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Revista Digital de Investigación y Postgrado, 5(9), 33-57
ISSN eletrônico: 2665-038X
Dimensões da transformação digital
em instituições de ensino superior
para a formação continuada
Dimensiones de la transformación digital en
instituciones de educación superior
para la formación continua
Recebido: enero / 20 / 2024 Revisado: enero / 24 / 2024 Aprovado: Marzo / 9 / 2024
Como citar: Mas, C. G. y Duart, M. J. M. (2024). Dimensões da transformação digital em institui-
ções de ensino superior para a formação continuada. Revista Digital de Investigación y Pos-
tgrado, 5(10), 33-57.
Josep Maria Duart Montoliu**
https:orcid.org/0000-0002-5123-0370
Barcelona / España
Gemma Mas Crespo*
https:orcid.org/0000-0003-1358-8408
Barcelona / España
* Estudante de Doutorado em Education and ICT (e-learning), Universitat Oberta de Catalunya (UOC), Barcelona.
Pós-graduação em Direção e Gestão da Qualidade, Tecnologias/Técnicos de controle de qualidade e segurança,
UOC. Licenciada em Psicopedagogia, UOC. Licenciada em Pedagogia, UOC. University of Barcelona - Institute for
Lifelong Learning. E-mail de contato: gemmag1975@gmail.com
** Dr. em Pedagogia, Universidade Ramon Llull (URL) Barcelona. Master em Administração de Empresas pela
ESADE Business School, Barcelona. Licenciado em História, Universidade de Barcelona (UB). Universitat Oberta de
Catalunya. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. E-mail de contato: jduart@uoc.edu
Resumo
Para entender a necessidade de transformação digital no campo da educação continuada, pri-
meiro devemos estar cientes da existência de uma sociedade digitalizada facilitada pelas mu-
danças tecnológicas e pelo fenômeno da globalização. Essas mudanças estão transformando
nossa maneira de compreender o mundo e viver nele. É neste contexto de transformação digital
que a sociedade espera que a educação continuada superior responda às necessidades de di-
gitalização. Com o objetivo de definir padrões que facilitem os processos de transformação
em nossas instituições de ensino superior no desenvolvimento de programas de formação con-
tinuada, este artigo analisa, por meio de 26 artigos (entre 2017 e 2022), selecionados usando
a metodologia PRISMA, as principais dimensões, níveis e atores envolvidos nos processos de
transformação digital. Os resultados obtidos nos levam a concluir que este é um campo de in-
teresse emergente, especialmente após a pandemia do COVID-19, que acelerou os processos
de digitalização.
Palavras-chave:
Educação continuada, transformação digital, aprendizagem ao longo da vida,
digitalização, superior.
Resumen
Para entender la necesidad de transformación digital en el campo de la educación continua
primero deberemos ser conscientes de la existencia de una sociedad digitalizada facilitada por
los cambios tecnológicos y el fenómeno de la globalización. Estos cambios están transformando
nuestra forma de entender el mundo y vivir en él. Es en este contexto de transformación digital
donde la sociedad espera que la educación continua superior responda a las necesidades de
digitalización. Con el objetivo de definir patrones que faciliten los procesos de transformación
en nuestras instituciones de educación superior en el desarrollo de programas de formación
continua, el presente artículo analiza, a través de 26 artículos (entre 2017 y 2022), seleccionados
usando la metodología PRISMA, las principales dimensiones, niveles y actores implicados en
los procesos de transformación digital. Los resultados obtenidos nos llevan a concluir que se
trata de un campo de interés emergente, especialmente después de la pandemia del COVID-
19 la cual ha acelerado los procesos de digitalización.
Palabras clave:
Educación continua, transformación digital, aprendizaje a lo largo de la vida, di-
gitalización, educación superior.
Introdução
Na nossa "sociedade digitalizada" (González et al., 2018), a tecnologia digital está evoluindo
rapidamente, especialmente durante a última década do século XXI, com o surgimento de cer-
tas tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), impressão 3D, robótica, internet das coisas
(IoT), computação quântica (QC), entre outras. Este período é conhecido como a 4ª Revolução
Industrial (Penprase, 2018), no qual a tecnologia se tornou um dos principais impulsionadores
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ensino superior para a formação continuada
externos da transformação digital (Hanelt et al., 2021; Verhoef et al., 2021).
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2017),
a transformação digital é o resultado da digitalização das economias e sociedades. Outros autores
consideram a transformação digital como a melhor abordagem para responder às tendências
emergentes geradas pelas tecnologias digitais (Aditya et al., 2021). De qualquer forma, junto com
o fenômeno da globalização (Branch et al., 2020), as tecnologias digitais têm forçado as organi-
zações a iniciar processos de transformação digital cujos objetivos, entre outros, são: a) eficiência
e redução de custos, b) criação de valor e c) mudança cultural através do uso de tecnologias digitais
(Castro et al., 2020; Hanelt et al., 2021; Tekic & Koroteev, 2019). Esta situação foi aumentada e ace-
lerada pela pandemia de 2020 (COVID-19), afetando todos os setores produtivos e de serviços.
Neste contexto, as instituições de ensino superior não estão isentas de transformação, e existem
várias razões que nos levam a fazer essa afirmação. Em primeiro lugar, se considerarmos as
palavras de Gobble (2018) sobre a finalidade social da transformação, as instituições de ensino
superior, ao terem como terceira missão o compromisso social (Carrión, 2018; Rojas et al., 2018),
desempenham um papel importante neste contexto de mudança para uma sociedade digital.
Em segundo lugar, há a necessidade de integrar essas tecnologias nos próprios processos e
serviços (tanto operacionais quanto acadêmicos), automatizando-os e digitalizando-os (OCDE,
2000). Em terceiro lugar, em um contexto de educação pós-digital (Fawns, 2018; Lamb et al.,
2022), podemos concordar que os alunos estão mais conectados do que nunca (González et
al., 2018). Esses alunos são digitais e têm expectativas maiores sobre as possibilidades de apren-
dizagem digital (Henderson et al., 2017). Portanto, a integração necessária da tecnologia não
pode ser simplificada ao contexto de seu uso. Ela requer um processo de transformação dentro
da própria instituição, implicando mudanças no modelo de negócio tradicional, nos processos
e estruturas organizacionais, nos produtos e serviços e na própria cultura organizacional (Giang
et al., 2021; Teslia et al., 2020; Verhoef et al., 2021). Em outras palavras, a transformação digital
não é definida como um simples processo de incorporação de tecnologia no ensino ou em al-
guns poucos processos (Fernández et al., 2019), ou "a transformação digital nas instituições de
ensino superior refere-se ao desenvolvimento de novos métodos e práticas mais avançados e
eficazes na busca da missão do ensino superior" (Alenezi, 2021, p. 2).
No entanto, o processo de transformação digital nas instituições de ensino superior apresenta
desafios importantes, pois "os últimos 100 anos mostram que a educação não foi transformada
ou alterada pelas sucessivas ondas de inovação tecnológica" (Selwyn, 2016, p. 439).
Com o objetivo de responder a esta questão complexa, o presente estudo visa fornecer uma
visão geral do estado da transformação digital nas instituições de ensino superior, no contexto
da formação contínua, por meio de um processo de revisão da literatura baseado na metodo-
logia PRISMA nos últimos 5 anos (2017-2022), nas bases de dados SCOPUS e Web of Science
(WoS). Os resultados deste trabalho são apresentados neste artigo, que está organizado nas
seguintes seções. A presente seção, onde apresentamos o quadro pelo qual os construtos de
transformação digital e instituições superiores de formação contínua estão relacionados. A
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seção "Conceitos", onde são compartilhadas as definições sobre os conceitos de busca e as
decisões tomadas para a concretização do algoritmo de busca. Uma seção intitulada "Meto-
dologia" que descreve o protocolo seguido, o processo de seleção dos dados e os resultados
do processo de análise. Uma seção de "Conclusões" que expõe as principais inferências obtidas
do estudo. Uma seção de "Referências" com a bibliografia referenciada. E finalmente, no
"Anexo", são listados os artigos analisados.
Conceitos
Para o nosso estudo, os principais termos considerados na busca bibliográfica são a transfor-
mação digital e a formação contínua no contexto das instituições de ensino superior.
Sobre o primeiro dos termos, "transformação digital", deve-se observar que não há uma de-
finição única (Hanelt et al., 2021), e só foi distinguido do termo "digitalização" (Digitization) em
2003 (Pihir et al., 2019). Para o nosso estudo, o termo é definido como "uma série de mudanças
profundas e coordenadas na cultura, na força de trabalho e no uso da tecnologia que facilitam
novos modelos educacionais e operacionais, e transformam as operações, as direções estraté-
gicas e a proposta de valor da instituição" (Grajek & Reinitz, 2019).
Com relação ao termo 'formação contínua', entende-se como a formação 'após a educação
e formação iniciais, [...] destinada a ajudar as pessoas a: melhorar ou atualizar seus conhe-
cimentos e/ou habilidades; adquirir novas habilidades para uma mudança de carreira ou
um novo treinamento; continuar seu desenvolvimento pessoal ou profissional' (CEDEFOP,
2014, p. 51). Cabe ressaltar que a formação contínua também está associada a outros termos
como 'formação profissional', 'desenvolvimento profissional' ou 'educação de adultos' (Bade-
Becker et al., 2009). Para nossa análise, entendemos que o termo 'formação profissional' se
refere a um ciclo de estudos específico correspondente à 'Formação Profissional', em inglês
'vocational education and training - VET' (CEDEFOP, 2014, p. 292), não fazendo parte da
presente análise. No entanto, consideraremos o conceito de 'desenvolvimento profissional',
uma vez que este faz parte da própria definição do termo 'formação contínua'." “Making a
European Area of Lifelong Learning a reality” (European Commission, 2001).
Indicar também que, no contexto do ensino superior, a formação contínua também está incluída no
conceito de aprendizagem permanente como parte de "toda atividade de aprendizagem realizada
ao longo da vida" (CEDEFOP, 2014, p. 171). Por outro lado, pela Comissão Europeia, também são as-
similados formação/educação contínua e os termos "lifelong learning" e "educação de adultos":
“Making a European Area of Lifelong Learning a reality” (European Commission, 2001).
“Recommendations on key competences for lifelong learning” (European Council, 2006).
“Education and Training 2020" (Council of Europe, 2009).
Por esse motivo, os seguintes termos foram considerados como sinônimos do conceito de "edu-
cação contínua": “lifelong learning”, "formação/educação permanente", "educação de adultos".
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Metodologia
Com o objetivo de realizar uma revisão bibliográfica sobre o estado da transformação digital
da formação contínua realizada por instituições de ensino superior, com data de pesquisa de
13 de março de 2022 e limitada aos últimos 5 anos, foi seguido o seguinte processo com base
no modelo PRISMA (Page, McKenzie., et al., 2021; Page, Moher et al., 2021) conforme ilustrado
na Figura 1.
Figura 1
Processo de trabalho (metodologia PRISMA)
Nota: Fuente propia
Fase de identificação
Para a fase de identificação, foram utilizadas as seguintes combinações de termos (em dois
idiomas: espanhol e inglês) nas seguintes bases de dados temáticas: Web of Science (WoS) e
Scopus, restringindo as pesquisas ao título, resumo ou palavras-chave definidas pelo autor.
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Tabela 1
Algoritmos de busca
Como a indexação nas diferentes bases de dados não é a mesma, inicialmente procedeu-se à
análise separada por base de dados.
Tabela 2
Resultados da pesquisa no WoS e Scopus
Nota: Fonte própria
Para a concretização do critério temporal, 2017-2022, foram considerados os seguintes parâmetros:
1) A própria natureza do tema nos leva à necessidade de limitar a pesquisa a períodos
mais recentes para realizar revisões da literatura científica que nos permitam acessar o
conhecimento mais atualizado sobre nosso tema de interesse.
2) 9% das publicações resultantes da pesquisa estão concentradas no período de 2017 a
2022.
Tendo estabelecido o critério de temporalidade, procedemos à revisão dos registros obtidos
para depurar as informações, a fim de obter registros únicos.
Critérios de descarte:
1) Publicações não escritas em inglês ou espanhol.
ES: Title, abstract or author-specified keywords = ("Transformacion Digital" OR "Digitalizacion") AND ("Educacion
continua" OR "formacion continua" OR "lifelong learning" OR "formacion permanente" OR "educacion perma-
nente" OR "educacion de adultos” OR "desarrollo profesional") | Year: 2017-2022.
EN: Title, abstract or author-specified keywords = ("Digital transformation" OR "Digitalisation" OR "Digitalization")
AND ("Continuing education" OR "Continuing training" OR "lifelong learning" OR "adult education” OR "con-
tinuing professional development) | Year: 2017-2022.
Resultados
WoS Scopus
Global
X>=2017
Global
X>=2017
Espanhol 0 1 2 2
Inglês 130 117 117 104
Acesso aberto 48 46 36 35
Válidos X>=2017
105 101
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2) Aquelas que não continham informações sobre autores, título ou resumo foram cate-
gorizadas como nulas.
3) Registros duplicados foram considerados aqueles que tinham o mesmo resumo, os mes-
mos autores e ano de publicação.
A seguinte tabela mostra os resultados obtidos, levando em consideração os processos de fil-
tragem anteriores (critério temporal e registro único):
Tabela 3
Resultados da fase de identificação
Nota: Fonte própria
Como pode ser observado, nesta fase foram excluídos 80 registros que não atendiam aos cri-
térios de seleção (37% dos 216), resultando em uma amostra total de 136 publicações: 48 do
WoS, 44 do Scopus e 44 comuns.
Fase de elegibilidade
Com o objetivo de delimitar os resultados para o nosso objeto de estudo e determinar suas
características distintivas: dimensões, atores e níveis de implementação; procedeu-se à avaliação
das diferentes publicações para responder às seguintes perguntas:
1) Descreve algum processo de transformação digital no setor da educação superior con-
tínua?
2) Quais dimensão/ões e categorias são descritas?
3) A que nível organizacional elas se referem?
4) Quais são os atores envolvidos?
1. Setor de educação superior contínua
Para analisar se um artigo responde à primeira das questões descritas, foram realizadas 3 ro-
dadas de leitura. Nessas rodadas, o resumo e as palavras-chave definidas pelo próprio autor
foram avaliados (1ª, 2ª e 3ª rodadas), assim como o conteúdo da publicação (na 2ª e 3ª roda-
das), de acordo com a seguinte tabela de avaliação:
Dimensões da transformação digital em instituições de
ensino superior para a formação continuada
Resultados
WoS Scopus
X>=2017 X>=2017
Inglês/espanhol 93 90
Duplicados / Nulos -1 -2
Totais válidos 92
88
Registros únicos
136
48 44 44
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Tabela 4
Critérios de avaliação de elegibilidade
Nota: Fonte própria
Em cada uma das rodadas, foram analisados diferentes elementos de acordo com a seguinte des-
crição:
1) Rodada 1: leitura do resumo e palavras-chave.
2) Ronda 2: lectura del resumen y palabras clave en todas, y contenido de las publicaciones
de la categoría de “Nulo.
3) Rodada 3: leitura do resumo e palavras-chave em todas; e conteúdo das publicações
das categorias "Nulo" e "Parcial".
Como resultado do filtro realizado ao longo das três rodadas, finalmente foram identificadas
26 publicações (Anexo) como elegíveis para as próximas fases de análise, conforme mostrado
na seguinte tabela resumo:
Tabela 5
Resultado das 3 rodadas de elegibilidade.
Nota:
1
Não foi possível analisar com mais detalhes, pois o artigo completo não está disponível.
2
Não foi possível
analisar porque o artigo não está disponível. Fonte própria.
2. Dimensões e categorias
Considerando uma visão multidimensional do processo de transformação digital ou digitaliza-
ção (Aditya et al., 2021; Hanelt et al., 2021; Rodrigues, 2017), que afeta qualquer organização
em múltiplos aspectos (Giang et al., 2021; Teslia et al., 2020; Verhoef et al., 2021), optamos por
estabelecer diferentes níveis de análise.
Valor Descrição Ação
Sim Contém referências claras com informações explícitas.
Incluir na próxima fase como ele-
gível.
Parcial Infere-se, embora a informação não seja explícita.
Nulo
Com as informações existentes, não é possível inferir o
setor.
Rever o artigo completo e reava-
liar.
Não Contém referências claras a outro setor. Excluir da próxima fase.
Valor Rodada 1 Rodada 2 Rodada 3
Sim
30 24 26
Parcial
21 27 19
1
Não
39 14 8
2
No
46 81 73
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Em um primeiro nível, focaremos na complexidade da própria definição de transformação di-
gital. De acordo com autores como Reis et al. (2018) ou Castro et al. (2020), esta contempla
três dimensões principais:
1) A dimensão "tecnológica", centrada no uso de tecnologias digitais.
2) A dimensão "organizacional", exigindo uma mudança nos processos organizacionais
ou a criação de novos modelos de negócio (Henriette et al., 2015).
3) A dimensão "social", que afeta muitos aspectos de nossa vida, a ponto de se tornar, por
exemplo, um catalisador de inovação social (Kaputa et al., 2022).
Levando em consideração as três dimensões acima, apresentamos a seguinte distribuição em
nossa amostra de publicações elegíveis:
Figura 2
Distribuição de dimensões por ano de publicação
Nota: Fonte própria
Como pode ser observado, as três dimensões contribuem com percentagens semelhantes, re-
forçando a ideia da multidimensionalidade dos processos de transformação. Da mesma forma,
desde 2018, tem sido detectado um certo aumento no interesse pelas dimensões organizacional
e social (Castro et al., 2020). Isso se deve ao fato de que a dimensão tecnológica se limita à ne-
cessidade de incorporar tecnologia, enquanto o interesse nos aspectos organizacionais (por
exemplo, recomendando o desenvolvimento de centros de formação para professores ou a
necessidade de um quadro legal) ou na dimensão social (como um ativo para melhorar a so-
ciedade e/ou o contexto de influência regional) está aumentando.
Como segundo nível de análise, as publicações foram analisadas de acordo com agrupamentos
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estabelecidos por diferentes autores como Graham et al. (2013), Khalid et al. (2018) e Rampelt
et al. (2019):
Quadro estratégico [G1]: políticas institucionais, estratégias, visão, governança, entre
outros.
Mudanças estruturais [G2]: ambiente tecnológico, legal, pedagógico e administrativo,
entre outros.
Elementos de apoio [G3]: incentivos, serviços de apoio profissional, apoio aos estu-
dantes, entre outros.
Figura 3
Distribuição de agrupamentos por ano de publicação
Nota: Fonte própria
Ao contrário do padrão identificado nas primeiras dimensões analisadas (Figura 2), a distribui-
ção relativa às 3 linhas de agrupamento anteriores (Figura 3) mostra uma certa predominância
das mudanças estruturais; enquanto o desenvolvimento ou a concepção de elementos de apoio
é o grupo menos presente; mantendo-se esta tendência ao longo dos anos. Além disso, ob-
serva-se um aumento no interesse por questões estratégicas (de 0% a 33% em 2022).
A seguinte infografia (Figura 4) ilustra como as dimensões e agrupamentos anteriores seriam
combinados de acordo com os níveis de importância identificados nos artigos analisados.
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Figura 4
Transformação digital: dimensões e agrupamentos
Nota: Fonte própria
Em cada uma das agrupações anteriores [G1/G2/G3], também identificamos diferentes cate-
gorias temáticas. A tabela a seguir mostra a distribuição de algumas das temáticas mais reco-
rrentes nos 26 artigos analisados. A imagem seguinte mostra as interseções entre os grupos
e as temáticas, indicando o número de artigos relacionados em cada categoria:
Figura 5
Categorias para a transformação digital e número de artigos
Nota: Fonte própria
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3. Nível de implementação da transformação digital
Como ocorre em qualquer organização, e as instituições de ensino superior não são exceção,
um processo de transformação digital pode contemplar diferentes níveis de implementação,
desde um nível macro até um mais micro (Arnold & Sangrà, 2018; Hanelt et al., 2021; Johnston
et al., 2018). Outros quadros de referência se referem a esses mesmos níveis de implementação
usando outros termos: individual, institucional e social (Loebbecke & Picot, 2015).
Nossa proposta de análise propõe uma primeira categorização dos 26 artigos com base no nível de
afetação do processo de digitalização expresso, desde o nível micro (Aula/Docente, Programa/Curso)
até o nível macro (Nacional/Internacional), passando pelo meso (Instituição/Centro):
Figura 6
Níveis de implementação da transformação digital
Nota: Fonte própria
Os três primeiros níveis representados (Aula/Docente, Programa/Curso e Instituição/Centro)
correspondem aos diferentes níveis de adoção de qualquer tecnologia conforme definido por
Graham, Woodfield e Harrison (2013). Eles descrevem uma progressão desde um nível mais
exploratório e de contato inicial, com riscos limitados e sem suporte institucional; evoluindo
para uma implementação mais madura com total apoio institucional.
Se analisarmos os 26 artigos de acordo com esses níveis (considerando que um mesmo artigo
pode abranger mais de um nível de referência), os resultados obtidos são mostrados no gráfico
a seguir (Figura 7):
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Figura 7
Níveis de implementação identificados nos artigos
Nota: Fonte própria
A seguir, descreve-se mais detalhadamente cada um dos níveis e relações encontradas:
Sala de Aula/Professor: Nestes casos, o suporte institucional é limitado e os professores,
individualmente ou em pequenos grupos, exploram maneiras de digitalizar os processos
de ensino e aprendizagem. Sob esta definição, identificamos 7 referências (27%). Apenas
1 delas se concentra em propostas a nível de Sala de Aula/Professor, sendo a de Ins-
tituição/Centro a mais referenciada (71%).
Programa/Curso: Inclui propostas de valor atribuídas à revisão e criação de programas
ou cursos adaptados às necessidades de nossa sociedade digital. Nesta categoria, iden-
tificamos 10 referências (38%), 8 delas com projeção a nível de Instituição/Centro, 3 a
nível Nacional/Internacional e 3 a nível de Sala de Aula/Professor.
Instituição/Centro: Este terceiro nível caracteriza-se pela adoção de ações de transfor-
mação digital a nível institucional e pela experimentação com políticas e práticas para
apoiar o desenvolvimento e crescimento da digitalização. O número de referências atri-
buídas a este nível é o maior de todos, com 21 (81%). Assim como nos níveis anteriores,
o número de artigos exclusivamente atribuídos a este nível é reduzido para 4. O restante
das referências combina recomendações e propostas de implementação em outros níveis,
principalmente a nível de Programa/Curso (38,10%) e Nacional/Internacional (47,62%).
Nacional/Internacional: Este último nível caracteriza-se pela definição ou concretização
de políticas e recomendações para a promoção e desenvolvimento da digitalização no
setor da formação continuada superior. Nesta categoria, encontramos 12 referências
(46%), das quais 2 são atribuídas exclusivamente a este nível, enquanto 10 se combinam
com o nível Instituição/Centro.
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4. Atores
Todo o processo de transformação digital no contexto educacional, além de considerar o uso
da tecnologia, envolve levar em conta diferentes atores, promotores e/ou receptores do próprio
processo de transformação. No nosso contexto de análise, foram identificados os seguintes
atores:
Figura 8
Atores envolvidos nos processos de transformação digital
Nota: Fonte própria
Tal como mostra o gráfico anterior (figura 8), os principais atores são as "Instituições/Centros",
seguidos pelo coletivo de "Estudantes", a "Sociedade/Comunidade" e os "Docentes". Em última
posição estaria o "Governo".
Estes dados nos levam a reforçar os resultados obtidos anteriormente, com 85% dos artigos
novamente focados a nível Institucional/Centro. Na totalidade dos artigos deste bloco, define-
se a necessidade de realizar mudanças a nível institucional para:
a) Promover a melhoria do ensino e do currículo aplicando métodos inovadores (100%).
b) Garantir o desenvolvimento das competências digitais (86,36%).
c) Oferecer propostas formativas baseadas na personalização ou individualização da
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aprendizagem (77,27%).
d) Implementar plataformas digitais (72,72%) que permitam a aprendizagem autodirigida
(68,18%).e) Reducir los costes existentes en los modelos tradicionales y ser más efi-
cientes mejorando la gestión (59,09%).
f) Garantir a qualidade dos serviços digitalizados (54,54%).
g) Institucionalizar serviços de apoio e formação para os docentes e estudantes (40,91%).
Em menor grau, também encontramos abordagens institucionais sobre a necessidade de im-
plementar políticas e estratégias relacionadas à internacionalização, ao uso de recursos abertos
(Open Access) ou à implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 (ODS).
Se analisarmos o envolvimento dos estudantes (65,38%), principalmente está relacionado com
o desafio enfrentado pelas instituições de ensino continuado de capacitá-los em termos de
competências (100%) para atender às necessidades de uma sociedade digitalizada. Para isso,
propõe-se o uso de diversas plataformas digitais (76,47%), empregando métodos e ferramentas
inovadoras (100%) que permitam a personalização das experiências (88,24%) e a promoção da
aprendizagem autodirigida (58,82%), sem perder de vista a qualidade oferecida (47,06%).
O mesmo ocorre no caso dos professores (61,54%), que são responsáveis por promover uma
formação adequada em competências digitais e inovar tanto no currículo quanto na metodo-
logia (100%), sem negligenciar a qualidade da formação (56,25%); desempenhando suas fun-
ções em ambientes digitais (81,25%). Para isso, é necessário que desenvolvam as competências
metodológicas e digitais necessárias por meio de sua própria formação/atualização (68,75%).
Em relação à sociedade/comunidade como atores (65,38%), novamente surge como relevante
a necessidade de revisar as metodologias de ensino e os currículos existentes, adaptando-os
às expectativas da sociedade e aproveitando as vantagens oferecidas pela digitalização (100%).
Especialmente destacamos a necessidade de uma cidadania digitalmente competente (82,35%).
No âmbito da formação continuada superior, também se evidencia a necessidade de manter
estreitas parcerias entre as instituições de ensino superior e as empresas ou agentes produtivos
da sociedade (29,41%), dada sua relação com o currículo (como provedores de informações
sobre as necessidades de formação ou como facilitadores dos ambientes necessários para seu
desenvolvimento, sejam plataformas ou práticas).
Por fim, encontramos apenas 8 artigos (30,77%) onde é explicitamente indicada a influência di-
reta dos governos como promotores, impulsionando políticas que incentivem a formação con-
tinuada (100%) ou a necessária infraestrutura tecnológica (75%). MOOCs - Massive Open Online
Course (37,5%) ou em aspectos relacionados à proteção da propriedade intelectual (25%).
Conclusões
A análise realizada demonstrou que a transformação digital é um processo complexo e multi-
dimensional, que contempla dimensões (tecnológica, organizacional e social), múltiplas cate-
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gorias (modelos de negócio, governança e gestão; elementos de suporte; ambiente tecnológico
e plataformas, recursos de formação abertos, competências digitais, currículo, processos de
ensino e aprendizagem ou matrícula, entre outras), e níveis de desenvolvimento, desde o nível
micro (Sala de aula/Docente, Programa/Curso) até o nível macro (Nacional/Internacional), pas-
sando pelo nível meso (Instituição/Centro).
Nessa complexidade, o nível Instituição/Centro emerge como o que desperta maior interesse,
com o maior número de artigos referenciados (Figuras 5 e 6). Com 81% dos 26 artigos anali-
sados, há um interesse crescente em ultrapassar os níveis de Sala de aula/Docente e Pro-
grama/Curso, e estabelecer uma implementação mais madura e institucional dos processos de
digitalização, por meio da definição de políticas e planos estratégicos que impactam diversos
elementos dentro de uma instituição.
Como mencionado anteriormente, a transformação implica uma mudança organizacional e
cultural que afeta até mesmo o modelo de negócio associado à formação contínua (Castro et
al., 2020; Hanelt et al., 2021; Rodrigues, 2017; Tekic & Koroteev, 2019). Esses novos modelos de
negócio devem ser capazes de gerar valor em uma sociedade digitalizada, mantendo assim a
terceira missão das instituições de ensino superior: o compromisso social (Carrión., 2018; Rojas
et al., 2018). Alguns autores até sugerem que as instituições de ensino superior devem liderar
essa mudança, que definem como cultural (Branch et al., 2020).
Como observado nos artigos analisados, para a maioria, o conceito de adicionar valor é con-
cebido como a necessidade de garantir o desenvolvimento de competências digitais, a perso-
nalização da aprendizagem e a institucionalização dos serviços de apoio e formação tanto para
estudantes quanto para professores. Sob esta visão, é lógico propor a revisão dos programas
de formação e incluir o uso da tecnologia e o desenvolvimento de competências de forma iso-
lada. No entanto, esta abordagem mostra-se pouco eficaz e sustentável. A partir de nossa
perspectiva, acreditamos que este processo de geração de valor em uma sociedade altamente
digitalizada implica outros elementos além do programa ou das competências digitais (Branch
et al., 2020; Castro et al., 2020).
Assim como acontece com qualquer organização em processo de transformação digital, para
uma instituição de educação superior, este processo também implica mudanças estruturais,
tecnológicas e culturais; de estratégia e políticas; de processos, operações e serviços (Gill et al.,
2016; Ifenthaler & Egloffstein, 2020; Newman, 2017; Reis et al., 2018; Venkatraman, 2017). No
entanto, considerando seu valor diferencial, como instituição de formação contínua, acredita-
mos que para alcançá-lo deve-se (a) implementar práticas de ensino inovadoras, (b) oferecer
propostas formativas flexíveis e personalizáveis, centradas no aluno (c) por meio de tecnologias
digitais que permitam (d) modelos de aprendizagem autodirigida; ao mesmo tempo em que
se pretende (e) melhorar a eficiência na gestão por meio da agilidade e redução de custos,
sempre avaliando (f) a experiência do usuário e a qualidade dos serviços após a digitalização.
Todos esses elementos listados foram identificados em outros estudos sobre a transformação
digital em instituições de educação superior (Branch et al., 2020; Castro et al., 2020; Kane et al.,
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2015; Matt et al., 2015; Mohamed Hashim et al., 2021; Rodrigues, 2017; Shaughnessy, 2018).
Limitações
Como limitação deste estudo, destacamos a dificuldade em obter uma amostra ampla de ar-
tigos, o que nos leva a recomendar continuar investigando como as instituições de ensino su-
perior enfrentam os desafios decorrentes da transformação digital, ao mesmo tempo em que
respondem às demandas de nossa sociedade digitalizada, especialmente no que diz respeito
à formação contínua.
Financiamento
Esta investigación no recibió financiación externa.
Conflito de interesses
Os autores desejam informar que não há conflito de interesse associado ao presente estudo, nem a
pesquisa envolve participantes humanos que exijam consentimento informado
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