Eduética no uso da Inteligência Artificial
através da Engenharia de Prompts*
Eduética en el uso de la Inteligencia Artificial
a través de la Ingeniería de Prompts
Como citar: Torrealba, D. J. D. (2024). Eduética no uso da Inteligência Artificial através da En
-
genharia de Prompts.
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 5
(10), 261-266.
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Juditas Delany Torrealba Dugarte*
https://orcid.org/0000-0001-6472-1518
Guasdualito, estado Apure / Venezuela
* Ensaio publicado no âmbito do Doutorado em Educação da Universidade Nacional Experimental dos Llanos
Ocidentais Ezequiel Zamora (Unellez)..
** Estudante de Doutorado em Educação. Unellez, Apure - Venezuela. M. Sc. em Educação com Menção em
Ensino Universitário, Professora em Educação Integral (UPEL). Advogada (UCAT). Especialista em Direito Adminis-
trativo (UCAT), Doutora em Ciências Jurídicas (UCV). Pós-Doutorado em Filosofia da Ciência e Pesquisa (ULAC).
Professora de Graduação e Estudos Avançados, Unellez, Barinas e Apure. Email: jurisprudenciaubv@gmail.com
Revista Digital de Investigación y Postgrado, 5(10), 261-266
ISSN eletrônico: 2665-038X
Recebido:
Fevereiro / 16 / 2024
Revisado:
Fevereiro / 20 / 2024
Aprovado:
Abril / 4/ 2024
Resumo
O presente ensaio tem como objetivo abordar o tema da educação ética no uso da Inteligência
Artificial (IA) através da Engenharia de Prompts. A IA representa uma disciplina em constante
crescimento e desenvolvimento, que busca dotar as máquinas de capacidades humanas como
aprendizagem, percepção e raciocínio. A Engenharia de Prompts, por sua vez, refere-se à téc-
nica utilizada para guiar e controlar o comportamento dos sistemas de inteligência artificial
mediante instruções específicas. Nesse sentido, é fundamental analisar a importância da edué-
tica, ou seja, a ética aplicada à educação, no contexto da inteligência artificial, para assegurar
um uso responsável e benéfico dessa tecnologia em diversos âmbitos. .
Palavras-chave:
Eduética, Inteligência Artificial, Engenharia de Prompts.
Resumen
El presente ensayo tiene como objetivo abordar el tema de la educación ética en el uso de la
Inteligencia Artificial (IA) a través de la Ingeniería de Prompts. La IA representa una disciplina
en constante crecimiento y desarrollo, que busca dotar a las máquinas de capacidades humanas
como el aprendizaje, la percepción y el razonamiento. La Ingeniería de Prompts, por su parte,
se refiere a la técnica utilizada para guiar y controlar el comportamiento de los sistemas de in-
teligencia artificial mediante instrucciones específicas. En este sentido, resulta fundamental ana-
lizar la importancia de la eduética, es decir, la ética aplicada a la educación, en el contexto de
la inteligencia artificial, para asegurar un uso responsable y beneficioso de esta tecnología en
diversos ámbitos.
Palabras clave:
Eduetica, Inteligencia Artificial, Ingeniería de Prompts.
Eduética no uso da Inteligência Artificial através
da Engenharia de Prompts
No mundo atual, com sua rápida evolução, o uso da Inteligência Artificial (IA) por meio de
grandes Modelos de Linguagem Natural (MLN) é cada vez mais frequente em diversas disci-
plinas. Isso torna essencial que o setor educacional atual seja capacitado na utilização da IA.
No entanto, o aumento de seu uso, combinado com a falta de uma instrução adequada em
IA, tem provocado o uso distorcido dos modelos de Linguagem Natural, como CHAT GPT,
BING, PERPLEXITY, GEMINI, AITHOR, entre outros. Isso tem causado graves consequências, es-
pecialmente na geração de ordens (prompts) de forma particular ou em grande escala sob
uma ampla gama de ordens (Engenharia de Prompts).
A aplicação desleal da IA, sem citá-la como fonte de consulta ou questionando a confiabilidade
de seus argumentos, especialmente no campo acadêmico, gera um risco manifesto na relação
Facilitador-Participante. Cria-se uma tríade Facilitador-IA-Participante que, sem o devido con-
hecimento da Engenharia de Prompts pelo docente, pode relegar o Facilitador a uma postura
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totalmente passiva. Isso impede a geração de uma contribuição crítica no processo de ensino-
aprendizagem, diante do uso implacável da Inteligência Artificial que está ocorrendo atual-
mente.
Este ensaio argumentará que a educação no uso da IA é necessária e que a Engenharia de Or-
dens (prompts) pode ajudar a melhorar a educação através da aplicação da IA, assim como
prevenir o uso indevido da tecnologia. No entanto, também há manifestações contrárias, que
sustentam que a educação sob a interação da IA não é necessária nem eficiente em todos os
ambientes educacionais. Além disso, o uso indevido da IA ainda pode ocorrer repetidamente,
mesmo existindo um conhecimento adequado das ferramentas que constituem a Engenharia
de Prompts e do tipo de ordens que devem ser solicitadas ao modelo de linguagem.
A IA é cada vez mais frequente em muitos setores da vida diária (acadêmica e profissional),
tornando-se necessária a capacitação em sua aplicação ordinária. Diversos campos das ciências
já estão utilizando a IA para melhorar a eficiência e a precisão. Como resultado, a demanda
por profissionais com habilidades em IA e o potencial de estudantes e facilitadores nesse campo
estão aumentando. Sem conhecimento técnico, é possível que uma grande parte da sociedade
não consiga se adaptar imediatamente ao mundo acadêmico e profissional em constante mu-
dança, rodeado pela Inteligência Artificial, tornando esse conhecimento relevante para a força
de trabalho profissional do presente e do futuro.
No entanto, embora a Inteligência Artificial, através do uso de Modelos de Linguagem Natural
(MLN), forneça respostas imediatas a questionamentos muito mais rápido do que o processo
básico de pensamento gerado pelos seres humanos, intelectuais como Chomsky, o linguista
Roberts e o especialista em IA Watumull (2023) expressaram que:
...os avanços “supostamente revolucionários” apresentados pelos desenvolvedores da
IA são motivo “tanto de otimismo quanto de preocupação. Por um lado, podem ser
úteis para resolver certos problemas, mas, por outro, “tememos que a variedade mais
popular e moderna da inteligência artificial (o aprendizado de máquina) degrade nossa
ciência e avilte nossa ética ao incorporar à tecnologia uma concepção fundamental-
mente errônea da linguagem e do conhecimento...
Por mais úteis que esses programas possam ser em alguns campos específicos (como
a programação de computadores, por exemplo, ou para sugerir rimas para versos leves),
sabemos pela ciência da linguística e pela filosofia do conhecimento que eles diferem
profundamente da maneira como os seres humanos raciocinam e utilizam a linguagem
(p.13).
Isso, portanto, leva a observar uma dualidade no auge da Inteligência Artificial e, consequen-
temente, no modo de raciocínio que a Engenharia de Prompts apresenta. Em relação aos fa-
tores críticos que detêm e representam a interação homem-máquina, a chegada da Inteligência
Artificial (IA) no contexto educacional pode ser comparada ao fenômeno descrito por Hannah
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Arendt como a "banalidade do mal". Arendt (2013) afirma que alguns indivíduos agem dentro
das regras do sistema ao qual pertencem sem refletir sobre seus atos. Eles não se preocupam
com as consequências de suas ações, apenas com o cumprimento das ordens. E a mecanização
que a IA através da Engenharia de Prompts pode proporcionar pode resultar em tais situações.
Por outro lado, autores como Margaret Boden, Ray Kurzweil e Eliezer Yudkowsky destacaram
a importância da IA e da Engenharia de Prompts como ferramentas significativas para o avanço
da humanidade. Boden, especialista em IA da Universidade de Sussex, Kurzweil, Diretor de IA
do Google, e Yudkowsky, especialista em Inteligência Artificial conhecido por sua teoria da In-
teligência Artificial Amigável, sublinharam os benefícios potenciais dessas tecnologias.
No entanto, Boden (2023), a partir de uma perspectiva mais conservadora, afirma que é ne-
cessário agir com equilíbrio. Ela sustenta que devemos diferenciar entre o conhecimento da IA
e a sabedoria que a mente humana desenvolveu ao longo de sua evolução. Nesse contexto,
ao adotar os preceitos desses autores, surge o conceito de Eduética, uma série de princípios
destinados a manter o equilíbrio entre os avanços tecnológicos e o conhecimento humano.
Portanto, a Engenharia de Ordens ou Prompts pode ajudar a melhorar a educação orientada
ao conhecimento da IA, proporcionando uma abordagem estruturada para projetar esses avan-
ços, com integridade e eficiência, onde os educadores identificam áreas onde os estudantes
podem precisar de apoio adicional com o acompanhamento da IA. Utilizando a Engenharia
de Ordens ou Prompts, os educadores podem criar um currículo que atenda às necessidades
de todos os alunos e os prepare para o mercado acadêmico e profissional do futuro. É nesse
dimensionamento da Eduética na IA aplicável à Engenharia de Prompts que se traz à tona a
opinião da pesquisadora Bryson (2024), que a esse respeito manifesta que:
A ética na IA vai além de ser um mero discurso teórico; é um pilar fundamental para
manter a nossa sociedade unida. A ética se apresenta como uma forma de política que
pode ser aprimorada através de um maior conhecimento científico e social. É por meio
de uma abordagem humana, transparente, segura e responsável que garantimos que
a IA seja utilizada de maneira benéfica para as pessoas e o planeta. (p.2).
Assim, a ética, focando-se estritamente na educação, pode ajudar a prevenir o uso indevido da
tecnologia, que pode ter consequências graves, incluindo a discriminação e os preconceitos. E,
com a existência de pessoas educadas, há menos probabilidade de fazerem mau uso da IA e
mais probabilidade de a utilizarem de maneira responsável e coerente, sem recorrer à banalidade
de Arendt (2013) já explicada anteriormente, gerando, ao contrário, um benefício coletivo.
É possível que a educação em IA não seja necessária em todos os campos, especialmente no
campo das ciências sociais, quando se trata de olhar através de diversas perspectivas críticas
para os principais problemas sociais e refletir sobre eles. Portanto, esse equilíbrio justo de tomar
a IA como um braço, um suporte, um ajudante para facilitar certas tarefas não implica que ela
substitua totalmente o pensamento humano. A emissão de ordens ou prompts muitas vezes
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deve se limitar a fornecer cenários referenciais que sirvam, mas não como elementos conclu-
sivos, dado que todos os ambientes e grupos são heterogêneos.
Por esse motivo, a eduética implica que deve existir no âmbito educacional uma série de valores que
permitam manter uma boa interação com a Inteligência Artificial, entre os quais se pode mencionar:
Equidade: A IA, através do uso da Engenharia de Prompts, deve ser utilizada de maneira
equitativa e não discriminatória.
Transparência: Os sistemas de IA devem ser transparentes e compreensíveis para os
usuários, sem usar ordens que possam causar confusão.
Privacidade: Os dados pessoais devem ser protegidos.
Responsabilidade: Os responsáveis pelo uso da IA na educação devem ser responsáveis
por suas decisões, sem que as ordens dadas excedam o que foi solicitado.
Assim, baseando a Eduética nesses valores fundamentais, dita-se como deve ser impulsionado
o equilíbrio necessário na relação docente-IA-participante. Fatores como a coleta de informações
dos estudantes apenas para fins educativos específicos e com o consentimento dos estudantes
ou de seus pais, juntamente com a anonimização dos dados, devem ser levados em conta.
Além disso, as ordens e prompts devem ser projetados para minimizar o viés, com a obrigação
de serem auditados regularmente para detectar e corrigir vieses que possam afetar a obtenção
de informações sustentadas.
A Eduética também busca fundamentar como os estudantes devem ser informados sobre a
utilização da IA na educação. Assim, através da criação de normativas que clarifiquem que a
IA é um ajudante e não uma ferramenta de banalidade, são criados mecanismos que permitem
a apresentação de queixas e reclamações em caso de uso distorcido da mesma. No âmbito in-
vestigativo, os estudantes devem aprender sobre o potencial da IA, mas também sobre os
riscos e desafios éticos que a omissão de seu uso apresenta. Eles devem ser críticos e autênticos
nas expressões fornecidas pela IA, reconhecendo que essas não são infalíveis nem totalmente
confiáveis. É crucial erradicar a exaltação da trapaça no uso de ordens ou prompts e, ao con-
trário, construir um cenário totalmente transparente que permita uma evolução adequada.
Em conclusão, ao longo destas linhas, buscou-se delinear o impacto da IA em termos de suas
definições, as posturas críticas de detratores e defensores, seu impacto na educação e a ne-
cessidade de seu alinhamento ético para sua existência. A autora afirma que a IA tem o poten-
cial de melhorar a educação de muitas maneiras, mas também apresenta alguns desafios que
devem ser considerados, e que isso só pode ser alcançado através da construção de modelos
orientados para o seu uso.
Referências
Arendt, H. (2013). Eichmann en Jerusalén. Vigésima Edición. Random House Mondadori.
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Boden, M. (2023). Inteligencia Artificial. Quinta Edición Turner Publicaciones.
Bryson, J. (2024). ¿Podemos confiar en la inteligencia artificial? Find AI Tools. https://www.toolify.ai/es/ai-
news-es/podemos-confiar-en-la-inteligencia-artificial-joanna-bryson-1729287
Chomsky, N., Roberts, I. & Watumull, J. (2023, marzo 08). The false Promise of Chat GPT. Opinión. New
York Times. 08 de marzo de 2023. https://www.nytimes.com/2023/03/08/opinion/noam-chomsky-
chatgpt-ai.html
Kurzweil, R. (2023). La singularidad está cerca. Segunda Edición. Editorial Cabrera Mc.
Tsyvinskyi, K. (2023). Prompt Engineering. Guía Completa. Con Ejemplos Prácticos. Amazon Digital Ser-
vices LLC – Kdp.