Potencializando o Ensino Secundário:
Estratégias de desenvolvimento
da inteligência emocional
em sala de aula
Potenciando la Educación Secundaria:
Estrategias de desarrollo
de inteligencia emocional en el aula
* Mestrado em Gestão da Tecnologia Educacional, Universidade de Santander (UDES), Bucaramanga - Colômbia. Insti-
tuição Educacional, San Francisco de Asís, Bucaramanga - Colômbia. Professora da área de Tecnologia e Informática. E-
mail: aduartesuescun@gmail.com
** Mestrado em Gestão da Tecnologia Educacional, UDES - Colômbia. Professora de Matemática e Ciências Naturais/Fí-
sica. Instituição Educacional, Faltriqueras, sede B Granadillo, Piedecuesta. E-mail: barajasmendoza2012@hotmail.com
*** Mestrado em Gestão da Tecnologia Educacional, UDESc - Bucaramanga - Colômbia. Instituição Educacional, San
Francisco de Asís, Bucaramanga. Diretora Pedagógica–Coordenadora. IE San Francisco de Asís, Bucaramanga - Colômbia.
E-mail: andreaprada111@gmail.com
Como citar: Duarte, S. A. R., Barajas, M. C. A. y Prada, Q. N. A. (2024). Potencializando o Ensino Se-
cundário: Estratégias de desenvolvimento da inteligência emocional em sala de aula. Revista Digital
de Investigación y Postgrado, 5(9), 99-114. https://doi.org/10.59654/2m728d64
César Augusto Barajas Mendoza
https://orcid.org/0009-0007-9758-5584
Bucaramanga, Santander / Colombia
Alix Rocio Duarte Suescún
https://orcid.org/0009-0006-1610-6979
Bucaramanga, Santander / Colombia
Nubia Andrea Prada Quintero
https://orcid.org/0009-0000-1389-9113
Bucaramanga, Santander / Colombia
Recebido: Agosto/23/2023 Revisado: Setembro/7/2023 Aceito: Outubro/26/2023 Publicado: January/10/2024
Revista Digital de Investigação e Pós-graduação, 5(9), 99-114
ISSN electrónico: 2665-038X
https://doi.org/10.59654/2m728d64
Resumo
O artigo foca na importância de desenvolver a inteligência emocional em estudantes do en-
sino médio. Nesse propósito, destaca-se a necessidade de os professores se concentrarem
no desenvolvimento de habilidades emocionais nos alunos, pois isso pode melhorar seu de-
sempenho acadêmico e seu bem-estar emocional. Além disso, apresenta uma revisão da li-
teratura sobre inteligência emocional e sua relação com a aprendizagem, bem como uma
descrição das estratégias que os professores podem usar para promover o desenvolvimento
da inteligência emocional em sala de aula. Também realça a importância da formação de
professores neste tema e sugere que seja incluída nos programas de formação inicial e con-
tínua.tincidunt. Cras dapibus. Vivamus elementum.
Palavras-chave:
Ensino médio, inteligência emocional, desenvolvimento, estratégias, formação de profes-
sores.
Resumen.
El artículo se enfoca en la importancia de desarrollar la inteligencia emocional en los estu-
diantes de educación secundaria. En este propósito se destaca la necesidad que los docentes
se enfoquen en el desarrollo de habilidades emocionales en los estudiantes, ya que esto
puede mejorar su rendimiento académico y su bienestar emocional. Además presenta una
revisión de la literatura sobre la inteligencia emocional y su relación con el aprendizaje, así
como una descripción de las estrategias que los docentes pueden utilizar para fomentar el
desarrollo de la inteligencia emocional en el aula. También destaca la importancia de la for-
mación docente en este tema y sugiere que se incluya en los programas de formación inicial
y continua.
Palabras clave:
Educación secundaria, inteligencia emocional, desarrollo, estrategias, forma-
ción docente.
Introdução
A inteligência emocional é de suma importância para a aprendizagem e o bem-estar emo-
cional dos alunos, por isso, neste artigo, é oferecida uma revisão da literatura sobre o tema.
A partir das ideias expostas, são apresentadas estratégias práticas que os professores podem
utilizar para promover o desenvolvimento da inteligência emocional em sala de aula. Des-
taca-se a importância de estabelecer um ambiente escolar onde prevaleçam valores como
respeito, confiança, amor, solidariedade e empatia.
No desenvolvimento da inteligência emocional em sala de aula, é importante que o profes-
sor seja eloquente, ou seja, que tenha a habilidade de comunicar ideias e emoções de forma
clara, eficaz e persuasiva, tanto oralmente quanto por escrito, a fim de inspirar os alunos e
promover um comportamento semelhante neles. Igualmente, o professor deve desenvolver
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Alix Rocio Duarte Suescún, César Augusto Barajas Mendoza e Nubia Andrea Prada Quintero
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sua capacidade empática em relação aos alunos, estabelecendo assim relações de confiança
e respeito.
O artigo também revela a importância da formação docente em inteligência emocional e
sugere sua inclusão nos programas de formação inicial e contínua. Nesse sentido, é um guia
útil para qualquer professor que deseje melhorar o desempenho acadêmico e o bem-estar
emocional de seus alunos do ensino secundário. Com informações valiosas e estratégias prá-
ticas, é uma ferramenta essencial para qualquer docente que queira aperfeiçoar sua prática
educativa e ajudar seus alunos a desenvolver habilidades emocionais importantes.
Definição de inteligência emocional
O termo "inteligência emocional" foi introduzido pela primeira vez na literatura acadêmica em
1985 por Wayne em sua tese de doutorado intitulada A study of emotion: developing emotional
intelligence; self-integration; relating to fear, pain and desire (theory, structure of reality, prolem-
solving, contraction/expansion, tuning in/comingout/letting go)
1
. De acordo com Wayne (1985),
trata-se de uma faculdade da consciência. Posteriormente, Salovey e Mayer (1990) publicam o
modelo de inteligência emocional em seu artigo
Emotional Inteligence, que apareceu em Imagi-
nation, Cognition and Personality. Esses autores nomeiam a inteligência interpessoal de Howard
Gardner como inteligência emocional. Mayer e Salovey (1997) citados por
Mayer, Salovey e Caruso
(2012, parág. 1) afirmam: “we define emotional intelligence as the ability to perceive and express
emotion, assimilate emotion in thought, understand and reason with emotion, and regulate emotion
in the self and others
2
.
No entanto, quem realmente popularizou o conceito foi Daniel Goleman ao publicar em 1995
o livro Emotional Inteligence; embora o próprio
Goleman (1996, p. 11) reconheça que: "Devo
o conceito de Inteligência Emocional a Peter Salovey, de Yale". Goleman (1996, p. 64) afirma
que a inteligência emocional refere-se à capacidade de “Conocer sus propias emociones, ma-
nejar las emociones, la propia motivación, reconocer emociones en los demás y el arte manejar
las relaciones
3
. No entanto, recentemente Goleman (2021, p. 75) revisou sua definição e
expôs:
1
Tradução nossa: Um estudo sobre emoção: desenvolvendo inteligência emocional; auto-integração; relacionando-se com
medo, dor e desejo (teoria, estrutura da realidade, resolução de problemas, contração/expansão, sintonização/saída/liberação).
2
Tradução nossa: Definimos inteligência emocional como a capacidade de perceber e expressar emoções, assimilar emoções
no pensamento, compreender e raciocinar com emoções, e regular emoções em si mesmo e nos outros..
3
Tradução nossa: Conhecer suas próprias emoções, gerenciar as emoções, a própria motivação, reconhecer emoções nos ou-
tros e a arte de gerenciar relações.
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la inteligencia emocional es la capacidad de motivarnos a nosotros mismos, de per-
severar en el empeño a pesar de las posibles frustraciones, de controlar nues-
tros impulsos, de diferir las gratificaciones, de regular nuestros propios estados
de ánimo, de evitar que la angustia interfiera con nuestras facultades racionales y
de empatizar y confiar en los demás
4
.
Por sua vez,
Bisquerra (2012a, p. 8) afirma que a inteligência emocional “es la habilidad para
tomar conciencia de las propias emociones y de las demás personas y la capacidad para regu-
larlas
5
. No entanto, já em 1920, Thorndike escreveu seu artigo Intelligence and its uses na Har-
pers Magazine, onde propôs um elemento específico da inteligência emocional, a inteligência
social, "a capacidade de compreender os outros e agir prudentemente nas relações humanas".
Segundo Thorndike, a inteligência tinha três dimensões: (a) uma inteligência abstrata, relacio-
nada à manipulação de símbolos (palavras, números, fórmulas, decisões legais, leis). (b) A in-
teligência mecânica, uma habilidade que permite entender e manusear objetos e ferramentas.
(c) Inteligência social, a habilidade de entender e lidar com as pessoas (
Molero, Saiz e Esteban,
1998).
As esferas da inteligência emocional no ensino médio
Esta teoria teve um impacto significativo em várias áreas, incluindo a educação. Em sua obra,
Goleman argumenta que a inteligência emocional é pelo menos tão importante quanto a in-
teligência cognitiva para o sucesso na vida. A inteligência emocional é composta por várias ha-
bilidades e competências, incluindo autoconhecimento, autorregulação, motivação, empatia e
habilidades sociais. As três primeiras dimensões dizem respeito ao próprio eu e dependem da
própria pessoa. No entanto, as duas últimas estão relacionadas a competências de caráter so-
cial.
No que diz respeito ao ensino médio, é um período crucial no desenvolvimento dos jovens.
Durante esta fase, os adolescentes enfrentam inúmeros desafios, tanto acadêmicos quanto
emocionais e sociais. A implementação da teoria de Goleman neste contexto pode trazer be-
nefícios significativos se observarmos atentamente as esferas da inteligência emocional men-
cionadas por Salovey e que, segundo Goleman, podemos deduzir o seguinte:
4
Tradução nossa: a inteligência emocional é a capacidade de nos motivarmos, perseverar no esforço apesar das
possíveis frustrações, controlar nossos impulsos, adiar gratificações, regular nossos próprios estados de ânimo,
evitar que a angústia interfira em nossas faculdades racionais e empatizar e confiar nos outros.
5
Tradução nossa: é a habilidade de tomar consciência das próprias emoções e das emoções dos outros, assim
como a capacidade de regulá-las.
Alix Rocio Duarte Suescún, César Augusto Barajas Mendoza e Nubia Andrea Prada Quintero
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Autoconhecimento (self-awareness). Ao promover o autoconhecimento, os alunos podem recon-
hecer suas emoções e entender como elas afetam seu comportamento e tomada de decisões. Isso
é especialmente útil durante a adolescência, um período de intensa flutuação emocional. A autorre-
flexão e introspecção diligente em sala de aula é vital para um bom ambiente escolar, social e familiar.
Goleman (1996, p. 68) afirma que “esta conciencia de las emociones es la competencia emocional fun-
damental sobre la que se construyen las demás, como el autocontrol emocional
6
. Mayer, citado por
Goleman (1996, p. 69), sustenta que o autoconhecimento é ser ser “consciente de nuestro humor y
también de nuestras ideas sobre ese humor
7
. Bisquerra (2012b, p. 25) afirma que é "conhecer as
próprias emoções e as emoções dos outros". Esta não é uma tarefa fácil, porque, apesar de estar
passando por um momento difícil, é preciso ser capaz de pensar em não se sentir assim e pensar
em coisas positivas que gerem alegria ou simplesmente não pensar no negativo ou perturbador.
Na sala de aula, os nossos jovens do ensino médio apresentam características culturais, tecno-
lógicas e sociais muito particulares porque têm acesso imediato à informação através dos seus
telefones. Além de manejarem facilmente os meios eletrônicos e diferentes plataformas digitais,
os nossos estudantes do ensino médio desenvolveram uma forma de resiliência e adaptabili-
dade por terem crescido em uma época de rápidas mudanças tecnológicas e sociais, assim
como em um contexto de crises econômicas e tensões globais.
Da mesma forma, os professores têm de entender que os nossos jovens possuem uma cons-
ciência global dos problemas sociais e globais (mudança climática, igualdade de gênero e ques-
tões de justiça social) porque tiveram acesso à informação global desde uma idade precoce e,
como resultado, tendem a ser mais conscientes dos problemas sociais e globais. Isso explica
parte dos seus comportamentos e opiniões em determinados momentos em que estão em
desacordo com outras pessoas que não possuem a mesma informação.
Autorregulação.
Goleman (1996, p. 64) explica da seguinte forma: “A capacidade de se acalmar,
de se livrar da irritabilidade, ansiedade e melancolia excessivas... e as consequências da falha
nesta habilidade emocional básica”.
Bisquerra (2012b, p. 26) menciona que é “dar una respuesta
apropiada a las emociones que experimentamos
7
. Do nosso ponto de vista, não é outra coisa
senão que o estudante deve aprender a controlar as emoções porque isso pode ajudá-los a lidar
com o estresse, pressão e tensões sociais de forma mais eficaz. Isso é vital para o desempenho
acadêmico e a saúde mental. Mas também, o professor deve atuar de forma autorregulada diante
de situações de estresse na sala de aula ou na vida pessoal porque isso pode influenciar na relação
com seus estudantes e demais membros da comunidade e colegas de trabalho.
6
Tradução nossa: esta consciência das emoções é a competência emocional fundamental sobre a qual as de-
mais são construídas, como o autocontrole emocional.
i Tradução nossa: consciente do nosso humor e também das nossas ideias sobre esse humor.
8
Tradução nossa: dar uma resposta adequada às emoções que experimentamos.
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O professor tem que ter em mente que a geração de estudantes é mais aberta ao diálogo
sobre saúde mental do que as gerações anteriores. Contudo, também se observaram taxas
mais altas de estresse, ansiedade e depressão em comparação com gerações anteriores, em-
bora as causas sejam complexas e multifatoriais.
Partindo desse fato, na sala de aula é necessário trabalhar em prol da autorregulação dos jovens.
A sala de aula é um espaço onde deve existir controle emocional entre estudantes-professor e
vice-versa. Os educadores podem modelar a inteligência emocional através do seu próprio com-
portamento, mostrando como lidar com o estresse, resolver conflitos e comunicar-se de forma
eficaz. Igualmente, pode-se incorporar técnicas de mindfulness ou relaxamento na sala de aula
para ajudar os alunos a serem mais conscientes de suas emoções e a regular seu comporta-
mento.
Bisquerra (2012b, p. 26) menciona as seguintes técnicas para alcançar a autorregulação:
diálogo interno, control del estrés (relajación, meditación, respiración), autoafirmaciones positivas;
asertividad; reestructuración cognitiva, imaginación emotiva, atribución causal, etc.
9
. Ele também
afirma que isso precisa ser feito continuamente e uma maneira é regular emoções como “ira,
miedo, tristeza, vergüenza, timidez, envidia, alegría, amor, etc.
10
(p. 26).
Motivação. Ao entender os gatilhos emocionais que impulsionam a motivação, os educadores
podem criar ambientes de aprendizado mais atraentes e estimulantes.
Goleman (1996, p. 64)
menciona que a “necesidad de ordenar las emociones al servicio de un objetivo es esencial para
prestar atención, para la automotivación y el dominio, y para la creatividad
11
. Nesse sentido, a
inteligência emocional pode desempenhar um papel crucial na criação de ambientes de apren-
dizado mais atraentes e estimulantes, especialmente no ensino médio, onde os estudantes
estão em uma fase crucial de desenvolvimento emocional e social.
Neste contexto, é crucial reconhecer e celebrar os sucessos dos alunos em áreas acadêmicas,
emocionais e sociais, pois isso reflete positivamente em sua autoestima e no seu nível de mo-
tivação. De acordo com
Schunk (2012, p. 346), a motivação é um fenômeno psicológico pro-
fundo que influencia o aprendizado: “Los estudiantes motivados para aprender prestan atención
a la enseñanza y se involucran en actividades
12
. Bain et al. (2010) também destacaram a corre-
lação entre a motivação do aluno e a eficácia de seu processo de aprendizado. Em linha com
9
Tradução nossa: diálogo interno, controle de estresse (relaxamento, meditação, respiração), autoafirmações po-
sitivas; assertividade; reestruturação cognitiva, imaginação emotiva, atribuição causal, etc.
10
Tradução nossa: raiva, medo, tristeza, vergonha, timidez, inveja, alegria, amor, etc.
11
Tradução nossa: necessidade de direcionar as emoções a serviço de um objetivo é essencial para prestar atenção,
para a auto-motivação, domínio e para a criatividade.
12
Tradução nossa: Os alunos motivados para aprender prestam atenção ao ensino e se envolvem em atividades.
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isso, Tella (2007) destacou que é difícil obter resultados de aprendizado satisfatórios na ausência
de uma motivação adequada para aprender.
Portanto, manter e estimular a motivação dos alunos pode ser um elemento chave para garantir
uma aprendizagem eficaz. Deve-se levar em consideração as palavras de Duchatelet e Donche
(2019)
de sua pesquisa realizada na Holanda:
The results indicate that autonomy-supportive teacher behaviour enhances self-efficacy
for students who are autonomously motivated. Amotivated students might need other
than autonomy-supportive teacher behaviour to develop self-efficacy
13
.
Estudos adicionais realizados na Alemania, como o de
Bürgermeister et al. (2016), exploraram como
os fatores emocionais são afetados em ambientes que promovem a autonomia. Suas conclusões
mostram que, quando os alunos sentem que têm um controle adequado sobre seu ambiente
(competência), também experimentam um sentido de apoio social por parte de seu professor (re-
lação). Em outras palavras, um ambiente educacional que apoia a autonomia está relacionado
com uma maior sensação de competência e com a percepção de um apoio social significativo.
Reconhecer emoções dos outros (empatia).
Goleman (1996, p. 123) nos fala que a empatia é “esa
capacidad –o la habilidad de saber lo que siente otro
14
. No entanto, a sua base é a consciência de
si mesmo; se não estamos abertos a nós mesmos, não podemos entender os sentimentos dos ou-
tros. Karimi et al., (2014) e Vidyarthi et al., (2014) determinaram que a inteligência emocional refere-
se à compreensão de nós mesmos e dos outros, ao autocontrole das necessidades imediatas, à
empatia das pessoas e ao exercício positivo das emoções. É uma tarefa difícil para o docente com
os seus alunos e consigo mesmo. Hoje, quando as pessoas são mais insensíveis, é necessário ensinar
empatia desde a escola e o ensino médio pode levar a ambientes mais inclusivos e tolerantes.
A empatia ajuda na resolução de conflitos e melhora as habilidades sociais dos estudantes. A
sala de aula deve ser um espaço seguro para a expressão emocional, ou seja, um ambiente
onde os alunos se sintam seguros para expressar suas emoções e opiniões pode promover
uma aprendizagem mais autêntica e envolvente. Para isso, é vital ensinar e modelar técnicas
eficazes de resolução de conflitos, que podem promover um ambiente mais harmonioso e co-
laborativo. Nesse propósito, pode-se usar estudos de caso e discussões para explorar temas
emocionais e éticos, que podem promover a empatia e a compreensão mútua. Mas também
é possível envolver os alunos em projetos de serviço comunitário, o que pode ser uma excelente
maneira de desenvolver empatia e responsabilidade social nos alunos.
13
Tradução nossa: Os resultados indicam que o comportamento do professor que apoia a autonomia aumenta a
autoeficácia dos alunos que são motivados de forma autônoma. Alunos amotivados podem precisar de algo além
do comportamento do professor que apoia a autonomia para desenvolver a autoeficácia.
14
Tradução nossa: Essa capacidade - ou a habilidade de saber o que outra pessoa está sentindo.
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Habilidades Sociais (gerenciar relações). Goleman (1996, p. 141) afirma que “esta habilidades so-
ciales le permiten a uno dar forma a un encuentro, movilizar o inspirar otros, prosperar en las re-
laciones íntimas, persuadir e influir, tranquilizar a los demás
15
. Acreditamos que a inteligência
emocional promove habilidades sociais que são cruciais para trabalhar em equipe, resolver conflitos
e comunicar-se eficazmente, competências cada vez mais importantes no mundo do trabalho.
Estudos de caso e experiências bem-sucedidas
Existem pesquisas que confirmam a relação entre o desempenho acadêmico e a inteligência
emocional (Titrek et al., 2018; Ashknasy & Dasborough, 2003; kbaribooreng, 2015; Martínez, et
al. 2020
, Fallahzadeh, 2011; Duchatelet e Donche, 2019). Outros como Song (2010) afirmam que
a inteligência emocional permite o desempenho acadêmico dos alunos e a qualidade de suas
interações sociais com seus colegas. Por sua vez,
Fallahzadeh (2011) ao estudar adolescentes
no Irã encontrou diferenças significativas nas pontuações de inteligência emocional de acordo
com o habitat dos estudantes.
Na sua pesquisa,
Llibre et al., (2015) descobriram que os estudantes cubanos com altos níveis de
inteligência emocional tendem a ter um melhor desempenho acadêmico, enquanto aqueles com
níveis baixos mostraram uma tendência a obter notas mais baixas. Portanto, houve uma predo-
minância de resultados acadêmicos favoráveis em alunos com alta inteligência emocional.
Estudos realizados na China por
Chang e Tsai (2022) avaliaram quatro dimensões da inteligência
emocional, incluindo a avaliação das próprias emoções, a avaliação emocional dos outros, o uso
das emoções e a regulação das emoções. Os resultados mostram que a inteligência emocional
dos estudantes teve um efeito positivo em sua motivação para aprender e sua autoeficácia.
Além disso, a análise de mediação mostrou que a relação entre a inteligência emocional e o de-
sempenho acadêmico foi mediada sequencialmente pela motivação para aprender e autoeficácia.
Buitrago e Herrera (2013)
mencionam que a gestão das emoções no ambiente escolar representaria
um componente dinâmico importante na educação, o que ajudaria a melhorar as relações inter-
pessoais e o desempenho. Por sua vez,
Hamad et al., (2022) em Riyadh, (África) reportaram que os
alunos com excelente desempenho acadêmico tiveram um alto nível de inteligência emocional.
Na Comunidade Valenciana da Espanha, um estudo realizado por
Ordóñez et al. (2014) inves-
tigou a relação entre consciência emocional, estados de ânimo e desempenho acadêmico. A
análise mostrou uma correlação significativa entre estas variáveis. Concretamente, os alunos
com maior habilidade para identificar, comunicar e refletir sobre suas emoções, prestar atenção
nas emoções dos outros e manter uma consciência corporal, obtiveram um desempenho aca-
dêmico superior. Além disso, esses alunos apresentaram níveis mais elevados de felicidade. Em
15
Tradução nossa: Estas habilidades sociais permitem a alguém moldar um encontro, mobilizar ou inspirar outros,
prosperar em relações íntimas, persuadir e influenciar, tranquilizar os outros.
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contraste, aqueles alunos que pontuaram mais baixo em emoções como tristeza, medo e raiva
tenderam a ter um desempenho acadêmico inferior. A partir desses resultados, os pesquisa-
dores determinaram que os alunos com habilidades emocionais mais avançadas e estados de
ânimo positivos tendem a obter melhores resultados acadêmicos.
Kbaribooreng et al. (2015) encontraram no Irã uma correlação significativa entre todos os com-
ponentes da inteligência emocional e o desempenho acadêmico dos alunos do ensino médio
de Zabol. Isso sugere que a integração de lições com aprendizado socioemocional nas escolas
poderia melhorar o desempenho dos alunos.
Kbaribooreng et al. (2015) afirmam:
In this regard, EI [emotional intelligence] can predict the performance because it shows
how an individual can immediately apply his knowledge in different situations, a person
who does not have the emotional skills will face problem in transforming their potential
knowledge into observable performance
16
.
Em um projeto liderado por
Postigo et al. (2019) e apoiado pelo Ministério da Economia e Com-
petitividade da Espanha, em colaboração com a Universitat de València, foi realizado um estudo
para avaliar os efeitos percebidos por adolescentes participantes do Programa de Educação
Emocional. Este programa inovador é baseado em um modelo que enfatiza as habilidades de
inteligência emocional e utiliza uma abordagem dialógica com o objetivo de promover uma
aprendizagem profunda e significativa. Os resultados do estudo mostram progressos significa-
tivos nas quatro dimensões da competência emocional que o modelo de inteligência emocional
descreve, além de avanços em áreas relacionadas.
Na Espanha,
Carbonell et al., (2019) implementaram um “Programa de convivencia e Inteligencia
Emocional
17
. no Ensino Secundário com estudantes entre 11 e 15 anos com o objetivo de “pre-
venir las situaciones de acoso escolar del centro a través del aprendizaje y la práctica de la Inte-
ligencia Emocional” (Carbonell, et al., 2019, p. 9). Os resultados mostraram um aumento nos
níveis de inteligência emocional e uma redução nos comportamentos de assédio, especialmente
em Competência Social e empatia. Esta pesquisa é um indicador valioso ao buscar alternativas
para resolver problemas de assédio escolar em estudantes do ensino secundário.
16
Tradução nossa: Nesse sentido, a IE [inteligência emocional] pode prever o desempenho, pois mostra como um in-
divíduo pode aplicar imediatamente seu conhecimento em diferentes situações. Uma pessoa que não possui habili-
dades emocionais enfrentará problemas ao transformar seu conhecimento potencial em desempenho observável.
17
Tradução nossa: Programa de Convivência e Inteligência Emocional.
18
Tradução nossa: Prevenir as situações de assédio escolar na escola por meio da aprendizagem e prática da In-
teligência Emocional.
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Ezeiza et al. (2008), também na Espanha, promoveram através da Diputación Foral de Gipuzkoa
um projeto voltado à comunidade educativa de Gipuzkoa, abrangendo idades de 3 a 20 anos.
O principal objetivo era oferecer um programa prático e orientativo, de caráter transversal, fo-
cado no desenvolvimento da Inteligência Emocional através da "ação tutorial". O objetivo final
é que, ao concluir sua formação acadêmica, os jovens tenham competências emocionais que
os habilitem a promover e integrar-se em um território emocionalmente inteligente e inovador.
Para isso, o projeto desenvolveu materiais didáticos com exercícios práticos destinados tanto a
estudantes quanto a professores de cada nível educacional proposto.
Entre as estratégias e procedimentos para implementar o projeto de educação emocional estão:
Orientação esporádica, programas em paralelo, disciplinas optativas, ação tutorial, integração
curricular e educação para a cidadania. Além disso, são propostas as fases de:
(a) Análisis de contexto: contexto ambiental, estructura, formato (duración), recursos, si-
tuación del profesorado, clima del centro… (b). Identificación de necesidades: destina-
tarios/as, objetivos… (c) Diseño: fundamentación, formulación de objetivos, contenidos
a desarrollar, selección de actividades, recursos, plazos, destinatarios/as, criterios de eva-
luación y costes. (d) Ejecución: puesta en marcha de las actividades. Atención a posibles
variaciones. (e) Evaluación: no basta con ofrecer valoraciones, la evaluación consiste en
uno de los elementos básicos (
Ezeiza et al., 2008, p. 11)
19
.
Entre os conteúdos do programa estão: Inteligência emocional, conhecimento das próprias emo-
ções e dos outros, autoestima, automotivação, empatia, resolução de conflitos, habilidades de vida,
habilidades sociais, compreensão e regulação das emoções. Os blocos temáticos são divididos em
duas partes: (a) Competências intrapessoais (direcionadas à própria pessoa): Consciência emocio-
nal, regulação emocional, autonomia emocional. (b) Competências interpessoais (direcionadas aos
outros): Habilidades socioemocionais e habilidades de vida e bem-estar (
Ezeiza et al., 2008).
Os estudos e exemplos apresentados destacam a relevância das emoções no contexto educa-
cional.
Dalai-Lama e Ekman (2009) argumentaram que, embora o conhecimento em um sistema
educacional seja valioso e possa levar à felicidade, alcançar essa felicidade requer uma com-
preensão inteligente das emoções. Em linha com isso,
Shahzada et al. (2011) sugerem a inclusão
do desenvolvimento emocional nos currículos escolares, pois existe uma correlação entre o de-
sempenho acadêmico e a inteligência emocional.
19
Tradução nossa: (a) Análise de contexto: contexto ambiental, estrutura, formato (duração), recursos, situação
dos professores, clima da instituição... (b) Identificação de necessidades: destinatários, objetivos... (c) Design: fun-
damentação, formulação de objetivos, conteúdos a desenvolver, seleção de atividades, recursos, prazos, destina-
tários, critérios de avaliação e custos. (d) Execução: implementação das atividades. Atenção a possíveis variações.
(e) Avaliação: não basta fornecer avaliações, a avaliação consiste em um dos elementos básicos (Ezeiza et al.,
2008, p. 11).
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Além disso, o desenvolvimento emocional promove relacionamentos e, portanto, é relevante
considerar educar emocionalmente as pessoas para alcançar competência emocional. Nesse
sentido, Landry (2019) afirma que são quatro as competências básicas da inteligência emocional:
Consciência de si mesmo, autogestão, consciência social e gestão de relações.
A integração da inteligência emocional na educação secundária
López (2012, p. 45) afirma que a inteligência emocional deve ser aplicada desde a infância e
em qualquer idade, porém destaca que, no caso da adolescência, é necessário autoafirmarse,
“valorar sus capacidades y limitaciones, tomar sus propias decisiones, tener responsabilidades,
sentirse aceptados por los demás, etc.
20
. Ele, assim como Goleman (1996), Salovey e Mayer
(1990)
, Mayer et al. (2012), concorda que a inteligência emocional permite que a pessoa se con-
heça melhor e entenda os outros. Por isso, López (2012) atribui grande importância ao trabalho
realizado pelo professor em sala de aula com seus alunos para formar o que ele chama de
"carga emocional e afetiva". Para isso, ele recomenda começar com “sus intereses y necesidades
personales y sociales y en sus vivencias directas.
21
. Entre os recursos didáticos a utilizar e a forma
como a sala de aula deve ser organizada, ele menciona o seguinte:
… (imágenes, fotografías, canciones, cuentos, literatura, juegos, vídeos, objetos, noticias
de prensa, role- playing, etc.) que susciten la conciencia emocional y que ofrezcan la
posibilidad de experimentar emociones. Conviene ofrecer espacios en el aula de refle-
xión y de introspección, fomentar la comunicación con los demás y trabajar en equipo.
Es efectivo preparar espacios abiertos con sillas o cojines en los que, desde una cierta
comodidad postural, se puedan exponer, compartir y vivenciar situaciones de aprendi-
zaje emocional y favorezcan la comunicación visual y corporal de los alumnos. (p. 46)
22
20
Tradução nossa: Valorizar suas capacidades e limitações, tomar suas próprias decisões, ter responsabilidades,
sentir-se aceitos pelos outros, etc.
21
Tradução nossa: Seus interesses e necessidades pessoais e sociais, bem como em suas experiências diretas.
22
Tradução nossa: ... (imagens, fotografias, músicas, histórias, literatura, jogos, vídeos, objetos, notícias de imprensa,
role-playing, etc.) que despertem a consciência emocional e ofereçam a possibilidade de experimentar emoções.
É aconselhável fornecer espaços na sala de aula para reflexão e introspecção, incentivar a comunicação com os
outros e promover o trabalho em equipe.
É eficaz preparar espaços abertos com cadeiras ou almofadas nos quais, a partir de um certo conforto postural,
seja possível expor, compartilhar e vivenciar situações de aprendizado emocional, favorecendo a comunicação vi-
sual e corporal dos alunos. (p.46).
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No ensino secundário, o objetivo é ir além da sala de aula para promover uma aprendizagem
que seja significativa, pedagogicamente valiosa e aplicável no dia a dia dos alunos, no seu am-
biente social e com as pessoas com quem interagem. Uma estratégia eficaz para alcançar este
objetivo é a incorporação transversal da educação emocional em diferentes disciplinas, unida-
des curriculares ou áreas de aprendizado, idealmente no maior número delas possível. Os pro-
fessores desempenham um papel crucial como modelos a seguir, facilitando que os alunos
aprendam a desenvolver sua inteligência emocional através da imitação. Para que essa abor-
dagem seja bem-sucedida, é imperativo estabelecer um ambiente escolar onde prevaleçam
valores como respeito, confiança, amor, solidariedade e empatia. É crucial que o professor seja
eloquente, ou seja, que tenha a habilidade de comunicar ideias e emoções de maneira clara,
eficaz e persuasiva, tanto oralmente quanto por escrito, com o objetivo de inspirar os alunos
e promover um comportamento similar neles.
Para promover um ambiente de aprendizagem integral e eficaz, é essencial que o professor
desenvolva sua capacidade empática em relação aos alunos, estabelecendo assim relações de
confiança e cordialidade. Estar receptivo ao contato humano não só facilita a comunicação afe-
tuosa, mas também solidifica relações interpessoais positivas. Esta abordagem requer que o
professor seja formado e sensibilizado em competências emocionais como um passo prévio
indispensável para oferecer educação emocional de qualidade. Cursos, leituras e a troca de
experiências são excelentes recursos para esta formação. O papel do professor é especialmente
relevante na implementação de programas de educação emocional, pois geralmente é o refe-
rencial mais imediato e constante para os alunos ao longo da semana.
A educação emocional, por sua vez, deve ser uma abordagem contínua ao longo de toda a
escolaridade e oferecer diversas oportunidades para a prática e aplicação desses aprendizados.
Isso não deve ser limitado apenas ao ambiente escolar, mas deve se estender à família, ativi-
dades extracurriculares e tempo livre. Em última análise, o objetivo é que toda a experiência
de vida do aluno se torne um cenário para o desenvolvimento de suas competências emocio-
nais, pois a própria vida é a melhor escola para esse tipo de aprendizado.
Conclusões
Após a exposição, conclui-se que a educação emocional é fundamental para o bem-estar dos
alunos e seu desempenho acadêmico. Os professores podem incorporá-la em diversas disciplinas
e áreas de aprendizagem para promover um ambiente de aprendizagem integrado e eficaz.
Para alcançar o verdadeiro propósito de educar os alunos para uma sociedade mais justa e
com um sentido de respeito aos outros, é necessário desenvolver em sala de aula a confiança,
o amor, a solidariedade e a empatia; esses são essenciais para estabelecer um clima escolar
adequado. O que implica a implementação de estratégias práticas para promover o desenvol-
vimento da inteligência emocional na sala de aula.
Por fim, conclui-se que, em relação às estratégias para desenvolver a inteligência emocional
Alix Rocio Duarte Suescún, César Augusto Barajas Mendoza e Nubia Andrea Prada Quintero
Potencializando o Ensino Secundário: Estratégias de desenvolvimento
da inteligência emocional em sala de aula
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