Integração das TIC no ensino
transdisciplinar no ensino
universitário
Integración de TIC en la enseñanza
transdisciplinaria en educación
universitaria
119
Juan Acacio Rosales Vivas
https://orcid.org/0009-0000-9635-5399
El Piñal, estado Táchira / Venezuela
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130
ISSN Eletrônico: 2665-038X
Como citar: Rosales, V. J. A (2025). Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130. https://doi.org/10.59654/h1kdh186
* Este trabalho foi realizado no âmbito do programa de doutorado em educação da Universidad Nacional Experi-
mental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora (Unellez).
**Mestrado em Gerência Educativa, Universidad Nacional Experimental del Táchira, Barinas – Venezuela. Licenciado
em Educação, Menção Matemática, Universidad Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora,
Barinas – Venezuela. Técnico Superior Universitário em Informática, Universidad Politécnica Territorial Agro Industrial
del Estado Táchira (UPTAIET, San Cristóbal – Venezuela). E-mail para contato: aparte17@gmail.com
Recebido: abril / 4 / 2025 Recebido: abril / 22 / 2025
https://doi.org/10.59654/h1kdh186
Resumo
Neste artigo, discute-se como as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) são in-
tegradas ao ensino transdisciplinar no ensino universitário. Nesse sentido, o objetivo é analisar
o papel das TIC na promoção da transdisciplinaridade. Para isso, o pesquisador realizou uma
revisão bibliográfica em bases como Scopus, Redalyc e Scielo, utilizando termos como "TIC",
"ensino transdisciplinar" e "educação universitária". Os resultados revelam que plataformas
como Zoom e Moodle permitem a conectividade global e o intercâmbio de recursos, enrique-
cendo a aprendizagem e a colaboração entre disciplinas. Entre as conclusões, destaca-se que
as TIC são mediadoras no ensino transdisciplinar no ensino universitário, mas também repre-
sentam um meio integrador; embora ainda existam evidências de lacunas digitais, as univer-
sidades continuam formando seu corpo docente para aprimorar suas competências digitais.
Palavras-chave: Transdisciplinaridade, educação universitária, Tecnologias da Informação e da
Comunicação, integração.
Resumen
En el presente artículo se plantea como las Tecnologías de la Información y la Comunicación
(TIC) se integran en la enseñanza transdisciplinaria en la educación universitaria. En tal sentido
el objetivo es analizar el rol de las TIC en la promoción de la transdisciplinariedad. A tal efecto
el investigador ha realizado una revisión bibliográfica en bases como Scopus, Redalyc y Scielo,
usando términos como "TIC", "enseñanza transdisciplinaria" y “educación universitaria”. Los re-
sultados revelan que plataformas como Zoom y Moodle permiten la conectividad global y el in-
tercambio de recursos, enriqueciendo el aprendizaje y la colaboración entre disciplinas. Entre
las conclusiones se tienen que las TIC son mediadores en la enseñanza transdisciplinaria en edu-
cación universitaria pero también un medio integrador, aunque todavía hay evidencia de brechas
digitales las universidades siguen formando a su profesorado para mejorar sus competencias
digitales.
Palabras clave: Transdisciplinariedad, educación universitaria, Tecnologías de la Información y
la Comunicación, integración.
Introdução
As universidades atualmente enfrentam o desafio de assumir este mundo interconectado e
complexo que não para. Uma das vias fundamentais que permitem alcançar isso são as TIC,
por meio do fomento à transdisciplinaridade. Para Asunción (2018).A educação universitária e
a transdisciplinaridade, sem dúvida, estão entrelaçadas entre si por sua importância na forma-
ção de especialistas e no desenho das disciplinas.
Além disso, os conhecimentos transdisciplinares não são adquiridos automaticamente
como resultado único do avanço da ciência e da tecnologia, mas requerem uma tarefa
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
120 Juan Acacio Rosales Vivas
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130
ISSN Eletrônico: 2665-038X
121
profunda, consciente e orientada para essa meta. (2.1. A transdisciplinaridade no con-
texto da educação universitária, parágrafo 1).
Dessa forma, a transdisciplinaridade torna possível a integração de diferentes disciplinas para
resolver problemas complexos, dado que o conhecimento se encontra disperso em compar-
timentos disciplinares que não são capazes de se comunicar entre si e muito menos abordar
os problemas de maneira global. É aqui que as TIC tornam possível a geração de uma mu-
dança de paradigma, porque, como sustenta Morin (2011), “A hiperespecialização rompe o te-
cido complexo do real, o predomínio do quantificável oculta as realidades afetivas dos seres
humanos” (p. 141). Mas é a transdisciplinaridade o caminho que enfrenta esses domínios par-
celados de conhecimentos, destronando-os desse pedestal no qual a modernidade os ins-
taurou.
Por sua vez, Martínez (2013) afirma que a transdisciplinaridade permite “superar os limites dos
distintos campos do conhecimento disciplinar, com o propósito de gerar imagens mais com-
pletas da realidade, melhor integradas, portanto, mais verdadeiras” (p. 86). Dessa forma, a cos-
movisão que permite a transdisciplinaridade são outras lentes de exame da realidade, onde as
disciplinas não chegam e cujo centro de reflexão é o homem e uma visão integradora. No en-
tanto, para alcançar essa atitude transdisciplinar, são requeridos, segundo Nicolescu (1996),
rigor na linguagem argumentativa, abertura para aceitar aquilo que é desconhecido e tolerância
para aceitar quando se constata que existem outras verdades contrárias e desconhecidas. Nessa
perspectiva apresentada por Artidiello et al. (2017), atribuem-se ao ensino transdisciplinar as
seguintes características: transgressor, integrador de conhecimentos, inclusivo, crítico, com-
preensivo, ético.
Cabe destacar que a transdisciplinaridade no ensino transdisciplinar não se circunscreve aos
marcos estabelecidos pelas disciplinas de forma individual. Pelo contrário, o ensino transdisci-
plinar é transgressor porque atravessa as disciplinas (transversal), considerando conceitos, en-
foques, noções e construindo um conhecimento novo e específico que não pertence
exclusivamente a nenhuma delas, mas que as complementa, enriquece, integra e transcende,
ao mesmo tempo em que supera o âmbito dos especialistas e não se limita ao domínio exclu-
sivo dos especialistas de uma disciplina específica, abrindo espaço para diversas formas de sa-
bedoria e conhecimento, fomentando uma sensibilidade para múltiplas perspectivas e
manifestações culturais, sociais ou científicas com uma visão mais holística e conectada do
saber.
Zarzuelo et al. (2024) afirmam que, na transdisciplinaridade, membros com formações di-
versas (estudantes e partes interessadas neste contexto) colaboram aportando métodos que
transcendem as visões disciplinares individuais. Do mesmo modo, são compartilhadas expe-
riências, conhecimentos, ideias, valores e expectativas. Acadêmicos, profissionais e pesqui-
sadores desenvolvem marcos compartilhados ao abordar problemas a partir dessa
abordagem.
Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
122 Juan Acacio Rosales Vivas
Na opinião de Wall & Shankar (2008), a colaboração transdisciplinar está sendo promovida
em âmbitos acadêmicos e profissionais como uma estratégia chave para explorar novas
abordagens de pesquisa e gerar conhecimentos aplicáveis diretamente à resolução de pro-
blemas do mundo real. Por sua vez, Martin (2017) menciona que a transdisciplinaridade se
baseia no princípio de que a realidade é demasiadamente complexa, interconectada e mul-
tidimensional, o que justifica o uso de múltiplas disciplinas para analisá-la. Embora possam
ser resolvidos problemas específicos (em colaboração com atores não acadêmicos afeta-
dos).
Para Nicolescu (2010), a transdisciplinaridade é uma abordagem que busca integrar conheci-
mentos, metodologias e perspectivas de diversas disciplinas para abordar problemas que não
podem ser resolvidos a partir de uma única área do saber. Agora bem, para integrar outras
formas de saber, gerar conhecimento e resolver os problemas complexos da atualidade, como
sentencia Nicolescu (2014), é necessário “a unidade do conhecimento” (p. 201) e não depender
de uma única fonte de saber.
Essa abordagem de integração propõe que os estudantes sejam capazes de desenvolver ha-
bilidades que lhes permitam enfrentar problemas complexos e multidimensionais. Dessa forma,
a transdisciplinaridade, além de enriquecer a aprendizagem, os ajuda no trabalho em equipe
e os capacita para se adaptarem a ambientes em constante mudança. No entanto, tornar pos-
sível um ensino transdisciplinar na educação universitária não significa que não existam desafios,
como a resistência à mudança, a falta de formação docente e a dificuldade para integrar con-
hecimentos de diferentes disciplinas.
É importante destacar que, nessa perspectiva apresentada, como afirmam Kubisch et al. (2021),
a partir da transdisciplinaridade reconhece-se a responsabilidade de abordar problemas so-
cialmente relevantes e o papel crucial daqueles que estão (ou estarão) afetados por esses de-
safios. Nesse sentido, é fundamental questionar o papel que desempenham os recursos e,
neste caso, no presente artigo, as TIC como meio para alcançar a integração. Assim, este artigo
busca responder à seguinte pergunta: Como as TIC se integram no ensino transdisciplinar na
educação universitária?
Metodologia
Este trabalho inclui uma revisão em bases de dados como Scopus, Redalyc e Scielo. A busca foi
realizada em inglês e espanhol. Foram excluídos estudos que abordam o tema de estudo. A
exploração utilizou metabuscadores como Google e Google Acadêmico, Ask, Bing, livros. Da
mesma forma, foram revisados repositórios de várias universidades da Venezuela. Utilizou-se
a seguinte equação canônica: ("TIC" OR "tecnologias da informação e comunicação") AND ("en-
sino transdisciplinar" OR "educação transdisciplinar") AND ("educação universitária" OR "edu-
cação superior") AND ("integração" OR "implementação").
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130
ISSN Eletrônico: 2665-038X
123
Resultados
TIC e promoção da transdisciplinaridade
As plataformas virtuais são aplicações ou ambientes digitais que tornam possível a interação
entre os participantes, mas também facilitam o processo de aprendizagem e a colaboração ou
a gestão de recursos por meio da internet. Essas plataformas dependem diretamente das TIC
para seu desenvolvimento e operação.
Na era digital, as plataformas virtuais se tornaram ferramentas essenciais para a comunicação,
a aprendizagem e a colaboração. Seu potencial para fomentar a interação entre disciplinas é
particularmente relevante em um mundo onde os problemas complexos requerem soluções
interdisciplinares. O uso de plataformas virtuais facilita a colaboração entre disciplinas ao su-
perar barreiras geográficas, promover a diversidade de pensamento e otimizar o intercâmbio
de conhecimentos, o que contribui para a inovação e o desenvolvimento de soluções inte-
grais.
Para alcançar a colaboração, existem várias ferramentas. Tomalá De la Cruz et al. (2020) men-
cionam algumas como: “Wikipaces, Moodle, Edmodo, todas elas são excelentes opções para
diversos propósitos educativos” (p. 202). Mas não são as únicas; também existem recursos tec-
nológicos que fomentam a aprendizagem colaborativa, entre eles o correio eletrônico, o fórum
e o chat. Nesse sentido, as TIC tornam possível que profissionais, acadêmicos e especialistas
de múltiplas disciplinas possam se conectar e colaborar independentemente de sua localização
geográfica.
Nesse sentido, as TIC desempenham um papel fundamental na promoção da transdisciplina-
ridade por meio das plataformas virtuais. Já foi explicado neste artigo que a transdisciplinari-
dade torna possível a integração de conhecimentos de diferentes disciplinas, oferecendo assim
uma visão complexa do problema a partir de diversas abordagens. Uma das formas de alcançar
esse processo é por meio da conectividade e do acesso global.
Conectividade e acesso global
A partir de plataformas como Zoom, Microsoft Teams ou Google Meet, profissionais ou espe-
cialistas de diferentes disciplinas podem se conectar e colaborar, independentemente de sua
localização geográfica. Isso é algo primordial para a transdisciplinaridade. Um botânico no
Congo, um físico na Austrália, um biólogo no Canadá e um matemático em Londres podem
trabalhar em um projeto de energias renováveis utilizando essas ferramentas, juntamente com
estudantes de uma universidade em qualquer parte do mundo.
Essas plataformas, como afirmam Zuña et al. (2020), “aumentam a motivação dos alunos e
criam conhecimento, gerenciam e compartilham recursos, promovem o trabalho em equipe”
(p. 352). Mas também as TIC influenciam, como sustentam Irigoyen et al. (2018), no aumento
Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
124 Juan Acacio Rosales Vivas
do interesse, do nível de compreensão, da criatividade, da comunicação, estimulam o pensa-
mento crítico e a multiculturalidade. Sagenmüller (2016) considera que as TIC otimizam o
tempo, reduzem custos, melhoram a comunicação entre os estudantes, enriquecem os dados,
permitem a exploração, a flexibilidade e a capacidade de adaptação na aprendizagem, o que
é vital quando se trata de um ensino transdisciplinar.
Essa perspectiva apresentada levou a Unesco a considerar um programa em tecnologias da
informação com base em competências necessárias que os docentes devem possuir para in-
tegrar as TIC em sua prática educativa, dado que, como afirma a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, 2015), as TIC podem favorecer a aqui-
sição das habilidades necessárias para enfrentar os novos tempos. Essas habilidades incluem:
criação e seleção de informações, autonomia, capacidade de tomar decisões, flexibilidade e
capacidade de resolver problemas, trabalho em equipe e habilidades comunicativas.
As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) têm potencializado significativamente
o papel do docente na educação superior. Segundo a UNESCO (2008), cabe ao professor não
apenas mediar o processo de ensino, mas também criar oportunidades de aprendizagem e
ambientes favoráveis que incentivem o uso pedagógico das TIC pelos estudantes, promovendo
tanto o aprender quanto o comunicar. Nesse contexto, o professor deixa de ser o centro do
saber e passa a atuar como facilitador e gestor de recursos, possibilitando que os estudantes
desenvolvam competências e habilidades essenciais à construção autônoma do conhecimento
e à futura inserção no mercado de trabalho — um dos principais objetivos da formação uni-
versitária.
Contudo, para que essa integração ocorra de forma efetiva, a UNESCO (2008) ressalta que “é
fundamental que todos os docentes estejam preparados para oferecer essas oportunidades
aos seus estudantes”. Complementando essa visão, Makrakis (2005) argumenta que as TIC exi-
gem novas funções docentes, além de novas pedagogias e abordagens formativas. Santaella
e Ruiz (2023) reforçam que a UNESCO defende uma transição de um modelo disciplinar e es-
pecializado para uma proposta transdisciplinar, mais condizente com os desafios de um mundo
globalizado, dinâmico e interconectado.
Troca de conhecimentos e recursos
É de mencionar que existem ferramentas como Google Drive, Dropbox ou Moodle que nas pla-
taformas virtuais ajudam a compartilhar documentos, dados, pesquisas e materiais educativos.
Desde a transdisciplinaridade este é fundamental na educação universitária, portanto os estu-
dantes podem acessar conhecimentos especializados de outras disciplinas e podem integrá-
los em sua construção de conhecimento. Assim, por exemplo, no caso da saúde pública onde
se trabalhe um projeto, os médicos, epidemiologistas e economistas podem compartilhar dados
e análises para desenhar estratégias integrais. O fato de que esses recursos estejam em uma
plataforma favorece a colaboração e faz com que todos os estudantes da sala de aula virtual
tenham acesso à informação.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130
ISSN Eletrônico: 2665-038X
125
Neste contexto proposto, as TIC permitem o acesso à informação em diferentes formatos de
forma simples e rápida. Entre as características mais importantes que têm as TIC, têm-se as
que se indicam na figura seguinte.
Figura 1
Características das TIC
Nota: Elaboração própria.
No âmbito da educação superior, a troca de conhecimentos e recursos é um pilar fundamental
para fomentar a transdisciplinaridade. As TIC revolucionaram esse processo ao proporcionar pla-
taformas virtuais que facilitam o compartilhamento, a integração e a aplicação de saberes de
múltiplas disciplinas. Essa abordagem não apenas enriquece a aprendizagem, como também
prepara os estudantes para enfrentar problemas complexos que exigem soluções integrais. A se-
guir, amplia-se esse ponto com exemplos e reflexões sobre seu impacto na educação superior.
As TIC na educação universitária
Nas universidades, nos últimos anos, ocorreram mudanças em direção à digitalização, a ambientes
interconectados e ao desenvolvimento de pesquisas e publicações científicas relacionadas às tec-
nologias educacionais, de modo que, como afirmam Area et al. (2020), existe “um interesse claro
e focalizado no estudo dos impactos das tecnologias digitais sobre as distintas modalidades de
ensino alternativas ao presencial” (p. 2). Isso tem exigido uma mudança no paradigma de ensino,
e uma evidência concreta foi a recente experiência vivida durante a pandemia de Covid-19.
Area e Adel (2021) sustentam que, durante a pandemia, houve “o impulso inesperado do ensino
digital, a integração pedagógica e organizacional das TIC nas instituições escolares e a meta-
morfose do material didático” (p. 83). Assim, as universidades e os centros educativos não
podem ignorar tais acontecimentos, pois o alerta foi para todos. O chamado é à reinvenção,
Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
126 Juan Acacio Rosales Vivas
caso queiram responder às demandas de uma sociedade digital, onde prevalecem o acesso à
informação e a colaboração global. São precisamente as TIC as protagonistas dessa ruptura
paradigmática e promotoras da inovação educacional. Queiramos ou não, a resposta à expe-
riência da pandemia foi possível graças à tecnologia. As redes sociais passaram a ser o motor
da mudança e o núcleo central desse processo.
Atualmente, como afirma Area (2017), passamos dos meios analógicos para os digitais ou dis-
tribuídos online, ou seja, vivemos uma metamorfose no material didático. Os livros impressos
ficaram para trás; quem ocupa esse espaço agora são as tecnologias disruptivas, representando
uma mutação da cultura educacional para uma cultura digital nos materiais didáticos. O autor
deste artigo considera que o modelo tradicional de ensino está esgotado, assim como suas
estratégias e recursos didáticos. O caminho possível é abrir-se a novas perspectivas. É a partir
disso que as disciplinas passam a ser enriquecidas com a contribuição de profissionais e espe-
cialistas de outras áreas, fazendo com que o conhecimento transdisciplinar se manifeste em
formatos mais expressivos, com outras narrativas e experiências cognitivas.
Por outro lado, é necessário não esquecer o alerta feito por Castañeda et al. (2018): “o potencial
das TIC na educação ainda está por desenvolver e demonstrar” (p. 2). Um exemplo do desafio
que surge nesse sentido é a Universidade Nacional Experimental de los Llanos Occidentales Eze-
quiel Zamora que, apesar de ter professores formados para desenvolver educação a distância,
continua permanentemente desenvolvendo cursos de formação para seu corpo docente.
Neste sentido, em outras universidades do mundo foram incorporadas plataformas virtuais
para os seus estudos de graduação e pós-graduação. A esse respeito, Hidalgo et al. (2023) co-
menta que no Peru houve a formação de seu corpo docente em competências digitais e foram
implementadas plataformas virtuais como ambientes de aprendizagem. Por sua vez, Varela
(2024) afirma que no México “a formação docente em tecnologias digitais se tornou uma ne-
cessidade na educação atual” (p. 1967).
Ora, as TIC favorecem essa formação e capacitação em habilidades transdisciplinares. Existem
diferentes plataformas de aprendizagem online que desenvolvem cursos e recursos de acesso
aberto que abrangem diferentes disciplinas. Hernández (2023) destaca entre essas plataformas
algumas como: (a) Coursera, que oferece cursos de aprendizagem interativa de qualidade, al-
guns gratuitos e outros pagos com certificação. (b) edX, fundada pela Universidade de Harvard
e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, com certificação opcional. (c) Khan Academy, que
oferece cursos de matemática, ciência, computação, economia e finanças, mas também há soft-
wares de colaboração e recursos digitais que tornam possível o trabalho transdisciplinar.
Com base no exposto, os professores podem se formar em conhecimentos e habilidades
além de suas disciplinas, fato que é fundamental para a colaboração transdisciplinar. De
acordo com especialistas como Zawacki & Jung (2023), as TIC são meios digitais e ferramen-
tas que facilitam os processos de ensino-aprendizagem apoiados na comunicação, interação,
colaboração, avaliação e feedback. Com a pandemia global de Covid-19, as TIC passaram a
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130
ISSN Eletrônico: 2665-038X
127
ser parte fundamental de todos os níveis educacionais, permitindo a colaboração entre dis-
ciplinas ao fornecer espaços virtuais para compartilhar conhecimentos, recursos e experiên-
cias.
Outro aspecto relevante das TIC no ensino universitário é que elas permitem a personalização
da aprendizagem de acordo com as necessidades e ritmos de cada estudante. Mas também,
como mencionam Gómez e Cano (2020), as TIC oferecem uma variedade de opções, incluindo
o acesso a fontes de informação acadêmica e profissional, materiais de cursos, bases de dados,
gestores bibliográficos e participação em congressos e conferências online.
Conclusões
Conclui-se que as TIC são um mediador importante da transdisciplinaridade por meio das pla-
taformas virtuais. Através delas é possível a conectividade, também as ferramentas colaborati-
vas, assim como o acesso a dados e recursos. Além disso, constituem espaços para a
comunicação. As TIC são uma ponte que torna possível um trabalho eficaz entre profissionais
e acadêmicos de diferentes disciplinas. Com isso, enriquece-se o processo de investigação e
desenvolvimento, ao mesmo tempo em que se permite oferecer soluções integrais para os
problemas complexos.
Conclui-se que as plataformas virtuais, além de permitir superar barreiras geográficas, possi-
bilitam uma pluralidade de pensamento e a troca de conhecimentos. No entanto, ainda é ne-
cessário, a nível das universidades, continuar formando o corpo docente em competências
digitais, de modo que o uso das TIC e das plataformas virtuais não represente uma brecha di-
gital, mas sim uma maximização do potencial do professorado.
Acredita-se igualmente que é necessário que as universidades continuem assumindo a inte-
gração das TIC no ensino transdisciplinar como um processo necessário dentro do novo para-
digma educacional que emerge e ao qual são chamadas a se incorporar, conforme revelam os
documentos da UNESCO e os planos educacionais dos ministérios da educação. No entanto,
acredita-se ser necessário propor pesquisas que promovam o desenvolvimento da transdisci-
plinaridade mediante o uso das TIC.
As TIC impulsionam um modelo educacional transdisciplinar, afastando-se de enfoques disci-
plinares em direção a uma visão global do saber. Plataformas como edX ou Khan Academy de-
mocratizam o acesso a cursos interdisciplinares, preparando os estudantes para um mundo
complexo. Essa mudança de paradigma, potencializada pela tecnologia, responde às necessi-
dades de inovação educacional.
Referências
Area, M. (2017). La metamorfosis digital del material didáctico tras el paréntesis Gutenberg. Revista
Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
128 Juan Acacio Rosales Vivas
Latinoamericana de Tecnología Educativa, 16(2), 13-28. https://doi.org/10.17398/1695-288X.16.2.13
Area, M. M. y Adel, J. (2021). Tecnologías Digitales y Cambio Educativo. Una Aproximación Crítica,
REICE. Revista Iberoamericana sobre Calidad, Eficacia y Cambio en Educación, 19(4), 83-96.
https://revistas.uam.es/reice/article/view/reice2021_19_4_005/13907
Area, M. M., Puigcercós, R., Rivera, V. P. e Alonso, C. C. (2020). Investigación sobre tecnologías
educativas: más allá de los artefactos. En Sancho, G. A. M. et al (Coord.) (2020). Caminos y
derivas para otra investigación educativa y social. pp. 223-236. Octaedro.
Artidiello, M., Córdova, M. e Arboleda, L. (2017). Características de la docencia transdiscipli-
naria: desarrollo de instrumentos para evaluarla. Ciencia y Sociedad, 2(2), 19-36. DOI:
https://doi.org/10.22206/cys.2017.v42i2.pp19-36
Asunción, S. M. (2018). Transdisciplinariedad: Una Mirada desde la Educación Universitaria.
https://www.indteca.com/ojs/index.php/Revista_Scientific/article/view/276/398
Castañeda, L., Esteve, F. e Adell, J. (2018). ¿Por qué es necesario repensar la competencia docente
para el mundo digital? RED. Revista de Educación a Distancia, 56(6), 1-20. DOI:
http://dx.doi.org/10.6018/red/56/6
Espinoza Varela, A. R. (2024). Formación docente en competencias digitales: una experiencia
basada en la investigación – acción. LATAM Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales y
Humanidades, 5 (2), 1964 – 1982. https://doi.org/10.56712/latam.v5i2.2000
Gómez, M. I. y Cano, M. A. (2020). El desarrollo de la competencia investigadora: Experiencia online
en orientación educativa. Revista Educativa Hekademos, 29(12), 32-42. https://bit.ly/3EZfGxe
Hernández, D. (2023). 11 de junio de 2023. Los mejores cursos gratuitos en línea con certificado
que recomiendo. https://www.linkedin.com/pulse/los-mejores-cursos-gratuitos-en-línea-
con-certificado-deylin/
Hidalgo, B. L.E., Haro, D.C. L. e Niño, C. C. A. (2023). Entornos personales de aprendizaje y com-
petencias investigativas digitales en estudiantes de la Universidad Nacional de Piura. Educa-
ción, 32(63), 157-178. https://doi.org/10.18800/educacion.202302.A008
Irigoyen, A. L. E., Acuña, O. M. A., Aguilar, P. E. e Hernández, H. M. E. (2018). Pros y contras de
las TIC en educación superior como detonante del aprendizaje en el s XXI. Pp. 264-276. En
Martínez, P. L. et al (compiladores). El uso de las TIC en la formación de estudiantes en Ins-
tituciones de Educación Superior (IES). Universidad Juárez Autónoma de Tabasco. https://re-
positorios.fca.unam.mx/anfeca_docs/publicaciones/libros/anfeca_tic_min.pdf
Kubisch, S., Parth, S., Deisenrieder, V., Oberauer, K., Stötter, J. & Keller, L. (2021). From Transdis-
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 119-130
ISSN Eletrônico: 2665-038X
129
ciplinary Research to Transdisciplinary Education—The Role of Schools in Contributing to
Community Well-Being and Sustainable Development. Sustainability, 13(1), 306.
https://doi.org/10.3390/su13010306
Makrakis, V., 2005. Training teachers for new roles in the new era: Experiences from the United
Arab Emirates ICT program. En Actas de la Tercera Conferencia Panhelénica sobre Didáctica
de la Informática, Corinto (Grecia).
Martínez, M. M. (2013). Epistemología y metodología cualitativa en las ciencias sociales. Trillas.
Martin, V. (2017). Transdisciplinarity revealed: What librarians need to know. Libraries Libraries
Unlimited, Santa Barbara, CA.
Morin, E. (2011). La Vía. Para el futuro de la humanidad. Editorial Paidós.
Nicolescu, B. (1996). La Transdisciplinariedad. Manifiesto. Ediciones Du Rocher. https://www.aca-
demia.edu/31835170/LA_TRANSDISCIPLINARIEDAD_Manifiesto_transdisciplinariedad_Edi-
ciones_Du_Rocher
Nicolescu, B. (2010). Methodology of transdisciplinarity – levels of reality, logic of the included
middle and complexity. Transdisciplinary Journal of Engineering & Science, 1(1), 19-38.
https://www.basarab-nicolescu.ciret-transdisciplinarity.org/Docs_Notice/TJESNo_1_12_2010.pdf
Nicolescu, B. (2014). From Modernity to Cosmodernity. SUNY Press.
Sagenmüller, I. (2016). Beneficios de la tecnología en educación. Universidad Magallanes.
Santaella, V. A. e Ruiz, S. E. (2023). La transdisciplinariedad educativa: análisis del marco con-
ceptual, metodologías, contexto y medición. Revista Iberoamericana de Educación, 92(1),
15-28. https://doi.org/10.35362/rie9215747
Tomalá De la Cruz, M. A., Gallo, M. G. G., Mosquera, V. J. L. e Chancusin, C. J. C. (2020). Plata-
formas virtuales para fomentar aprendizaje colaborativo en los estudiantes del bachillerato.
Recimundo, Revista Científica Mundo de la Investigación y el Conocimiento, 4(4), 199-212.
DOI: 10.26820/recimundo/4.(4).octubre.2020.199-212
Unesco. (2008). Estándares de competencia en TIC para docentes.
http://www.eduteka.org/pdfdir/UNESCOEstandaresDocentes.pdf
Unesco. (2015). La integración de las tecnologías de la información y comunicación en los sistemas
educativos. 17. http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001507/150785s.pdf
Wall, S., & Shankar, I. (2008). Adventures in transdisciplinary learning. Studies in Higher Education,
Integração das TIC no ensino transdisciplinar no ensino universitário
© 2025, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
130 Juan Acacio Rosales Vivas
33(5), 551–565. https://doi.org/10.1080/03075070802373008
Zawacki-Richter, O. & Jung, I. (2023). Handbook of Open, Distance and Digital Education. Sprin-
ger Nature.
Zarzuelo, P. D., Cosme da Costa, P. C. & Balán, G. A. (2024). Service-learning through an edu-
cational model based on transdisciplinary education. Environmental & Social Management
Journal / Revista de Gestão Social e Ambiental, 18(10), 1-9. https://openurl.ebsco.com/
EPDB%3Agcd%3A10%3A19076218/detailv2?sid=ebsco%3Aplink%3Aresult-item&id=ebsco%
3Adoi%3A10.24857%2Frgsa.v18n10-004&bquery=enseñanza%20transdisciplinaria%
20OR%20educación%20transdisciplinar&page=1&link_origin=www.ebsco.com
Zuña, M. E. R., Romero, B. W. J., Palma, V. J. C. e Soledispa, B. C. J. (2020). Plataformas virtuales
y fomento del aprendizaje colaborativo en estudiantes de Educación Superior. Sinergias
educativas, 1(5), 349-369. https://sinergiaseducativas.mx/index.php/revista/article/view/71