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Rosa María Medina Borges e Dianelys Hernández Chisholm
Na primeira conferência do tópico 2, diante da existência de tantas definições sobre a ciência,
ressalta-se que a mesma é uma atividade intencional estruturada para produzir novo conhe-
cimento: pertinente e significativo em nível social. O principal não está nos métodos, nem nos
instrumentos com os quais a realidade é explorada, mas sim na lógica com a qual se concebe
a abordagem do problema a ser estudado. Mais do que falar de metodologia, deve-se falar
de lógica de pesquisa, uma vez que o desenho deve funcionar como um sistema flexível e di-
nâmico; onde todos os componentes e partes do processo, e seus resultados (apresentados
no relatório final) estejam interconectados horizontalmente. Isso deveria garantir clareza, arti-
culação e solidez científica. Além disso, enfatiza-se a importância da criatividade do(a) cientista
e de sua capacidade de formular boas perguntas, o que pode ser aprendido por meio de
muitas horas de estudo e pesquisa junto a processos de abordagens sucessivas do que já foi
formulado. Além disso, é necessário treinar o exercício de escolher e valorizar.
Na segunda conferência do tópico 2, propõe-se caracterizar a metodologia da horizontalidade
como parte das abordagens metodológicas emergentes desenvolvidas no mundo. Insiste-se
em abandonar o medo da diversidade de métodos e técnicas, pois a ideia tradicional de vê-lo
como uma fraqueza pode ser sua qualidade distintiva. Essa postura contribui não apenas para
o diálogo entre os pesquisadores, mas também para construir o encontro com todos aqueles
envolvidos nos problemas investigados. Ao mesmo tempo, abre uma porta para a equidade
discursiva e a autonomia das vozes plurais, o que nasce ao sentar à mesa as diferentes disci-
plinas encarnadas em grupos que vão além das intenções interdisciplinares e alcançam a de-
finição do que deve ser construído com os conhecimentos (incluindo os não acadêmicos).
Na terceira conferência do referido tópico, a ideia anterior é aprofundada ainda mais, quando
se explora a ligação entre horizontalidade, métodos mistos e reflexividade. Num primeiro mo-
mento, é feita uma abordagem histórico-lógica de três momentos essenciais na construção
discursiva dos debates metodológicos: o consenso quantitativo nas ciências sociais na primeira
metade do século XX, passando pela triangulação metodológica e as combinações quanti-
quali (predominantes desde aproximadamente os anos 60 do século passado), até os debates
sobre a triangulação e articulação dos métodos mistos (na década de 90).
Além disso, esclarece-se que o desenho misto não se reduz a unir os resultados obtidos por
diferentes vias, mas requer integração em todas as etapas da pesquisa: (a) desenho, (b) criação
de materiais, (c) recrutamento de participantes, (d) coleta de dados e (e) análise própria. Os
métodos mistos não são, por si só, mais ou menos válidos do que cada abordagem específica
de pesquisa. A validade reside mais na adequação, abrangência e eficácia com que esses mé-
todos são aplicados. Também é deixada como pergunta para o próximo tópico quais enigmas
atravessam os debates em tempos de pandemia.
O tópico 3 "Contextos e dilemas do desenvolvimento científico no mundo e em Cuba, em tem-
pos de pandemia", foca sua análise no contexto multidimensional da crise global em que
emerge a pandemia, os impactos e urgências que essa catástrofe de saúde impôs ao campo
dos serviços e pesquisas em saúde, bem como à formação médica. Também relata os avanços