© 2024, Instituto de Estudios Superiores de Investigación y Postgrado, Venezuela
264
Juditas Delany Torrealba Dugarte
Arendt como a "banalidade do mal". Arendt (2013) afirma que alguns indivíduos agem dentro
das regras do sistema ao qual pertencem sem refletir sobre seus atos. Eles não se preocupam
com as consequências de suas ações, apenas com o cumprimento das ordens. E a mecanização
que a IA através da Engenharia de Prompts pode proporcionar pode resultar em tais situações.
Por outro lado, autores como Margaret Boden, Ray Kurzweil e Eliezer Yudkowsky destacaram
a importância da IA e da Engenharia de Prompts como ferramentas significativas para o avanço
da humanidade. Boden, especialista em IA da Universidade de Sussex, Kurzweil, Diretor de IA
do Google, e Yudkowsky, especialista em Inteligência Artificial conhecido por sua teoria da In-
teligência Artificial Amigável, sublinharam os benefícios potenciais dessas tecnologias.
No entanto, Boden (2023), a partir de uma perspectiva mais conservadora, afirma que é ne-
cessário agir com equilíbrio. Ela sustenta que devemos diferenciar entre o conhecimento da IA
e a sabedoria que a mente humana desenvolveu ao longo de sua evolução. Nesse contexto,
ao adotar os preceitos desses autores, surge o conceito de Eduética, uma série de princípios
destinados a manter o equilíbrio entre os avanços tecnológicos e o conhecimento humano.
Portanto, a Engenharia de Ordens ou Prompts pode ajudar a melhorar a educação orientada
ao conhecimento da IA, proporcionando uma abordagem estruturada para projetar esses avan-
ços, com integridade e eficiência, onde os educadores identificam áreas onde os estudantes
podem precisar de apoio adicional com o acompanhamento da IA. Utilizando a Engenharia
de Ordens ou Prompts, os educadores podem criar um currículo que atenda às necessidades
de todos os alunos e os prepare para o mercado acadêmico e profissional do futuro. É nesse
dimensionamento da Eduética na IA aplicável à Engenharia de Prompts que se traz à tona a
opinião da pesquisadora Bryson (2024), que a esse respeito manifesta que:
A ética na IA vai além de ser um mero discurso teórico; é um pilar fundamental para
manter a nossa sociedade unida. A ética se apresenta como uma forma de política que
pode ser aprimorada através de um maior conhecimento científico e social. É por meio
de uma abordagem humana, transparente, segura e responsável que garantimos que
a IA seja utilizada de maneira benéfica para as pessoas e o planeta. (p.2).
Assim, a ética, focando-se estritamente na educação, pode ajudar a prevenir o uso indevido da
tecnologia, que pode ter consequências graves, incluindo a discriminação e os preconceitos. E,
com a existência de pessoas educadas, há menos probabilidade de fazerem mau uso da IA e
mais probabilidade de a utilizarem de maneira responsável e coerente, sem recorrer à banalidade
de Arendt (2013) já explicada anteriormente, gerando, ao contrário, um benefício coletivo.
É possível que a educação em IA não seja necessária em todos os campos, especialmente no
campo das ciências sociais, quando se trata de olhar através de diversas perspectivas críticas
para os principais problemas sociais e refletir sobre eles. Portanto, esse equilíbrio justo de tomar
a IA como um braço, um suporte, um ajudante para facilitar certas tarefas não implica que ela
substitua totalmente o pensamento humano. A emissão de ordens ou prompts muitas vezes