Revista Digital de Investigación y Postgrado, 6(12), 109-117
ISSN Eletrônico: 2665-038X
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que estimula a autonomia e a colaboração simultaneamente”. Essa prática, por exemplo, é apli-
cada em plataformas que integram fóruns de discussão e atividades colaborativas, onde os
alunos, ao interagir com colegas, assumem papéis ativos na construção do conhecimento, ao
mesmo tempo em que desenvolvem a habilidade de aprender de forma independente.
O papel do professor na educação do século XXI tem sido transformado pela crescente inte-
gração das plataformas digitais no processo de ensino aprendizagem. Segundo Santos et al.
(2020, p. 92), “o papel do professor, ao mediar o uso das plataformas digitais, vai além de ser
um simples transmissor de conhecimento, tornando-se um facilitador que orienta os alunos
em sua jornada de aprendizagem autônoma”. Essa mudança na função do docente reflete a
necessidade de adaptação a novos modelos pedagógicos, onde o ensino não é centrado no
professor, mas sim nos alunos e em suas interações com as tecnologias.
Além disso, a transformação do papel do professor também envolve o equilíbrio entre a me-
diação e a autonomia do aluno. França (2021, p. 112) destaca que embora as plataformas digitais
proporcionem recursos para os alunos, cabe ao professor orientar o uso dessas ferramentas
de forma estratégica, garantindo que o aluno mantenha sua autonomia, mas sem perder a
orientação pedagógica necessária”. Esse equilíbrio é fundamental para que a autonomia do
aluno seja desenvolvida, sem que o professor perca seu papel essencial como guia e orientador
no processo de aprendizagem. A mediação docente, nesse sentido, é uma peça chave para o
sucesso do uso das plataformas digitais, pois ela proporciona o suporte necessário para que o
aluno explore as ferramentas digitais, ao mesmo tempo em que é incentivado a assumir a res-
ponsabilidade pelo seu aprendizado.
A importância desse equilíbrio também é ressaltada por Oliveira (2023, p. 128), que afirma: “o
uso das plataformas digitais requer que o professor esteja ajustando sua atuação, alternando
momentos de mediação ativa com momentos de maior autonomia para os alunos, o que exige
uma flexibilidade e adaptação constantes”. A citação demonstra que o professor não deve ape-
nas adaptar sua prática pedagógica ao novo contexto tecnológico, mas também estar prepa-
rado para alternar entre diferentes estilos de ensino, conforme as necessidades de seus alunos.
A flexibilidade do professor em seu papel mediador é, portanto, um aspecto central para o su-
cesso da implementação das tecnologias educacionais.
A implementação de plataformas digitais no contexto educacional enfrenta uma série de de-
safios, tanto em relação à infraestrutura necessária quanto à capacitação dos professores e alu-
nos. A infraestrutura tecnológica, ou a falta dela, é um dos principais obstáculos. Como afirmam
Mattos e Reis (2021, p. 67), “a adoção de plataformas digitais requer uma infraestrutura robusta
que garanta o acesso contínuo e sem falhas às ferramentas de aprendizagem, o que nem sem-
pre é possível em muitas escolas, especialmente nas periféricas ou com menos recursos”. A ci-
tação evidencia que a qualidade do acesso às tecnologias educacionais é um fator determinante
para o sucesso da implementação das plataformas digitais. A falta de equipamentos adequados,
conexões de internet instáveis e a carência de suporte técnico são problemas recorrentes que
dificultam a integração plena das tecnologias no processo educativo.
Educação a distância: Plataformas digitais e autonomia discente do século XXI