Prática educativa a partir da
pedagogia e didática crítica
Praxis educativa desde la pedagogía y
didáctica crítica
*Ensaio publicado no âmbito do Doutorado em Educação da Universidade Nacional Experimental dos Llanos
Ocidentais Ezequiel Zamora (Unellez).
**Estudante de doutorado em Educação. Universidade Nacional Experimental dos Llanos Ocidentais Eze-
quiel Zamora (Unellez), Barinas - Venezuela. Mestre em Educação com ênfase em Docência Universitária,
Licenciatura em Educação com ênfase em Matemática (Unellez). Licenciatura em Contabilidade Pública
(Unellez). Chefe do Subprograma de Estatística da Saúde, Unellez, Programa Acadêmico Santa Bárbara.
E-mail: yselialopez@gmail.com
Recebido: Maio/23/2023 Revisado: Junho/5/2023 Aceito: Junho/17/2023 Publicado: Januar/10/2024
Cómo citar: Escalona, V. O. y Méndez, M. D. S. (2024). Clorem ipsum dolor sit amet, consectetur
adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt. Revista Digital de Investigação e Pós-graduação,
5(9), 155-161.https://doi.org/10.59654/de3jkx12
Yselia Yeniree López Galvis
https://orcid.org/0009-0008-5591-9053
Santa Bárbara, estado Barinas / Venezuela
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 5(9), 155-161
ISSN electrónico: 2665-038X
https://doi.org/10.59654/de3jkx12
Resumo
Atualmente, enfrentamos debates importantes em diversos campos da ciência, sendo uma ques-
tão de relevância social, natural, matemática e, sobretudo, educacional, fortalecer os princípios
básicos da corrente crítica filosófica e epistemológica. Nesse contexto, há um grande interesse
na reflexão teórico-prática no campo das ciências da educação, especialmente na pedagogia e
na didática. Além dos princípios básicos da teoria crítica e das contribuições da tradição crítica
em ciência e educação, promove-se o desenvolvimento dessa abordagem pedagógica e didá-
tica, atendendo às necessidades e interesses de nossa sociedade, que busca um caminho em
direção à liberdade sociopolítica, econômica e cultural, especialmente nesse campo.
Palavras-chave:
Pedagogia crítica, didática, Educação, corrente crítica.
Resumen
Actualmente nos enfrentamos a importantes debates en diversos campos de la ciencia, es una
cuestión de relevancia social, natural, matemática y sobre todo educativa, fortalecer los princi-
pios básicos de la corriente crítica filosófica y epistemológica; en este contexto, existe un gran
interés por la reflexión teórico-práctica en el campo de las ciencias de la educación, especial-
mente en el campo de la pedagogía y la didáctica. Además de los principios básicos de la teoría
crítica y los aportes de la tradición crítica en ciencia y educación, fomentando el desarrollo de
esta dirección pedagógica y didáctica respondiendo a las necesidades e intereses de nuestra
sociedad, que busca un camino hacia la libertad sociopolítica, económica y cultural, especial-
mente en este campo.
Palabras Clave: Pedagogía critica, didáctica, Educación, corriente crítica.
Prática educativa a partir da pedagogia e didática crítica
Atualmente, há uma crescente necessidade de refletir e reconsiderar se o significado que os
professores universitários atribuem às suas práticas de ensino está alinhado com a visão, ino-
vação e criação de soluções para os problemas e desafios educacionais contemporâneos. Além
disso, as políticas educacionais, tanto internacionais quanto nacionais, exigem que os docentes
universitários se comprometam a buscar alternativas inovadoras de ensino e aprendizagem
que possibilitem práticas docentes dinâmicas e transformadoras, não apenas no caráter inter-
disciplinar da ciência, mas também na relevância de seu contexto na sociedade de influência.
Portanto, a educação é considerada um fenômeno social transformador, no qual a prática dos for-
madores deve demonstrar uma postura antropológica em relação ao conteúdo e propósito do
processo de aprendizagem dos estudantes. Uma visão humanista e transformadora dos fatos edu-
cacionais desencadeia processos voltados para a aprendizagem na medida em que são social-
mente relevantes, sutil ou intencionalmente infiltrados em fundamentos didáticos críticos derivados
dos pressupostos de Paulo Freire, Henry Giroux, Peter McLaren, Orlando Fals Borda e outros.
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Por essa razão, essa nova visão do processo educativo deve ser participativa, intercultural, pró-
igualdade, equitativa e inclusiva. A planificação educativa deve ser flexível, integral, inclusiva e
intencional, especialmente no ensino em processo. Portanto, uma pedagogia crítica deve ser
capaz de preparar os estudantes para enfrentar a crueldade do mundo atual, construindo con-
hecimento de forma individual e coletiva. Os docentes devem se tornar investigadores trans-
culturais dos diferentes aspectos da diversidade, ganhando integração desde a Revolução
Cultural para alcançar significado e simbolismo em um diálogo cheio de amor e humanidade.
Nesse sentido, a pedagogia e a didática têm como objetivo iniciar e acompanhar toda atividade
educativa no processo de ensino e aprendizagem por meio da reflexão política sobre o fazer
docente. Vale a pena mencionar a teoria crítica, que fornece os elementos científicos básicos
necessários para criar uma relação íntima entre educação e política no sentido mais amplo, e
política em seu sentido mais verdadeiro também. Essa é a única possibilidade de combinar a
experiência individual e coletiva com aprendizagem e ensino. Facilita uma compreensão fun-
damental da interação social e da interdependência, que não seria possível sem analisar o pro-
cesso de tomada de decisões políticas dentro do contexto histórico de cada sociedade. Essa
formação só é possível pela relação entre educação e política, especialmente entre pedagogia
e reflexão crítica sobre a sociedade.
Do ponto de vista da teoria crítica, o objetivo fundamental da educação é esclarecer, liberar e
destruir a dominação nas esferas particular e social. Acredito que qualquer ato de educação
implica uma posição política e vice-versa. Para isso, não podemos prescindir de teorias expli-
cativas da relação entre educação e reflexão-ação política, das quais talvez a mais coerente
seja a teoria crítica. Por essa razão, pedagogia e didática são consideradas atos práticos, inte-
rativos, sociais, ativos, conservadores ou instrutivos, e, portanto, são atos políticos.
A didática crítica, também conhecida como pedagogia crítica, é um movimento filosófico social
que utiliza concepções da teoria crítica no processo de ensino-aprendizagem, oferecendo uma
série de aspectos teóricos que debatem tanto os conteúdos quanto as intenções da pedagogia,
funcionando como sustento ideológico, sendo visível na sala de aula e nos conteúdos minis-
trados diretamente, entendendo-se, dessa forma, como um mesmo processo.
Nesse sentido, ela é compreendida como uma teoria radical muito recente, também referida
como nova sociologia da educação. Em outras palavras, a pedagogia crítica é uma abordagem
de ensino que permite ao indivíduo debater e examinar os conhecimentos que o concebem,
possibilitando uma precisão entre teoria e prática na qual se adquire uma cognição crítica. Por
essa razão, ela se torna uma abordagem teórico-prática que busca o desenvolvimento e rees-
truturação dos fundamentos e praxis tradicionalistas presentes na educação, além de propor
que o processo de ensino-aprendizagem seja uma ferramenta por meio da qual se fomente a
consciência crítica.
No entanto, do ponto de vista epistemológico, a didática crítica assume que todo conhecimento
está mediado por categorias de compreensão e sua produção está contida dentro do contexto,
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não fora dele (Rojas, 2020). Se a atividade didática é essencialmente atividade pedagógica, a
didática crítica leva em consideração suas consequências e fatores políticos.
Esta última também defende a ideia de que a escola moderna não é uma criação além da his-
tória, mas preocupa-se com o surgimento e desenvolvimento de tipos específicos de socieda-
des e estados (
Cuesta, Mainer, Mateos, et al, 2005). Portanto, desempenha uma função
importante, destacando um foco no conteúdo escolar e nas disciplinas ensinadas, nas estraté-
gias de instrução e na relação entre professores e alunos. Reforça as relações dialógicas cons-
truídas com um diálogo igualitário centrado tanto nas necessidades dos alunos quanto nas
necessidades do professor. Da mesma forma, examina o impacto das práticas educativas nos
alunos, especialmente naqueles historicamente excluídos da educação tradicional.
É por isso que as sugestões desenvolvidas pelos representantes mais importantes da educação
crítica levam a abordagens gerais da pedagogia tradicional e fortes percepções. Entre as pers-
pectivas dessas abordagens, o aluno é considerado um produtor de agentes de informação
que não necessita do desenvolvimento de propostas e processos críticos. Em outras palavras,
o aluno é apenas um beneficiário da informação. Como alternativa à prática teórica, quando
se criam as hipóteses da educação crítica,
Freire (2005) amplia a educação por meio da prática,
da liberdade que enfatiza as características políticas e éticas dos problemas educacionais.
Assim, nas propostas pedagógicas de Freire, o processo de nova formação deve produzir uma
nova pessoa que conheça sua própria realidade e se comprometa a transformá-la, enfatizando
a reinvenção como aspecto fundamental na construção do diálogo, do humanismo crítico, da
experiência libertadora e das formas de relação social (
Valencia, 2009). Da mesma forma, na
perspectiva de Giroux (2000), é uma negação e oscilação de novas perspectivas e posições crí-
ticas sobre os sistemas e processos de classe, como podem ocorrer novas transgressões que
desafiem os limites do conhecimento e busquem uma abordagem crítica. Portanto, para esse
autor, a pedagogia promove: (a) criar contextos nos quais os educandos realizam leituras e es-
critas dentro e contra os códigos culturais existentes; (b) criar espaços que produzam novas
formas de conhecimento, subjetividade e identidade.
De acordo com a memória "Teaching Pedagogy: From a Critical Perspective" (
Ortega Valencia, López
e Tamayo, 2013), a pedagogia crítica, conforme vista por McLaren, está diretamente relacionada à
prática, pois permite ver diversas relações de poder, tanto internas quanto externas, onde uma
escola destaca-se na luta pela liberdade de existir com mente própria, um ato de democracia.
Assim, a prática educativa, de acordo com
Giroux (2003), é influenciada pela subjetividade,
pelos interesses políticos e culturais realizados por meio da experiência e do conhecimento
acadêmico. Além disso, a aquisição de conhecimentos é uma atividade social mais do que in-
dividual, pois é um dos resultados da interação social, e esses conhecimentos variam de acordo
com a cultura, o contexto e os costumes.
A pedagogia problemática de Freire situa o diálogo e a pesquisa como pilares fundamentais
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do processo educativo. As características de autonomia, esperança, ética e estética aparecem
como elementos principais do processo de aprendizagem em sua obra. Com suas propostas
de pedagogia crítica, Freire defende que as disciplinas do currículo formem sujeitos críticos e
reflexivos, experimentando coletivamente a mudança e a transformação. Começa com a ex-
periência prática, passa para a teoria e retorna à experiência modificada (Mirabal, 2008).
A partir desse ponto de vista, essas propostas constituem uma nova maneira de acomodar es-
tudantes e professores em diversos processos socioculturais e políticos da academia. Na visão
da pedagogia crítica, os professores devem ser apreciados em função dos interesses ideológicos
e políticos que constituem o ambiente de ensino, a socialização na sala de aula e os valores
que eles estabelecem em sua prática, permitindo que adotem diferentes representações e prá-
ticas. A pedagogia crítica não homogeneíza os indivíduos, mas molda o ambiente de trabalho,
a socialização na sala de aula e os valores que afirmam na prática, valorizando a diversidade
de expressões e experiências, compreendendo aspectos da fusão e divergência humana por
meio de muitas diferenças.
Portanto, pode-se observar que a relação entre professores e alunos deve basear-se no con-
hecimento de que existe uma estreita dependência entre o saber e o poder, e devem ser for-
necidas ferramentas para gerar transformação na vida cotidiana. Mudar o que um professor
vê como "necessidade" é feito por meio da educação.
É por isso que a didática utilizada nas aulas pode criar um conceito de projeto de vida que visa
alcançar uma qualidade de vida diametralmente oposta ao isolamento social, para alcançar
uma educação gratuita e de qualidade. A pedagogia crítica deve, então, promover a aprendi-
zagem crítica, mas deve envolver a prática crítica ao problematizar e examinar o conhecimento
com base em uma lógica de pensamento apropriada.
Segundo
Ramírez (2008), existem seis pressupostos que devem ser considerados para descrever
e compreender o ensino crítico. Essas hipóteses descrevem tanto a fundamentação teórica da
didática crítica quanto as atividades de aprendizagem delas decorrentes:
Promoção da participação social: De acordo com o modelo de educação pública, a pedagogia
crítica promove o engajamento social fora do contexto escolar. Inclui o fortalecimento do pen-
samento democrático para possibilitar a consciência coletiva dos problemas e das alternativas
de solução.
Comunicação horizontal: Trata-se de garantir a igualdade de condições entre os diferentes
campos que intervêm no processo de ensino-aprendizagem. Portanto, rompe-se a relação
hierárquica e estabelece-se o processo de “desaprender, “aprender” e “reaprender, o que
também afeta a subsequente “pensamento” e “avaliação.
Reconstrução histórica: A reconstrução histórica é uma experiência que nos permite com-
preender o processo de surgimento da pedagogia e considerar os alcances e limites do próprio
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processo educativo como resultado de mudanças políticas e comunicativas.
Humanização do processo educativo: Significa aguçar os sentidos enquanto se estimulam as
funções intelectuais. Trata-se de criar as condições necessárias para o autocuidado e a formação
de comportamentos coletivos. O mesmo ocorre com a consciência crítica das instituições ou
estruturas que provocam a opressão.
Contextualização do processo de aprendizagem: Com base no princípio de nutrir a vida co-
munitária, busca manifestações de identidade coletiva frente às crises culturais e aos valores
baseados na separação e exclusão. Dessa forma, as escolas são percebidas como cenários que
testam e questionam modelos de hegemonia.
Mudanças na realidade social: Tudo o que foi mencionado tem implicações não apenas na
sala de aula, mas também em nível micropolítico. As escolas são vistas como espaços dinâmicos
onde os problemas sociais podem ser identificados e formas concretas de encontrar soluções
podem ser propostas.
Por essa razão, no contexto educativo, adotar a pedagogia crítica representa um novo para-
digma de pensamento; a experiência profissional de um educador pode ser vista como uma
espécie de vida acadêmica, e o significado principal do processo de aprendizagem é quem,
por quê, como, quando e onde atividades específicas e acadêmicas serão realizadas. Essas ati-
vidades de aprendizagem proporcionam uma maneira de desenvolver a autoconsciência para
promover a construção de novos conhecimentos a partir da experiência pessoal; a transfor-
mação, bem como o contexto específico do sujeito e a mudança social em um contexto so-
cioeducacional.
Uma primeira conclusão que se depreende do exposto é que, a partir de uma perspectiva crí-
tica, o educador aceita uma teoria que considera os problemas da sociedade não como um
fato isolado de cada indivíduo, mas como resultado de uma interação estabelecida entre o in-
divíduo e a sociedade, já que o indivíduo é um agente dessa sociedade (ele cria esse contexto
e cria). Enquanto a teoria dialética cria interações "do contexto para os componentes e dos
subsistemas para os fatos", a teoria crítica considera esses aspectos simultaneamente. Os edu-
cadores críticos acreditam que a escolarização deve ter um aspecto verdadeiramente teórico.
Os teóricos críticos argumentam que "o conhecimento é construído socialmente". Ou seja,
surge de um contrato coletivo entre indivíduos que mantêm certas relações sociais e certos
laços ao longo de um período de tempo. A pedagogia crítica questiona como e por que o
conhecimento é construído como é, e como algumas dessas construções são legitimadas e
adotadas pela cultura dominante, conferindo a algumas formas de conhecimento mais poder
e reconhecimento do que outras.
Da mesma forma, conclui-se que os educadores críticos se preocupam em transcender as contra-
dições existentes e encontrar a harmonia entre o conhecimento técnico e prático. A pedagogia
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crítica preocupa-se fundamentalmente em compreender a relação entre poder e saber. O currículo
da pedagogia crítica oferece a oportunidade de preparar os estudantes para papéis como domínio
ou subordinação, de modo que se interessem por como diversos elementos usados no currículo
são implementados na prática. O ensino crítico não garante a ausência de obstáculos. No entanto,
ele fornece um quadro para entender as barreiras, de modo que todas as pedagogias sejam vul-
neráveis às condições socioculturais que levam à resistência, oferecendo assim oportunidades aos
educandos, que são considerados como únicas causas da resistência.
Por fim, conclui-se que, no contexto latino-americano atual, a pedagogia crítica desempenha
um papel importante na superação da desigualdade e exclusão, na reivindicação e avaliação
do trabalho educacional, e na preservação dos valores éticos e políticos na prática educativa.
São cenários onde as pessoas e seus processos de mudança de realidade prosperam.
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