Revista Digital de Investigación y Postgrado, 5(10), 247-258
ISSN eletrônico: 2665-038X
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O jogo educativo: desbloqueando o potencial da aprendizagem lúdica
resolução de problemas e a criatividade. Analisaremos estudos que apoiam como os métodos edu-
cativos baseados no jogo aprimoram a memória e a retenção de informações. Além disso, exami-
naremos como os jogos desempenham um papel vital no desenvolvimento de habilidades sociais e
emocionais, promovendo a colaboração, a comunicação e a empatia em ambientes educacionais.
Aprofundando-nos, exploraremos como o elemento lúdico eleva a motivação intrÃnseca dos
estudantes, transformando o processo de aprendizagem em uma experiência envolvente e sig-
nificativa. Por fim, ofereceremos exemplos concretos de jogos educativos bem-sucedidos, des-
tacando seu impacto positivo na aprendizagem dos estudantes em diversos nÃveis educacionais
e áreas temáticas. Esta jornada ilumina o poder educativo do jogo, desbloqueando seu poten-
cial para enriquecer a jornada do conhecimento.
Jogo na Antiguidade e na Roma Clássica
Desde os primórdios da civilização, o jogo tem sido uma manifestação intrÃnseca da natureza
humana. Na antiguidade, o jogo não apenas constituÃa uma forma de entretenimento, mas
também desempenhava um papel significativo na vida social, cultural e educacional de diversas
civilizações. Longe de ser uma tendência moderna, o jogo está profundamente enraizado na
história da humanidade. Desde tempos antigos, várias civilizações, incluindo gregos e romanos,
reconheceram e utilizaram o jogo como parte integrante da vida cotidiana, usando-o para o
divertimento. No entanto, González et al. (2016) mencionam que no caso dos egÃpcios e india-
nos, o jogo era usado para praticar e aprimorar habilidades motoras.
Platão faz uma referência ao uso do jogo na antiguidade em sua obra "As Leis". Nela, o filósofo
atribui valor prático ao jogo como uma atividade autotélica, sugerindo que crianças de três
anos deveriam usar ferramentas autênticas em uma escala reduzida para futuros construtores.
Aristóteles, em seu livro "PolÃtica", considera a educação da juventude e defende um equilÃbrio
entre estudo e jogo. Ele argumenta que a educação não deve ser apenas acadêmica, mas tam-
bém deve incluir atividades recreativas e esportivas para promover o desenvolvimento com-
pleto do indivÃduo. Segundo Aristóteles, o jogo e a recreação contribuem para a formação do
caráter e o bem-estar geral da sociedade.
O Estagirita, no oitavo livro de "PolÃtica", descreve a necessidade de incluir música e ginástica
na educação dos jovens. A música, neste contexto, não se refere apenas à música em si, mas
a todas as artes e atividades culturais. A ginástica, por outro lado, refere-se ao exercÃcio fÃsico
e ao esporte. Ele menciona a necessidade do jogo para o descanso nos seguintes termos: "é
preciso introduzir jogos, cuidando do momento oportuno de seu uso, com a intenção de
aplicá-los como uma medicina, já que o movimento emocional que produzem é um relaxa-
mento, e através desse prazer, alcança-se o descanso" (VIII 35, 1528).
Em "Ética a Nicômaco", Aristóteles examina a ideia de eudaimonia, que se refere à realização
plena e florescente da vida. Embora não se refira diretamente ao jogo, seus conceitos sobre a
busca do bem-estar e da felicidade sugerem que atividades recreativas e lúdicas podem de-