Desafios do professorado ao guiar
aprendizagens competitivas
em saberes distintos à
sua especialidade
Retos del profesorado al guiar aprendizajes
competitivos en saberes distintos
a su especialidad
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Mayra Daniella Escobar Rivas
https://orcid.org/0009-0006-1163-4190
Santa Bárbara, estado de Barinas / Venezuela
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 195-203
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Escobar, R. M. D. (2025). Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas
em saberes distintos à sua especialidade. Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 195-203.
https://doi.org/10.59654/0ycs4z44
* Doutorando em Educação, Mestre em Ciências da Educação com Menção em Docência Universitária, Univer-
sidad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora, Venezuela. Especialista em Avaliação
Educacional, Universidad Valle del Momboy, Venezuela. Docente Agregado na Universidad Nacional Experimental
de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora Núcleo Santa Bárbara, vinculada ao Programa de Ciências da Edu-
cação e Humanidades da Vice-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Social, Venezuela. E-mail de con-
tacto: mayradaniella.17@gmail.com
Recebido: maio / 8 / 2025 Aceito: maio / 28 / 2025
https://doi.org/10.59654/0ycs4z44
Resumo
Este ensaio examina os desafios enfrentados por docentes universitários ao lecionar disciplinas
fora de sua especialização, defendendo uma abordagem por competências que promova pen-
samento crítico, autonomia e habilidades de resolução de problemas. Critica modelos tradi-
cionais de ensino behavioristas por sufocarem a criatividade discente e propõe um framework
transdisciplinar e humanista que integra tecnologias (como inteligência artificial). O texto en-
fatiza a necessidade de educadores adaptáveis e eticamente fundamentados que criem am-
bientes de aprendizagem significativos. Adicionalmente, aborda a crise de escassez docente
na Venezuela, agravada pela migração e condições trabalhistas precárias, exigindo políticas
para capacitar professores não-especialistas. O autor argumenta que o ensino verdadeiramente
competitivo transcende conhecimento técnico, requerendo docentes reflexivos comprometidos
com o desenvolvimento holístico do estudante e a transformação social. Por fim, destaca a ur-
gência de repensar o ensino superior para formar profissionais capazes de enfrentar desafios
globais complexos.
Palavras-chave: educação por competências, adaptabilidade docente, aprendizagem trans-
disciplinar, crise educacional (Venezuela), pedagogia crítica.
Resumen
El ensayo analiza los desafíos del profesorado al guiar aprendizajes en áreas fuera de su espe-
cialidad, destacando la necesidad de una enseñanza universitaria basada en competencias que
fomente el pensamiento crítico, la autonomía y la resolución de problemas complejos. Critica
los modelos tradicionales, conductistas y repetitivos, que limitan la creatividad estudiantil, y pro-
pone un enfoque transdisciplinario, humanista y ético, integrando tecnologías como la inteli-
gencia artificial. Subraya la importancia de docentes con habilidades pedagógicas, vocación y
adaptabilidad, capaces de crear entornos de aprendizaje significativo. Además, analiza la crisis
de especialistas en Venezuela, exacerbada por migración docente y condiciones laborales ad-
versas, exigiendo políticas de capacitación para suplir estas carencias. El texto concluye que la
verdadera enseñanza competitiva trasciende lo técnico, requiriendo docentes reflexivos, com-
prometidos con la formación integral y la transformación social..
Palabras clave: Educación basada en competencias, adaptabilidad docente, aprendizaje trans-
disciplinario, crisis educativa (Venezuela), pedagogía crítica.
Desafios do professorado ao guiar aprendizagens competitivas em saberes dis-
tintos à sua especialidade
Atualmente, os estudantes universitários demandam um ensino competitivo que favoreça o
autodescobrimento, despertar e ativação de sua identidade - incluindo suas habilidades, vir-
tudes, talentos, capacidades, ideias, potencial e processos de pensamento desenvolvidos através
de experiências de vida e acadêmicas. Eles requerem este modelo de aprendizagem competi-
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distintos à sua especialidadepertise
tiva para identificar novas abordagens de resolução de problemas para tarefas cotidianas e
para compreender desafios sociais, profissionais, políticos, econômicos e culturais.
As realidades globais, nacionais, locais e institucionais exigem agora uma educação universitária
transformadora que potencialize o desenvolvimento pessoal como seres pensantes e racionais,
ao mesmo tempo que prepare profissionais tecnicamente qualificados. Devemos ir além dos
modelos tradicionais rumo a uma reflexão crítica sobre os processos de ensino-aprendizagem
que reconheçam as competências, habilidades, talentos, aptidões e virtudes dos estudantes.
Como observa Zhizhko (2017), a educação universitária baseada em competências requer a
integração do conhecimento com a experiência - uma tarefa complexa que demanda cuida-
dosa incorporação de aplicações do mundo real sem comprometer como os estudantes inter-
pretam a realidade.
No entanto, é necessário ressaltar que existe a necessidade de promover esta metodologia
porque continuam a ser observados nas salas de aula estudantes em processo de formação
acadêmica, com um modelo de assessoria, acompanhamento e orientação que conduz ao de-
senvolvimento de um sistema de aprendizagem arcaico, behaviorista, repetitivo e improdutivo;
que não ajuda a pensar mas tampouco a compreender nem resolver situações que o estudante
universitário demanda, ou seja, está-se desenvolvendo um ensino discriminativo, porque limita
o estudante a não produzir a partir do próprio pensamento, senão; a partir do pensamento
de outras pessoas, que o isola de um saber crítico, eclético e holístico.
Neste sentido, é prioritário promover esta abordagem metodológica, dado que ainda persistem
nas salas de aula modelos de assessoria e acompanhamento baseados em esquemas de apren-
dizagem arcaicos, behavioristas, repetitivos e improdutivos. Estes modelos não fomentam a re-
flexão nem a compreensão, e muito menos a resolução autônoma de problemas. Em
consequência, continua-se a promover um ensino limitado e discriminativo, que inibe o estu-
dante de produzir conhecimento a partir da sua própria perspectiva, e o submete a reproduzir
o pensamento de outros, afastando-o de um saber crítico, eclético e holístico.
Em outras palavras, é necessário materializar uma educação universitária centrada em com-
preender o quê e como o estudante aprende, para que se consolidem como um recurso, opor-
tunidade, ou ferramenta viva, que esteja ao serviço de todos os atores do processo educativo,
e se obtenha o pleno desenvolvimento das capacidades, dons, potencialidades, habilidades,
competências, virtudes de todos, e ao mesmo tempo, se promova um futuro profissional que
seja competente para tomar decisões, a partir das conquistas e aspirações do próprio prota-
gonista que busca desenvolvê-la. Desta forma, como manifesta Lora (2020, p. 84) as compe-
tências devem centrar-se em "o que se pode fazer, o que se sabe fazer, e o que se tem a
vontade de fazer (Ser, Fazer, Saber-Fazer). Sem descuidar, o assinalado por Rodríguez (2003, p.
82) "estar atualizado nos temas relevantes e oferecer critérios de validação do conhecimento".
Nesta ordem de ideias, requer-se um docente universitário com qualidades competitivas e que
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ensine desde a área da sua competência de formação. O ideal é que comece por manifestar-
se no fazer, ser, buscar, conviver e sentir como um docente competente. Vale dizer, que pro-
mova, pratique e demonstre um ensino baseado em competências. Este chamado vem sendo
feito há vários anos. Assim, Ortega y Gasset (1976, p. 49) dizia: "...há que ensinar somente o
que se pode ensinar; isto é, o que se pode aprender...". Aqui o olhar dirige-se ao currículo e
aos objetivos que se devem desenhar. Mas a questão vai mais além há que prestar atenção à
condição humana e ao papel na terra pátria como afirma Morin (1999).
Estão a ocorrer muitos desafios mundiais em diversos temas, fenómenos e acontecimentos
que, enfatiza, reclamam e exigem com urgência um ensino universitário que realmente prepare
pessoas competentes que conheçam, expliquem e orientem desde a sua área e além sobre o
que está a ocorrer. É necessário formar e instruir sem deixar de lado o ético, ambiental, tecno-
lógico, científico e psicológico, mas sobretudo não perder de vista o sentido do bem comum.
É momento de que o docente universitário assuma com firmeza os desafios epistemológicos
que enfrenta, comprometa-se com a sua labor formativa e desenvolva a capacidade de ex-
pressar-se com versatilidade sobre qualquer tema, de maneira segura, reflexiva, crítica e pro-
fundamente humana. A formação por competências dos futuros profissionais representa uma
valiosa oportunidade para educar também em valores. Não se deve esquecer que o docente
universitário é o pilar fundamental nos processos de formação, acompanhamento, assessoria,
orientação e capacitação. Ensinar a ser competente não se reduz unicamente à transmissão
de conteúdos ou ao cumprimento dos aspetos curriculares definidos pelo perfil acadêmico;
tampouco se limita a analisar um acontecimento ou fenómeno social desde uma única pers-
pectiva. Formar em competências exige pôr em ação a totalidade do ser humano, o que implica
integrar os processos cognitivos, as emoções, a socialização e a experiência como eixos fun-
damentais da aprendizagem significativa.
Trata-se de uma weltanschauung, cosmovisão ou worldview estudar a realidade desde um olhar
interno e externo (visível e não visível), buscar novos paradigmas, replanejar uma verdadeira
compreensão e explicação do evento que atrai o interesse do estudante, lhe preocupa ou cons-
titui um desafio para o estudante. No entanto, só se consegue se o docente universitário fizer
o seu debut com agilidade, versatilidade e ecletismo curricular ou estratégias interativas como
os debates, conversatórios ou discussões nas salas de aula.
Nesta perspectiva não há que descuidar as técnicas, métodos, recursos, contextos de aprendi-
zagem, ou estratégias didáticas e as novas tecnologias como a inteligência artificial; o que im-
plica reexaminar as teorias epistemológicas, ontológicas, axiológicas e as capacidades críticas
e interpretativas de todos os interventores do processo. Enquanto mais ideias emergirem, mais
se nutre o conhecimento e melhora a inteligência de todos. Há que deixar de lado essa inteli-
gência cega que propõe Morin.
Na medida em que um docente universitário se autodiscipline e se projeta por interesse próprio
a desenvolver um ensino baseado em competências, sem temer os riscos, desafios ou exigên-
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cias que essa abordagem requer, a sociedade, empresas, famílias e demais instituições contarão
com profissionais capazes de propor ideias, tomar iniciativas e responder a exigências individuais
ou coletivas. Além disso, disporão de profissionais dinâmicos, críticos, autônomos, emancipados
intelectualmente e gestores de soluções para as problemáticas de seu entorno.
Por essa razão, é necessário que o docente tenha atitudes, competências e habilidades, entre
as quais se destacam, segundo Santiago e Fonseca (2016, p. 193), "o profissionalismo, disciplina,
responsabilidade, ética, valores ou estabilidade mental e emocional". Freire (2004) e Dewey
(1998) mencionam que devem ser estimuladores e críticos. Por sua vez, Escámez (2013, p. 17)
indica que um docente competitivo busca a "criação de ambientes favoráveis à aprendizagem,
onde seus alunos alcancem os mais altos níveis de desenvolvimento".
No entanto, o verdadeiro ensino competitivo não se limita a um ensino especializado ou téc-
nico. Há muitos docentes com essa formação que enfrentam dificuldades para fazer-se enten-
der e demonstrar seus conhecimentos, o que se deve, muitas vezes, à sua postura ou condição
pessoal refletida no dia a dia. É necessária uma boa atitude, sensibilidade, pensamento crítico,
vocação, pesquisa, consulta, capacidade de avaliar, experiência, análise e confronto de teorias.
Vale destacar que o ensino verdadeiramente competitivo não se restringe ao técnico ou espe-
cializado. Mesmo docentes com sólida formação em sua área podem ter dificuldades em co-
municar e demonstrar efetivamente o que sabem, muitas vezes devido a atitudes pessoais ou
práticas pouco reflexivas. Por isso, é indispensável cultivar uma atitude proativa, vocação au-
têntica, pensamento crítico e abertura ao diálogo entre teorias.
Além disso, é fundamental integrar a pesquisa constante, a avaliação formativa e a análise de
contextos, como exige o enfoque por competências, para formar profissionais emancipados e
capazes de resolver problemas complexos. Só assim se superará a "inteligência cega" — como
alerta Morin (1999) — e se consolidará um aprendizado que, a partir da ética, autodisciplina e
criatividade pedagógica, transforme tanto os agentes do processo quanto seus entornos.
Na medida em que essas condições forem compreendidas e valorizadas, o ensino universitário
melhorará, e deixará de depender de prestígios acadêmicos que, muitas vezes, geram rejeição
e isolamento escolar, pois não há sentido lógico ou reflexivo no que é ensinado nas universi-
dades.
Um verdadeiro docente competitivo, que se desafia no ensino, reflete que, sendo especialista
ou não, o mais importante para os estudantes é sua atuação, seu papel, sua função, suas con-
tribuições, a satisfação de benefícios e a aprendizagem significativa, construtiva, humanista, crí-
tica, eclética e holística que lhes proporciona, criando ou reformulando experiências,
testemunhos e saberes articulados com sua realidade diária. Só assim compreendem que estão
transcendendo de um ensino tradicional e receptivo para um enfoque baseado em compe-
tências, que permite unir o qualitativo e o quantitativo em um mesmo processo formativo, va-
lorizando seu potencial multidimensional como pessoa, e não apenas como estudante.
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É claro que essa nova postura exige do docente maior compromisso, responsabilidade, voca-
ção, habilidades, destrezas e amor pelo que faz. Ou seja, que seja mais autodidata, inovador,
engenhoso, motivador, humanista — em suma, que expresse uma epistemologia complexa,
transdisciplinar e global sobre o que ensina, para que possa autoentender, descobrir e recon-
hecer como o aluno aprende mais eficazmente nestes tempos de mudanças universais, seja
por competências ou por reprodução de ideias alheias.
Na prática, é preciso refletir para não acabar formando apenas por obrigação ou para cumprir
objetivos curriculares da disciplina que leciona. O ideal é que conduza à formação de uma pes-
soa com grande humanismo e, depois, um profissional multidimensional, seguro, versátil, eclé-
tico e complexo, capaz de agir com autonomia e domínio próprio, sem imitar pensamentos
alheios. Rico e Ponce (2022, p. 80) acrescentam que "docentes competentes são capazes de
resolver situações diversas em diferentes contextos, para os quais o conhecimento visto apenas
sob uma perspectiva conceitual ou disciplinar se mostra insuficiente".
Nesse sentido, um docente com características competitivas é aquele que, mesmo sem ser es-
pecialista em sua área, atua como tutor, acompanhante e orientador nos aspectos humano,
ético, epistemológico, social, cultural, empírico, científico e técnico. Portanto, é o profissional
que se expressa e age como um todo, tanto no desenvolvimento do ensino quanto na apren-
dizagem do aluno.
Este docente explica, faz e avalia tanto o que domina quanto o que desconhece, sem medo
de errar, porque reflete que, do erro, pode surgir o desejo de buscar conhecimentos para com-
provar, demonstrar a realidade ignorada e melhorar o conceito ou habilidade que lhe faltava.
Pois, através de tentativas e experimentação, também se aprende e se postulam novas teorias
de conhecimento que emergem do fazer, conviver e interpretar, tornando-se significativas para
o produtor do saber.
Por outro lado, o importante no ensino por competências não é se o docente é especialista ou
não na área acadêmica que desenvolve, tampouco se é um excelente acompanhante do pro-
cesso de aprendizagem ou um tutor responsável por cumprir uma série de objetivos específicos
dentro de uma disciplina curricular. O desafio fundamental reside em compreender e pensar
quais ações particulares devem ser aplicadas, ativadas e impulsionadas para que o estudante
desenvolva ou revele as habilidades, destrezas, capacidades, virtudes e dons que foram subu-
tilizados em outros níveis de estudo e que devem se transformar em competências específicas
para oferecer respostas contextualizadas e sentido às inquietações, dúvidas ou curiosidades
que surgem no ato educativo.
No entanto, é necessário mencionar que, atualmente, no caso dos docentes especialistas do
ensino básico na Venezuela, segundo o próprio Ministerio del Poder Popular para a Educación
(2025), há um déficit de quinze mil professores. Além disso, nas universidades venezuelanas,
está ocorrendo um êxodo de docentes, como indicam Linarez e Linarez (2019). De acordo com
a Organización de las Naciones Unidas para la Educación la Ciencia y la Cultura (1999), há uma
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fuga de cérebros. Paralelamente a isso, aumenta a atribuição de cargas horárias a docentes
com diferentes perfis acadêmicos e, consequentemente, enfrentam-se maiores desafios, ques-
tionamentos e críticas à prática docente.
Certamente, o déficit de docentes especializados não diminuirá se continuarem as atuais con-
dições salariais, econômicas, o tratamento e o doutrinamento educacional presentes nas uni-
versidades. Isso levará à necessidade de diversos estudos e uma revisão profunda dos
profissionais que desejam permanecer no processo de ensino, para que se autoformem, cons-
cientizem, disciplinem e alinhem a enfoques educativos que realmente satisfaçam as necessi-
dades dos estudantes e as exigências intelectuais do mundo, sejam ou não especialistas na
área que orientam.
Igualmente, é necessário que as autoridades universitárias e o Estado reflitam sobre essa pro-
blemática do déficit profissional e freiem a migração especializada ou proponham mecanismos
que vão além de capacitar, assessorar e formar o docente não especializado, para que se torne
competente no que ensina. Alguns estão enfrentando dificuldades para atender às exigências
multidimensionais e epistemológicas dos estudantes atuais ou para continuar contribuindo e
demonstrar que a qualidade acadêmica e competente obedece mais a princípios humanos do
que ao cumprimento curricular de uma lista de objetivos desenvolvidos.
Há um reconhecimento e preocupação até mesmo por parte da Organização das Nações Unidas
e dos órgãos competentes sobre os desafios enfrentados por um docente ao orientar e dirigir
uma aprendizagem não especializada. Por isso, sob nossa perspectiva, é necessário frear a mi-
gração docente no nível universitário por meio de políticas nacionais e internacionais e imple-
mentar, massivamente, nas universidades, uma capacitação para docentes não especialistas que
supra as necessidades técnicas que os estudantes em formación não estão recebendo.
Como ideias finais deste ensayo, há que salientar que se evidencia a obsolescência dos métodos
tradicionais baseados em memorização, que anulam a capacidade crítica do estudante. Face a
isto, exorta-se pela aplicação de um modelo por competências que integre saber, fazer e ser,
articulando teoria com experiência real. Este enfoque demanda docentes que facilitem apren-
dizagens significativas, vinculadas a problemáticas sociais e profissionais, superando a repro-
dução mecânica de conhecimentos. A transição exige repensar currículos e práticas
pedagógicas no sentido da autonomia e da inovação.
Conclui-se também que um docente competitivo não se limita a dominar conteúdos, mas com-
bina profissionalismo, ética e habilidades socioemocionais para guiar aprendizagens multidi-
mensionais. Mesmo sem especialização, deve atuar como facilitador, fomentando o diálogo
interdisciplinar e adaptando-se a contextos diversos. O seu sucesso radica na vocação, auto-
crítica e capacidade de aprender junto aos seus estudantes, transformando limitações em opor-
tunidades de crescimento coletivo.
Na Venezuela, o êxodo docente e a falta de especialistas agravam os desafios educativos. Baixos
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salários e condições laborais precárias desincentivam a permanência de profissionais qualifica-
dos. Urgem políticas públicas que freiem esta migração e capacitem docentes não especializa-
dos, assegurando qualidade educativa. A solução não é apenas técnica, mas estrutural,
requerendo investimento em formação contínua e reconhecimento da labor docente.
O ensino moderno exige incorporar tecnologias (como IA) e estratégias interativas (debates,
estudos de caso) para desenvolver habilidades analíticas. Segundo Morin, isto implica superar
a "inteligência cega" mediante enfoques holísticos que vinculem conhecimento com ética e
contexto global. O docente deve dominar ferramentas digitais e fomentar uma cosmovisão
crítica, preparando estudantes para realidades mutáveis.
Finalmente, conclui-se que a formação competitiva deve priorizar valores como o bem comum,
a empatia e a responsabilidade social. Freire e Dewey ressaltam que o docente deve ser um
estimulador crítico, não um mero transmissor de informação. Isto implica equilibrar o técnico
com o humano, formando profissionais que resolvam problemas desde uma perspectiva inte-
gral, ética e emancipadora, transcendendo as demandas curriculares tradicionais.
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