. Caso de estudio: Mora´s, período
2014-2018. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 93-108. https://doi.org/10.59654/nmyhfv22
Luis Alejandro Lobo Caicedo
https://orcid.org/0000-0003-3871-3666
San Cristóbal, Táchira / Venezuela
* Doutor em Matemática, Instituto de Estudos Superiores de Pesquisa e Pós-graduação (IESIP). Engenheiro Indus-
trial, Universidad Nacional Experimental de Táchira (UNET), San Cristóbal, Venezuela. Licenciado em Educação
com menção em Matemática, Universidade Nacional Experimental de los Llanos Ocidentales Ezequiel Zamora
(Unellez), Barinas, Venezuela. Mestre em Gestão Empresarial com menção em Finanças, UNET. Advogado, Unellez.
Técnico Superior Universitário em Administração de Pessoal, Instituto Universitário Jesús Enrique Lozada. Professor
Assistente da Universidade de Los Andes, Núcleo Táchira (NUTULA), vinculado ao Departamento de Ciências Ad-
ministrativas e Contábeis. Correio eletrônico: luis.lobo0811@gmail.com
Recebido: Julho / 26 / 2024 Aceito: Setembro / 13 / 2024
Inflação, fluxo de caixa livre e
rentabilidade nas empresas do setor de
alimentos e bebidas do município de San
Cristóbal, período 2014-2018.
https://doi.org/10.59654/nmyhfv22
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
94 Luis Alejandro Lobo Caicedo
Resumo
A pesquisa teve como objetivo determinar a relação entre a inflação e o fluxo de caixa livre
com a rentabilidade das empresas do setor de alimentos e bebidas, município de San Cristóbal,
estado Táchira, período 2014-2018. A pesquisa é de tipo descritiva, apoiada em uma investiga-
ção descritivo-correlacional, de campo, que utiliza o método indutivo. A população selecionada
foi constituída por 115 estabelecimentos de venda de comidas e bebidas em restaurantes, cafés
e outros estabelecimentos com serviço de mesa e balcão, a amostra foi dada pela mesma po-
pulação, a técnica principal de coleta de dados aplicada foi a entrevista, aliada à revisão de do-
cumentos, onde foram utilizados os demonstrativos financeiros das empresas, apoiada com a
entrevista realizada ao gerente geral. Para a análise dos dados, foram utilizadas tabelas de dis-
tribuição de frequência, gráficos de barras e dispersão, correlações, que determinam o com-
portamento das variáveis.
Palavras-chave: Inflação, Rentabilidade, Fluxo de caixa livre.
Resumen
La investigación tuvo como objetivo determinar la relación entre la inflación y el flujo de caja
libre con la rentabilidad de las empresas del sector de alimentos y bebidas, municipio San Cris-
tóbal, estado Táchira, periodo 2014-2018. La investigación es de tipo descriptivo, apoyada en
una investigación descriptiva-correlacional, de campo, que utiliza el método inductivo. La po-
blación seleccionada estuvo constituida por 115 establecimientos de expendio de comidas y
bebidas en restaurantes, cafés y otros establecimientos con servicio de mesa y mostradores, la
muestra estuvo dada por la misma población, la técnica de recolección de datos principal apli-
cada fue la entrevista aunada a revisión de documentos, donde se utilizaron los estados finan-
cieros de las empresas, apuntalada con la entrevista empleada al gerente general. Para el análisis
de los datos se emplearon tablas de distribución de frecuencia, gráficos de barras y dispersión,
correlaciones, que determinan el comportamiento de las variables.
Palabras clave: Inflación, rentabilidad, flujo de caja libre.
Introdução
A presente pesquisa reflete que a inflação na Venezuela tem incidência direta nas operações diárias
das empresas, especialmente as do setor de alimentos e bebidas, devido ao fato de que o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mostrou durante os períodos de estudo, geralmente,
uma tendência de alta. Isso ocorre pela baixa disponibilidade de divisas resultante da queda dos
preços do petróleo, afetando o nível de importações e, consequentemente, de bens e serviços.
A inflação é um fenômeno econômico relacionado ao aumento progressivo da população. Ao
mesmo tempo, as medidas políticas nacionais e globais têm gerado mudanças inesperadas na
economia, como o aumento dos preços dos produtos da cesta básica, do petróleo e das guerras
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 93-108.
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Inflação, fluxo de caixa livre e rentabilidade nas empresas do setor de alimentos
e bebidas do município de San Cristóbal, período 2014-2018
internacionais, que têm impactado a Venezuela nas últimas décadas.
O nível de inflação em que se encontra a Venezuela repercute no desempenho das empresas do setor
de alimentos e bebidas para se manterem no mercado e alcançarem eficiência e eficácia em seus pro-
cessos centrais, beneficiando sua gestão. Por isso, foi analisada sua situação financeira, que na maioria
dos países constitui uma atividade que contribui para a economia e traz benefícios para a população.
Atualmente, um dos principais problemas no âmbito financeiro mundial é a inflação. Como explica
Behar (2015), a redução dos preços dos produtos e/ou serviços não é o que se busca, e somando-
se a isso, várias nações apresentavam sintomas de deflação, como no caso da inflação colom-
biana, que em julho de 2015 foi de 0,19%, o que trouxe uma luz de esperança para o Banco da
República, que decidiu manter as taxas de intervenção em 4,5%, com uma grande expectativa
de que a variação do índice de preços ao consumidor (IPC) começasse a cair e se estabilizasse
perto dos valores-alvo em 2016.
Por outro lado, parafraseando Behar (2015), isso não é um evento isolado da Colômbia, nem da
América Latina, salvo eventos específicos em países como Venezuela, Brasil e Argentina, que en-
frentam incidentes e problemas macroeconômicos.
Segundo os dados históricos do Banco Mundial para os anos de 2016-2017, a inflação média no
mundo caiu, passando de níveis médios de 3,7% em 2012 para 2,5% em 2014. Apesar de parecer
estabilizar-se, a tendência continuou em queda, mas mais lentamente. Nesse sentido, para os
anos de 2016-2017, o comportamento na América Latina mostrou estabilidade, exceto em países
como Argentina, México e Venezuela, conforme pode ser observado no Gráfico 1.
Gráfico 1
Inflação (%) para o ano de 2017
Fonte: Elaborado com os melhores dados retirados do Fundo Monetário Internacional, 2020.
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Luis Alejandro Lobo Caicedo
Como pode ser observado no Gráfico 1, a inflação na Venezuela apresentava um comporta-
mento fora da média mundial, o que leva a entender que o efeito da perda de valor do dinheiro
ao longo do tempo se agravava nos aspectos sociais e empresariais. A esse respeito, Behar
(2015) considera que “a atividade empresarial de qualquer país está exposta a fatores econô-
micos que influenciam seu desenvolvimento e, portanto, seus resultados, como é o caso espe-
cífico da inflação. Esse fenômeno é uma realidade econômica que persiste na Venezuela há
anos e afeta os preços, custos, salários, valor das propriedades e tudo relacionado ao dinheiro.
No entanto, como consequência do controle estrito que o Banco Central da Venezuela (BCV)
está tentando exercer sobre a inflação, houve uma forte contração na demanda e oferta da
atividade econômica. Por isso, López (2017) afirma que se evidenciou um aumento descontro-
lado dos preços na Venezuela. O estado de Táchira, durante o período de 2013-2017, experi-
mentou taxas elevadas em comparação com outras regiões do país, devido à sua proximidade
com a fronteira colombiana.
Assim, o estado de Táchira, no ano de 2018, de acordo com Castro (2019), foi impactado no
setor de alimentos e bebidas, já que o fechamento da fronteira afetou as atividades comerciais
lícitas da região e, ao contrário, aumentou a informalidade e os crimes de natureza financeira.
No caso da empresa Mora’s Restaurant, localizada na avenida Carabobo do município de San
Cristóbal, de acordo com dados fornecidos pela entrevista realizada com o gerente geral, no
primeiro trimestre de 2018, apesar do aumento nas vendas em valor monetário, o mesmo não
ocorreu com sua margem de lucro, o que resultou em uma redução nos seus fluxos de caixa
e rentabilidade. A seguir, na Tabela 1, pode-se observar as vendas e o % de lucro no primeiro
trimestre do ano de 2018.
Tabela 1
Receitas e margem de lucro no primeiro trimestre de 2018
Fonte: Dados fornecidos pelo proprietário da empresa.
Por conseguinte, o incremento foi determinado através do valor fixo do mês de dezembro do
ano de 2017, que foi de 25.000.000 Bs em relação aos meses de janeiro, fevereiro e março, en-
quanto o decréscimo foi determinado com uma margem de lucro do mês de dezembro do
ano de 2017 de 35%. Concluindo que, apesar de a empresa aumentar suas receitas mensal-
mente e, em média, em 93,09%, registra um decréscimo médio de 5,66%, com vendas mensais
Mês Receita (Bs) Aumento (%) Margem de lucro (%) Redução (%)
Janeiro 32.000.000 21,88 31 4
Fevereiro 48.350.000 93,40 25 10
Março 66.000.000 164,00 32 3
Promedio 48.783.333 93,09 29,33 5,66
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Inflação, fluxo de caixa livre e rentabilidade nas empresas do setor de alimentos
e bebidas do município de San Cristóbal, período 2014-2018
médias de 48.783.333 Bs.
Dessa perspectiva, o principal objetivo desta pesquisa foi analisar a relação entre a inflação e
o fluxo de caixa livre, bem como entre a inflação e a rentabilidade durante o período 2014-
2018 no setor de alimentos e bebidas no município de San Cristóbal, estado de Táchira, sub-
metendo-o posteriormente a simulações segundo as diferentes taxas de inflação incorporadas
às receitas e despesas geradas pelo investimento, que pode ser uma ferramenta útil para quem
precisa tomar decisões de investimento em um contexto inflacionário.
A pesquisa se justifica em três aspectos: metodológico, prático e teórico. Em primeiro lugar, ao
relacionar variáveis macroeconômicas com variáveis internas, é possível obter sugestões que
permitam melhorar as condições financeiras da empresa e, assim, fomentar o crescimento do
setor e/ou subsetor estudado. É de vital importância manter uma atividade econômica susten-
tável em uma localidade, região e país, porque fomenta o âmbito laboral e o desenvolvimento.
É importante destacar que, na cidade de San Cristóbal, registraram-se cerca de 21.003 empresas
(34% do total da entidade) no ano de 2017. No entanto, apenas se identificam cerca de 315 in-
dústrias, enquanto as demais estão dedicadas ao comércio, e estima-se, de acordo com a Câ-
mara de Comércio e Indústria do estado de Táchira, que a partir do ano de 2018 começa uma
deserção no setor comercial, principalmente por causas financeiras e políticas governamen-
tais.
Às empresas objeto de estudo, serão fornecidas condições financeiras que lhes permitam per-
manecer em um mercado tão complexo como o de alimentos e bebidas no município de San
Cristóbal, estado de Táchira, além de que todas as organizações sociais devem cumprir seu
objetivo financeiro básico, e a relação entre essas variáveis externas e internas facilitará esse
cumprimento. Por último, servirá como apoio metodológico para futuras pesquisas relacionadas
à inflação, fluxo de caixa e rentabilidade no setor de alimentos e bebidas, bem como em outros
setores da atividade econômica.
A nível internacional, Macas e Luna (2014) desenvolveram o trabalho de conclusão de curso
intitulado Análise da inflação e da rentabilidade econômica e financeira na empresa comercia-
lizadora e exportadora de bioaquáticos períodos 2012-2013 na Universidade Nacional de Loja,
localizada em Loja, Equador. Estabeleceram como objetivos analisar a inflação e a rentabilidade
econômica e financeira da empresa, determinar o comportamento da inflação, determinar o
comportamento da rentabilidade e, por fim, sugerir melhorias para a empresa. O tipo de pes-
quisa utilizado foi de campo; aplicaram como instrumento um questionário, utilizando a técnica
de levantamento, aplicado a um total de 55 trabalhadores.
Do mesmo modo, entre os resultados obtidos, verificou-se que a inflação e a rentabilidade
possuem uma correlação de 0,91, o que afetava significativamente o ambiente financeiro da
empresa. Sua estratégia foi direcionada para a redução em pelo menos 8% das despesas ad-
ministrativas que não são essenciais para os aspectos fundamentais da organização. Para esta
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98 Luis Alejandro Lobo Caicedo
pesquisa, esse antecedente permite orientá-la em função do tipo de investigação utilizado,
assim como das técnicas e instrumentos para coleta de dados, facilitando a elaboração das
análises e processamento dos dados, além de seus aspectos relevantes.
Da mesma forma, a nível nacional, Arias (2012) realizou um trabalho de graduação para obter
o título de Mestre em Gestão de Empresas, com especialização em Gestão Financeira, na Uni-
versidade do Zulia, intitulado Inflación y gestión presupuestaria en empresas mixtas del sector
petrolero del estado Zulia, seu objetivo foi analisar o impacto da inflação na gestão orçamen-
tária em empresas mistas o setor petrolífero, examinando o comportamento da taxa de inflação,
a gestão orçamentária, as variações orçamentárias e a relação entre a taxa de inflação e a ges-
tão orçamentária nas empresas mistas do setor petrolífero. Metodologicamente, a pesquisa foi
de natureza descritiva e de campo, com design não experimental, e a população foi composta
por 3 funcionários de uma empresa mista do setor petrolífero do município de San Francisco,
estado de Zulia.
Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário com 55 itens de múltipla escolha com
4 alternativas, e a confiabilidade foi calculada pelo coeficiente Alfa de Cronbach, obtendo um
r = 0,925, o que indica uma magnitude muito alta. Concluiu-se que, na Venezuela, a alta inflação
tem sua origem principalmente no déficit fiscal que o BCV monetiza, e foi medida pela variação
do IPC. A correlação obtida foi r = 0,353, classificada como baixa, positiva e não significativa,
indicando que não há uma relação consistente entre a inflação e a gestão orçamentária. A pes-
quisa servirá de apoio no âmbito metodológico, bem como nas técnicas e instrumentos utili-
zados para a coleta de dados, incluindo uma pesquisa descritiva, não experimental e uma
entrevista com questionário de perguntas fechadas e abertas
Metodologia
Quanto ao nível da presente pesquisa, dadas as características do problema e os objetivos for-
mulados, considerou-se de natureza descritiva. Este estudo foi de nível descritivo, já que, para
o desenvolvimento sistemático dos objetivos, foi necessário coletar informações que permitiram
identificar e definir os aspectos-chave para a inflação, o fluxo de caixa livre e a rentabilidade
das empresas do setor de alimentos e bebidas no município de San Cristóbal, estado Táchira,
no período de 2014-2018.
O desenho da pesquisa foi de campo; a coleta de dados foi realizada na população estabelecida
e por um tempo determinado, sem manipular variáveis, utilizando a técnica de entrevista e o
instrumento do questionário. Além disso, realizou-se uma revisão documental para descrever,
caracterizar e analisar o comportamento das variáveis: inflação, fluxo de caixa livre e rentabili-
dade. Quanto à população, neste caso, foram os estabelecimentos do setor de alimentos e
bebidas localizados no município de San Cristóbal, estado Táchira.
Para a presente pesquisa, utilizou-se a amostra intencional, que foi representada pelos 115 es-
tabelecimentos que cumpriam o requisito de pertencer ao setor de alimentos e bebidas no
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município de San Cristóbal, estado Táchira. Inicialmente, utilizou-se a técnica de entrevista. O
instrumento de coleta de informações foi o roteiro de entrevista. Para a análise dos dados quan-
titativos, empregaram-se tabelas e gráficos.
Resultados
Neste análise de resultados, é importante considerar o comportamento da inflação para o pe-
ríodo de 2014-2018. A esse respeito, cabe destacar que, segundo o Banco Mundial (2018):
Por quinto ano consecutivo, a região da América Latina e do Caribe enfrenta uma di-
minuição do crescimento como resultado de um ambiente externo adverso, sobretudo
para os exportadores e empresas do setor de alimentos e bebidas. Espera-se uma con-
tração de 1% para o ano de 2018 (p. 912).
Isso é afetado principalmente pela desaceleração da economia venezuelana, apresentando
uma instabilidade econômica e uma inflação tão elevada em comparação com outros países
que apenas afasta o investidor estrangeiro. No Gráfico 2, mostra-se a inflação acumulada e
mensal dos principais países da América Latina. Do mesmo modo, no Gráfico 2, pode-se ob-
servar a variação percentual da inflação na Venezuela para o período de 2014-2018.
Gráfico 2
Comportamento da inflação acumulada na América Latina para o período de 2014-2018
Fonte: GlobalScope (2019).
Inflação, fluxo de caixa livre e rentabilidade nas empresas do setor de alimentos
e bebidas do município de San Cristóbal, período 2014-2018
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Para o caso da Venezuela, a Figura 4 mostra a inflação durante o período de 2014-2018.
Gráfico 3
Variação percentual da inflação na Venezuela para o período de 2014-2018
Fonte: BCV (2019).
A principal causa da hiperinflação é o crescimento da massa monetária, definida por Marshall
(1890) como “o total de dinheiro em circulação em uma economia” (p. 189). Segundo o Banco
Central da Venezuela, a massa monetária para o período de estudo de 2014-2018 comportou-
se de acordo com a Tabela 2.
Tabela 2
Massa monetária na Venezuela para o período de 2014-2018
Fonte: BCV (2019).
Ano Massa monetária (%) Variação (%) Tendencia
2014 70,90
2015 62,80 -11,42 Baixa
2016 101,40 61,46 scender
2017 161,30 59,07 Ascender
2018 1.129,60 600,31 Ascender
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Agora, é necessário demonstrar a existência de correlação entre as variáveis macroeconômicas
de inflação e massa monetária. Antes de realizar o processo estatístico de correlação, é essencial
observar os dados das variáveis relacionadas. Portanto, a Tabela 3 apresenta um resumo dos
valores nominais das variáveis de estudo..
Tabela 3
Resumo da inflação e massa monetária na Venezuela para o período de 2014-2018
Fonte: BCV (2019).
Em relação ao comportamento do fluxo de caixa livre no setor de alimentos e bebidas do mu-
nicípio de San Cristóbal, estado de Táchira, para o período de 2014-2018, o Gráfico 4 indica o
Capital de Trabalho Neto Operativo (CTNO) para o setor de alimentos e bebidas do município
de San Cristóbal, estado de Táchira, no período de 2014-2018. Enquanto isso, o Gráfico 5 calcula
e representa o fluxo de caixa livre para o período de estudo..
Gráfico 4
Capital de Trabalho Neto Operativo (CTNO) para o período de 2014-2018.
Fonte: Mora's (2014-2018).
Ano Inflação Massa monetária (%)
2014 68,50 70,90
2015 180,90 62,80
2016 242,60 101,40
2017 862,60 161,30
2018 130.060,20 1.129,60
Inflação, fluxo de caixa livre e rentabilidade nas empresas do setor de alimentos
e bebidas do município de San Cristóbal, período 2014-2018
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Gráfico 5
Fluxo de Caixa Livre (FCL) para o período de 2014-2018
Fonte: Mora's (2014-2018).
É importante destacar que, quanto ao comportamento da rentabilidade no setor de alimentos
e bebidas do município de San Cristóbal, estado de Táchira, para o período de 2014-2018, e
especificamente a situação financeira da empresa Mora´s C.A., foram obtidos os dados neces-
sários para analisar o comportamento da rentabilidade neste setor. Além disso, é vital calcular
os indicadores financeiros que servem como ferramenta para observar o comportamento dos
recursos com os quais a empresa conta para operar normalmente, permitindo assim visualizar
o comportamento da rentabilidade. Vale ressaltar que a rentabilidade, para García (2010), é um
indutor estreitamente relacionado à criação de valor em uma organização, o que ajuda a for-
necer uma ideia sobre a geração de valor na empresa em estudo.
Gráfico 6
Rentabilidade Operativa Antes de Impostos (ROAI) e Rentabilidade do Patrimônio (RP) para o
período de 2014-2018
Fonte: Mora's (2014-2018).
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No Gráfico 6, compara graficamente os resultados do ROAI e do RP para o período de estudo.
Gráfico 7
RP y TMRT para el período 2014-2018
Fonte: Mora's (2014-2018).
O Gráfico 7 detalha a diferença entre o RP e a Taxa Mínima Requerida de Retorno (TMRT). Vale
ressaltar que a TMRT, que é a rentabilidade mínima esperada pelos acionistas entrevistados, é
superior aos níveis de inflação. Portanto, ao realizar uma estimativa, obtêm-se os seguintes re-
sultados.
Dado que a organização manteve financiamento externo nos anos de 2014 e 2015, é necessário
comparar o RP com a taxa de juros gerada pela dívida, conforme mostrado no Gráfico 8.
Gráfico 8
RP e Taxa de Juros para o período de 2014-2018
Fonte: Mora's (2014-2018).
Inflação, fluxo de caixa livre e rentabilidade nas empresas do setor de alimentos
e bebidas do município de San Cristóbal, período 2014-2018
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Discussão
As estatísticas inflacionárias na Venezuela são gerenciadas pelo Banco Central da Venezuela
(BCV) e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), disponibilizadas em seus sites. Na Venezuela,
são aplicados diferentes índices de inflação para calcular a variação mensal dos preços dos
itens da cesta básica de bens e serviços, dentro do contexto nacional, denominados índices in-
flacionários. Esses índices são representados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Núcleo Inflacionário.
Os altos índices de inflação que se observam para a Venezuela em relação à América Latina
para o período de 2014-2018 mostram uma alta nos preços de bens e serviços, o que resultou
na diminuição do poder aquisitivo e na perda do valor da moeda. Para realizar uma análise
mais detalhada da inflação na Venezuela, é conveniente estabelecer os valores desta durante
o período de estudo, pelo que, a seguir, apresenta-se a informação dos anos de 2014 a 2018.
Como pode ser observado no Gráfico 3, as variações do índice inflacionário na Venezuela têm
mostrado aumentos significativos, destacando-se um percentual de variação de 189.768,90%
entre 2014 e 2018, enquanto nos últimos anos do estudo a variação foi de um aumento de
14.977,70%. Isso implica que a série de medidas econômicas estabelecidas gerou apenas hipe-
rinflação.
Para visualizar melhor a tendência da inflação na Venezuela, a Tabela 3 mostra os dados para
o período de estudo de 2014-2018. A inflação é um processo econômico caracterizado por au-
mentos generalizados e sustentados dos preços ao longo do tempo, afetando os preços dos
bens e serviços e o preço do trabalho, ou seja, salários e vencimentos. Além disso, o preço das
moedas estrangeiras também aumenta; no caso da Venezuela, o bolívar se deprecia em relação
ao dólar, ao marco alemão e ao iene japonês, o que significa que é necessário entregar um
maior número de bolívares para comprar moedas de outros países. Durante os últimos gover-
nos na Venezuela, foram implementadas políticas monetárias irresponsáveis que nos levaram
a um longo período inflacionário, com consequências sociais e políticas extremamente graves
(López, 2017).
A tendência geral é de alta, com 5 dos 5 dados de estudo apresentando essa condição. Nos
anos de 2014 e 2015, a variação percentual para cima foi de 221,96%. Para os anos de 2015 e
2016, a tendência foi de alta com uma variação percentual de 362,88%. Entre 2016 e 2017, a
tendência continuou em alta com uma variação de 234,12%. Da mesma forma, entre 2017 e
2018, a tendência foi de alta com uma variação percentual de 455,59%. Esses níveis de ten-
dência para cima resultaram na diminuição das unidades vendidas e no aumento dos preços
dos produtos e serviços, incluindo o setor de alimentos e bebidas.
A inflação é o aumento generalizado dos preços de bens e serviços durante um período em
um país. Quando a inflação sobe, o consumidor pode comprar menos produtos com a mesma
quantia de dinheiro, o que empobrece as pessoas e deteriora a qualidade de vida. A hiperin-
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flação é um tipo incomum de inflação que envolve um aumento geral dos preços a níveis ex-
tremamente altos. A moeda tende a perder a capacidade de desempenhar suas três funções:
unidade de conta, meio de troca e reserva de valor. O dinheiro é funcional quando cumpre
essas três funções, mas se torna disfuncional quando não consegue cumprir pelo menos uma
delas.
A inflação origina-se quando o Banco Central do país cria dinheiro mais rapidamente do que
o aumento da produção de bens e serviços. Quando a receita fiscal é menor que os gastos, os
governos obrigam os Bancos Centrais a emitir dinheiro para cobrir despesas que o Estado não
consegue pagar com sua receita ou pela emissão de dívida. Esse processo é chamado de mo-
netização do déficit fiscal e é uma das principais causas dos fenômenos inflacionários. O des-
balanceamento entre o nível de produção e a quantidade de dinheiro na economia pode
alcançar proporções tais que desencadeia processos de hiperinflação.
As pessoas ajustam suas expectativas e comportamentos diante do aumento dos preços, gas-
tando seu dinheiro o mais rápido possível para se antecipar aos aumentos. Quando esse com-
portamento é generalizado, o dinheiro circula mais rápido e agrava o processo inflacionário,
gerando um ciclo vicioso: preços altos alimentam expectativas de preços mais altos e, conse-
quentemente, os preços aumentam ainda mais. Esse ciclo retroalimenta o processo, destruindo
o valor da moeda.
Para cobrir o impacto da inflação na arrecadação tributária na Venezuela, as autoridades reco-
rreram ao dinheiro criado pelo Banco Central da Venezuela. Essa injeção de bolívares impulsiona
o aumento dos preços. A Ecoanalítica calculou que a arrecadação total caiu 47% em termos
reais para outubro de 2017, e o Imposto sobre Valor Agregado caiu 52%. A situação fiscal se
deteriorou devido à queda dos preços do petróleo desde seu pico em 2013 e à diminuição da
produção petrolífera, que caiu para 600.000 barris diários desde 2015, segundo informações
da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Além disso, houve dificuldade de acesso
aos mercados internacionais de crédito devido à percepção de risco e às sanções impostas
pelos Estados Unidos em 2017.
Em relação ao fluxo de caixa livre, observa-se nos Gráficos 5 e 6 que, tanto no capital de tra-
balho operacional quanto no líquido operacional, os resultados deste estudo permitem discernir
que é possível medir a integração dos critérios do comportamento do fluxo de caixa livre nas
empresas, considerando os lineamentos da guia SUNDDE que aborda princípios, práticas e
matérias fundamentais de preços ao consumidor e a orientação sobre a integração em toda a
organização.
O indicador variou de 2014 a 2018; nos primeiros três anos, foi negativo, indicando que a em-
presa não possuía disponibilidade imediata de caixa para cobrir suas necessidades. Nos dois
últimos anos, o FCL mostrou um aumento ao se tornar positivo. No entanto, isso não ocorreu
em proporções representativas que pudessem favorecer o futuro e a permanência do negó-
cio.
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Quanto à rentabilidade, as empresas do setor de alimentos e bebidas do município de San
Cristóbal avançaram em todas as matérias fundamentais. Observa-se maior integração nas
áreas obrigatórias de comportamento de rentabilidade, práticas trabalhistas, práticas justas de
operação, rentabilidade de ativos e rentabilidade do patrimônio. As oportunidades de melhoria
identificadas abordam a necessidade de fortalecer as capacidades empresariais em aspectos
como produção, qualidade e segurança alimentar, tecnologia e inovação, e saúde e segurança
ocupacional.
Para alcançar o objetivo, foram feitas comparações e análises dos indutores operacionais de
valor para determinar como a rentabilidade empresarial evoluiu. Inicialmente, observa-se uma
tendência negativa de redução tanto na rentabilidade dos ativos quanto na rentabilidade do
patrimônio. No entanto, o gráfico permite perceber que não há uma relação causa e efeito di-
reta entre ambas as variáveis. Assim, conclui-se que o comportamento de rentabilidade no
setor de alimentos e bebidas não está diretamente relacionado.
Conclusões
Em relação à inflação na Venezuela, comparada com a América Latina nos anos de 2014 a 2018,
pode-se inferir que ela teve um impacto significativo na gestão das empresas do setor de ali-
mentos e bebidas localizadas no município de San Cristóbal, estado de Táchira, especialmente
nas atividades de compra e venda de alimentos. Esse impacto se deve ao aumento substancial
dos preços desses produtos, bem como ao aumento dos impostos durante o período de es-
tudo.
Durante esse período, a Venezuela experimentou um tipo de inflação chamado hiperinflação,
que mostrou uma tendência contínua de alta, alcançando um pico máximo em 2017. Isso re-
sultou em uma queda substancial no crescimento produtivo do país. Além disso, essa situação
se encaixa na teoria monetarista da inflação, sendo impulsionada pelo aumento da quantidade
de dinheiro circulante.
Como resposta a essa situação, as medidas econômicas adotadas pelo governo nacional foram
direcionadas para impor controles, como limites nos margens de lucro e nos preços de venda.
No entanto, com base nos resultados obtidos, pode-se inferir que esses controles não são uma
solução para a problemática macroeconômica do país. Pelo contrário, eles destroem o poder
de compra do consumidor, o fluxo de caixa livre e a rentabilidade das empresas, promovendo
a incerteza econômica devido ao desabastecimento causado pela falta de insumos, o que in-
tensifica a espiral inflacionária e estimula o acúmulo e a especulação.
Quanto ao fluxo de caixa livre (FCL), observou-se um aumento nos dois primeiros anos de es-
tudo, 2014-2015. No entanto, começou a surgir uma tendência de queda nos anos de 2016 e
2017, embora o último ano do estudo mostre um aumento em relação a 2017. As variações
observadas podem ser relacionadas à variável inflação, que mostrou um aumento nas receitas
que não é representativo em relação ao FCL obtido. A inflação aumenta as vendas, mas destrói
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a disponibilidade de curto prazo para cumprir as obrigações.
No que se refere à rentabilidade no período de 2014 a 2018, os dois indicadores, Rentabilidade
do Ativo (RA) e Rentabilidade do Patrimônio (RP), evidenciaram um aumento moderado na
rentabilidade, permitindo que as empresas cumprissem os objetivos planejados para cada pe-
ríodo, apesar da situação econômica do país e do nível de inflação
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Luis Alejandro Lobo Caicedo
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Competências tecnológicas e o
desempenho acadêmico dos
estudantes universitários
Competencias tecnológicas y el desempeño
académico de los estudiantes universitarios
Como citar: Acosta, F. S. F. (2025). Competências digitais e o desempenho do docente universitário. Re-
vista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 109-122. https://doi.org/10.59654/j0x9nc08
Savier Fernando Acosta Faneite*
https://orcid.org/0000-0003-2719-9163
Maracaibo, estado de Zulia / Venezuela
* Dr. em Ciências da Educação e Pós-doutorado em Gerência para a Educação Superior. Professor de Biologia,
Universidad de Zulia, Maracaibo - Venezuela. Professor de Biologia. E-mail: savier.acosta@gmail.com
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 109-122
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Recebido: Julho / 17 / 2024 Aceito: Setembro / 5 / 2024
https://doi.org/10.59654/j0x9nc08
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© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
Savier Fernando Acosta Faneite
Resumo
O estudo teve como objetivo estabelecer a relação entre as competências digitais e o desem-
penho do docente universitário. A metodologia foi fundamentada no paradigma positivista
com uma abordagem quantitativa. A pesquisa foi do tipo básica, descritiva e correlacional. O
desenho não experimental e transversal incluiu uma amostra de 87 estudantes de uma univer-
sidade pública em Maracaibo, Venezuela, selecionados por conveniência. Utilizou-se a pesquisa
como técnica de coleta de dados, aplicando-se um questionário cuja confiabilidade foi alta
(Alfa de Cronbach = 0,975). Os dados foram processados com o software SPSS. Os resultados
indicaram uma correlação positiva moderada (Spearman = 0,356) entre as variáveis, sugerindo
que, à medida que aumentam as competências digitais dos docentes, seu desempenho mel-
hora. Em conclusão, o desenvolvimento das habilidades digitais dos professores contribui para
melhorar a qualidade educacional no contexto universitário.
Palavras-chave: Competências, competências digitais, desempenho docente, docente univer-
sitário.
Resumen
El estudio tuvo como objetivo establecer la relación entre las competencias digitales y el de-
sempeño del docente universitario. La metodología se fundamentó en el paradigma positivista
con un enfoque cuantitativo. La investigación fue de tipo básica, descriptiva y correlacional. El
diseño no experimental y transversal incluyó una muestra de 87 estudiantes de una universidad
pública en Maracaibo, Venezuela seleccionados por conveniencia. Se utilizó la encuesta como
técnica de recolección de datos, aplicándose un cuestionario cuya confiabilidad fue alta (Alfa
de Cronbach = 0,975). Los datos se procesaron mediante el software SPSS. Los resultados in-
dicaron una correlación positiva moderada (Spearman = 0,356) entre las variables, sugiriendo
que, a medida que aumentan las competencias digitales de los docentes, su desempeño me-
jora. En conclusión, el desarrollo de las habilidades digitales de los profesores contribuye a me-
jorar la calidad educativa en el contexto universitario.
Palabras clave: competencias, competencias digitales, desempeño docente, docente universi-
tario.
Introdução
No contexto atual do processo educativo, o uso de tecnologia tornou-se essencial, facilitando
a aquisição de conhecimentos pelos alunos. Acosta e Fuenmayor (2022) destacam que as Tec-
nologias da Informação e Comunicação (TIC) revolucionaram profundamente a forma como
os professores universitários buscam e gerenciam os conteúdos necessários para o ensino.
Esses avanços tecnológicos não apenas facilitam o acesso à informação, mas também permitem
uma maior interatividade e colaboração no âmbito educativo, melhorando a qualidade da
aprendizagem e do ensino.
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 109-122
ISSN eletrônico: 2665-038X
Competencias tecnológicas y el desempeño académico de los estudiantes universitarios
Por isso, os professores de educação superior devem possuir competências digitais. Segundo
Centeno (2021), essas competências são definidas como um conjunto de conhecimentos, ha-
bilidades e capacidades associadas ao uso de tecnologias em ambientes educativos, que faci-
litam o cumprimento dos objetivos e competências estabelecidos no currículo. Nesse sentido,
Sánchez et al. (2022) destacam que as competências digitais abrangem aspectos relacionados
ao hardware, software, organização e gestão escolar, uso das TIC, bem como os elementos so-
ciais, éticos e legais associados ao seu uso.
Por sua vez, Cateriano et al. (2021) observam que, a nível mundial, há professores que enfrentam
dificuldades para buscar dados e informações relevantes. Como resultado, muitos docentes
recorrem exclusivamente ao Google como sua principal ferramenta de busca e não estão fa-
miliarizados com o uso de bases de dados, repositórios institucionais, e buscas avançadas com
operadores booleanos para obter informações de qualidade. Essa falta de habilidades limita a
capacidade dos docentes de acessar recursos acadêmicos adequados e reduz a qualidade das
informações utilizadas em sua prática docente.
Nesse contexto, Cobos et al. (2020) indicam que existem lacunas globais no uso da tecnologia
para fins acadêmicos e de disseminação de informações. Isso ocorre porque muitos professores
carecem de conhecimentos sobre como selecionar recursos adequados e utilizar mecanismos
de busca de maneira eficaz para escolher temas que atendam às necessidades de pesquisa e
ao nível acadêmico dos alunos.
Díaz e Serra (2020) apontam que é difícil determinar até que ponto os docentes utilizam a In-
ternet de maneira inadequada ao buscar informações. Isso pode ser devido à falta de habili-
dades necessárias para usar plenamente as tecnologias no ensino e à falta de conscientização
sobre a variedade de motores de busca disponíveis para consultar informações científicas.
Como consequência, muitos docentes recorrem exclusivamente a métodos tradicionais para
buscar informações científicas de qualidade, o que pode impactar negativamente no progresso
educativo e evolutivo dos alunos.
Espinoza (2020) destaca a importância de os docentes conhecerem e utilizarem motores de
busca acadêmicos como Google Scholar e Microsoft Academic, que oferecem acesso a artigos
e livros revisados por pares. Revistas científicas em plataformas como PubMed, IEEE Xplore e
JSTOR, e bases de dados como Scopus, SciELO, Dialnet e Redalyc, fornecem pesquisas espe-
cializadas e de alta qualidade. Além disso, redes acadêmicas como ResearchGate e
Academia.edu facilitam a colaboração e o acesso a publicações e sites de organizações cien-
tíficas que oferecem relatórios e estudos científicos de qualidade.
Nesse contexto, Baldomero (2022) destaca que as competências digitais dos professores de
educação superior incluem a alfabetização informacional, essencial para navegar, filtrar e ge-
renciar informações digitais. Também enfatiza a importância da comunicação e colaboração
online, que envolve interação e uso adequado de netiqueta. A criação de conteúdo digital, que
exige a integração de plataformas e o respeito aos direitos autorais, é outra competência chave.
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Da mesma forma, Díaz e Loyola (2021) acrescentam que essas competências digitais incluem
a busca e gestão de dados, a interação entre pessoas e a proteção de dados. Além disso, des-
tacam a importância das habilidades tecnológicas que não apenas permitem buscar e filtrar
informações relevantes, mas também aplicar estratégias eficazes para o ensino virtual.
Por sua vez, Flores e Garrido (2019) ressaltam que na América Latina os docentes devem de-
senvolver habilidades digitais, comunicativas, intelectuais e éticas para garantir a aprendizagem
dos alunos. Mancha et al. (2022) apontam que o novo ambiente educativo apresenta o desafio
de adquirir conhecimentos sobre o uso de tecnologias, que são ferramentas fundamentais para
consultar, produzir e distribuir conteúdo educativo.
Nesse sentido, Pérez (2017) defende que, para utilizar as TIC de maneira correta e eficaz, é ne-
cessário melhorar as habilidades digitais dos docentes. Portanto, no ambiente educativo, é cru-
cial criar uma conexão adequada entre o uso das TIC, a pedagogia e as estratégias que
integrem educação e tecnologia.
Zabalza e Zabalza (2020) descrevem que a educação baseada no enfoque de competências
digitais é um conceito recente que difere significativamente do ensino tradicional em termos
de conceitos, métodos e práticas. Seu propósito é promover a aquisição de habilidades que
permitam aos indivíduos se desenvolverem com sucesso em diversos contextos, incluindo o
econômico, laboral, social e acadêmico.
Nesse aspecto, Acosta e Barreto (2023) afirmam que a educação tem como propósito respon-
der à nova sociedade do conhecimento e da informação; portanto, os professores precisam
adquirir habilidades digitais que lhes permitam aprender a usar adequadamente as ferramentas
tecnológicas. Nesse sentido, Sánchez e Carrasco (2021) defendem a necessidade de formação
adicional sobre o uso da tecnologia na sala de aula, permitindo desenvolver uma atitude crítica
em relação à criação, uso ético e legal de conteúdos; assim, os professores deveriam aprender
a utilizar esses recursos para serem mais criativos e aplicá-los em diferentes áreas de aprendi-
zagem.
Por outro lado, Puche e Acosta (2024) afirmam que na Venezuela é necessário implementar
mecanismos que transformem e desenvolvam a educação, a tecnologia e a ciência, promo-
vendo o desenvolvimento de capacidades para a vida. Além disso, destacam que a escola deve
responder às necessidades da sociedade, e o processo educativo deve ser abordado de uma
perspectiva holística. Isso implica gerenciar cada processo acadêmico de forma a facilitar a
aprendizagem efetiva dos alunos.
Nesse contexto, Díaz e Castillo (2017) destacam que a gestão docente será excelente e eficaz
se o objetivo for desenvolver as habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras dos alunos, em
vez de se limitar a transmitir informações. Da mesma forma, Acosta e Barrios (2023) indicam
que o docente deve estimular a aprendizagem, contextualizar o conteúdo e integrar os alunos
no design instrucional.
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Por sua vez, Rojas e Arévalo (2022) observam que o desempenho do docente está intimamente
relacionado com a qualidade da educação. Portanto, o professor deve planejar e formular um
plano de atividades profissionais que se ajuste ao contexto, ao processo educativo e aos indi-
cadores de avaliação. Além disso, é crucial que considere tanto os fatores educacionais externos
quanto internos e integre práticas tecnológicas para melhorar a qualidade do ensino.
Ao mesmo tempo, Oviedo e Páez (2020) destacam que o desempenho docente está vinculado
às competências digitais, cognitivas e afetivas, influenciando diretamente a qualidade educa-
cional. Soria et al. (2020) afirmam que um desempenho docente ótimo se evidencia quando o
professor possui domínio sólido do conteúdo, utiliza mediação pedagógica eficaz e aplica re-
cursos instrucionais e avaliativos ajustados às necessidades dos alunos.
Nesse contexto, Arenas et al. (2021) argumentam que, para um bom desempenho docente, é
fundamental que os professores possuam competências digitais, as quais lhes permitem esti-
mular a aprendizagem, contextualizar o conteúdo e integrar os alunos no processo educacional.
Cabero e Martínez (2019) destacam que a Internet fornece recursos informativos e uma plata-
forma de comunicação rápida entre docentes e alunos. Além disso, Acosta (2022) sublinha que
a integração da Internet, tecnologias multimídia e gamificação é essencial no ensino virtual,
ressaltando o crescente apoio dos docentes à colaboração online, ao uso de suportes multi-
mídia e a métodos de avaliação diversificados.
Por sua vez, Carretero (2021) afirma que existe uma lacuna entre o saber e o fazer. No entanto,
diversas pesquisas e literatura científica demonstram que um design instrucional adequado,
que incorpore tecnologias, oferece vários benefícios pedagógicos para um ensino mais eficaz.
Nesse aspecto, García et al. (2021) destacam que o uso de tecnologias como os Ambientes Vir-
tuais de Aprendizagem (AVA) na educação superior apresenta múltiplos benefícios, como a ca-
pacidade de alcançar um maior número de usuários e oferecer flexibilidade na programação,
acompanhamento e progressão da aprendizagem dos alunos.
Diante do exposto, pode-se afirmar que as competências digitais estão intimamente relacio-
nadas ao desempenho do docente. O professor deve planejar e organizar suas estratégias de
acordo com os objetivos educacionais, gerenciar os recursos disponíveis, ajustar o tempo e os
ambientes escolares para favorecer a aprendizagem com o apoio das tecnologias. Dessa forma,
contribui-se para o desenvolvimento das competências estabelecidas no design curricular, oti-
mizando o processo educativo e promovendo um aprendizado mais eficaz e adaptado às ne-
cessidades atuais.
Nesse sentido, observou-se que alguns docentes universitários em Maracaibo, estado Zulia,
Venezuela, apresentam deficiências no uso de ferramentas tecnológicas, optando predomi-
nantemente por métodos de ensino tradicionais. Apesar dos avanços tecnológicos e das exi-
gências do mercado atual, esses professores tendem a repetir os métodos que conhecem e a
focar na memorização de informações por parte dos alunos. A situação pode ser atribuída à
falta de competências digitais, bem como ao acesso limitado à Internet, plataformas digitais e
114
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equipamentos tecnológicos. Essas ferramentas são fundamentais para melhorar significativa-
mente o ensino e a aprendizagem.
Outro aspecto relevante é a idade, pois muitos desses docentes têm mais de 50 anos e, con-
sequentemente, não foram alfabetizados tecnologicamente. A maioria possui apenas com-
petências digitais básicas e precisa melhorar na busca de informações em plataformas
especializadas, no uso de bibliotecas virtuais e na gestão de informações acadêmicas de
qualidade. Essa falta de habilidades digitais impacta negativamente no desempenho dos pro-
fessores, afetando sua capacidade de planejar e avaliar suas práticas, o que, por sua vez,
pode impactar no desempenho acadêmico dos alunos. Diante disso, o objetivo do estudo
foi estabelecer a relação entre as competências digitais e o desempenho do docente univer-
sitário.
Metodologia
O estudo baseou-se no paradigma positivista e na abordagem quantitativa, uma vez que o
objetivo principal foi medir e analisar a relação entre as competências digitais e o desempenho
docente no contexto universitário. Segundo Hernández e Mendoza (2018), esse tipo de abor-
dagem permite a coleta e análise de dados numéricos, proporcionando uma base sólida para
a interpretação objetiva dos resultados.
A pesquisa foi do tipo básica, o que implica que se orientou para a geração de conhecimentos
teóricos e a compreensão profunda do fenômeno estudado, sem a intenção imediata de aplicar
tais conhecimentos em um contexto prático. O nível descritivo, de acordo com Arias (2016),
fornece uma visão clara e compreensível das variáveis envolvidas. O estudo concentrou-se na
caracterização detalhada das competências digitais dos docentes universitários e seu desem-
penho, permitindo uma compreensão mais profunda das habilidades digitais dos professores
e de como essas influenciam seu desempenho acadêmico.
O alcance do estudo foi correlacional, permitindo examinar a relação e o grau de associação
entre as competências digitais dos docentes e seu desempenho. Segundo Hernández e Men-
doza (2018), esse tipo de alcance é essencial para identificar padrões e conexões entre variáveis,
sem necessariamente estabelecer uma causalidade direta.
O design do estudo foi de campo, pois foi realizado no local onde ocorreu a situação proble-
mática. Também se classificou como não experimental, uma vez que não foram manipuladas
as variáveis independentes, mas observadas como ocorrem em seu ambiente natural. A natu-
reza transversal do design implicou que os dados foram coletados em um único momento no
tempo, fornecendo uma visão instantânea da situação das competências digitais e do desem-
penho docente em um ponto específico.
A amostra foi composta por 87 estudantes universitários de uma universidade pública em Ma-
racaibo, estado Zulia, Venezuela. Esses alunos foram selecionados por meio de uma amostra-
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gem não probabilística por conveniência. Esse tipo de amostragem foi escolhido pela facilidade
de acesso aos participantes e pela viabilidade do estudo dentro das limitações temporais e de
recursos disponíveis. Apesar de não ser probabilístico, essa abordagem permitiu obter infor-
mações relevantes e valiosas sobre o tema pesquisado.
É necessário observar que o estudo não mencionou uma universidade específica para assegurar
a generalização e validade dos resultados. Não especificar a instituição evitou vieses relaciona-
dos às características particulares da universidade, permitindo que os achados fossem aplicáveis
a outras instituições similares. Também foram minimizados os riscos de confidencialidade e o
estudo se concentrou no tema principal, em vez de detalhes institucionais. Isso facilitou a com-
paração com outros estudos e contribuiu para uma base de conhecimento mais ampla e ge-
neralizável.
Os critérios de inclusão estabeleceram que os participantes deveriam ser estudantes universi-
tários atualmente matriculados em programas de educação superior na instituição selecionada,
com pelo menos um nível básico de competências digitais. Foi fornecido aos alunos um con-
sentimento informado que detalhava o propósito do estudo e seus direitos, incluindo a confi-
dencialidade das informações e a opção de se retirar caso não concordassem em completar a
pesquisa.
Foram excluídos os estudantes de primeiro ano devido à falta de experiência relevante com o
desempenho docente e as competências digitais. Também foram excluídos aqueles que não
pudessem fornecer um consentimento informado completo ou que tivessem exposição limitada
às competências digitais, pois isso poderia afetar a validade dos resultados do estudo.
Para a coleta de dados, utilizou-se a técnica da pesquisa por meio de questionário estruturado
em formato digital, contendo informações específicas sobre as variáveis, dimensões e indica-
dores relevantes para o estudo, permitindo uma coleta sistemática e organizada dos dados. A
confiabilidade do questionário foi verificada por meio do coeficiente Alfa de Cronbach, que re-
sultou em 0,975, indicando alta confiabilidade e consistência interna do instrumento utilizado.
O processamento dos dados coletados foi realizado com o software SPSS versão 27, uma fe-
rramenta estatística robusta que facilitou a análise detalhada das relações entre as competências
digitais e o desempenho docente. Esse software permitiu a realização de análises descritivas e
inferenciais, fornecendo uma base sólida para as conclusões do estudo.
Resultados
Após processar os dados, foram realizados análises descritivas para oferecer uma visão geral
das variáveis. Em seguida, foram aplicados métodos de análise inferencial para avaliar a corre-
lação entre as competências digitais e o desempenho docente universitário. Essa abordagem
permitiu examinar detalhadamente a relação entre ambas as variáveis e como elas se inter-re-
lacionam. A seguir, são apresentadas as tabelas com os resultados, que ilustram claramente a
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conexão entre as competências digitais dos docentes e seu desempenho no contexto univer-
sitário, fornecendo uma visão compreensiva dos achados.
Tabela 1
Competências digitais
Nota: Elaboração própria (2024).
A Tabela 1 exibe os resultados da variável “competências digitais” com cada uma de suas di-
mensões. Observa-se que 85,1% dos sujeitos pesquisados consideram que a “busca e gestão
de informações por parte dos professores está em um nível moderado, enquanto 14,9% ex-
pressam que é deficiente. Em relação à dimensão “alfabetização informacional”, 82,8% dos par-
ticipantes consideram que os docentes têm um nível moderado, e 17,2% indicam que é
deficiente.
Para a dimensão “comunicação e desenvolvimento, 60,9% dos pesquisados acreditam que os
professores têm um nível moderado, enquanto 34,5% consideram que é deficiente. Finalmente,
em “criação de conteúdos digitais”, 70,1% dos pesquisados afirmam que os docentes têm um
nível moderado, e 18,4% consideram que é deficiente.
Tabela 2
Desempenho dos docentes universitários.
Nota: Elaboração própria (2024).
Níveis
Busca e gestão Alfabetização
informacional
Comunicação e
desenvolvimento
Criação de conteúdos
digitais
F % F % F % F %
Deficiente 13 14,9 15 17,2 30 34,5 16 18,4
Moderado 74 85,1 72 82,8 53 60,9 61 70,1
Eficiente 0 0 0 0 4 4,6 10 11,5
Total 87 100 87 100 87 100 87 100
Níveis
Domínio de
conteúdo
Mediação
pedagógica
Uso dos recursos
instrucionais
Avaliação
contextualizada
F % F % F % F %
Deficiente 17 19,3 11 12,5 12 14,8 17 19,3
Moderado 44 50 45 52,3 41 46,6 51 58
Eficiente 26 30,7 31 35,2 34 38,6 19 22,7
Total 87 100 87 100 87 100 87 100
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A Tabela 2 reflete os resultados da variável “desempenho docente” com suas dimensões. Ob-
serva-se que 50% dos sujeitos pesquisados consideram que o “domínio do conteúdo” dos do-
centes está em um nível moderado, 30,7% o consideram eficiente e 19,3% o qualificam como
deficiente. Em relação à dimensão “mediação pedagógica”, 52,3% consideram que o nível é
moderado, 35,2% o consideram eficiente e 12,5% o qualificam como deficiente.
Para a dimensão “uso dos recursos instrucionais”, 46,6% dos pesquisados a situam em um nível
moderado e 38,6% a consideram eficiente; no entanto, 14,8% a classificam como deficiente.
Finalmente, na dimensão “avaliação contextualizada”, 58% dos pesquisados manifestam que
os docentes têm um nível moderado, 22,7% consideram que é eficiente e 19,3% o qualificam
como deficiente.
Tabela 3
Correlação entre as variáveis competências digitais e desempenho do docente universitário
Nota: Elaboração própria (2024).
A Tabela 3 reflete os resultados que analisam a relação entre as variáveis “competências digitais”
e “desempenho docente”. Foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman, um método
adequado para avaliar relações entre variáveis ordinais ou quando não se pode assumir uma
distribuição normal dos dados. Esta técnica estatística permitiu medir a força e a direção da
associação entre as variáveis de interesse do estudo.
Os resultados obtidos mostram que o coeficiente de correlação de Spearman entre as compe-
tências digitais e o desempenho docente é de 0,356. Este valor indica uma correlação positiva
moderada, sugerindo que, à medida que aumentam as competências digitais dos docentes,
tende a melhorar também o seu desempenho. A significância bilateral associada a esse coefi-
ciente é de 0,001, indicando que essa correlação é estatisticamente significativa, ou seja, a pro-
babilidade de que esse resultado tenha ocorrido por acaso é muito baixa.
A análise de correlação de Spearman revela uma correlação positiva e significativa entre as
competências digitais e o desempenho docente. Isso fornece evidência empírica de como o
desenvolvimento das competências digitais impacta favoravelmente a qualidade do desem-
penho dos professores. Ressalta a importância de fomentar essas habilidades no contexto edu-
Competência digital Desempenho
docente
Rho de
Spearman
Competência digital
Coeficiente de correlação 1 0,356**
Sig. (bilateral) - 0,001
N 87 87
Desempenho docente
Coeficiente de correlação 0,356** 1
Sig. (bilateral) 0,001 -
N 87 87
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cacional atual para melhorar a eficácia no ensino. A alta confiabilidade do questionário utilizado
e a análise detalhada dos dados através do software SPSS fortalecem a validade desses achados
e oferecem valiosas recomendações para a prática educacional e a formulação de políticas ins-
titucionais.
Discussão
Os resultados obtidos no estudo corroboram as afirmações de Callejas et al. (2016), que des-
tacam que as competências digitais dos docentes incluem um conjunto crucial de conheci-
mentos e habilidades necessárias para integrar eficazmente a tecnologia no ambiente
educacional. Essas competências são fundamentais para alcançar os objetivos de ensino, mel-
horando a capacidade dos docentes de facilitar a aprendizagem e adaptar-se às demandas do
contexto educacional moderno.
Isso está alinhado com a visão de Flores e Garrido (2019), que descrevem as competências di-
gitais como um conjunto organizado e criativo de tecnologias que facilitam a aprendizagem
dos alunos. Além disso, Callejas (2016) argumenta que a alfabetização digital não só implica o
desenvolvimento de habilidades, mas também a aquisição de conhecimentos, atitudes, valores
e ética no uso das TIC, com o objetivo de aproveitar ao máximo os recursos disponíveis na In-
ternet.
Por sua vez, Baldomero (2022) enfatiza que as competências digitais para os professores de
educação superior incluem a alfabetização informacional, que abrange a capacidade de nave-
gar, filtrar, avaliar e gerenciar informações digitais. Também destaca a importância da comuni-
cação e colaboração digital, que envolve a interação, participação e colaboração online, bem
como o uso de netiqueta e a gestão da identidade digital. A criação de conteúdo digital é outra
competência chave, que implica integrar e aperfeiçoar plataformas, elaborar conteúdo e res-
peitar os direitos autorais e as licenças.
Acevedo et al. (2020) acrescentam que a aquisição dessas competências digitais é crucial no
século XXI, pois facilita a busca de informações, a colaboração, a criação de conteúdo e o de-
sign de estratégias metodológicas para otimizar a aprendizagem. Castro e Artavia (2020) tam-
bém destacam como essas habilidades otimizam as tarefas administrativas e a organização do
ensino, promovendo o desenvolvimento integral dos estudantes.
Díaz e Loyola (2021) complementam essa visão ao apontar que as competências digitais abran-
gem a busca na Internet, a gestão e avaliação de dados, a interação entre pessoas, a criação de
conteúdos e a proteção de dados. Juntos, esses achados sublinham a importância das compe-
tências digitais, que vão além da simples utilização de ferramentas tecnológicas e abrangem as-
pectos fundamentais para um desempenho eficaz e seguro no ambiente educacional moderno.
Por outro lado, os resultados obtidos na dimensão do desempenho docente coincidem com
as observações de Acevedo et al. (2020), que destacam que o desempenho do professor se
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manifesta no ato de ensinar, considerando tanto as características dos alunos quanto os esforços
necessários para o crescimento profissional do docente. Isso impacta diretamente na aprendi-
zagem dos alunos.
García e Acosta (2012) argumentam que o objetivo do desempenho docente é desenvolver as
habilidades cognitivas dos alunos e alcançar altos padrões de qualidade educacional por meio
de práticas adaptadas à realidade social e às necessidades dos alunos, promovendo um de-
senvolvimento integral.
Soria et al. (2020) acrescentam que o desempenho docente implica a capacidade de lidar com
situações complexas na sala de aula, o que depende dos recursos psicossociais dos alunos e
das habilidades e atitudes do docente em contextos específicos. Um desempenho ótimo se
manifesta quando o docente domina o conteúdo, aplica uma mediação pedagógica eficaz e
utiliza recursos instrucionais e avaliativos adaptados às necessidades dos alunos.
Acosta e Barrios (2023) complementam essa visão ao apontar que um bom professor deve do-
minar as matérias, preparar-se adequadamente para as aulas, ter experiência com recursos de
aprendizagem e demonstrar respeito pelos outros. Soria et al. (2020) também destacam a im-
portância da mediação pedagógica na criação de um ambiente propício para a aprendizagem,
no manejo de conteúdos, na motivação dos alunos e no uso adequado de recursos educacio-
nais e tecnológicos.
Por fim, Cuentas et al. (2021) destacam que outros fatores que influenciam positivamente o de-
sempenho docente incluem a satisfação com o local de trabalho, as relações com alunos, pais,
diretores e a disposição para colaborar. Em síntese, os docentes são responsáveis por buscar,
encontrar e utilizar uma variedade de recursos para enriquecer o ambiente de aprendizagem.
Devem adaptar suas estratégias tecnológicas para motivar os alunos e considerar as necessi-
dades individuais de aprendizagem para melhorar seu desempenho em sala de aula.
Conclusões
Os resultados obtidos mostram que o coeficiente de correlação de Spearman entre as compe-
tências digitais e o desempenho docente é de 0,356, indicando uma correlação positiva mo-
derada. Essa correlação sugere que, à medida que aumentam as competências digitais dos
docentes, também melhora seu desempenho. No entanto, nem todos os docentes aproveitam
ao máximo as vantagens e oportunidades oferecidas pelas ferramentas digitais, o que indica a
necessidade de elevar o nível de competências digitais para garantir uma melhor prática de
ensino. A significância bilateral associada a esse coeficiente é de 0,001, o que indica que essa
correlação é estatisticamente significativa, ou seja, a probabilidade de que esse resultado tenha
ocorrido por acaso é muito baixa.
A correlação positiva e significativa entre as competências digitais e o desempenho docente
destaca a importância de melhorar essas habilidades para potencializar a qualidade educacional
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e o desempenho profissional no contexto universitário. Esse achado sublinha que os professores
com maiores competências digitais não só são mais eficientes na integração de tecnologias
em seus métodos de ensino, mas também são mais eficazes em facilitar a aprendizagem e
adaptar-se às mudanças tecnológicas e sociais. Portanto, fomentar essas competências é es-
sencial para alcançar uma educação mais eficaz e enriquecedora.
Para atingir esse objetivo, recomenda-se implementar programas de formação contínua em
competências digitais para os docentes universitários. As instituições educacionais devem in-
vestir em infraestrutura tecnológica e fornecer recursos e apoio técnico adequado para que os
professores possam desenvolver e atualizar suas habilidades digitais. Além disso, é crucial pro-
mover uma cultura de inovação e aprendizado constante, onde os educadores se sintam mo-
tivados e apoiados para explorar novas ferramentas e metodologias digitais. A avaliação regular
e o feedback sobre o uso das TIC em sala de aula também podem ajudar a identificar áreas de
melhoria e garantir que as competências digitais sejam utilizadas de maneira eficaz para apri-
morar o desempenho docente e, em última análise, a qualidade educacional.
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 123-134
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Integração do uso das tecnologias de
informação e comunicação no
processo de ensino
Integración del uso de las tecnologías de
información y comunicación en
el proceso de enseñanza
Como citar: Rosales, V. J. A. (2025). Integração do uso das tecnologias de informação e comunicação
no processo de ensino. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 123-134.https://doi.org/
10.59654/wr9mgs28
Juan Acacio Rosales Vivas
hhttps://orcid.org/0009-0000-9635-5399
El Piñal, estado de Táchira / Venezuela
Recebido: Setembro / 3 / 2024 Aceito: Outubro / 23 / 2024
* Mestrado em Gestão Educacional, Universidad Nacional Experimental del Táchira, Barinas – Venezuela. Licencia-
tura em Educação, Menção Matemática, Universidad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Ezequiel
Zamora, Barinas – Venezuela. Técnico Superior Universitário em Informática, Universidad Politécnica Territorial
Agro Industrial del Estado Táchira (UPTAIET, San Cristóbal – Venezuela). Professor na Universidad Politécnica Terri-
torial Agro Industrial del Estado Táchira, El Piñal Campus. E-mail para contato: Aparte17@gmail.com
https://doi.org/10.59654/wr9mgs28
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Resumo
O processo de formação das instituições educacionais é o reflexo do desenvolvimento da so-
ciedade e das mudanças sociais em benefício do Estado. Para isso, é necessário que o sistema
educacional se adapte às necessidades do ambiente educativo. Com a era digital, o uso das
tecnologias em todos os espaços da vida cotidiana, incluindo o educacional, tem se tornado
mais frequente, pois existem muitas ferramentas tecnológicas que podem ser usadas dentro e
fora da sala de aula. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é analisar as ferramentas tecno-
lógicas utilizadas para a integração das TIC no processo de ensino. O contexto teórico que
fundamenta a pesquisa contribuiu para a descrição de teorias e conceitos baseados nas ferra-
mentas tecnológicas implementadas pelos docentes para o desenvolvimento pedagógico. A
pesquisa foi desenvolvida com uma metodologia qualitativa, de enfoque interpretativo, sob o
método hermenêutico, com o objetivo de coletar informações a partir das revisões bibliográ-
ficas. Conclui-se que existem diversas ferramentas tecnológicas conhecidas pelos estudantes,
mas que não são abordadas de maneira oportuna pelos docentes. Elas ajudam no trabalho
coletivo, na autoformação, na pesquisa, no pensamento crítico e reflexivo, no desenvolvimento
de habilidades criativas e na participação ativa no desenvolvimento da aula.
Palavras-chave: Integração das TIC na educação, ferramentas tecnológicas na pedagogia, de-
senvolvimento pedagógico das TIC, inovação educacional com TIC.
Resumen
El proceso de formación de las instituciones educativas es el reflejo del desarrollo de la so-
ciedad y de los cambios sociales en beneficio del Estado. Para ello, se requiere del sistema
educativo que se adapte a las necesidades del entorno educativo. Con la era digital, el uso
de las tecnologías en todos los espacios de la vida cotidiana incluyendo el educativo se hace
más frecuente, ya que, son muchas las herramientas tecnológicas que se pueden usar dentro
y fuera del aula de clase. En este sentido, el propósito de esta investigación está dirigido a
analizar las herramientas tecnológicas usadas para la integración de las TIC en el proceso de
enseñanza. El contexto teórico que fundamenta la investigación contribuyó a la descripción
de teorías y conceptos basados en las herramientas tecnológicas implementadas por los do-
centes para el desarrollo pedagógico. La investigación se desarrolló con una metodología
cualitativa, de enfoque interpretativo, bajo el método hermenéutico a los fines de recabar la
información desde las revisiones bibliográficas. Se concluye que existen diversas herramientas
tecnológicas conocidas por los estudiantes, pero no se abordan de manera oportuna por los
docentes. Ayudan en el trabajo colectivo, la autoformación, la investigación, el pensamiento
crítico y reflexivo, a desarrollar habilidades creativas y participar activamente en el desarrollo
de la clase.
Palabras clave: Integración de TIC en la educación, herramientas tecnológicas en la pedagogía,
desarrollo pedagógico de las TIC, Innovación educativa con TIC.
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Introdução
As TIC estão se desenvolvendo em todos os espaços da sociedade, onde são incorporados
novos métodos e formas tecnológicas que ajudam os indivíduos no cotidiano, promovendo a
dependência das tecnologias nas atividades científicas, laborais, sociais e educacionais. Dessa
forma, a integração das TIC no processo pedagógico está em constante crescimento, criando
recursos inovadores para que os atores os utilizem no ambiente escolar, como afirmam Araya
e Majano (2022) "O uso de ferramentas tecnológicas e a aplicação da sala de aula virtual no
processo didático são meios que facilitam a aprendizagem" (p.5).
Assim, a integração das TIC na educação promove o estudo personalizado, com base no fato
de que cada estudante tem realidades diferentes e aprende de maneiras distintas, incentivando
habilidades criativas nos alunos, a autonomia e responsabilidade pelo desenvolvimento do con-
hecimento, o pensamento crítico e reflexivo, a resolução de problemas, por meio das estratégias
didáticas dos professores nos espaços de formação, com ferramentas tecnológicas educacionais
que estejam disponíveis e de fácil acesso para os atores envolvidos no processo pedagógico.
Nesse sentido, os recursos digitais no campo educacional para a integração das TIC são viá-
veis para docentes e estudantes, facilitando a comunicação entre os atores do processo. In-
corporando diferentes ferramentas tecnológicas com ou sem conexão à web, com diversas
aplicações no campo educacional. Estes vão desde ambientes virtuais, softwares e jogos di-
dáticos, busca e envio de informações, aplicativos e conteúdos multimídia até a comunicação
online.
Além disso, essas ferramentas tecnológicas são utilizadas para a resolução de atividades aca-
dêmicas por meio do consenso de ideias, de formas interativas, em tempo real e a distância.
Daí surge a necessidade de identificar os recursos tecnológicos a serem aplicados pelos pro-
fessores, que se adaptem aos conteúdos, a fim de favorecer as fraquezas individuais apresen-
tadas no desenvolvimento da aula.
É importante a atualização dos professores nesta área digital para diminuir a lacuna existente
com o analfabetismo tecnológico dos formadores. Pois as inovações nos recursos didáticos
não acompanham a formação docente; por outro lado, os jovens, como nativos digitais, ma-
nuseiam as tecnologias de forma natural em casa, com dispositivos móveis, computadores e
tablets com múltiplos aplicativos usados para o desenvolvimento de suas atividades diárias e
acadêmicas.
Nesse sentido, o processo atual de ensino é tradicional, orientado para o cumprimento dos
objetivos, pois prevalecem os exames clássicos e a aprendizagem mecanicista para alcançar a
aprovação da matéria, limitando a incorporação efetiva das TIC nas salas de aula, devido à re-
sistência dos docentes às inovações educacionais. Isso contribui para a prática da educação
bancária e a predisposição dos estudantes a usar as TIC como meio para compartilhar o con-
hecimento dentro e fora da sala de aula.
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Portanto, o pesquisador decide intervir na problemática que diariamente se apresenta nas
salas de aula, motivado pela falta de aplicação de estratégias tecnológicas no processo edu-
cativo. Para isso, surge a seguinte questão: Quais são as ferramentas tecnológicas usadas
para a integração das TIC no processo de ensino? As quais devem ser direcionadas pelos
professores de forma didática para elevar o desempenho acadêmico dos estudantes, mel-
horar a sociabilidade e propiciar a formação integral, para estar em sintonia com a era di-
gital.
Metodologia
A metodologia aplicada está inserida dentro do paradigma qualitativo com uma abordagem
interpretativa, com o objetivo de analisar as ferramentas tecnológicas usadas para a integração
das TIC no processo de ensino. O design utilizado é documental, por meio de consultas a au-
tores em revistas científicas disponíveis na web nos últimos 9 anos, o que permite obter uma
visão atualizada sobre as inovações tecnológicas no campo educacional.
Nesse propósito, foram empregadas palavras-chave, entre elas: integração das TIC na educa-
ção, ferramentas tecnológicas utilizadas em pedagogia, desenvolvimento pedagógico nas TIC
e inovações educacionais com TIC. Da mesma forma, foi realizada uma análise indutivo-dedu-
tiva para o tratamento dos dados.
Resultados
A integração das TIC favoreceu a dependência do homem em todas as atividades diárias da
sociedade, de acordo com Montoya et al. (2019). Assim, a educação e o processo de ensino
devem estar na vanguarda da era digital, como menciona Flores (2020): "A sociedade da in-
formação e do conhecimento tem impulsionado o uso das tecnologias da informação em nos-
sas atividades profissionais, pessoais e acadêmicas" (p. 45). Dessa forma, no âmbito acadêmico,
as TIC são os meios pelos quais o docente utiliza qualquer recurso tecnológico para que os
atores socializem o conhecimento antes, durante e após o ato pedagógico, por meio de es-
tratégias didáticas que melhorem o processo de ensino.
No campo da educação, as aplicações das TIC por parte dos docentes e estudantes apresentam
uma grande variedade de recursos para os espaços educacionais, segundo Toro (2017). Em pri-
meiro lugar, sem a conexão à web, é possível usar dispositivos móveis, computadores e tablets
como ferramentas tecnológicas para assistir a vídeos, softwares e jogos educativos, apresenta-
ções, infográficos e conteúdos multimídia. Surgem termos como gamificação: consiste em en-
sinar e resolver problemas por meio de jogos didáticos que motivem o estudante a aprender
de forma criativa, segundo Espinoza et al. (2023).
Por sua vez, os recursos tecnológicos com o uso da internet oferecem uma gama de ferra-
mentas tecnológicas que vão desde ambientes virtuais como: Moodle, Canvas e Classroom,
que permitem ministrar aulas e workshops à distância, enviar conteúdo multimídia, atribuir ati-
127
vidades, realizar acompanhamento de tarefas e avaliações, fazer fóruns e oferecer orientações
personalizadas. Durante a realização das atividades, os estudantes podem interagir com o do-
cente em tempo real e também entre si para elaborar qualquer conteúdo.
Da mesma forma, com o uso da internet, temos cursos interativos, conteúdos multimídia, bi-
bliotecas virtuais, softwares educacionais, formação online e tutorias personalizadas, que per-
mitem atribuir e avaliar atividades acadêmicas, melhorar o trabalho colaborativo e a
aprendizagem individual, segundo Pandolfi (2024). Além disso, o uso de chatbots de inteligência
artificial cria processos sistêmicos de aprendizagem para reforçar as particularidades de cada
estudante, conforme Caballero e Brítez (2024).
Do mesmo modo, Mejias e Gómez (2017) destacam que o uso da internet no cotidiano da so-
ciedade é muito frequente e, no âmbito educacional, é usado por estudantes e docentes como
meio de transmitir ou buscar informações para desenvolver um tema, aprender um conteúdo
novo ou reforçar o aprendido em sala de aula (Gómez et al., 2021; Céspedes et al., 2020). Da
mesma forma, existem muitas atividades pedagógicas ( jogos didáticos, fóruns, chats e vídeos,
entre outros) para o estudo online e a aprendizagem contínua, proporcionando ao docente a
capacidade de se atualizar constantemente em relação à formação acadêmica, conforme Ca-
ballero e Brítez (2024); Kerr e McKensy (2022).
Por outro lado, nesta era digital, as realidades educacionais dos estudantes moldam o processo
de ensino-aprendizagem, o nível de compreensão e a tomada de decisões, melhorando as ati-
vidades individuais de maneira eficaz, segundo Céspedes et al. (2020). No campo tecnológico
com uma variedade de recursos inovadores, o docente deve se formar e formar o estudante
no uso das ferramentas TIC, como mencionam Tapia et al. (2023). Além disso, trazem grandes
vantagens, como: a formação personalizada utilizando as redes sociais, o reforço de conteúdo
através de formas multimídia disponíveis na web, simulação de práticas e o trabalho colabora-
tivo, como aponta Montoya et al. (2019).
Da mesma forma, no âmbito educacional, o uso correto das redes sociais traz benefícios, pois
flexibiliza o processo de ensino por parte do docente, conforme Chávez e Barahona (2024). O
estudante assume o processo de formação de acordo com seu nível de aprendizagem e se in-
corpora em comunidades de estudos por meio de vídeo e chat interativos, que permitem re-
ceber conferências, workshops e tutorias personalizadas, aumentando a participação em sala
de aula e o diálogo com fins educativos entre os colegas, conforme Gil e Calderón (2021); De
La Hoz et al. (2015).
Além disso, as redes sociais criam paradigmas na forma de ensinar, sendo o WhatsApp, YouTube
ou Facebook as redes mais usadas para entretenimento ou interesses particulares, segundo
Céspedes et al. (2020). Também são utilizadas como grupos de estudo para atividades comuns,
compartilhando conteúdo (chat, áudio, vídeo e texto) e realizando práticas acadêmicas ou
workshops de formação em tempo real a partir de diferentes locais onde se encontrem, con-
forme Gil e Calderón (2021).
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Por sua vez, Flores (2020) destaca que, através das ferramentas TIC, é possível apresentar os
conteúdos de uma ou mais unidades curriculares, oferecendo aos estudantes atividades mul-
timídia e aulas participativas que despertem o interesse por aprender, conforme os canais e
estilos de aprendizagem. Assim, o reforço dos conteúdos pelos estudantes em casa pode ser
melhorado por meio de estratégias didáticas recomendadas pelos docentes, com a aplicação
das ferramentas TIC nos tópicos designados na aula, criando uma autonomia de estudo no
processo de aprendizagem, segundo Montoya et al. (2019).
Em razão do uso constante do mundo virtual, é necessário que o docente seja inovador e
esteja atualizado tecnologicamente. O campo educacional representa um desafio devido à la-
cuna digital existente entre o docente e os estudantes, conforme Pandolfi (2024); Kerr e
McKensy (2022). Assim, surge a necessidade de o docente se formar constantemente através
de diferentes plataformas virtuais disponíveis na internet, que oferecem informações sobre di-
versos tópicos, para desenvolver habilidades pedagógicas na área das TIC, segundo Caballero
e Brítez (2024).
Para finalizar, a integração das ferramentas TIC durante o desenvolvimento da aula exige um
planejamento claro sobre o que se deseja alcançar com o uso do recurso tecnológico. Além
disso, é necessário organizar o tempo a ser utilizado antes, durante e como reforço após o ato
pedagógico. Juntamente a isso, a incorporação de processos de suporte técnico aos estudantes
durante o uso das ferramentas tecnológicas é fundamental, conforme Cerna e Maguiña (2022).
Da mesma forma, é necessário selecionar o recurso pertinente ao conteúdo que seja funcional
para a aula e conhecido pelos estudantes. Tudo isso exige uma constante atualização do corpo
docente para o uso das TIC no processo de ensino.
Discussão
No novo contexto tecnológico, os docentes estão imersos em um paradigma pedagógico, onde
o processo de ensino enfrenta desafios com a incorporação das TIC como meio para divulgar
conteúdos. Este artigo aborda as alternativas propostas por diferentes autores para responder
à pergunta sobre quais são as ferramentas tecnológicas utilizadas na integração das TIC no pro-
cesso de ensino, por meio do uso de recursos tecnológicos com ou sem conexão à internet
para o desenvolvimento do trabalho docente. As instituições educacionais devem inovar para
atrair os alunos, agilizar os processos educacionais e torná-los mais eficazes e eficientes.
Para começar, em relação aos recursos digitais, Araya e Majano (2022) mencionam que existem
muitas ferramentas tecnológicas que permitem aos docentes inovar no desenvolvimento de
conteúdos. Ao mesmo tempo, Izquierdo (2021) destaca que os recursos implementados como
estratégias didáticas que permitem a transmissão de conhecimento de forma agradável e
atraente para os alunos podem ser considerados inovações tecnológicas no desenvolvimento
da aula.
De fato, Montoya et al. (2019) destacam que dispositivos como telefones, tablets e computa-
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dores são usados na vida cotidiana dos atores educacionais. No entanto, o uso desses recursos
no âmbito pedagógico permite uma aprendizagem significativa, o que coincide com as ideias
de Flores et al. (2024) e Gómez et al. (2021). Além disso, o uso de softwares educativos nesses
dispositivos tecnológicos em unidades curriculares específicas tem grande relevância para al-
cançar os objetivos no desenvolvimento da aula (Flores, 2020).
Assim, afirma-se que dentro das ferramentas das TIC existem recursos, softwares e jogos que
são utilizados no ato pedagógico sem conexão à internet para resolver diversas atividades
acadêmicas. O docente pode incorporar vídeos e diapositivas por meio de projetores para
mostrar os conteúdos, usar jogos didáticos em diferentes tarefas como reconhecer letras,
ensinar a somar, aprender idiomas, entre outros, e baixar livros e bibliotecas virtuais para
serem usados como leitura e pesquisa sem necessidade de internet, dentro ou fora da sala
de aula. Isso contribui para criar processos pedagógicos inovadores que aumentam o inte-
resse dos alunos pela aula e melhoram seu desempenho acadêmico, conforme Paredes et
al. (2024).
Por outro lado, com a incorporação da internet como ferramenta das TIC, surge uma maior
capacidade de uso de recursos tecnológicos, softwares, busca de informações e aprendizagem
online. A internet permitiu o avanço tecnológico e com isso surgiu a era digital. Izquierdo (2021)
apresenta a internet como uma nova forma de ensinar, devido à sua capacidade de interco-
nectar fronteiras por meio do mundo virtual e pela grande quantidade de conteúdo disponível:
chat, áudio, vídeo, texto e imagens, para ser usado à distância, em qualquer espaço e em tempo
real (Kerr e Mckensy, 2022; Mejías e Gómez, 2017; Céspedes et al., 2020).
Além disso, dado o potencial da internet no âmbito acadêmico, o docente, a partir de diferentes
plataformas virtuais, pode gerar estratégias didáticas que fortaleçam o pensamento crítico, a
autoformação, a pesquisa constante e o uso adequado dos recursos tecnológicos nas casas
dos alunos (Mesa et al., 2019; Cerna e Maguiña, 2022). Por isso, sustenta-se que a internet
rompe as barreiras da sala de aula tradicional, criando novos ambientes de aprendizagem sem
fronteiras, com conteúdo multidisciplinar em formato multimídia para diferentes alunos com
suas próprias limitações, e em tempo real.
Ao mesmo tempo, com o uso da internet, surgiram as redes sociais como a ferramenta tecno-
lógica de comunicação mais utilizada em todos os espaços da sociedade e como processo de
ensino por estudantes e docentes. Autores como Gil e Calderón (2021); Chávez e Barahona
(2024); Flores et al. (2024) refletem sobre os novos ambientes de estudo, onde o participante
cria autonomia de acordo com o ritmo de aprendizado, permitindo compartilhar o conheci-
mento por meio de espaços de trabalhos colaborativos, nos quais todos contribuem para re-
solver atividades acadêmicas atribuídas pelo docente.
Além disso, De La Hoz et al. (2015) destacam a importância do trabalho colaborativo nas redes
sociais, onde, por meio de grupos virtuais, o aluno se autoforma, aprende com seus colegas e
compartilha o conhecimento do conteúdo estudado em tempo real (Céspedes et al., 2020).
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Com base no exposto, o pesquisador afirma que as redes sociais, quando utilizadas adequa-
damente no processo de ensino, influenciam na formação de estudantes com processos de
aprendizado independentes e estimulam o trabalho em equipe, fornecendo conteúdo em
tempo real para criar consensos na elaboração de atividades acadêmicas.
No que se refere à prática docente, Flores et al. (2024) e Montes (2023) destacam que os pro-
fessores devem ser pesquisadores, orientadores e mediadores, ajudando os alunos a conhecer
suas realidades, reforçar o aprendido e contextualizá-lo com o meio que os rodeia, a fim de
obter um aprendizado útil tanto no campo pedagógico quanto na vida profissional, social e
cultural (Cerna e Maguiña, 2022). Da mesma forma, o docente criativo gera resultados positivos
ao buscar formas diferenciadas de planejar, incluindo as TIC na prática pedagógica por meio
do design de objetivos claros e de um processo metodológico e técnico sobre o quê, como e
quando utilizar as ferramentas de TIC para o desenvolvimento da aula, conforme apontado
por Gómez et al. (2021) e Acuña et al. (2024).
Rosendo et al. (2023) afirmam que as instituições educacionais, de acordo com suas capacida-
des tecnológicas e realidades, estão experimentando mudanças, incorporando recursos ino-
vadores no processo de formação. Por sua vez, Paredes et al. (2024) indicam que os docentes
precisam quebrar o paradigma tradicional de ensino, pois, em alguns casos, o analfabetismo
tecnológico dos professores reduz o uso de recursos didáticos no processo de ensino. Contudo,
o uso de processos sistemáticos por meio de ambientes virtuais, onde se capacitem em for-
mação tecnológica, pode ajudar a diminuir a lacuna existente, de acordo com Rosendo et al.
(2023).
Dessa forma, os artigos analisados apontam que existem diferentes ferramentas para a inte-
gração das TIC no processo de ensino durante o período de formação do aluno. Também de-
monstram que as tecnologias são amplamente conhecidas e utilizadas pelos estudantes para
ajudar na elaboração de diversas atividades acadêmicas. De fato, afirma-se que a tecnologia
contribui para a formação independente dos alunos e cria novos ambientes de aprendiza-
gem.
No entanto, atualmente há limitações na incorporação das TIC no processo de ensino devido
à falta de capacitação dos docentes no manejo de recursos tecnológicos. Portanto, os docentes
não estão preparados para utilizar a tecnologia no desenvolvimento de suas atividades diárias,
por não terem suporte técnico sobre como e quando aplicar os recursos tecnológicos na sala
de aula. Para isso, é necessário incentivar os docentes na pesquisa e uso constante das ferra-
mentas de TIC no processo de ensino.
Para finalizar, os benefícios da aplicação correta das ferramentas de TIC nos espaços de apren-
dizagem formam alunos participativos, pesquisadores e com capacidade de inovar no processo
acadêmico, permitindo levar a pesquisa além dos conhecimentos fornecidos pelo docente,
com múltiplas aplicações e ambientes virtuais para a autoformação dos alunos em qualquer
área do saber, aplicando-os no contexto diário.
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Conclusões
As ferramentas das TIC são os meios pelos quais os professores socializam os conteúdos de
forma criativa, multimídia, em tempo real e a distância. Por isso, esses recursos tecnológicos
como celulares, computadores e tablets podem ser usados sem conexão à internet no desen-
volvimento das aulas, projetando vídeos educativos, conteúdos científicos e informações di-
versas, além de slides, infográficos, jogos e programas educativos que simulam exercícios e
atividades interativas.
Por outro lado, os dispositivos tecnológicos com conexão à internet oferecem informações
científicas em forma multimídia ou em bases de dados digitais atualizadas e interativas, apren-
dizagem a distância, jogos e softwares educativos, e-mails, chats, blogs, ambientes virtuais e
redes sociais. Tudo isso permite reforçar as fraquezas e necessidades dos alunos, motivar o in-
teresse pelo aprendizado individual e o intercâmbio de ideias entre colegas e professores.
Além disso, os ambientes virtuais como Moodle e Classroom oferecem processos de formação
a distância com aulas interativas e personalizadas que permitem programar atividades e regis-
trar avaliações. De maneira similar, as redes sociais criam comunidades ou grupos de estudos
para o trabalho colaborativo, o consenso de ideias e o intercâmbio de informações entre alunos
e professores por meio de WhatsApp, Facebook ou diversas aplicações disponíveis na web.
Também, há jogos e softwares didáticos que simulam conteúdos de forma real: exemplo, Duo-
lingo (aplicativo para aprender idiomas), além de programas para colorir, as vogais, quebra-
cabeças, simuladores de matemática e física, entre outros. Com esses dispositivos, é possível
acessar diferentes aplicativos como: slides, infográficos, vídeos educativos, fóruns e conferências,
para serem incorporados como estratégias didáticas no ato pedagógico, por meio de tutorias
entre o professor e o aluno dentro e fora da sala de aula.
Por fim, a incorporação das ferramentas das TIC no processo de ensino e aprendizagem de-
penderá diretamente do processo de formação do professor e de sua preparação nesta área.
Por isso, recomenda-se que o educador esteja em constante atualização e pesquisa sobre o
uso das ferramentas TIC no processo de ensino, permitindo incluir inovações durante o ato
pedagógico, com o objetivo de criar programas educacionais competitivos com a era digital,
ajudando o aluno a criar um processo de aprendizagem autônoma e desenvolver o trabalho
colaborativo e individual.
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Ler para compreender: o impacto dos
textos narrativos na educação primária
Leer para comprender: el impacto de los textos
narrativos en la educación primaria
Como citar: Leal, S. A. J., Aviles, R. A. e Villalobos, F. L. (2025). Ler para compreender: o impacto dos
textos narrativos na educação primária. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 135-148.
https://doi.org/10.59654/z5shzw95
* Mestre em Pesquisa Educacional, Universidad Pedagógica Experimental Libertador (UPEL). Diploma em Docência
Universitária, Instituto Universitario Adventista de Venezuela. Graduada em Comunicação Social, menção em Jor-
nalismo Audiovisual, Universidad del Zulia (LUZ), Venezuela. Professor, Universidad Pedagógica Experimental Li-
bertador, Maracaibo - Venezuela. Correio eletrônico: alexdrjls@gmail.com
** Doutor em Educação, Universidad Pedagógica Experimental Libertador (UPEL). Mestre em Informática Educa-
ciona, Universidad Rafael Belloso Chacín (URBE), Venezuela. Graduada em Educação Básica com ênfase em Ciên-
cias Naturais e Educação Ambiental, Universidad de Pamplona, Colombia. Professora Pesquisadora, Universidad
Metropolitana de Ciencia y Tecnología, UMECIT, Panamá - Panamá. Correio eletrônico: adaviles33@gmail.com
*** Doutor em Ciências da Educação, Universidad Fermín Toro - (UFT). Mestre em Educação Universitária, espe-
cialização em Ensino Superior, UFT. Especialista em Metodologia de Pesquisa, Universidad Rafael Urdaneta (URU).
Bacharel em Educação, especialização em Língua e Literatura, Universidad Católica Cecilio Acosta (UNICA), Ve-
nezuela. Professor, Universidad Pedagógica Experimental Libertador, Maracaibo – Venezuela. Correio eletrônico:
lizvilfer69@gmail.com
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 135-148
ISSN eletrônico: 2665-038X
Adalegnis Avilés Rangel
https://orcid.org/0000-0002-6345-8321
Maracaibo, estado de Zulia / Venezuela
Alexander Javier Leal Sulbarán
https://orcid.org/0000-0002-8356-4746
Maracaibo, estado de Zulia / Venezuela
Lisbeth Villalobos Fernández**
https://orcid.org/0009-0006-9873-0993
Maracaibo, estado de Zulia / Venezuela
Recebido: Julho / 17 / 2024 Aceito: Agosto / 30 / 2024
https://doi.org/10.59654/z5shzw95
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
136 Alexander Javier Leal Sulbarán, Adalegnis Avilés Rangel e Lisbeth Villalobos Fernández
Resumo
O objetivo do estudo foi analisar o impacto dos textos narrativos na compreensão leitora de
estudantes do ensino fundamental. A metodologia adotada foi documental, na qual 30 docu-
mentos sobre leitura foram analisados, as conexões entre a leitura prazerosa e a compreensão
leitora foram exploradas, as dificuldades internas e externas que afetam a leitura foram identi-
ficadas e os benefícios dos textos narrativos foram avaliados. Os resultados destacam a impor-
tância dos textos narrativos no desenvolvimento da compreensão leitora e sugerem estratégias
eficazes para sua melhoria. Concluiu-se que a compreensão leitora dos estudantes é positiva-
mente influenciada pela exposição a textos narrativos, os quais fomentam a imaginação, enri-
quecem o vocabulário, promovem a empatia e estimulam o pensamento crítico. Além disso,
foram identificadas várias dificuldades internas e externas que afetam a compreensão leitora,
como a falta de motivação, dificuldades cognitivas e um baixo nível de vocabulário.
Palavras-chave: compreensão leitora, dificuldades de leitura, ensino fundamental, textos narrativos.
Resumen
El objetivo del estudio fue analizar el impacto de los textos narrativos en la comprensión lectora
en estudiantes de educación primaria. La metodología adoptada fue documental, en la que se
analizaron 30 documentos sobre la lectura, se exploraron las conexiones entre la lectura pla-
centera y la comprensión lectora, se identificaron las dificultades internas y externas que afectan
la lectura, y se evaluaron los beneficios de los textos narrativos. Los resultados subrayan la im-
portancia de los textos narrativos en el desarrollo de la comprensión lectora y sugieren estra-
tegias efectivas para su mejora. Concluyendo que la comprensión lectora en estudiantes se ve
positivamente influenciada por la exposición a textos narrativos, los cuales fomentan la imagi-
nación, enriquecen el vocabulario, promueven la empatía y estimulan el pensamiento crítico.
Además, se identificaron diversas dificultades internas y externas que afectan la comprensión
lectora, como la falta de motivación, dificultades cognitivas y un bajo nivel de vocabulario.
Palabras-clave: comprensión lectora, dificultades lectoras, educación primaria, textos narrativos.
Introdução
A gestão educacional do século XXI exige que os professores promovam a leitura compreensiva
no ensino fundamental por meio de estratégias inovadoras e ferramentas digitais, criando um
ambiente dinâmico. A leitura compreensiva facilita o desenvolvimento intelectual e pessoal ao
permitir o acesso à informação e ao incentivar o pensamento crítico. Nas palavras de Acosta e
Barreto (2023), a gestão educacional moderna deve se concentrar na aplicação de estratégias
para fomentar o gosto pela leitura, aproveitando as tecnologias digitais, que permitem melhorar
a compreensão através do uso de textos interativos e multimídia. Além disso, é necessário ofe-
recer formação em tecnologia educacional aos professores. Trabalhar em conjunto com do-
centes, famílias e a comunidade é fundamental para criar um ambiente educativo que promova
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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 135-148
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a leitura compreensiva e forme leitores competentes e apaixonados no ensino fundamental.
A leitura é essencial para o desenvolvimento integral das crianças, proporcionando-lhes acesso
ao conhecimento, expandindo seu vocabulário, estimulando sua imaginação e pensamento
crítico, e incentivando sua participação na sociedade. A esse respeito, Rivera et al. (2023) des-
tacam que, no ensino fundamental, a compreensão da leitura torna-se fundamental, uma vez
que as crianças devem adquirir a capacidade de ler de forma fluente e compreensiva para lidar
com a diversidade de textos em sua vida acadêmica e pessoal.
Para Palma (2023), os textos narrativos, como contos, fábulas, lendas, mitos e romances, de-
sempenham um papel crucial nesse processo. Esses textos permitem que as crianças desen-
volvam sua imaginação ao serem transportadas para mundos fantásticos, promovam a empatia
ao compreenderem as emoções e motivações dos personagens, aprendam sobre diferentes
culturas e valores, enriqueçam seu vocabulário e aprimorem seu pensamento crítico ao refle-
tirem sobre as ações e valores transmitidos nas histórias.
De acordo com Paredes e Paredes (2023), para promover a compreensão da leitura através de
textos narrativos, podem ser utilizadas várias estratégias, como a leitura em voz alta, a formu-
lação de perguntas e respostas, a realização de atividades de compreensão de leitura e o in-
centivo à criação de textos narrativos pelos estudantes do ensino fundamental.
Essas abordagens permitem inferir que os textos narrativos são uma ferramenta poderosa para
o desenvolvimento da compreensão de leitura no ensino fundamental. Segundo Puche e Acosta
(2024), é essencial que os professores implementem estratégias variadas para aproveitar ao má-
ximo os benefícios que esses textos oferecem, proporcionando às crianças a oportunidade de
desfrutar de uma ampla gama de histórias que enriquecem sua experiência de leitura.
Além disso, a experiência dos pesquisadores revela que as dificuldades observadas em alunos
do ensino fundamental com falta de compreensão da leitura se manifestam de várias formas.
Um dos sinais mais evidentes é a dificuldade em entender o significado de palavras e frases
que leem, o que resulta em uma leitura lenta e interrompida. Além disso, essas crianças costu-
mam ter dificuldade em fazer conexões entre as ideias apresentadas no texto, o que as impede
de compreender a trama ou a mensagem global da história.
Nesse sentido, Leal (2023) afirma que uma das dificuldades associadas à falta de compreensão
da leitura é a incapacidade de extrair informações relevantes dos textos. Os estudantes podem
ter problemas para identificar as ideias principais, os detalhes importantes ou as relações de
causa e efeito dentro da narrativa. Segundo Blanco e Acosta (2023), isso se traduz em uma
falta de compreensão profunda do que estão lendo e em uma incapacidade de aplicar o con-
hecimento adquirido em outras situações.
De acordo com a experiência dos autores deste estudo, isso leva a uma baixa retenção de informa-
ções, pois as crianças podem esquecer facilmente o que leram ou confundir detalhes importantes
Ler para compreender: o impacto dos textos narrativos na educação primária
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138 Alexander Javier Leal Sulbarán, Adalegnis Avilés Rangel e Lisbeth Villalobos Fernández
da trama. Isso pode ser atribuído à falta de atenção durante a leitura ou à incapacidade de processar
a informação de maneira eficaz. Além disso, é possível observar uma falta de interesse ou motivação
pela leitura nessas crianças. Elas podem demonstrar aversão aos livros ou à leitura em geral, prefe-
rindo atividades mais visuais ou interativas, possivelmente devido a experiências negativas anteriores
com a leitura ou à falta de acesso a materiais de leitura adequados e motivadores.
Por fim, Maina e Papalini (2023) argumentam que a falta de compreensão da leitura em crianças
do ensino fundamental pode estar relacionada a dificuldades no desenvolvimento da lingua-
gem, déficits em habilidades cognitivas como memória ou atenção, ou até mesmo fatores am-
bientais, como a falta de apoio em casa ou na escola. É importante abordar essas dificuldades
de maneira abrangente, oferecendo intervenções personalizadas que ajudem as crianças a de-
senvolver as habilidades necessárias para compreender e desfrutar da leitura.
Por tudo isso, o estudo focou-se em analisar as teorias clássicas propostas sobre a leitura, es-
tabelecer os vínculos entre a leitura prazerosa (narrativas) e a compreensão leitora em alunos
do ensino fundamental, revelar as dificuldades dos estudantes para ler, classificadas em internas
e externas, e determinar os benefícios dos textos narrativos para a melhoria dos textos lidos.
Methodologia
O estudo foi de natureza documental, o qual, segundo Díaz (2011), é definido como um processo
de coleta, análise e síntese de informações provenientes de fontes escritas e audiovisuais. Foram
revisados um total de 30 documentos, incluindo artigos científicos, livros e teses de pesquisa de
mestrado e doutorado. Não foi considerada a validade temporal dos documentos, já que o al-
cance da revisão cobriu desde os postulados de teorias clássicas até as pesquisas mais recentes.
Foram utilizadas técnicas como a revisão bibliográfica e a análise de conteúdo para investigar
como os textos narrativos melhoram a compreensão leitora em alunos do ensino fundamental.
Essas técnicas permitiram identificar padrões chave na literatura, revelando que os textos na-
rrativos enriquecem o vocabulário, estimulam o pensamento crítico e promovem a empatia.
Instrumentos como fichas bibliográficas e fichas de resumo facilitaram a organização e síntese
das informações, garantindo uma base sólida para a análise e as conclusões. O estudo concluiu
que a exposição a textos narrativos é essencial para melhorar a compreensão leitora dos alunos,
proporcionando uma estrutura eficaz para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e emo-
cionais na educação primária.
Resultados
As descobertas obtidas da revisão documental fornecem uma visão detalhada e estruturada das
diferentes dimensões e aspectos relevantes do tema em estudo. Essas categorias são o resultado
de uma análise exaustiva da literatura existente, o que permite identificar e classificar os principais
elementos que influenciam o fenômeno estudado. Através desse processo, alcança-se uma com-
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preensão mais profunda e completa dos fatores, conceitos e relações envolvidos no tema da
compreensão leitora e do uso de textos narrativos na educação primária.
Tabela 1
Clássicos das teorias propostas sobre a leitura
Nota: Elaboração própria (2024).
Os autores consultados coincidem em que a leitura é um processo complexo que envolve a
interação de diferentes fatores. No entanto, cada autor oferece uma perspectiva distinta sobre
o processo de leitura. Ferreiro e Smith concentram-se no papel do leitor na construção do sig-
nificado do texto. Solé propõe um modelo que considera as características do texto, as habili-
dades do leitor e o contexto. De Certeau vê a leitura como uma atividade criativa. Por sua vez,
Bruner destaca a importância da participação do leitor no processo de aprendizagem. Em re-
sumo, as ideias desses autores oferecem uma visão abrangente do processo de leitura e for-
necem uma base sólida para o ensino da leitura na educação primária.
Autor Ano Postulados Análise
Emilia
Ferreiro 2016
A leitura e a escrita são processos
construtivos que as crianças reali-
zam a partir de seus conhecimentos
prévios e de sua interação com o
ambiente.
Ferreiro destaca a importância da interação so-
cial e da experiência prévia no desenvolvimento
da leitura e da escrita. Seu enfoque construtivista
teve um grande impacto no ensino da leitura e
da escrita na educação primária.
Frank
Smith 1990
A leitura é um processo de previsão
e verificação. Os leitores utilizam
seus conhecimentos prévios para
prever o que vão ler e, em seguida,
verificam suas previsões à medida
que avançam na leitura..
Smith enfatiza o papel ativo do leitor no pro-
cesso de leitura. Sua teoria contribuiu para a
compreensão de como os leitores constroem o
significado do texto..
Isabel Solé 1992
A compreensão leitora é um pro-
cesso complexo que envolve a inte-
ração de três níveis: o texto, o leitor
e o contexto..
Solé propõe um modelo de compreensão leitora
que considera as características do texto, as ha-
bilidades do leitor e o contexto em que a leitura
ocorre. Seu modelo tem sido útil para com-
preender os fatores que influenciam a com-
preensão leitora
Michel
Certeaul 2008
A leitura é uma atividade criativa na
qual o leitor constrói seu próprio
significado do texto.
De Certeau concebe a leitura como um pro-
cesso de produção de sentido. Seu enfoque
contribuiu para a compreensão da leitura como
uma atividade crítica e criativa..
Jerome
Bruner 2003
A leitura é uma forma de aprendi-
zado por descoberta. Os leitores
aprendem ao interagir com o texto
e ao construir sua própria com-
preensão dele.
Bruner destaca a importância da participação do
leitor no processo de aprendizagem. Sua teoria
contribuiu para o desenvolvimento de estraté-
gias de ensino que promovem a compreensão
leitora.
Ler para compreender: o impacto dos textos narrativos na educação primária
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
140 Alexander Javier Leal Sulbarán, Adalegnis Avilés Rangel e Lisbeth Villalobos Fernández
Tabela 2
Vínculos entre a leitura prazerosa (narrativas) e a compreensão leitora em alunos do ensino fundamental.
Nota: Elaboração própria (2024).
Os autores consultados convergem na ideia de que a leitura prazerosa exerce uma influência
significativa no progresso da competência leitora dos alunos do ensino fundamental. Esta prá-
tica não se limita a um ato de prazer, mas também traz uma série de benefícios tangíveis para
o desenvolvimento integral do indivíduo no âmbito da leitura. Ao se imergir na leitura por pra-
zer, as crianças têm a oportunidade de expandir seu vocabulário de maneira natural, encon-
trando palavras novas em contextos significativos e atraentes.
Além disso, essa experiência contribui para melhorar suas habilidades de decodificação ao se
depararem com uma variedade de textos e estilos literários, o que fortalece sua compreensão
geral do texto e sua capacidade de extrair significado do que leem. Esse enfoque também pro-
move uma fluidez leitora mais eficiente e um ritmo mais ágil na leitura, pois as crianças estão
mais comprometidas e motivadas quando apreciam o que estão lendo.
Autor Ano Postulados Análise
Jeanne
Chall 1983
A leitura prazerosa é um fator importante
no desenvolvimento da competência lei-
tora. As crianças que leem por prazer têm
mais chances de desenvolver habilidades
de compreensão leitora mais fortes.
Chall foi uma das primeiras pesquisadoras
a destacar a importância da leitura praze-
rosa para a compreensão leitora. Sua pes-
quisa demonstrou que as crianças que leem
por prazer têm vocabulários mais amplos,
melhores habilidades de decodificação e
uma melhor compreensão do texto.
Stephen
Krashen 2013
Free reading is essential for language ac-
quisition and the development of reading
proficiency. Children who read for plea-
sure are more likely to develop greater
fluency and deeper reading comprehen-
sion.
Krashen é um defensor da leitura livre e sus-
tenta que as crianças aprendem a ler mel-
hor quando leem materiais que as
interessam e as motivam. Sua teoria contri-
buiu para o desenvolvimento de programas
de leitura que incentivam a leitura por pra-
zer nas escolas.
Isabel
Solé 1992
A leitura livre é essencial para a aquisição
da língua e o desenvolvimento da com-
petência leitora. As crianças que leem por
prazer têm mais probabilidade de desen-
volver uma fluência e uma compreensão
leitora mais profundas.
Solé desenvolveu um modelo de com-
preensão leitora que inclui a motivação
como um fator importante. Seu modelo
contribuiu para a compreensão de como a
leitura prazerosa pode melhorar a com-
preensão leitora.
Richard
Allington 2006
A leitura prazerosa é uma ferramenta po-
derosa para a promoção da leitura e a
melhoria da compreensão leitora. As
crianças que leem por prazer têm mais
probabilidade de desenvolver uma ati-
tude positiva em relação à leitura e de se
tornarem leitores independentes.
Allington realizou pesquisas que demons-
tram que a leitura prazerosa está relacio-
nada a um melhor desempenho acadêmico
em uma variedade de disciplinas. Sua pes-
quisa contribuiu para a promoção da leitura
prazerosa como uma ferramenta para mel-
horar o aprendizado nas escolas.
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Cultivar uma atitude positiva em relação à leitura desde cedo pode ter um impacto significativo no
desempenho acadêmico a longo prazo, já que os alunos que desfrutam da leitura tendem a dedicar
mais tempo e esforço a essa atividade, reforçando e consolidando suas habilidades de leitura. Em
poucas palavras, a leitura prazerosa não é apenas uma atividade recreativa, mas também uma ferra-
menta poderosa para o crescimento e o desenvolvimento integral dos alunos na competência leitora.
Tabela 3
Benefícios dos textos narrativos
Nota: Elaboração própria (2024).
A Tabela 3 apresentada oferece uma compreensão holística e detalhada sobre como os textos
narrativos impactam positivamente a compreensão leitora em alunos do ensino fundamental.
Beneficios Teoria a Respeito Análise
Desenvolvimento
da compreensão
de histórias
Segundo a teoria do processamento da in-
formação, os textos narrativos oferecem
uma estrutura clara que ajuda os alunos a
organizar e reter informações, facilitando
assim a compreensão da história.
Os textos narrativos permitem que os alunos
pratiquem a identificação da estrutura narra-
tiva, a previsão de eventos e a compreensão
das relações de causa e efeito, o que mel-
hora sua capacidade de compreender e reter
informações.
Empatia e com-
preensão de per-
sonagens
Sob a perspectiva do desenvolvimento so-
cioemocional, a exposição a personagens
complexos nos textos narrativos permite
que os alunos pratiquem a empatia e
compreendam as emoções e motivações
dos outros.
Ao entender as experiências e perspectivas
dos personagens nos textos narrativos, os
alunos desenvolvem habilidades para inferir
estados mentais e compreender melhor as
complexidades das relações humanas, o que
promove a empatia e a consciência emocio-
nal.
Enriquecimento
do vocabulário
A teoria do processamento da linguagem
sugere que a exposição a uma ampla va-
riedade de palavras em contextos signifi-
cativos facilita o aprendizado e a retenção
de novas palavras, enriquecendo assim o
vocabulário dos alunos.
Os textos narrativos oferecem uma riqueza
de vocabulário que desafia os alunos a de-
duzir o significado de palavras desconheci-
das a partir do contexto, o que amplia seu
repertório lexical e melhora sua compreen-
são geral dos textos.
Promoção do
pensamento
crítico
Segundo a teoria do desenvolvimento
cognitivo, os textos narrativos estimulam o
pensamento crítico ao convidar os alunos
a refletir sobre as decisões dos persona-
gens, os dilemas morais e os temas subja-
centes da história.
Ao analisar os elementos-chave dos textos
narrativos, como os conflitos, os persona-
gens e os temas, os alunos desenvolvem ha-
bilidades para avaliar as informações, fazer
conexões entre ideias e formar suas próprias
opiniões, o que fortalece seu pensamento
crítico e sua capacidade de análise.
Estímulo da
imaginação
Sob a perspectiva da teoria do desenvol-
vimento cognitivo, os textos narrativos fo-
mentam a imaginação e a criatividade ao
oferecer mundos fictícios e personagens
vívidos que despertam a curiosidade e o
interesse dos alunos.
Ao se imergir nas histórias e personagens
dos textos narrativos, os alunos desenvolvem
habilidades para visualizar cenários, anteci-
par eventos e criar conexões entre a ficção e
suas próprias experiências, o que estimula
sua imaginação e criatividade.
Ler para compreender: o impacto dos textos narrativos na educação primária
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
142 Alexander Javier Leal Sulbarán, Adalegnis Avilés Rangel e Lisbeth Villalobos Fernández
Ao respaldar cada benefício com teorias pertinentes do campo educacional e psicológico, for-
nece uma base sólida para entender os mecanismos subjacentes a esses benefícios.
Desde a teoria do processamento da informação até o enfoque no desenvolvimento socioe-
mocional e cognitivo, explora como a exposição a textos narrativos facilita a organização mental
da informação, promove a empatia, enriquece o vocabulário, estimula o pensamento crítico e
fomenta a criatividade. Além disso, a análise detalhada destaca como esses benefícios se tra-
duzem na prática educacional, mostrando como os alunos desenvolvem habilidades de com-
preensão leitora à medida que interagem com textos narrativos na sala de aula, o que, por sua
vez, influencia seu desempenho acadêmico e seu apreço pela leitura.
Tabela 4
Dificuldades dos escolares para ler, classificadas em internas e externas
Nota: Elaboração própria (2024).
Tabela 4 oferece um panorama abrangente das possíveis dificuldades que os escolares podem
enfrentar no processo de leitura, abordando tanto os desafios internos quanto os que surgem
do ambiente escolar e das estratégias pedagógicas utilizadas. Ao considerar as dificuldades in-
ternas, são examinados os obstáculos que os próprios alunos podem experimentar, como di-
ficuldades na decodificação de palavras, falta de fluidez na leitura, problemas de compreensão,
bem como limitações no vocabulário e nos conhecimentos prévios. Essas dificuldades internas
podem ser influenciadas por fatores individuais, como a capacidade cognitiva, as experiências
anteriores de aprendizado e o desenvolvimento emocional dos alunos.
Por outro lado, ao explorar as dificuldades externas, são analisados os desafios relacionados
Tipo de dificuldade Descrição
Internas
Falta de motivação Desinteresse pela leitura, falta de conexão emocional com o conteúdo, per-
cepção da leitura como uma tarefa chata ou pouco relevante.
Dificuldades cognitivas Problemas de atenção, memória, processamento linguístico ou habilidades
de decodificação que dificultam a compreensão do texto.
Baixo nível de vocabulário Limitações no conhecimento e compreensão de palavras, o que obstaculiza a
compreensão global do texto e a inferência de significados.
Dificuldades emocionais Estresse, ansiedade ou insegurança que podem afetar a concentração e a
compreensão durante a leitura.
Externas
Ambiente escolar Falta de acesso a materiais de leitura adequados, ambiente de aprendizagem
pouco estimulante ou falta de apoio e motivação por parte dos professores
Estratégias pedagógicas Abordagens de ensino inadequadas, falta de diversificação nos métodos de
ensino, ausência de atividades que promovam a compreensão de leitura
Type of readingTipo de
leitura
Textos pouco adequados para o nível de competência leitora dos alunos, falta
de variedade nos gêneros e temas de leitura, excesso de material de leitura.
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ao ambiente escolar e às estratégias pedagógicas, incluindo a falta de recursos educacionais
adequados, a qualidade do currículo e da instrução, e a falta de apoio e motivação por parte
dos educadores. Essas dificuldades externas podem ter um impacto considerável no processo
de aprendizado da leitura, afetando a motivação, o compromisso e o desempenho acadêmico
dos alunos. Essa análise integral fornece uma compreensão profunda dos diversos fatores que
podem influenciar a habilidade de leitura dos escolares e destaca a importância de abordar
tanto os aspectos internos quanto externos para promover um desenvolvimento leitor efetivo.
Discussão
Ao revisar as teorias que enquadram o objeto de estudo e os elementos que se vinculam a
este, inicialmente se explica como os clássicos das teorias propostas sobre a leitura aportam
informações para estabelecer estratégias adequadas utilizando os textos narrativos para mel-
horar a compreensão da leitura. Nesse sentido, Ferreiro (2016), conhecida por sua pesquisa
sobre o processo de alfabetização e a aquisição da linguagem escrita em crianças, expõe suas
ideias sobre a construção do conhecimento e a compreensão da leitura como um processo
ativo e construtivo para informar estratégias que promovam a participação do aluno na cons-
trução de significado a partir dos textos narrativos.
Enquanto isso, Smith (1990), reconhecido por sua teoria do processo natural de aprendizagem
da leitura, destacando a importância da imersão em textos significativos e o aprendizado por
meio da compreensão, em vez da memorização ou da decodificação, propõe estratégias cen-
tradas na exposição a uma ampla variedade de textos narrativos significativos e no desenvol-
vimento de habilidades de compreensão profunda.
Além disso, Solé (1992), que pesquisou extensivamente sobre o ensino da compreensão da lei-
tura e a construção de significado a partir dos textos, destaca a importância de ensinar por
meio de estratégias metacognitivas, como a autorregulação e a monitorização, que podem
ser úteis para projetar atividades que ajudem os alunos a refletir sobre sua compreensão e a
empregar estratégias eficazes enquanto leem textos narrativos.
Por sua vez, de Certeau (2008) foca na teoria cultural e na prática cotidiana, suas ideias sobre
a interpretação e a apropriação de textos podem ser relevantes para a compreensão da leitura.
Seus conceitos sobre a leitura como uma atividade criativa e a reinterpretação de textos por
parte do leitor podem inspirar abordagens de ensino que promovam a interpretação ativa e a
conexão pessoal com os textos narrativos.
Da mesma forma, a análise de Bruner (2003) contribuiu significativamente para o campo da
psicologia cognitiva e da educação, enfatizando a importância da narrativa na aprendizagem
e na compreensão. Nesse sentido, suas teorias sobre a estrutura narrativa e o papel da narrativa
na construção de significado podem informar estratégias que utilizem textos narrativos para
facilitar a compreensão, como o modelamento da estrutura narrativa e a análise dos elemen-
tos-chave de uma história.
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Ao abordar os vínculos entre a leitura prazerosa (narrativas) e a compreensão da leitura em
alunos do ensino fundamental, Chall (1983) destacou em seus estudos a importância da mo-
tivação intrínseca na leitura e como o prazer da leitura pode impulsionar o compromisso e o
interesse dos leitores. Daí, a leitura prazerosa promove um ambiente propício para a prática
e a exposição a uma variedade de textos, o que contribui para uma maior compreensão da
leitura através de uma maior fluência e familiaridade com diferentes estilos e gêneros de es-
crita.
Além disso, Krashen (2013) propôs sua teoria do input compreensível, que sustenta que os lei-
tores melhoram sua compreensão e aquisição de habilidades linguísticas quando se envolvem
na leitura de textos que são interessantes e compreensíveis para eles. Assim, a leitura prazerosa
proporciona uma experiência de leitura significativa e relevante para os leitores, aumentando
sua motivação e facilitando a compreensão, ao mesmo tempo em que amplia seu vocabulário
e conhecimento do idioma.
Para Solé (1992), é importante criar um ambiente de leitura agradável e motivador na sala de
aula para promover a compreensão da leitura. A leitura prazerosa baseia-se na escolha pessoal
dos textos e na liberdade de explorar diferentes temas e gêneros, o que pode aumentar a au-
toestima do leitor e sua disposição para se comprometer com a leitura, o que, por sua vez,
melhora a compreensão.
Enquanto isso, Allington (2006) destacou a relação entre a quantidade de leitura e a com-
preensão da leitura, argumentando que os alunos que leem mais tendem a compreender
melhor o que leem. Por isso, a leitura prazerosa promove uma atitude positiva em relação à
leitura e a disposição de ler regularmente fora do horário escolar, o que aumenta a exposição
a diferentes tipos de texto e fortalece as habilidades de compreensão ao longo do tempo.
Ao fazer referência aos benefícios dos textos narrativos para fomentar a compreensão da
leitura, segundo Ccoa (2023), o desenvolvimento da compreensão de histórias é fundamental
para a compreensão da leitura, pois implica a capacidade de entender a sequência de even-
tos, identificar os personagens, compreender suas motivações e antecipar os resultados. Por-
tanto, Ascencio, Gonzales, Ibañez e Ascencio (2023) sustentam que, ao se exporem a textos
narrativos, os alunos praticam a identificação da estrutura narrativa, o que melhora sua ca-
pacidade de organizar e reter informações. Além disso, a familiaridade com diferentes tipos
de tramas e estruturas narrativas os ajuda a antecipar eventos e compreender relações de
causa e efeito, o que contribui para uma compreensão mais profunda da história como um
todo.
Ao fazer referência à empatia e à compreensão de personagens, Acosta (2024) ressalta que é
importante que o docente fomente essa empatia nos alunos, pois são aspectos fundamentais
da compreensão da leitura, uma vez que permitem aos alunos conectar-se emocionalmente
com a história e compreender as motivações e emoções dos personagens. Nesse sentido, Bort
e Gil (2023) sugerem que, ao se exporem a personagens complexos nos textos narrativos, os
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alunos praticam a empatia ao se colocarem no lugar dos personagens e compreender suas
experiências e pontos de vista. Essa habilidade não só melhora a compreensão da história, mas
também fomenta a consciência emocional e fortalece as habilidades sociais e de relaciona-
mento.
Além disso, ao analisar o enriquecimento do vocabulário, Rivera et al. (2023) consideram que
esse elemento é decisivo para a compreensão da leitura, uma vez que uma ampla gama de
palavras facilita a compreensão de textos complexos e o reconhecimento de significados im-
plícitos. Portanto, Ccoyo e Turpo (2023) destaca que, ao expor o aluno a uma variedade de
palavras em contextos significativos através de textos narrativos, eles melhoram seu vocabulário
ao deduzir o significado de palavras desconhecidas a partir do contexto. O que, segundo Cieza
(2023), fortalece sua capacidade de compreender e reter informações, assim como de se ex-
pressar de maneira mais precisa e eficaz tanto oralmente quanto por escrito.
Conclusões
Ao analisar as teorias clássicas propostas sobre a leitura, concluiu-se que as teorias clássicas
propostas por destacados pesquisadores como Emilia Ferreiro, Frank Smith, Isabel Solé, Michel
de Certeau e Jerome Bruner oferecem uma compreensão profunda dos fundamentos teóricos
que sustentam o processo de leitura. Esses autores apresentam uma variedade de perspectivas
que abordam aspectos importantes do desenvolvimento leitor, como a aquisição da linguagem,
a compreensão de textos e a formação de significados. Suas contribuições teóricas são funda-
mentais para entender como os estudantes constroem o significado a partir dos textos que
leem e como os educadores podem elaborar estratégias eficazes para promover a compreen-
são leitora em sala de aula.
Em relação aos vínculos entre a leitura prazerosa e a compreensão leitora em estudantes de
ensino fundamental, os resultados revelam uma conexão direta entre a leitura prazerosa, es-
pecialmente por meio de textos narrativos, e a melhoria da compreensão leitora. Nesse sentido,
autores como Jeanne Chall, Stephen Krashen, Isabel Solé e Richard Allington destacam como
a leitura por prazer não só aumenta a motivação e o interesse em ler, mas também fortalece
as habilidades de compreensão, vocabulário e fluência leitora. Esses achados ressaltam a im-
portância de promover experiências de leitura positivas e atraentes no ambiente escolar para
cultivar leitores competentes e apaixonados.
Quanto à identificação e compreensão das dificuldades dos estudantes para ler, tanto internas
quanto externas, os resultados refletem que são significativas para o desenvolvimento de in-
tervenções eficazes que abordem essas barreiras. Fatores como a falta de motivação, dificul-
dades cognitivas, baixo nível de vocabulário, desafios emocionais, o ambiente escolar e
estratégias pedagógicas inadequadas podem impactar negativamente a compreensão leitora.
Ao reconhecer essas dificuldades e suas causas subjacentes, os educadores podem implementar
abordagens diferenciadas e personalizadas que ajudem os estudantes a superar esses obs-
táculos e melhorar sua competência leitora.
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Finalmente, a pesquisa destaca uma ampla gama de benefícios associados ao uso de textos na-
rrativos na educação primária. Esses benefícios incluem o desenvolvimento da compreensão de
histórias, a empatia e compreensão de personagens, o enriquecimento do vocabulário, o fomento
do pensamento crítico e a estimulação da imaginação. Assim, ao expor os estudantes a uma va-
riedade de textos narrativos, os educadores podem proporcionar experiências de aprendizagem
significativas que não apenas melhoram a compreensão leitora, mas também promovem o de-
senvolvimento integral dos estudantes em múltiplas dimensões cognitivas, emocionais e sociais.
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Artigo de revisão
Artículos de revisión
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A UNA: Desafios e tendências que
norteiam nosso futuro
La UNA: Desafíos y tendencias que
orientan nuestro futuro
Como citar: Padrón, N. D. J. (2025). A UNA: Desafios e tendências que norteiam nosso futuro. Revista
Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 151-164. https://doi.org/10.59654/80pwz224
Dilia Josefina Padrón Noriega
https://orcid.org/0009-0005-0261-0034
Barcelona, estado de Anzoátegui / Venezuela
* Doutorado em Gerência, Pós-Doutorado em Gerência Pós-convencional, Mestrado em Ciências Gerenciais com
ênfase em Finanças. Professora Associada Efetiva, Universidad Nacional Abierta, Centro Local Anzoátegui, Vene-
zuela. Correio eletrônico: diliapadron@gmail.com
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 151-164
ISSN eletrônico: 2665-038X
Recebido: Julho / 15 / 2024 Aceito: Agosto / 28 / 2024
https://doi.org/10.59654/80pwz224
152 Dilia Josefina Padrón Noriega
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
Resumo
"A UNA: Desafios e tendências que orientam nosso futuro" é uma análise reflexiva sobre o pre-
sente e o futuro da educação superior, com foco específico na Universidade Nacional Aberta
(UNA). Examina-se a adoção de pedagogias híbridas, que ocupam uma parte significativa do
debate educacional. O artigo discute o papel das universidades em serem fundamentais para
a sociedade, defendendo vigorosamente um compromisso persistente com a criatividade e a
melhoria contínua. O futuro da UNA é promissor; pode ser alcançado com um planejamento
cuidadoso e uma liderança visionária, superando desafios e consolidando-se como uma ins-
tituição de destaque na formação de profissionais comprometidos com o futuro. Em síntese,
este estudo oferece uma visão integral e estruturada dos desafios e tendências universitárias,
destacando a necessidade de adaptação e aprimoramento constante no campo educacional.
Palavras-chave: Educação superior, Universidade Nacional Aberta (UNA), pedagogias híbridas,
desafios educacionais.
Resumen
“La UNA: Desafíos y tendencias que orientan nuestro futuro" es un análisis reflexivo sobre el
presente y futuro de la educación superior, con enfoque específico en la Universidad Nacional
Abierta (UNA). Se examina la adopción de pedagogías híbridas, las cuales ocupan una parte
sustantiva del debate educativo. En el artículo se razona sobre el papel de las universidades a
la hora de ser el todo en la sociedad y a la defensa vehemente por una dedicación persistente
a la creatividad y la mejora. El mañana de la UNA es promisorio; se puede llevar a cabo con
una planificación cuidadosa y un liderazgo visionario, para superar los desafíos y afirmarse
como una institución líder en la formación de profesionales comprometidos con el porvenir.
En conjunto, este estudio proporciona una visión integral y estructurada de los desafíos y ten-
dencias universitarias, subrayando la necesidad de adaptación y mejora continua en el ámbito
educativo.
Palabras clave: Educación superior, Universidad Nacional Abierta (UNA), pedagogías híbridas,
desafíos educativos..
Introdução
As organizações, neste século XXI, têm passado por mudanças constantes com o objetivo de
se adaptarem à realidade do país e aos novos paradigmas em que a sociedade está centrada.
As pressões políticas e econômicas promovem mudanças sociais e culturais que caracterizam
a sociedade venezuelana e, consequentemente, influenciam os contextos internos e externos
das organizações.
Nesse estado constante de mudanças, as transformações das instituições atuais parecem algo
permanente e não casual. Essas transformações são evidentes em diversos âmbitos sociais,
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como as formas de relações sociais e de trabalho, especialmente no que se refere ao desen-
volvimento e à expansão das novas tecnologias de informação e comunicação. Além disso, os
requisitos da globalização econômica, como a busca por qualidade, oportunidade, competiti-
vidade e maior acesso, somam-se à intensificação da globalização educacional, levando à in-
ternacionalização como uma resposta ativa à globalização do conhecimento.
Diante dessa realidade presente em diversos contextos, especialmente no universitário, surge
a necessidade de uma nova visão. As universidades venezuelanas, por sua vez, são uma ex-
pressão da democratização social e se tornam um projeto de interesse para o Estado vene-
zuelano, sobretudo na atualidade, marcada por incertezas e ambiguidades, exigindo dessas
instituições um papel de liderança social e uma conexão com as demandas do desenvolvimento
integral da nação, assumindo a responsabilidade de participar na construção de um novo país.
Nesse contexto, surgem dilemas e debates dentro dessas instituições sobre seu papel em uma
sociedade que aspira ser participativa e autogestionária. Assim, as universidades, tanto públicas
quanto privadas, enfrentam discussões decorrentes de rupturas, reestruturações e propostas
emergentes que buscam enfrentar a crise, a transição e as concepções relacionadas à autori-
dade, ao conhecimento e, sobretudo, à função social dessas instituições. Este ensaio analisa
essas tendências e explora como as instituições podem se ajustar e prosperar em um ambiente
em constante evolução, exigindo estratégias de coordenação, alianças e propostas bem pla-
nejadas.
Características e tendências no contexto atual
O tema da globalização é amplamente debatido na atualidade. Reconhece-se que se trata de
um fenômeno social moderno, impulsionado principalmente pelos avanços científicos e tec-
nológicos, especialmente nas áreas de comunicação e eletrônica, além das aspirações de em-
presas transnacionais. A globalização é definida e explicada de diversas formas; Reyes (2008)
nos oferece ideias que, de certa forma, constituem uma síntese simplificada do significado e
do alcance da globalização: a globalização é um conjunto de propostas teóricas que destacam,
sobretudo, duas grandes tendências: (a) os sistemas de comunicação mundial; e (b) as condi-
ções econômicas, especialmente aquelas relacionadas à mobilidade de recursos financeiros e
comerciais.
No entanto, Brünner apresenta uma interpretação da globalização como a manifestação de
quatro fenômenos intimamente relacionados entre si: (a) a universalização dos mercados e o
avanço do capitalismo pós-industrial; (b) a difusão do modelo democrático como forma ideal
de organização política dos Estados; (c) a revolução nas telecomunicações, que leva à chamada
"sociedade da informação"; e (d) a generalização de um "clima" cultural característico da época,
conhecido como pós-modernidade.
Por outro lado, a chamada sociedade do conhecimento, da informação e do aprendizado na
era digital, enquanto paradigma de reorganização das formas de produção, organização, ges-
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Dilia Josefina Padrón Noriega
tão e comunicação em todas as áreas da atividade humana, está inaugurando novos campos
que têm gerado uma nova civilização (revolução cultural), um processo acelerado pela emer-
gência da pandemia de Covid-19.
Além dos aspectos econômicos, produtivos, organizacionais, digitais, informáticos e comerciais,
esse fenômeno apresenta desafios importantes no âmbito das responsabilidades do Estado
em países como a Venezuela. O país entrou em uma nova etapa, e, por consequência, todos
os seus sistemas e subsistemas também passaram por mudanças: o país dos últimos anos não
direcionou suas expectativas para o processo crescente de globalização e tampouco buscou
alinhar seu desenvolvimento nacional.
Esse fenômeno, que vinha se delineando há anos, gerou efeitos estruturais na economia, na
sociedade e na política, intensificando mudanças no modelo econômico. Esse cenário trouxe
consequências severas para a configuração do Estado, com reformas desreguladoras e inter-
venções na política social, resultando em rigorosos aumentos da pobreza, da informalidade,
da migração, da precariedade laboral, da exclusão e da deterioração das condições de vida da
população.
Portanto, um dos desafios fundamentais enfrentados pela educação universitária é superar
esses obstáculos com o objetivo de contribuir para as mudanças estruturais no país e atender
às necessidades sociais e ambientais. Isso exige currículos, conteúdos e modelos educacionais
apropriados, bem como a adequação das qualificações docentes, para que estejam na van-
guarda dessas transformações de forma dinâmica.
A sociedade líquida, tecnologia e digitalização
Esta nova sociedade do século XXI está sendo construída rapidamente com as tecnologias da
informação e comunicação. Suas raízes sustentam as atividades cotidianas nas esferas da eco-
nomia, saúde, habitação, alimentação, transporte e, claro, educação. As instituições dedicadas
à transmissão de conhecimento são obrigadas a incorporar essas ferramentas tanto na forma-
ção geral quanto na especializada; no entanto, sua integração ao processo educacional apre-
senta desafios e obstáculos.
Vivemos em um contexto de dissolução do sentido de pertencimento social do ser humano,
dando lugar a uma individualidade marcada. O ser humano experimenta uma independência,
onde a sociedade já não é mais a soma de individualidades, mas sim o conjunto delas. Para
Bauman (2003), estamos na era da modernidade líquida, enfrentando o problema da constru-
ção do futuro, a busca por soluções para as dificuldades contemporâneas e a visão de novas
formas de relação com o saber que emergem na dinâmica atual.
Bauman (2003) explora os atributos da sociedade capitalista que permaneceram ao longo do
tempo e argumenta que tudo muda de um momento para outro. Somos coerentes com as
mudanças e acreditamos que nada é permanente. Vivemos em uma atualidade onde tudo é
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consumível e elástico, inclusive o ser humano. Os valores e dogmas das gerações anteriores
eram sólidos; no presente, nada é inquebrável ou fixo, o que explica as grandes variações que
ocorrem em todos os âmbitos sociais, econômicos, políticos, culturais e educacionais.
É, portanto, necessário estabelecer novos modos, apropriar-se de ferramentas e conceitos que
permitam aprender com os cenários emergentes para o conhecimento e a interação entre os
indivíduos. O "aprendizado líquido" (Bauman, 2008) é um tipo de educação que se adapta às
mudanças, aproveitando as possibilidades do mundo globalizado. Trata-se de um ensino que
rompe com a solidez estabelecida, preparando as pessoas para viver em um mundo em cons-
tante transformação, repleto de informação, conectividade e atuação por meio de comunidades
de prática.
A adaptação da UNA (Universidade Nacional Aberta) a essas mudanças está inscrita no marco
da sociedade digital, do conhecimento, da informação e do aprendizado, como reflexo dessa
volatilidade líquida. Isso envolve dinâmicas convergentes e divergentes, além da inclusão da
tecnologia nos espaços acadêmicos e, consequentemente, mudanças na gestão e produção
do saber.
Pedagogias híbridas
No âmbito acadêmico, as experiências e lições impostas pela pandemia de Covid-19 apontam
para a prática de um modelo híbrido no processo de ensino-aprendizagem, adaptado às novas
tecnologias. O modelo de ensino da UNA precisa se ajustar a essa nova realidade, aproveitando
tecnologias que permitem comunicação síncrona e assíncrona entre localidades distantes.
Assim, o conceito de ensino híbrido oferece uma oportunidade de coerência na educação,
promovendo crescimento e estabilidade espaço-temporal (síncrona e assíncrona). De acordo
com Duart et al. (2008, p.76), “Essa modalidade formativa se define pelo uso entrelaçado da
presença e da não presença nas salas de aula. Isso só é possível modificando o design e a or-
ganização docente e de aprendizado dos cursos e disciplinas”.
Nesse contexto, as interações presenciais são integradas às oportunidades oferecidas pela tec-
nologia digital, criando um novo espaço didático. Esse cenário possibilita que professores e
alunos utilizem ferramentas físicas e intangíveis, promovendo um aprendizado significativo. A
pedagogia híbrida exige um currículo flexível, que integre atividades presenciais e virtuais de
maneira coerente.
Por outro lado, o autor Graham (2006) destaca que o aprendizado híbrido é a fusão de dois
ambientes de aprendizado arquetípicos: o aprendizado tradicional presencial, praticado há sé-
culos, e os ambientes de aprendizado distribuído, que cresceram exponencialmente graças às
possibilidades tecnológicas de comunicação e interação. Graham observa que, no passado,
havia um contraste significativo entre esses dois ambientes de aprendizado, que utilizavam
combinações diferentes de meios e métodos, voltados a públicos distintos.
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O principal desafio no design e desenvolvimento de ambientes híbridos está em compreender
que se trata de uma modalidade educacional nova, com características particulares. Bem com-
preendida, essa modalidade pode maximizar as possibilidades tanto presenciais quanto virtuais.
Interpretar ambientes híbridos como presenciais com elementos virtuais de apoio, ou como
virtuais com alguns encontros presenciais, limita o potencial dessa abordagem.
Cenário universitário nacional
No caso venezuelano, as universidades encontram-se atualmente em um ambiente cada vez
mais complexo e dinâmico. Enfrentam o desafio de mudar e inovar um modelo educacional
que apresenta características conservadoras e tradicionalistas em todos os níveis e modalidades
da educação. Nesse cenário, a organização universitária enfrenta inúmeros desafios que devem
ser abordados tanto a partir do próprio sistema quanto da posição institucional de cada uni-
versidade, já que é imprescindível um processo de mudança universitária com políticas, pro-
gramas e estilos de gestão que possibilitem sua revitalização.
A realidade do ensino superior na Venezuela gerou um sistema universitário com instituições
que, salvo exceções, não garantem o cumprimento de padrões mínimos de qualidade nas fun-
ções acadêmicas: ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa e inovação, desenvolvi-
mento das humanidades, criação e produção artística, extensão e comunicação. Isso tem
causado distorções no funcionamento das universidades, baixa captação de estudantes e re-
cursos financeiros, além de uma considerável perda de capital humano acadêmico.
A universidade venezuelana resiste; seu corpo docente sofre de uma profunda desmotivação,
causada por uma administração que demonstra sua incapacidade. As instituições não possuem
autonomia para atender às necessidades de seus colaboradores, que enfrentam salários insu-
ficientes, limitando a capacidade de lidar com a realidade imposta por um ambiente econômico
e social hostil.
Em relação aos estudantes, que ainda são poucos, enfrentam dificuldades para integrar-se a
espaços virtuais de ensino, realidade que se impõe, mas para a qual muitos carecem de recursos
básicos como computadores, smartphones e conectividade. Da mesma forma, as autoridades
universitárias enfrentam o desafio de gerir instituições com recursos financeiros extremamente
limitados, infraestrutura obsoleta e tecnologia insuficiente para as necessidades acadêmicas
atuais.
Promove-se a educação domiciliar como solução, assumindo que todos os alunos têm acesso
a computadores, smartphones, conexão à internet e eletricidade, o que está longe da realidade
para muitos. Assim, enfrenta-se a virtualização da educação sem considerar as limitações fi-
nanceiras e tecnológicas de grande parte da comunidade acadêmica.
Nesse cenário, as universidades sofrem abandono e dependem da dedicação altruísta de seu
pessoal, que impede seu colapso total. Foram deixadas à própria sorte, sem financiamento
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adequado ou plano estratégico de desenvolvimento nacional que fortaleça seu papel essencial
na sociedade.
Nesse contexto de exigências, o sistema universitário venezuelano deve reinventar-se com
novos formatos que o mantenham atualizado para cumprir sua relevância social e científica e
transcender. A tendência é projetar a educação universitária para uma “nova etapa, não limitada
às transformações existentes, mas baseada na ruptura que traz um novo paradigma de apren-
dizagem e gestão do conhecimento ao longo da vida, com responsabilidade social” (Aponte,
2008, p. 147).
Apesar de alguns avanços e das incertezas atuais, o financiamento estatal às universidades
mantém um ambiente extremamente complexo para a gestão de instituições públicas, for-
çando-as a adaptar-se a uma lógica mercantil que enfraquece sua missão educacional e pública.
Ainda assim, a UNA conseguiu manter-se relevante, expressando-se na preferência dos estu-
dantes por seus cursos de graduação e no desenvolvimento de programas de pós-graduação.
A Universidade Nacional Aberta
A criação da UNA, em 27 de setembro de 1977, não simbolizou simplesmente a adição de mais
uma universidade ao cenário nacional da época. Representou um esforço ousado de inovação,
que passou da fase de design à operação plena e regular por meio de um modelo de grande
escala, sem precedentes ou testes prévios.
A proposta de estabelecer uma grande universidade a distância encontrou receptividade política
inicial. Assim nasceu a UNA, oferecendo uma alternativa para a formação de profissionais qua-
lificados e empreendedores em áreas prioritárias do desenvolvimento social, garantindo sua
inserção no mercado de trabalho nacional e internacional.
É importante destacar que a UNA passou por diferentes etapas ao longo de sua história aca-
dêmica. Aos poucos, foi evoluindo e respondendo às mudanças sociais, políticas e econômicas
do contexto, mantendo sempre os princípios fundamentais que compõem seus pilares e ga-
rantem sua continuidade.
A inovação universitária é, portanto, uma necessidade nos tempos atuais. As novas realidades
da globalização, a criação de zonas econômicas mais amplas, a aceleração das comunicações,
a competitividade e os novos conhecimentos apresentam grandes desafios para o ensino su-
perior, que só poderão ser superados por meio de processos de mudança profundos e siste-
máticos.
Contexto UNA
Às universidades foram atribuídas diversas funções que, embora historicamente tenham assu-
mido formas muito distintas, mantiveram, no entanto, certa continuidade. Nos últimos anos,
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tem sido enfatizada a responsabilidade de promover o desenvolvimento social, cultural e eco-
nômico das sociedades em seu entorno. A perspectiva atual nos obriga a enxergar a educação
universitária em uma variedade de contextos influenciados por variáveis políticas. Um desses
cenários é marcado pelo decrescimento econômico, a redução do emprego privado, as restri-
ções no emprego público e a insegurança; fatores que permitem prever uma continuidade e
agravamento da crise universitária, associada a aumentos nos processos de migração.
A crise econômica e sua gestão impactam diretamente nos recursos orçamentários, no desgaste
do corpo docente e discente e na segurança das instalações universitárias. Essas começaram
a sofrer roubos e atos de vandalismo constantes, resultando na perda de equipamentos técni-
cos, bem como de grande parte da infraestrutura elétrica, sanitária e administrativa.
A universidade deve desenvolver suas estratégias com base em suas capacidades distintivas,
mas também levando em consideração o contexto social, econômico e regulatório. No pro-
cesso de proposição, foram identificados alguns problemas que afetam a instituição e agrupa-
dos de acordo com o processo e a função substantiva a que pertencem. A seguir, são
destacadas as problemáticas, as proposições e como essas podem ser vistas como uma opor-
tunidade para a UNA.
Situação atual das sedes, pessoal, tecnologia e assessores/orientadores
Centros Locais e Unidades de Apoio com infraestrutura danificada e sem estudantes.
Instalações em uso e fora de uso.
Necessidade de Talento Humano: docente, administrativo e operário.
Necessidade atual de infraestrutura tecnológica na UNA.
Falta de conectividade.
Obsolescência e deterioração de equipamentos.
Os Centros Locais são os pontos de representação da Universidade nos diferentes estados, os
quais enfrentam problemas semelhantes em todo o país, tais como o desgaste das infraestru-
turas físicas, a falta de serviços básicos como água potável e eletricidade, ausência de ar-con-
dicionado e conectividade, além do desmantelamento sofrido pela instituição. Esses atos
delituosos, que em sua maioria permanecem impunes, resultaram na perda de equipamentos
e materiais indispensáveis para o ensino universitário, impossíveis de serem repostos devido à
falta de orçamento.
Para descrever as condições atuais da UNA, provavelmente bastaria visitar qualquer sede e re-
latar o que é observado, completando com o nome de qualquer cidade. A UNA reflete uma
situação espelhada em todas as suas unidades. Refiro-me a seu universo: infraestruturas, corpo
docente, operários, administrativos e estudantes.
Embora alguns de seus edifícios tenham estado vazios ou quase vazios nos últimos anos, é o
capital humano que tem tentado manter a universidade viva. A UNA deveria estar (como já
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esteve) em condições de administrar não apenas uma vasta infraestrutura, mas também todos
os recursos associados. No entanto, a falta de cumprimento dos compromissos para fornecer
os recursos necessários resultou no abandono de suas edificações.
Outro ponto crítico é a oferta acadêmica, que se apresenta fragilizada, com ausência de estu-
dantes e carência de pessoal acadêmico em várias áreas. Isso gera uma desarticulação entre
os Processos Administrativos e Acadêmicos e os Recursos disponíveis. Há problemas na coor-
denação de métodos e falta de investimentos em recursos físicos, tecnológicos e humanos.
Os processos administrativos para aquisição de materiais são lentos, atrasando os prazos de
execução e desconsiderando as programações realizadas. Há demora na aprovação da con-
tratação de recursos humanos e na alocação econômica, o que reduz a visibilidade e a com-
petitividade da Universidade. Um dos processos que deveria apoiar as funções essenciais é o
administrativo, mas sua gestão enfrenta problemáticas comuns que afetam diversos atores,
evidenciando-se principalmente na falta de pessoal administrativo e recursos financeiros.
Além disso, a obsolescência da infraestrutura tecnológica e a falta de conectividade compro-
metem os processos acadêmicos, resultando em atrasos. Não existem diretrizes para o desen-
volvimento de um programa virtual voltado ao bem-estar que impacte positivamente na
administração. A infraestrutura inadequada para tais processos contribui para a baixa partici-
pação e integração, ao não dispor de espaços físicos apropriados e equipados para consulta
pelos usuários.
Em linhas gerais, há deficiências e insuficiências na infraestrutura física, nos equipamentos e na
conectividade. Isso compromete o posicionamento da imagem da Universidade e impede que
as funções essenciais sejam plenamente exercidas, prejudicando a realização de algumas ati-
vidades universitárias.
Inscrição, assessoramento/orientação, elaboração de material instrucional e ava-
liação
Baixa matrícula na graduação.
Cursos com poucos estudantes.
Falhas nos processos.
Elaboração de recursos didáticos.
Estratégias de avaliação.
Os principais problemas que afetam a matrícula de estudantes na UNA refletem-se na crise
econômica e na emigração. Como consequência, o número de novos alunos tem diminuído.
Outro fator que prejudica os estudantes é a baixa efetividade dos canais de comunicação com
os orientadores, devido à escassez desses profissionais, à falta de conectividade e à ausência
de equipamentos adequados. A falta de estratégias de acompanhamento e avaliação perti-
nentes também é um desafio. Além disso, há poucas oportunidades de participação nos pro-
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gramas de bem-estar, muitas vezes por falta de conhecimento sobre as ofertas disponíveis, o
que resulta em insatisfação por parte dos estudantes devido à falta de informações oportu-
nas.
O Sistema Integrado de Informação da instituição apresenta atualmente fraquezas significativas.
No passado, esse sistema atendia satisfatoriamente às demandas dos usuários; no entanto, a
tecnologia sobre a qual ele foi construído tornou-se obsoleta. Um diagnóstico é necessário
para identificar áreas de oportunidade, permitindo uma administração mais eficiente.
Ademais, há a necessidade de implementar novas diretrizes de ensino-aprendizagem que fo-
quem em como utilizar a informação para adquirir conhecimentos, habilidades e competências,
promovendo a geração de novos saberes e abandonando a repetição mecânica de informações
que estão amplamente disponíveis.
A avaliação de desempenho no contexto universitário é geralmente considerada uma forma
de medir os conhecimentos, habilidades e competências que serão exigidos na vida profissional
futura. Esses aspectos são refletidos nas notas ou qualificações. No entanto, não há atualmente
um modelo amplamente aceito que sirva como referência para avaliar de maneira ideal os
aprendizados que ocorrem à distância, longe do contato direto com a instituição educativa.
Outro ponto crítico é a oferta limitada de materiais bibliográficos, tanto impressos quanto di-
gitais. Embora o livro impresso exija custos substanciais de produção, os arquivos digitais, em-
bora possam ser copiados e distribuídos facilmente, ainda requerem investimento para
produção, distribuição e atualização. A crise contínua impulsionou a integração gradual de
livros eletrônicos nas bibliotecas universitárias, destacando a importância crescente dos recursos
online nos contextos atuais de aprendizagem.
As tecnologias digitais oferecem oportunidades significativas para o acesso, armazenamento
e transmissão de informações. Além disso, os ambientes de leitura digital permitem a apresen-
tação de informações que seriam difíceis ou impossíveis de obter em textos impressos, modi-
ficando profundamente a forma como lemos. Materiais digitais podem ser adaptados ao nível
de competência de cada indivíduo, possibilitando processos de aprendizagem flexíveis e per-
sonalizados. No entanto, pesquisas indicam que as características das telas podem, por vezes,
incentivar hábitos de leitura menos favoráveis.
A UNA poderia aproveitar todos os recursos da tecnologia educacional atual, promovendo o
desenvolvimento de conteúdos audiovisuais digitais e adaptando estratégias de avaliação às
particularidades da educação mediada pelas tecnologias da informação e comunicação (TICs).
De acordo com a análise dos problemas mais relevantes nas funções essenciais e nos processos
observados, os problemas mais recorrentes são: a falta de articulação das funções essenciais
com a docência; a ausência de estratégias e políticas em diferentes processos; falhas nos pro-
cessos de comunicação e informação; pouca gestão; escassez ou inexistência de recursos de-
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signados para o funcionamento dos Centros Locais; insuficiência de recursos e ferramentas
tecnológicas; e atrasos em processos que integram academia e administração, resultando nos
principais problemas estruturais da instituição.
Desafios, tendências e oportunidades que orientam nosso futuro
A Universidade deve criar suas estratégias com base em suas capacidades distintivas, mas tam-
bém levando em consideração o contexto social, econômico e regulatório. Deve constituir
como parte da sua cultura a coleta contínua de informações próprias e contextuais. Informações
que, analisadas de maneira integrada e com uma perspectiva competitiva, possibilitam um aná-
lise estratégico que permite definir onde queremos estar nos próximos anos. A seguir, são des-
tacados os desafios e as tendências, e como podem ser vistas como uma oportunidade para
a UNA.
Situação atual das sedes, pessoal, tecnologia e orientadores
Centros Locais e Unidades de Apoio com infra-estruturas danificadas e sem alunos.
Necessidade de Talento Humano administrativo/obreiro.
Necessidade atual de infraestrutura tecnológica na UNA.
Carência de conectividade.
Obsolescência e deterioração de equipamentos.
Insuficiência de Talento Humano Docente.
Desmotivação.
Inscrição, assessoria/orientação, elaboração de material instrucional e avaliação
Baixa matrícula na graduação.
Cursos com poucos estudantes.
Falhas nos processos.
Aumento da matrícula no pós-graduação.
Sistema Educacional Misturado.
Elaboração de recursos didáticos.
Estratégias de Avaliação.
A UNA tem uma oportunidade de se posicionar como uma organização ágil, em um constante
estado de mudança, para cumprir seus objetivos diante de ambientes em transformação. Isso
exige uma alta capacidade de antecipação e uma orientação decidida para a ação, com foco
nas novas necessidades da sociedade. A universidade deve se adaptar continuamente aos
novos requerimentos, redesenhando as estratégias de orientação, acompanhamento e moni-
toramento das trajetórias dos estudantes, oferecendo apoio precoce em casos de atraso e/ou
possível evasão, e fortalecendo os processos de ensino e aprendizagem com estratégias didá-
tico-pedagógicas focadas em aprendizagens significativas, com valor instrucional integrado
aos planos de curso.
A UNA: Desafios e tendências que norteiam nosso futuro
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Deve ser uma universidade que aproveite todos os recursos da tecnologia educacional atual,
promovendo o desenvolvimento para a criação de conteúdos audiovisuais digitais, adaptando
estratégias de avaliação de acordo com as características da educação mediada pelas tecno-
logias da informação e comunicação, sendo também competitiva nas áreas de ensino, pesquisa,
extensão, vinculação e serviços.
O desafio, o mais complexo até o momento, é conceber e propiciar o desenvolvimento de
uma nova maneira de abordar o funcionamento do sistema, em que o eixo central seja a criação
de capacidades humanas, técnicas e institucionais para levar adiante as novas missões em um
contexto social incerto, mutável e crescente de desigualdade. Para a atual conjuntura, não se
trata de um ajuste ou reacomodação do que já existe; a mudança exige estratégias poderosas
que reorganizem e reestruturem o modelo como um todo, ao mesmo tempo em que possibi-
litem a modificação das imagens e crenças sobre como e com quem conduzir os processos.
É importante lembrar que as organizações são dirigidas por pessoas e suas ações dependem
de sua mentalidade. Por isso, para a universidade tradicional, é difícil se refazer diante das mu-
danças aceleradas exigidas pelas tendências e mega-tendências, uma vez que elas apresentam
sinais contraditórios e frequentemente antagônicos. As reformas não são impostas, elas devem
passar por um processo de evolução, no qual equipes multi e transdisciplinares, com ousadia,
criatividade e conhecimento de ponta, as orientem para um futuro de ação.
Hoje, a UNA precisa romper com as concepções paradigmáticas que a estagnam, pensar e se con-
ceber como uma instituição essencial para enfrentar os grandes desafios do mundo contemporâneo,
formando cidadãos capazes de construir uma sociedade mais aberta, justa, baseada na solidarie-
dade e no respeito aos direitos humanos. Acima de tudo, deve ser uma universidade comprometida
com uma melhor qualidade de vida para a população; uma universidade nova, renovada e criativa,
capaz de aceitar e assumir o desafio da autotransformação. Uma mudança que deve ser liderada
tanto internamente quanto externamente, pois o país exige e nossa época também.
A universidade que queremos
É possível que, sem a pandemia, as mudanças nos métodos administrativos e de ensino tenham
sido mais lentas; igualmente, é verdade que irrompemos nesse mundo sem a devida prepara-
ção. No entanto, não deixa de ser válido que as instituições universitárias se reinventaram para
continuar com seus processos de ensino e aprendizagem ao nível que as circunstâncias per-
mitiram. Os professores utilizamos todas as ferramentas possíveis para continuar os processos
de ensino nas respectivas disciplinas, fomos proativos ao encontrar vias que nos permitissem
superar os obstáculos que a tecnologia apresentou.
Trata-se de uma realidade complexa que a Universidade, no contexto atual, deve enfrentar, o
que exigirá estratégias importantes de coordenação, com propostas bem articuladas e plane-
jadas. Para avançar, é necessário realizar um diagnóstico do estado atual da UNA que permita
projetar sua funcionalidade.
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Esse diagnóstico nos coloca no contexto adequado para melhorar junto com a mudança, en-
tendendo que o futuro deve ser projetado em seus objetivos institucionais, funcionais e ope-
racionais, assim como na adaptação da estrutura organizacional aos novos tempos, ao mesmo
tempo em que se resgatam as funções que foram deixadas de lado. Tudo isso em sintonia com
as tendências, desafios e desenvolvimentos atuais da educação: globalização, dimensão inter-
nacional e cooperação, problemas e soluções, integração de capacidades, mudanças tecnoló-
gicas e avanços em TIC, gestão do conhecimento.
Grandes desafios e obstáculos se avizinham no horizonte. No entanto, as experiências vividas
nos dão uma luz de esperança diante da incerteza. O caminho que devemos seguir nos obriga
a sonhar com uma Universidade Nacional Aberta renovada; uma instituição educacional que
aposte em processos próprios do século XXI, que demandam a utilização de mecanismos vir-
tuais para as funções acadêmicas substanciais que definem nossa casa. A adaptação da UNA
equivale a repensar novas competências nos processos que são gerenciados, a nível adminis-
trativo, no ensino, na pesquisa, na extensão e nos serviços, alguns dos quais já estão sendo
ajustados.
A UNA nasceu com uma missão específica: fortalecer o sistema de educação superior com
duas condições principais: formar graduados com competências claras e com uma estreita vin-
culação com o setor social. Essas qualidades permitiram que os graduados tivessem um bom
nível de inserção no mercado de trabalho. A UNA cumpriu plenamente com essa missão e hoje
se encontra em uma nova etapa, necessária para uma reorientação na instituição para gerar
as mudanças e consolidação necessárias.
Reflexões finais
Esta crise prolongada se apresenta como uma oportunidade para refletirmos, coletivamente, sobre
a Universidade que queremos. Por isso, é necessário definir prioridades, orientar as ações e coor-
denar os esforços em direção a um objetivo que deve ser consensuado e compartilhado. É preciso,
em primeiro lugar, trabalhar a partir da política pública, considerando que a educação é um bem
público e, como tal, o Estado deve ser o principal responsável por garantir o direito a ela. Isso implica
que, a partir da administração pública, devem ser garantidas as condições necessárias para que a
comunidade educacional possa desenvolver suas funções em qualquer circunstância e para todos.
Com um segundo ponto, a colaboração como estratégia. O primordial é construir respostas,
assumindo a importância do diálogo e do aprendizado compartilhado, assim como a corres-
ponsabilidade entre os diferentes agentes que intervêm no processo educativo. Um terceiro
ponto refere-se ao fortalecimento institucional e ao desenvolvimento de capacidades. Trata-se
de promover todas aquelas ações que visem ter uma instituição mais sólida, com maior capa-
cidade de responder às demandas de um contexto em constante mudança.
Finalmente, pensar em termos de futuro. É necessário tomar consciência dos riscos que envolve
não impulsionar estratégias que favoreçam a transformação da Universidade. Tomar a tribulação
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como uma oportunidade de mudança para melhorar. Estamos diante de um momento cate-
górico, uma oportunidade única para iniciar uma alternativa significativa para a mudança, pro-
movendo a equidade e a qualidade que ratifiquem a capacidade da educação não só para
reformar o indivíduo, mas também como um instrumento para a construção de uma sociedade
mais justa.
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Entrevista
Entrevista
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Entrevista com o Dr. Daniel Goleman,
autor do livro Óptimo*
Entrevista al Dr. Daniel Goleman autor
del libro Óptimo
Como citar: Campos, M. M. A. (2025). Entrevista com o Dr. Daniel Goleman, autor do livro Óptimo. Re-
vista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 167-171. https://doi.org/10.59654/tfxefx83
María Auxiliadora Campos Medina**
https://orcid.org/0000-0002-1370-4491
Barquisimeto, estado de Lara / Venezuela
* Entrevista imaginária com o Dr. Daniel Goleman.
** Doutora em Psicologia, Atlantic International University. Doutora em Ecologia do Desenvolvimento Humano,
Universidad Nacional Experimental Simón Rodríguez, Caracas - Venezuela. Estudos Pós-Doutorais em Gestão
(Universidad Yacambu). Estudos Pós-Doutorais em Pesquisa Emergente (Universidad Tecnológica del Centro-Redit).
Assessora em Orientação, Universidad de Carabobo. Autora de artigos em revistas nacionais e internacionais.
Membro de bancas avaliadoras e orientadora de diversos trabalhos de pesquisa. Docente Adjunto, Universidad
Nacional Abierta, Centro Local Lara - Venezuela. Correio eletrônico: mariauxi2502@gmail.com
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 167-171
ISSN eletrônico: 2665-038X
Recebido : Agosto / 15 / 2024 Aceito : Setembro / 27 / 2024
https://doi.org/10.59654/tfxefx83
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Resumo
A inteligência emocional, que engloba as emoções, sua base neurológica e sua gestão, tem
transformado campos como educação, psicologia, sociologia e liderança empresarial. A teoria
inovadora de Daniel Goleman sobre inteligência emocional a destaca como fundamental para
o sucesso pessoal e profissional, em pé de igualdade com a inteligência cognitiva. Em seu mais
recente livro, Óptimo (2024), Goleman apresenta estratégias focadas no propósito, oferecendo
técnicas para o autoconhecimento, a percepção consciente, o manejo do burnout, a empatia
e a construção de equipes colaborativas, tudo em um contexto altamente tecnológico, visando
melhorar a satisfação e a produtividade. Este resumo introduz uma entrevista imaginária com
Goleman, com o objetivo de explorar os elementos principais de Óptimo. Em conclusão, Go-
leman enfatiza que uma vida plena está intimamente ligada ao desenvolvimento das habilida-
des emocionais.
Palavras-chave: óptimo, satisfação, inteligência emocional, empatia, produtividade..
Resumen
La inteligencia emocional, que abarca las emociones, su base neurológica y su gestión, ha trans-
formado campos como la educación, la psicología, la sociología y el liderazgo empresarial. La
teoría innovadora de Daniel Goleman sobre la inteligencia emocional la destaca como crucial
para el éxito personal y profesional, al mismo nivel que la inteligencia cognitiva. En su último
libro, Óptimo (2024), Goleman presenta estrategias centradas en el propósito, ofreciendo téc-
nicas para el autoconocimiento, la percepción consciente, el manejo del burnout, la empatía y
la construcción de equipos colaborativos, todo en un contexto altamente tecnológico para me-
jorar la satisfacción y productividad. Este resumen introduce una entrevista imaginaria con Go-
leman, con el objetivo de explorar los elementos clave de Óptimo. En conclusión, Goleman
enfatiza que una vida plena está estrechamente ligada al desarrollo de las habilidades emocio-
nales.
Palabras clave: óptimo, satisfacción, inteligencia emocional, empatía, productividad.
É uma honra entrevistar o Dr. Daniel Goleman, psicólogo, jornalista, escritor e palestrante, que
deixou um legado significativo no estudo das emoções. Ele obteve seu doutorado em desenvol-
vimento clínico de Psicologia e personalidade e se formou com a distinção Magna Cum Laude,
o que lhe rendeu uma bolsa de estudos para seu doutorado em Psicologia na Universidade de
Harvard. Trabalhou como redator do The New York Times na seção de Ciências do Comporta-
mento e do Cérebro por muitos anos. É autor de vários livros, incluindo o best-seller Inteligência
Emocional, com mais de cinco milhões de cópias vendidas e traduzido para 40 idiomas. Também
é co-diretor do Consórcio de Pesquisa sobre Inteligência Emocional em Organizações e já foi in-
dicado ao Prêmio Pulitzer em várias ocasiões.
Hoje, conversaremos com esse destacado cientista sobre seu mais recente trabalho, Óptimo: Em-
María Auxiliadora Campos Medina
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patia, Desempenho e Inteligência Emocional, em colaboração com o psicólogo Cary Cherniss.
Esse livro delineia técnicas para alcançar maior produtividade e satisfação, ferramentas para re-
solver conflitos no trabalho e o alarmante esgotamento profissional, que trouxe problemas como
absenteísmo, demissões, conflitos, somatizações e problemas de saúde mental. O livro também
examina a gestão emocional em diversos contextos, incluindo a tecnologia. O autor explica que
a empatia, um componente central da inteligência emocional, não pode ser emulada pela inte-
ligência artificial devido à complexidade das conexões neurais ativadas durante as interações em-
páticas, algo que dispositivos e IA não conseguem replicar.
Entrevistadora: Em seu recente trabalho, Óptimo, o senhor enfatiza a importância da autocons-
ciência e da autogestão emocional, com objetivos realistas e automotivação para alcançar plena
satisfação. Quais são as ferramentas para isso?
Dr. Goleman: É essencial entender as emoções, estar ciente do que experimentamos e da ver-
dadeira origem de nossos sentimentos. Isso nos ajuda a gerenciá-las de maneira ideal, evitando
reações que trazem consequências negativas e decisões impulsivas. Em Óptimo, recomendo téc-
nicas como respiração profunda e prática de mindfulness, que envolvem a consciência do mo-
mento presente. Além disso, cultivar hábitos positivos e manter uma mentalidade aberta e voltada
para o crescimento são necessários para consistência e perseverança até alcançar os objetivos
definidos.
Entrevistadora: Dr. Goleman, quais aspectos da inteligência emocional devem ser enfatizados na
educação universitária para otimizar os processos cognitivos dos estudantes e melhorar a eficácia
do professor?
Dr. Goleman: Durante décadas, pesquisei as bases para alcançar o sucesso acadêmico. Entre
elas está a autoconsciência emocional, que envolve compreender nossas emoções, forças e fra-
quezas para melhor gerenciar o estresse. A percepção emocional contribui para o sucesso aca-
dêmico. Neurologicamente, a amígdala, que armazena a memória emocional, ativa-se sob
estresse e interfere com o hipocampo, uma estrutura cerebral relacionada ao aprendizado e à
memória. Portanto, existe uma relação dual: melhor gestão emocional leva a melhor codificação
e recuperação da informação.
O desenvolvimento harmonioso do córtex cerebral também apoia a atividade reguladora da
amígdala, reduzindo o impacto do estresse e da ansiedade no processo cognitivo. É essencial
focar as emoções em objetivos realistas, bem definidos e alcançáveis, com motivação sustentada
e a resiliência necessária para superar obstáculos que frequentemente levam a baixo desempenho,
evasão e frustração.
Além disso, as habilidades sociais, como comunicação eficaz e trabalho em equipe, são ferra-
mentas essenciais na produção de conhecimento, na resolução de conflitos por meio do pensa-
mento em grupo e na criação de ambientes de aprendizado produtivos em comunidades digitais
e espaços impactados pela IA. Cada membro pode brilhar por suas habilidades únicas em am-
Entrevista com o Dr. Daniel Goleman, autor do livro Óptimo
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 167-171
ISSN eletrônico: 2665-038X
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
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bientes virtuais de aprendizado e redes sociais, onde presença cooperativa, empática e sinérgica
é essencial.
Entrevistadora: Segundo seu recente trabalho, a gestão emocional promove um estado de alto
desempenho e satisfação. Quais traços de personalidade podem facilitar ou dificultar esse pro-
cesso?
Dr. Goleman: Indivíduos extrovertidos tendem a ser mais sociáveis e inclinados a se engajar em
grupos, o que oferece uma oportunidade para desenvolver habilidades sociais como comunica-
ção, empatia e gestão das emoções alheias. Pessoas propensas ao neuroticismo geralmente en-
frentam dificuldades para gerenciar seu mundo emocional, pois tendem a experimentar
ansiedade, tristeza, raiva e irritabilidade de forma mais intensa, são mais sensíveis a estressores e,
consequentemente, propensas a conflitos interpessoais e baixa tolerância à frustração.
Da mesma forma, pessoas com pensamento flexível podem se adaptar a tempos incertos e tran-
sições na vida, como a ruptura trazida pela inteligência artificial. Como menciono nesta publicação,
a IA não é fixa; pode se desenvolver independentemente da personalidade. Melhor gestão emo-
cional leva a maior desempenho e satisfação pessoal, definidos como ter um dia produtivo e sig-
nificativo, obtido através da gestão eficaz das emoções para equilibrar desempenho e bem-estar.
Entrevistadora: No ambiente organizacional, como as emoções podem ser gerenciadas em um
mundo hiper-tecnológico, onde a comunicação empática é mínima?
Dr. Goleman: A empatia é essencial para uma vida profissional produtiva e harmoniosa. Existem
três tipos de conexão emocional com os outros: empatia cognitiva, que é entender o que o outro
sente e pensa; empatia emocional, que envolve sentir o que o outro sente, devido ao espelha-
mento neural das emoções do outro; e empatia compassiva, que implica agir com compaixão e
apoio em situações de conflito ou emergência.
A empatia contribui para a produtividade, promovendo um equilíbrio entre razão e emoção, evi-
tando conflitos e favorecendo uma comunicação aberta e eficaz. Em um mundo mediado pela
tecnologia, a gestão da empatia se torna um desafio, mas exige o uso consciente dos dispositivos
e a atenção aos sinais não-verbais em videochamadas. Mostrar interesse genuíno pelas emoções
expressas nas conversas é fundamental. As organizações devem oferecer seminários ou works-
hops sobre liderança e competências emocionais, pois a satisfação dos colaboradores e, conse-
quentemente, a produtividade dependem disso.
Agradecemos ao Dr. Goleman pela profundidade de suas contribuições nesta entrevista, onde
nos ofereceu um vislumbre de sua mais recente obra, Óptimo: Cómo alcanzar la excelencia per-
sonal y laboral todos los días, em coautoria com Cary Cherniss. O livro enfatiza ferramentas como
respiração profunda, percepção consciente e empatia como hábitos essenciais para satisfação e
desempenho. Abordar esses temas tem um impacto profundo na produtividade organizacional,
especialmente para as universidades. Elas precisam abraçar o desafio de cultivar uma cultura de
María Auxiliadora Campos Medina
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consciência emocional, inovação e adaptabilidade em um contexto hiper-tecnológico e em cons-
tante evolução, para evitar a desumanização na ciber sociedade. Sem emoções e motivação, a
humanidade corre o risco de se tornar escrava de sua própria criação
Referencia
Goleman, D. y Chermiss, C. (2024). Óptimo: Rendimiento, empatía e inteligencia emocional. Editorial
Kairós.
Entrevista com o Dr. Daniel Goleman, autor do livro Óptimo
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(11), 167-171
ISSN eletrônico: 2665-038X
Política editorial da revista
A REDIP convoca semestralmente contribuições, informando as datas à comunidade científica
por meio de seu site, e-mail e redes sociais. Trabalhos submetidos fora do prazo estabelecido
não serão aceitos. Aceitam-se contribuições originais e inéditas sobre pesquisas realizadas nas
áreas de Ciências da Educação, Ciências Sociais, Ciências Humanas, Epistemologia, Processos
Sociopolíticos, Currículo, Avaliação Educacional, Planejamento Educacional, Formação Docente,
Educação e Tecnologias, Ciências Ambientais, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências
da Computação, Ciências Matemáticas e outras. A revista publica 7 (sete) tipos de trabalhos:
Reseñas de libros y publicaciones periódicas recientes. No deben exceder las 5 (cinco) pá-
ginas.
Artigos de revisão. Não devem exceder 30 (trinta) páginas, incluindo referências, figuras
e tabelas.
Comentários críticos sobre publicações já realizadas na revista REDIP. Não devem exceder
15 (quinze) páginas. Esses comentários admitem direito de réplica por parte do autor
do trabalho comentado. O comentário crítico e sua respectiva resposta serão publicados
de forma conjunta no mesmo volume.
Resenhas de livros e publicações periódicas recentes.Não devem exceder 5 (cinco) pági-
nas
Artigos de pesquisa. Não devem exceder 25 (vinte e cinco) páginas.
Resumos de Teses Doutorais. Não devem exceder 20 (vinte) páginas.
Palestras derivadas de apresentações em Jornadas, Seminários e Congressos Regionais,
Nacionais ou InternacionaisApresentadas na modalidade de Dossiês ou fascículos ex-
traordinários.
Temas convocados nos campos de Ciências da Educação, Ciências Sociais, Ciências Hu-
manas, Epistemologia, Processos Sociopolíticos, Currículo, Avaliação Educacional, Pla-
nejamento Educacional, Formação Docente, Educação e Tecnologias.
Os Resumos de Teses Doutorais devem conter as seguintes informações:(a) Título do
trabalho.(b) Data da defesa (dia, mês e ano).(c) Orientador do trabalho.(d) Banca examina-
dora.(e) Resumo em espanhol e inglês com no máximo 150 (cento e cinquenta) palavras.(f) In-
trodução com no máximo 1 (uma) página.(g) Metodologia com no máximo 3 (três) páginas
(tipo de pesquisa, desenho da pesquisa, materiais, métodos, população, amostra, técnicas de
pesquisa, instrumento de pesquisa, confiabilidade e validade).(h) Resultados com no máximo
6 (seis) páginas.(i) Discussão dos resultados com no máximo 6 (seis) páginas.( j) Conclusões e
recomendações com no máximo 1 (uma) página.(k) Referências com no máximo 1 (uma) pá-
gina.
Também poderão ser incluídos obituários, que serão solicitados oportunamente pelo Comitê
Editorial a membros da comunidade científica. O Comitê Editorial poderá selecionar um artigo
por volume para ser comentado por dois especialistas no tema, conforme o estabelecido para
comentários críticos, com o objetivo de fomentar a discussão de ideias no campo da pesquisa.
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Política editorial da revista
Os autores, tanto profissionais quanto estudantes, podem enviar suas contribuições em espan-
hol, considerando as normas editoriais.
Embora os autores não precisem pagar para publicar na REDIP, também não receberão qual-
quer pagamento por suas contribuições. Aos autores dos trabalhos nas modalidades mencio-
nadas anteriormente será entregue um certificado de publicação do trabalho publicado. Os
revisores também receberão seu certificado de arbitragem do trabalho publicado.
Normas de Publicação
As normas a serem seguidas podem ser consultadas em:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/index.php/redip/Normas_de_Publicacion
Instruções para os autores
As diretrizes a serem seguidas podem ser consultadas em:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/index.php/redip/Instruccion_a_los_autores
Seções do manuscrito
As partes que o manuscrito deve conter podem ser consultadas em:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/index.php/redip/secciones_del_manuscrito
Procedimento seguido na recepção, seleção e avaliação de originais
O procedimento a ser seguido na arbitragem do trabalho apresentado pode ser consultado em:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/index.php/redip/procedimiento_seguido_en_recepcion_selec-
cion_y_evaluacion
O pesquisador deve submeter seu artigo na plataforma selecionada para garantir um registro
eletrônico auditável das interações entre a publicação e os autores. Ao realizar a submissão, o
conselho editorial faz uma revisão dos originais que atendam ao objetivo e ao escopo da pu-
blicação, de acordo com as Normas de Publicação, considerando critérios como a extensão
do texto, a presença do resumo, as palavras-chave, o sistema de citações e referências utilizado,
o caráter inédito, a pertinência temática e a adequação de gênero, entre outros.
Ao passar por essa triagem, os textos continuam com o processo editorial da REDIP. O sistema de revisão
é de "duplo cego". No processo de avaliação por pares, podem ocorrer os seguintes casos:
Cumpre com as normas e o perfil da REDIP: passa para o processo de arbitragem.
Não cumpre com as normas nem com o perfil da REDIP: é devolvido ao autor/autora para
que faça os ajustes necessários.
Não é pertinente em função do perfil da REDIP: é devolvido ao autor/autora. Em todo
caso, qualquer decisão é notificada ao autor/autora.
A seguir, todos os artigos (exceto os trabalhos solicitados pela direção da revista a especialistas
de reconhecida trajetória) são submetidos a um processo de avaliação realizado por professores
e professoras, pesquisadores e pesquisadoras especialistas na área do tema abordado no artigo,
locais, nacionais ou internacionais, com ampla experiência em escrita acadêmica e científica.
Cada artigo é enviado a um avaliador, sem elementos ou referências que possam identificar
sua autoria.
Junto com o artigo, é enviada ao avaliador/a uma comunicação na qual a direção da REDIP solicita
a avaliação do artigo, enfatizando que, se aceitar, deve responder no prazo de 30 dias. Da mesma
forma, para orientar a avaliação, são enviadas as Normas para publicar na REDIP e o Protocolo de
avaliação e arbitragem de artigos para a REDIP, além de uma planilha de avaliação que inclui as-
pectos diagramáticos, linguísticos, discursivos, metodológicos e conceituais a serem considerados
na avaliação dos artigos.
Ao completar a avaliação do artigo, o avaliador/a deve enviar à Direção da REDIP a planilha
de registro com sua estimativa correspondente e a decisão devidamente argumentada sobre
a publicação ou não do artigo, além das respectivas recomendações, se houverem. A decisão
da comissão de arbitragem é inapelável.
A decisão pode ser:(a) Aceito sem modificações.(b) Aceito com modificações de conteúdo.(c)
Aceito com modificações de forma.(d) Rejeitado.
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Finalmente, a direção da revista comunica ao autor/a a decisão da comissão de arbitragem e
as recomendações que se aplicam. Uma vez enviada ao autor/a a comunicação informando
que são necessárias correções, o autor/a tem 21 dias úteis para realizá-las. Se nesse período as
correções não forem enviadas, será entendida como a decisão de não publicar o trabalho na
REDIP..
O trabalho com as correções é enviado novamente ao avaliador responsável pela primeira ava-
liação, para que ele determine se as mudanças solicitadas foram realizadas. Caso positivo, o
trabalho aprovado passa para o banco de artigos da REDIP; caso contrário, o autor/a é infor-
mado e solicitado novamente que envie as correções dentro de um prazo não superior a 15
dias úteis.
Formatos de avaliação do manuscrito
O instrumento para a arbitragem de ensaios científicos pode ser consultado no seguinte endereço:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/ojsdata/formatos/Requisitos%20para%20el%20arbitraje%20de%2
0ensayos%20cient%C3%ADficos.pdf
No caso de artigo científico e os aspectos a serem avaliados, podem ser consultados no seguinte link:
https://redip.iesip.edu.ve/ojs/ojsdata/formatos/Requisitos%20para%20evaluaci%C3%B3n%20de
%20manuscritos%20de%20art%C3%ADculos%20cient%C3%ADficos%20para%20revisores%20
externos.pdf
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Procedimento seguido na recepção, seleção e avaliação de originais